História Masterpiece - Ele quebrou o meu coração.

POV Rowan Gomez

Eu uso um vestido florido, e uma rasteirinha no pé. Sabrina me aconselha a soltar os cabelos e por baixo da peça eu usava um biquíni preto, cujo este eu não queria que fosse mostrado para ninguém. Sabrina, diferente de mim, é autoconfiante e embora não gostasse das pessoas que estarão na praia hoje, ela irá comigo e não irá se envergonhar de exibir seu corpo lindo.

— Será que ele vai gostar? — Perguntei receosa, olhando para o espelho. Sabrina dá de ombros.

— Você está linda, tem dúvidas disso? — Minha melhor amiga me abraça por trás e coloca seu queixo no meu ombro. — Sua mãe não vai brigar por você estar com o biquíni dela?

— E que outro eu poderia usar? Esse é o único que tem bojo e é apertado, vai dar a impressão que eu tenho alguma quantidade de peito.

A justificativa ficava ainda mais idiota saindo da minha boca, mas o corpo da minha mãe era lindo e como Sabrina apertou bastante as duas peças, teve a impressão que meus seios estavam saltando.

— Você quem sabe. — Sabrina diz antes de vestir uma blusa minha. — Talvez eu beije hoje, também.

— Garoto ou garota?

Sabrina gostava de ambos os sexos. Ela tinha preferência por garotos, esteve com eles por mais tempo e foram mais sérios, mas ela não tinha problema em estar com alguma garota.

— Especificamente o Chaz.

— Pensei que achasse ele repugnante e que ele transpirava esquisitice. — Eu estou surpresa.

— É, mas ele é legal. Não curto o Justin, nem o Chris… Quem sabe?

Ela joga seus cabelos loiros para trás antes de deixar o quarto. Respirei fundo olhando o espelho mais uma vez.

Esperava estar boa o suficiente.

Passei em frente ao quarto da minha mãe. Bati duas vezes na porta. Ela responde.

— Eu quero ficar sozinha hoje.

Mamãe se esforça para manter a voz firme, mas algo a tormenta. Tudo o que eu sei é que meu pai a abandonou no altar, grávida de mim. Mais que isso, não. Mas eu a conhecia como ninguém, algo acontecia com ela. E é porque eu a conheço que não procuro saber. Minha mãe não gosta que queiram saber mais sobre ela, passando então pelo bem estar falso que ela transmite. Decido deixá-la então, descendo as escadas.

— Vocês estão tão fofas. — Kendall aperta a minha bochecha quando apareço. — Não acredito que sou amiga de adolescentes de quinze anos de idade.

— Primeiro ano, faculdade. Etapas bem próximas. — Sabrina comenta.

— Isso é porque você não chegou no terceiro ano.

Kylie diz no banco da frente do carro. Ela tinha dezessete, feito há pouco tempo, a diferença é pequena mas todos eles vão continuar nos tratando feito crianças.

Adentro ao carro. Kendall faz o mesmo e começa a dirigir.

— Onde está a sua mãe? — A mais velha pergunta.

Por que ela tinha interesse na Selena?

— Dormindo. Ela anda cansada ultimamente.

As duas soltaram uma risada ao mesmo tempo.

— Certo.

Olhei para Sabrina para ver se ela tinha entendido algo que eu não, mas a loira dá de ombros.

Chegamos na praia um pouco afastada de onde eu morava, ela não era suja e era esse o motivo pelo qual estávamos indo até lá. Desço do carro sentindo o vento forte atrapalhar meu cabelo e fazer meu vestido dançar. O seguro com uma das mãos e acompanho as meninas. Nos aproximamos das pessoas aglomeradas na festa.

Quando o vejo, meu coração parou por segundos.

Chris está saindo do mar junto com Justin, Ryan e Chaz. Eles brincavam e gritavam um com o outro pela intimidade. Quando Bieber me olha, ele grita meu nome e Chris me olha.

Ele é tão lindo.

O corpo de Chris é o mais definido. Ele tem cachos na cabeça e seus olhos são castanhos, o sorriso ocupava a maior parte do rosto. Tão, tão lindo.

Vejo-o me olhar enquanto acompanha Justin que vem em minha direção. Agarro a mão de Sabrina e ela revira os olhos.

— Não sabia que viria. — Bieber fala quando sela seus lábios molhados pela água salgada na minha testa. Faço uma careta. — Fresca.

— Me pareceu uma boa idéia.

