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História Masks Of A Loud Scream (Pânico) - 4


Escrita por: TheBoxer

Capítulo 5 - 4


Alguém tocou na perna de Jack o que o fez acordar repentinamente. Ele foi levantando devagar, mas bateu de leve com a cabeça em alguma coisa. Tinha dormido embaixo de uma mesa de canto todo encolhido sobre o carpete sujo da casa de Natalie, seu corpo doía, assim como sua cabeça.

            - Ei – era um policial que o chamava.

            Ele ajudou Jack a se levantar meio atordoado sem saber o que acontecia.

            - Tem mais um garoto aqui.

            Jack ainda estava na sala de Natalie, mas ela não era a mesma que era na noite passada, estava cheia de policiais, fitas amarelas e pessoas rondando a casa. Alguma coisa séria tinha acontecido e ele não fazia a mínima ideia do que era.

            - Jack! – Era a voz de Natalie.

            Ela estava sentada em um sofá com Alec, Tony, Samantha e Elizabeth, policiais em volta conversavam com eles. Natalie se levantou e o abraçou.

            - Ainda bem que você tá bem.

            - Mas o que aconteceu aqui? Por que tem tantos policiais? – Perguntou Jack confuso, e seus amigos o encararam quietos com o semblante sério.

            - Jack... Alguém invadiu a festa e... Três pessoas morreram. Foram esfaqueadas – Disse Natalie com os olhos marejados.

            Aquela informação atingiu Jack como uma marreta, ele simplesmente não esperava ouvir algo desse tipo, e agora não sabia como lidar com a informação.

            - Ai meu... Mas quem... Cadê o Luigi? E a Rebecca? Eles... – perguntou Jack nervoso.

            - Não, eles tão bem. Morreram o Argo, a Kaya e o Billy.

            Jack se sentiu aliviado ouvindo a resposta de Natalie, mas se sentiu culpado logo depois e repreendeu o sentimento.

            - Ei, será que vocês podem esperar mais um pouco aí? Preciso que vocês me acompanhem até a delegacia depois, tudo bem? – Perguntou a policial no local.

            Seus amigos concordaram e Jack sentou-se ao lado deles. Eles ficaram inquietos esperando.

            - Quem fez isso? – Perguntou Jack baixinho, agitado quando não tinha mais nenhum policial por perto.

            - Eles ainda não sabem. – Respondeu Samantha cansada esfregando os olhos.

            - Provavelmente a mesma pessoa que matou a Tracy, já que todo mundo morreu esfaqueado. – Respondeu Elizabeth.

            Então ela encostou a cabeça no ombro de Alec e os dois ficaram juntos assim por um tempo como um casal normal.

            - Foi horrível, eu não acredito que a gente teve que ver todas essas pessoas mortas e ensanguentadas no chão. – Disse Alec passando a mão no cabelo de Elizabeth.

            - Gente e o pior de tudo é que ontem à noite eu desejei tanto mal pra Kaya, tudo por uma idiotice... E depois ver ela morta me deixou tão mal. – Disse Samantha com um nó na garganta.   

            - Eu não liguei nem pros meus pais ainda, eles provavelmente nem sabem que teve um massacre na casa, imagino o que eles vão dizer quando descobrirem... Só imagino. – Comentou Natalie.

            - Só eu não aguento mais esperar sentado? – Reclamou Tony – mas que merda eu posso até colaborar com a polícia, mas não vou ficar aqui sendo mantido de refém, meus pais querem me ver.

            A policial como se tivesse ouvido o comentário alto de Tony chegou.

            - Vocês estão prontos? – Ela perguntou se esforçando para parecer simpática. – Vamos levar vocês para a delegacia para responderem algumas perguntas, queremos resolver isso o mais rápido possível, qualquer informação vai ser importante para a investigação.

