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História MASTERPIECE (EunHae) - Dois.


Escrita por: alecse

Notas do Autor


OIOI GENTE, QUANTO TEMPO!
primeiro quero pedir perdão pela demora.. mas assim, eu faço faculdade e trabalho então é MUITO complicado atualizar com tanta frequência, mas agora as férias chegaram e eu vou poder terminar o projeto de MASTERPIECE.
agradeço a quem realmente gostou da ideia, viu? <3 EunHae é muito importante pra mim.
esse segundo capítulo tem tanta coisa acontecendo AUHAUAHAU espero que gostem de coração e me desculpem pela demora do capítulo, eu sou bem perfeccionista.

PS: esse é o penúltimo capítulo. como eu avisei antes, MASTERPIECE tinha planos pra ser uma one shot, mas ficou maior do que eu pensava então eu dividi em três!

obrigado pelo amor de sempre <3 não esqueçam de comentar!

Capítulo 2 - Dois.


Donghae estava olhando para a xícara de café em cima do balcão, olhava por mais tempo do que realmente estava contando em sua cabeça. A fumaça fazia ondas por cima do objeto, subia calmamente e depois sumia. Era estranho pensar que sua mente podia estar tão distante depois de tanta luta com a própria consciência para colocar aquele assunto de lado. Era estranho de uma forma que ele não conseguia classificar quanto.

Seu telefone vibrou do lado da xícara e sua mente despertou. Limpou a garganta algumas vezes e desviou sua atenção para a janela de seu apartamento, onde o sol tinha se escondido por algum motivo e alguns pingos de chuva começavam a entrar com calma e molhavam o chão do carpete. O barulho do telefone. Os pingos de chuva. Siwon. O telefone. Chuva. Siwon.

Se virou para frente novamente e trincou os dentes, dando um soco no balcão de mármore, deixando sua mão estagnada e ardida enquanto o som da ligação ainda ecoava. Donghae estava imerso em algo que nem mesmo ele conseguia entender muito bem.

— Sim?

Respirou algumas vezes e desceu as costas pela parede indo até o chão, sem nem mesmo ver quem estava ligando.

— Don...Donghae?

Aquela voz cegou Donghae por alguns instantes, fez sua espinha gelar de um jeito incomum. Era como se ele pudesse sentir uma glória depois de tanto caos.

— Eun..Hyuk? — arriscou, mesmo que soubesse que aquele tom não podia ser confundido com o de mais ninguém.

— Exato. — ele soltou uma risada e Donghae sorriu, mas logo depois mudou de expressão ao notar o quanto seu humor tinha mudado drasticamente em menos de um minuto. — Eu preciso muito da sua ajuda.

— Oh… — Donghae se apoiou na parede, levantando-se do chão e correndo para o outro lado do apartamento, fechando a janela e notando o quanto o carpete estava encharcado de água. — Merda. — murmurou e depois pulou em um dos pés saindo daquela religião, fechando a cortina e indo até o sofá. — Desculpa, hum… o que aconteceu? Quer dizer… — respirou fundo, lembrando-se de como era falar. — Com o que você quer ajuda?

—- Algum problema por aí?

— Oh, não… Nenhum.

— Tudo bem. — Eunhyuk soltou uma risada fraca e Donghae podia jurar que sentiu aquilo como se estivesse de frente para ele. — A exposição anual… eu preciso muito que você verifique as listas dos quadros que a minha empresa irá divulgar.

Merda. Merda. Merda.

              Donghae não imaginou que chegaria naquele estado antes. Estava irritado com Heechul ainda por tudo o que aconteceu. Não era como se um cara estranho pudesse convence-lo a mudar de ideia.

— Me desculpa, hum… — ele bufou e olhou para cima, tentando buscar as palavras certas antes de soar rude demais ou desastrado demais. — Houve alguns problemas e eu decidi não trabalhar esse ano.

— Oh, me perdoe. — Eunhyuk fingiu estar ofendido de algum jeito. Ele sabia entrar no jogo e estava disposto a mudar o quadro daquilo ao seu favor. — Me desculpe por te incomodar, de verdade.

— Não, relaxa. Não é nada com você.

— Posso… te ajudar com alguma coisa? — Eunhyuk sugeriu, mordendo os lábios do outro lado do telefone.

Donghae semicerrou os olhos, desconfiando daquele tipo de coisa. Não que Eunhyuk não lhe desse motivos para desconfiança, a questão toda era que não fazia nem mesmo vinte e quatro horas que os dois se conheceram.

— São problemas com alguns amigos, nada demais. Logo passa. Obrigado por… ser gentil. — Donghae disse com calma, escolhendo mentalmente cada palavra.