Justin sempre foi meu melhor amigo. Ele tinha três anos de idade à mais, porém isso nunca atrapalhou a nossa amizade. E eu sentia que ele podia sentir vergonha de mim de vez em quando, portanto eu tentava socializar com os amigos dele e até cheguei a fumar uma vez. Ficamos brigados por duas semanas por conta disso. Justin não era fã de cigarros embora já tivesse experimentado.

— Oi, Rowan. — Ouço a voz de Chris interferir na conversa. Minhas pernas tremem, mas Sabrina me dá o braço e eu consigo me equilibrar. — Você está linda.

— Vergonhoso isso. — Kylie aparece entre nós dois, cortando o nosso contato visual. — Você está cobiçando uma garota de quinze anos, Beadles. Eu até quase contei isso para a mãe dela uma vez.

— Para a minha mãe? Como você… — Não tinha como minha mãe ter algum contato com ela.

— Você não sabia? Ela…

— E a Kendall são boas amigas. Provavelmente estavam falando sobre isso e Kylie quase falou o que não deveria.

Justin rosna. Kylie arregala os olhos e levanta as mãos como se rendesse.

— É melhor eu…

— Sim, é melhor.

Ryan e Justin saem da minha visão. Chaz iria acompanhá-los, quando Sabrina sai de trás de mim.

— Sommers. — Ele vira para trás e a olha. — Quero falar com você.

Quando ela diz isso, Ryan e Justin param de andar e olham para trás. Eles se olham e ri.

— E-eu? Por que eu? — Ele gagueja apontando para si mesmo.

— Vai ficar parado ou vai vir descobrir? — Sabrina revira os olhos sem paciência.

— Anda logo, imbecil. — Butler o xinga.

Atordoado, Chaz a seguiu. Minha melhor amiga o analisa antes de rir e puxar a sua mão.

Nós dois ficamos sozinhos.

Eu e ele.

— Você realmente está linda, Row.

— Obrigada. — O respondi sentindo as bochechas queimarem.

Ele pisca e anda na mesma direção que os amigos. Respirei fundo pela tensão e andei pela areia quente. Fui até Justin e Ryan, eles me olham e é o Butler que me abraça de lado.

— Pensamos que estivesse com o Chris. — Ele diz.

— Não fala isso, alguém pode ouvir.

— Você é boba. Se ele não quer que fiquem sabendo é porque tem alguma coisa errada. — Justin desaprova nós dois desde sempre. Ele ocupa a boca com alguns nachos. — O inconsequente do seu pai que fica incentivando isso.

— Não liga para o seu pai, querida. Ele teve um dia difícil.

Às vezes os dois brincam que são meus pais e eu rio bastante com isso.

Sabrina e Chaz não voltaram mais e eu fiquei quieta, as vezes conversando com os meus amigos, as vezes falando com as Jenners, mas nada que comparasse à ter a chance de ficar com Chris. Ele estava conversando muito com a Kelsey McCartney. Ela era uma veterana do segundo ano. Tinha cabelos loiros e longos, olhos cinzas e cílios enormes, além de um corpo muito bonito.

— Não surta. — Os meninos aparecem atrás de mim. — Ela é só uma amiga. — Ryan tenta me tranquilizar.

— Estou bem.

Me viro para poder respondê-los, mas quando me viro para olhar a cena (discretamente) de novo, mas ela muda.

Chris está beijando-a.

Meu coração se aperta.

Eu quero chorar.

Me levanto da cadeira, eu começo a andar na mesma direção que entrei. Justin e Ryan me gritam e tentam me alcançar. Mas eu corro para longe dali. E por soslaio eu vejo Chris prestar atenção em mim.

Dói tudo, tudinho.

{...}

Meus pés doem quando chego em casa. Está chovendo, o que provavelmente interrompeu a festa. O céu já estava um pouco nublado mas isso não tinha desanimado ninguém, mas a água despencou junto com as minhas lágrimas.

Eu tenho quinze anos há três meses, sei que sou nova, mas eu gosto dele há tanto tempo e eu lembro quando demos o nosso primeiro beijo. Eu tinha doze anos de idade e ele quatorze. Foi com os sete minutos no céu. Foi desastroso mas desde aquele dias nós temos esse lance, nada que muitos saibam. Mas eu me sinto apaixonada.

Minhas mãos tremem quando eu abro a porta e entro em casa. Meu corpo ensopado molha a sala. Mamãe estava no sofá com uma caneca de chá nas mãos. Ela ia me xingar mas ao me olhar, ela vem até mim.

— O que aconteceu? — Pergunta.