            Os amigos se levantaram e foram andando até a viatura policial. Se distribuíram em duas delas, das várias que estavam espalhadas pela rua de Natalie. Através das faixas amarelas que isolavam o local, os vizinhos olhavam a cena curiosos de seus quintais, conversavam inquietos entre si tentando entender o que tinha acontecido naquela casa, e porque corpos foram colocados em sacos e levados em ambulâncias. Apesar de tudo, o dia amanhecia em um céu claro sem nuvens, raios laranjas de um sol nascente pintavam o céu.

            Chegaram em quinze minutos na grande delegacia da cidade e subiram as escadas de mármore. Esperaram em um corredor apertado e abafado de iluminação amarela, sentados em cadeiras de plástico. Até que a policial voltou.

            - Vou chamar vocês um a um e fazer algumas perguntas. Tudo bem?

            Eles concordaram.

Xx

Samantha

            - Então explica pra mim o que você fazia na hora do ocorrido e o que você viu.

            - Eu tinha brigado com meu namorado Tony antes, então eu estava com esse garoto Connor... a gente tava ficando no primeiro andar, quando as pessoas começaram a gritar e correr, nós saímos pela porta dos fundos que estava do nosso lado, e ficamos escondidos atrás de uma cerca branca no quintal. Mas depois ouvi gritos de socorro e sabia que alguém tinha se machucado. Quando entrei de novo, o Argo o garoto que morreu tava no térreo, ele tinha levado uma facada no pescoço e não conseguia respirar, algumas pessoas tentavam ajudar, mas não tinha mais jeito.

            - E o que você fez?

            - Eu ajudei a chamar a ambulância e depois fiquei pra ajudar a Natalie, porque a casa era dela. Ficamos esperando os policiais chegarem do lado de fora da casa, depois que os corpos foram levados aí vocês chegarem.

 

Alec

            - Então Alec, o que você fez na hora que as mortes aconteceram?

            - Meu amigo Tony estava muito bêbado, e falando coisas sem sentido, já deviam ser umas quatro da manhã nisso. Eu deixei ele deitado na sala e fui pra cozinha ver se tinha café pra fazer para ele, ajuda na ressaca. Mas logo eu comecei a escutar uns gritos por todos os lados da casa. Eu esperava já pelo pior, então com a ajuda de outras pessoas conseguimos bloquear a porta da cozinha para que ninguém conseguisse entrar.

            - E então, o que fez depois?

            - Depois dos gritos altos e barulho de gente correndo a gente abriu a porta de novo, só pra ver o Argo morrendo no chão, mas não era só ele, no mesmo andar a Kaya também tinha levado uma facada. Nisso já eram mais de quatro e vinte da manhã.

 

Tony

            - Então na hora do ocorrido você estava deitado no chão?

            - Sim, o Alec tinha saído pra pegar alguma coisa e eu tava tipo muito bêbado. De onde eu tava eu podia ver a escada também. Primeiro as pessoas gritaram no andar de cima e depois eu vi elas correndo e se empurrando pela escada e eu vi quando a Kaya levou uma facada, porque ela tava na ponta da escada sem saber o que fazer e sendo empurrada, foi de uma pessoa vestindo uma máscara branca e um negócio preto cobrindo o corpo todo, ele saiu correndo bem rápido e eu não vi pra onde foi, tava uma baita de uma bagunça e eu só fiquei encolhido deitado no chão rezando pra não morrer.

            - Conseguiu identificar alguma coisa nesse assassino? Altura? Peso? Qualquer coisa serve.

            - Eu não lembro mesmo. Nem sei quem faria uma merda dessas. Mas essa pessoa merece uma morte bem dolorosa e lenta, isso eu posso dizer.

 

Natalie

            - Então era sua festa. O que aconteceu na hora do ocorrido?