— Um vinho.

O quê?

— Um vinho. — Eunhyuk disse por entre algumas risadas. — Isso pode te ajudar a esquecer um pouco essa fase ruim.

— Eu… não bebo. — Donghae teve um pequeno colapso mental depois de dizer isso. Só notou que era realmente um flerte dez segundos depois.

— Você pode apreciar, então.

— Eu sou uma pessoa completamente entediante, sério, você não vai…

— A porta, Donghae. — Eunhyuk suspirou e o barulho da campainha tocou, fazendo seu coração bater duzentas vezes por segundo.

— Que…? Aimeudeus. Merda. — afastou o telefone do ouvido e correu pela casa, olhando para a bagunça na pia, o sofá desarrumado, o chão molhado, seu cabelo repleto de caos.

Donghae parou sua corrida maluca, respirou fundo e apenas caminhou lentamente em direção à porta, observando suas meias surradas acompanharem o movimento. O olho mágico revelou aqueles fios loiros e brilhantes e seu coração tremeu mais uma vez.

— Eu…

— O vinho, Donghae. — Eunhyuk sorriu e levantou uma garrafa de Château Latour que pulsava entre seus dedos.

Donghae não tinha mais resposta para seus próprios pensamentos.

***

Siwon tinha chego ao LAX Airport, carregando duas malas, vestindo um jeans casual e um sobretudo preto que cobria grande parte daquele corpo gigantesco e quase monumental. Fazia um bom tempo desde que estava por ali. Olhou para os lados em busca de algo inusitado e encontrou, caminhando com calma e pisando na pista molhada da saída do aeroporto em direção à rua.

— Ora, ora…

Heechul tinha os braços cruzados por cima do peito com o resto do corpo encostado em seu carro e seu rosto exibia uma expressão favorável e comum.

— Não mudou muita coisa desde que nos vimos pela última vez. — Siwon sorriu exibindo as covinhas em sua bochecha e abraçou o amigo, que suspirou fundo em seu ombro.

— Eu posso não ter mudado, mas todo o resto sim, acredite. — Heechul sorriu e se afastou, ajudando o outro a colocar as malas dentro do carro, onde os dois seguiram para o apartamento de Heechul.

Durante todo o caminho, Siwon parecia preocupado e, de fato, estava. Não era como se fosse uma tarefa fácil pisar ali depois de tudo o que aconteceu. Parte dele acreditava que deveria ter voltado antes para um pedido de desculpa e a outra parte acreditava que dar um tempo era realmente necessário. Ele esteve durante essas duas partes por todos esses anos e não sabia como proceder agora que estava prestes a enfrentar o problema novamente.

— Você não precisa se preocupar com isso agora. — Heechul comentou enquanto dirigia, olhando para frente mesmo que sua mente estivesse concentrada em estudar o amigo ao lado.

— O que aconteceu? — Siwon levantou a cabeça e franziu a testa.

— Ele não vai para a convenção esse ano. Pode desistindo de bolar algum pedido formal de desculpas ou algo do tipo. — Heechul não tinha um medo aparente de ferir o sentimento alheio, ele se preocupava mais em ajudar com base na realidade, sem fingimento, ele gostava de ser sincero em relação a qualquer coisa.

— Mas você…

— Eu estava com saudades, ok? — Heechul revirou os olhos e bufou. — Eu menti sim dizendo que ele iria e que queria falar com você, mas na verdade eu precisava de você aqui pra te fazer esquecer tudo o que aconteceu de uma vez por todas. Não é possível que você será capaz de destruir seu casamento por isso.

Siwon baixou a cabeça e refletiu por alguns segundos. Ele iludiu e brincou com o coração de Donghae e descobriu que o tempo não é, nem de perto, o fator que cura esse tipo de coisa. Mas ele precisava pensar também em como as coisas ao seu redor mudaram depois de sua última visita aos Estados Unidos e de toda a cena depois daquela festa. As coisas seguiram um rumo onde aceitar a realidade era mais doloroso do que encarar que quem aguentou 100% do sofrimento foi Donghae, pois Siwon carregava 100% da culpa.

— Você precisa parar agora.

— Ele está bem? — Siwon disse com a voz baixa.

— Ele descobriu que você vinha, acredite, ele não está bem. Eu aposto que Donghae deve estar se afundando em um pote de sorvete e pensando em trezentas formas de me matar no momento.

— Eu preciso vê-lo. — Siwon olhou para o amigo ao lado com os olhos marcados por uma certeza estranha, era estranho até para Heechul encará-lo por muito tempo.