— Ele quebrou o meu coração, mamãe.

Chris disse que um dia as pessoas saberiam sobre nós e que ninguém mais o atraía atenção. Que no momento certo nós iríamos começar a namorar. Era o que eu mais sonhava.

Selena me abraça sem se importar com eu ter pegado uma chuva forte. Eu desabo completamente.

POV Selena Gomez

Rowan parou de chorar depois de trinta minutos no chuveiro. Eu a espero na sua cama. Seu quarto lilás me lembra o meu antigamente. Embora eu fosse aventureira, eu não passava de uma menina inocente. E ouvir que quebraram seu coração me lembra o dia que eu passei por isso.

Flashback — On

Eu usava um vestido branco enorme, volumoso e apertado. Passei as mãos na barriga que não tinha crescido nenhum pouco e me vejo toda bonita naquele espelho. Eu estava verdadeiramente bonita.

— Filha, vamos?

Mamãe aparece na porta sorridente. Eu assunto e entro na limousine. O motorista dirigiu até a igreja onde iríamos nos casar. Desço do automóvel um tanto ansiosa e com ajuda de mamãe, eu saio de dentro do enorme carro. Ela entra na igreja para avisar que está tudo certo, mas volta com uma expressão diferente.

— Sel, ele não chegou ainda, mas vai, tudo bem?

Naquele momento eu me desesperei e entrei na igreja, ficando no altar. Mas me mantive calma. Dake nunca atrasou. Nunca. E aquilo não iria me desanimar.

Mas foram uma hora e meia esperando.

Até que seu pai chega na igreja, me entrega a carta.

Ele não queria sujar a imagem, assim não podia e queria criar a filha.

Era uma carta de adeus para sempre.

Flashback OFF

— Mãe?

Rowan sai do banheiro já vestida com uma camisola. Seus olhos estão avermelhados e os cabelos juntos em um coque mal feito.

— Rowan, venha aqui.

Ela se junta à mim.

— O que aconteceu?

A morena respirou fundo.

— Eu gosto de um garoto. Ele se chama Chris, é dois anos mais velho que eu, amigo do Justin.

Agora me liguei quando Kylie, na festa que Justin me levou, disse que ele estava gostando de uma garota de e aí ela não terminou a frase. Sabia que se ela falasse “quinze anos” eu saberia.

— Ele disse que eu era única. Mas beijou outra hoje.

Sua voz saiu baixa mas ela não chora, parecia exausta demais para isso.

Eu a abraço. Sabia que isso iria acontecer no momento que eu a via tentar se tornar que nem os outros.

Mas diferente do que eu passei há quinze anos atrás, eu não iria deixá-la se magoar.

Três dias depois.

— Senhorita Gomez? — Lexie vem até mim no momento que saio do elevador, no andar onde eu trabalhava. — Você tem visita no seu escritório.

Retiro meu sobretudo e a entrego, estranhando a tal visita. Eu não tinha horário marcado.

Abro a porta do meu escritório. O garoto de cabelos castanhos se vira e eu posso vê-lo.

Justin.

— Não acredito que você está aqui.

Fecho a porta atrás de mim e cruzo os braços. Bieber vem até meu corpo com um olhar de cachorro de chuva.

— Você me evitou, Selena. Há cinco dias atrás você desabafou comigo e há três dias passou a me evitar.

— Eu não quero você na minha vida.

Tento ser fria, pelo menos o máximo que eu posso. Mas meu coração se aquece com a sua chateação, resposta para a minha frase.

— O que eu fiz? — Ele se aproxima.

— Minha filha está arrasada pelo o que o seu amigo fez.

Ele ri debochado.

— Devo pagar pela merda que Chris faz? — Bieber cruza os braços com o maxilar preso.

— Você viu tudo acontecer, sabia que ele estava enganando-a, viu que ela estava tentando ser outra pessoa para se tornar boa para ele e deixou. Não fez nada.

O acuso friamente e ultrapasso seu corpo, largando a bolsa na mesa. Quando me viro, Justin está bem perto.

— Selena, eu nunca deixaria isso, mas eu sou só o amigo, não posso proibir nada. — Ele se justifica com calma. — Mas se toda vez que ela se ferir e eu estiver, de alguma forma, na história, você me afastar, não iremos dar certo.

— Talvez não precisemos e devíamos dar certo de maneira alguma. — Reluto contra o que ele exerce contra mim.

— Já estamos dando.

É a sua última frase antes dele agarrar meu rosto e colar nossos lábios.