            - Bem, eu tinha passado a festa com o Peter, um garoto que eu tenho ficado e... A gente ficou no meu quarto, enfim. Ele sumiu um determinado momento e eu fiquei sozinha. Eu estava no segundo andar quando ouvi as pessoas berrando, chegando no corredor eu encontrei o Billy sangrando encostado na porta do banheiro, e eu não tinha ideia de quão profundo era o ferimento até que eu cheguei perto... E... Ele morreu antes da ambulância chegar.

            - Você e o Peter tiveram momentos íntimos no seu quarto, isso confere?

            - Meu deus quem te contou isso?

Xx

Elizabeth

            - Você não lembra de nada então?

            - Olha eu gostaria de ajudar, mas como eu disse eu tinha tomado todas, não faço ideia do eu fiz. Provavelmente eu tava pegando outro garoto, e eu sei que em um momento a gente saiu correndo, de mãos dadas ainda, olha que romântico. Depois eu vi sangue e gente morrendo, mas eu nem entendi muito bem o que aconteceu ainda, minha cabeça tá girando, será que você tem café aqui?

            - Sim, eu vou pedir pra pegarem pra você.

            - Obrigada, e desculpa não poder ajudar.

Xx

Jack

            - Você desmaiou em que parte da festa?

            - Foram durante os ataques, eu usei alguma coisa que não me recordo, talvez fosse um alucinógeno, talvez um sedativo porque eu me senti muito mal, eu fui empurrado no meio da confusão, e fui rastejando até ficar embaixo da mesa de canto e adormecer lá. Não tenho mais detalhes infelizmente, gostaria muito de ajudar. Você é nova aqui?

            - Sim meu nome é Holly, fui transferida para cá fazem poucas semanas.

            - Prazer, espero muito que você descubra a pessoa por trás disso.

           Xx

            Depois que a última pessoa saiu da sala de interrogação, Holly saiu junto.

            - Obrigada por ajudarem, estamos aplicando todos os esforços nesse caso e em breve vamos descobrir quem fez isso – ela disse.

            Eles se levantaram para ir embora e se despediram.

            - Um bando de pergunta pra nada. Alguém viu alguma coisa que pode ajudar? – Perguntou Tony.

            - Não – os outros disseram.

            - Quem vocês acham que pode ter feito isso? – Perguntou Jack.

            - Eu diria que foi o Argo se ele não tivesse morrido. – Respondeu Samantha.

            - Talvez seja o amiguinho doido dele, Marc. – Disse Elizabeth.

            Eles chegaram na porta dupla da saída e quando a abriram viram flashs piscando rápidos. O noticiário e os jornalistas da cidade esperavam excitados por notícias novas da polícia sobre o caso. Agora o dia estava completamente nublado, cinza e feio.

            - Cubram seus rostos – pediu um policial que foi escoltando eles para fora da delegacia, e o ajudou a descer as escadas.

            Jack colocou a camiseta na frente do rosto e deu a mão para Natalie. Foram todos saindo amontoados e se espremendo entre as pessoas da imprensa que gritavam perguntas.

            - Sorriam gente. Agora somos celebridades. – disse Elizabeth.

            - Elizabeth! – Protestou Samantha.

            - A desgraça já aconteceu, não tem problema em aproveitar um pouquinho.

 

            Era tarde e o dia escurecia. Jack se viu sozinho na sala grande de sua casa, depois de tudo que aconteceu dava uma sensação estranha ficar sozinho lá. A casa estava bem iluminada e as janelas abertas para aliviar um pouco do calor.

            Agora via o noticiário deitado de braços cruzados no sofá. Não conseguia absorver tudo aquilo ainda, se via no noticiário em frames rápidos que mostravam adolescentes da festa. Se via saindo junto com seus amigos da delegacia, o rosto coberto pela camiseta preta. Seus pais ligaram preocupados, porém eles não voltariam para casa tão cedo, sabia disso, ia continuar vivendo sozinho.

            Os jornais só falariam naquilo. Jack gostaria de pensar que aquilo era um final, mas algo dentro dele o dizia que era apenas um começo.



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