— Eu te proíbo.

— Tente.

Os dois se entreolharam por dois segundos que duraram praticamente uma eternidade e voltaram para suas posições normais, calados, até chegarem no apartamento.

Despejaram as malas no corredor, Siwon abriu uma cerveja e sentou-se no sofá, sentindo um vento frio entrar pelo local devido a estranha tempestade que havia se instalado na cidade, o que não era comum para a época e muito menos para ele, que sofria devido ao fuso horário e também ao clima de um continente diferente.

— Quer comer alguma coisa? — Heechul quebrou o silêncio e apareceu na sala, que era composta por dois sofás gigantescos com o estofado mais bem desenhado e chamativo que qualquer pessoa poderia encontrar. Um lustre com pequenos diamantes estava preso no teto, dando uma iluminação sofisticada ao ambiente, que era estranhamente exuberante para alguém que morava sozinho.

— Não sou fã disso que você se acostumou a chamar de comida. — Siwon respondeu, dando um gole na cerveja e desviando sua atenção para o outro.

— Não precisa ser um cavalo também, seu imbecil.

Siwon calmamente posicionou a garrafa na mesa de centro de vidro temperado e levantou-se, tirando seu casaco e ficando apenas com uma regata branca que mostrava claramente todos os músculos definidos que tinham por baixo daquele tecido.

— Não me culpe pela burrice que você faz com Donghae. — ele se aproximou de Heechul que caminhou para trás assustado. — Você é um fodido inútil que faz essas merdas sem pensar. — Siwon continuou se aproximando até que as costas do outro encontrassem a parede branca que colidiu com o baque. — Você… é… um… inútil. — ele colou o rosto na bochecha de Heechul que tinha os olhos arregalados e imersos em uma mistura de culpa, medo e ódio. Siwon esticou os dois braços para frente, fazendo com que aquele corpo pequeno ficasse preso ali. — Você não me conhece tão bem quanto imagina, acredite.

Heechul sentia medo com aquela voz baixa ressoando no seu ouvido. Era como estar preso em um jogo psicológico que ele não sabia as instruções e nem por onde começar. Era aterrorizante a forma como aquela atmosfera mudou do nada. Por outro lado não era como se ele pudesse  deixar ser manipulado com o único a sentir culpa pelo que aconteceu. Sabia que estava errado, mas o coração de Donghae não tinha sido destruído pelas suas mãos.

— Você é um escroto. — Ele engoliu em seco e respirou fundo, sentindo a barba de Siwon arranhar sua pele. — Me conta como é foder Yoona pensando em outro.

Uma mão pesada e uma marca vermelha com um estrondo que ecoou por todo o apartamento. Siwon não tinha a paciência como uma virtude e o rosto de Heechul era como a válvula de escape que ele tinha encontrado para descontar sua raiva, a raiva de si mesmo.

— Me conta como é ser apaixonado por mim sabendo que eu sou o amor da vida do seu melhor amigo. — Siwon se afastou, sentindo a palma da sua mão ainda quente e vermelha depois do impacto. Deu meia volta e foi para os fundos, onde um quarto de hóspedes seria sua estadia por alguns dias.

Heechul sentiu uma lágrima quente escorrer, faltava ar nos seus pulmões e sua expressão não podia ser definida. Seu rosto ardia tanto, seu corpo estava preso em algo que nem mesmo ele conseguia explicar. Não entendia como aquilo estava acontecendo.

Lembrou o movimento das próprias pernas e respirou fundo, passando o dedo no rosto e limpando a lágrima, depois dedilhou sua bochecha sentindo que a temperatura ali ainda era extremamente quente.

***

Duas horas tinham se passado desde que Eunhyuk caiu como uma surpresa no apartamento de Donghae. Uma garrafa daquele vinho caro já tinha sido consumida, muitos sorrisos já tinham sido dados também. Era como se a atmosfera do corpo de Donghae tivesse sido transformada de uma hora para a outra.

— Eu realmente gostei dos seus quadros. — Eunhyuk cruzou as pernas enquanto ajeitava o próprio corpo em um colchão enorme que estava posicionado no chão. O que era estranho levando em conta sua importância para sua profissão, seu terno, suas roupas e sua postura. Mas naquele momento até seus próprios pensamentos estavam um tanto longe disso.

— Você é modesto. — Donghae riu, posicionando as costas no sofá e levando o cobertor fino até seu pescoço, deixando apenas seu rosto a mostra, um rosto que não parava de exibir um sorriso.

— Devo admitir que te olhando desse jeito nunca diria que você é realmente um artista. — Eunhyuk sentiu o outro fechar o rosto, como se estivesse ofendido, então, engatinhou até seu lado, posicionando suas costas no sofá também, ficando lado a lado com o mais baixo.

— Hey! — Donghae balançou a cabeça, como se estivesse negando alguma coisa. — Você é um estranho ainda, sabia? Como eu deixei você entrar na minha casa??? Aliás… você não tem o direito de entrar na minha casa e me ofender assim. — Seu rosto estava vermelho, e ele estava lutando para não rir e ao mesmo tempo querendo ter sua posição diante da situação.

— Sua casa está uma bagunça também.

— Você não ouse….

— Quer que eu lhe compre algumas vassouras ou que contrate uma empregada?

— HYUK-JAE!

— Nossa… — Eunhyuk levantou, olhando em volta, caminhando com calma na sala do apartamento que estava de cabeça para baixo, mas de um jeito confortante até. Era como se a bagunça fosse tão acolhedora quanto a alma do dono dela. — Isso realmente está inacreditável.

— Você… — Donghae estava com a boca aberta querendo acreditar naquilo. Sentia-se confuso, queria rir, queria gritar, estava imerso em uma mistura de sentimentos.

— Eu proponho uma limpeza geral.

— Você sabe que é praticamente o meu segundo chefe, não é? — Donghae disse baixo, tirando o cobertor de seu corpo e levantando-se com calma. — Em uma escala de 0 à 10, o quanto isso tudo é estranho?

— Estou te oferecendo ajuda para limpar essa bagunça e você me chama de estranho? — Eunhyuk queria parecer ofendido, fechando seu rosto de forma graciosa.

— VOCÊ É UM MANIPULADOR.

— Notou que me chamou de Hyuk-jae?

Donghae calou-se por alguns minutos e refletiu, vendo que sua mente estava aparentemente tão confortável com aquela situação que tinha esquecido o quanto aquilo poderia ter saído estranho de sua boca. O que era normal já que sua falta de controle com o próprio corpo e seus movimentos era um tipo de marca natural, mas não para aquele homem ao seu lado que agora o encarava com um sorriso no rosto.

— Me perdoa, eu…

— Te deixo colocar a culpa no vinho dessa vez.

Os dois se entreolharam por alguns segundos e soltaram uma risada abafada. Donghae não conseguia esconder seu desastre em forma de timidez e Eunhyuk não conseguia parar naquele encanto natural e em tudo o que estava acontecendo. E rapidamente caminharam para a cozinha, levando os copos e a garrafa vazia de vinho, limpando a sujeira que estava por ali enquanto murmuravam coisas engraçadas sobre a vida. Arrastaram móveis, passaram aspirador de pó em todo estofado e tapete, trocaram lençóis. Era como se fosse um filme de comédia que podia custar muito para acreditar que estava de fato acontecendo.

Duas horas depois de trabalho duro no apartamento de Donghae, ambos sentaram-se no sofá. Eunhyuk já não tinha sua roupa social no corpo, deixando visível seu peitoral delineado na camiseta branca. Aquilo chamou a atenção de Donghae durante todo o momento, mas seria mais estranho comentar aquele tipo de coisa e sairia uma completa confusão de sua própria boca, então ele resolveu ficar quieto daquela vez.

— Sai comigo esse final de semana?

Oi? — Donghae engasgou com o ar, tossindo diversas vezes até sentir seu rosto ficando completamente vermelho pelo desespero que tomou conta do seu corpo. — Ai, D..eus.

— Isso foi um sim? — Eunhyuk riu graciosamente, fazendo seus olhos desaparecerem por alguns momentos e depois mordeu seu lábio inferior.

— Isso não é um tanto anti ético? — Donghae respirou fundo, retomando sua posição e sentindo o olhar daquele homem enorme ao seu lado cair sobre ele de uma forma avassaladora.

— Eu te chamei para sair, o que tem de mais nisso?

— Eu devo realmente te lembrar que nos conhecemos hoje?

— Eu trouxe vinho, te ajudei a arrumar sua própria casa e você me recusa tão facilmente? — Eunhyuk montou uma expressão triste em seu rosto, querendo parecer convincente o suficiente.

— Hey… não é assim, ok?

— Me acompanha na convenção de Heechul. — Eunhyuk soltou aquilo no ar, como se uma bomba caísse no meio da sala sem nem mesmo um aviso de alerta.

Donghae refletiu por alguns instantes, tentando montar em sua cabeça uma nova desculpa. Ele não estava procurando exatamente um jeito de dispensar e sair daquela situação, era mais um jeito de não soar rude repetindo o que já tinha dito.

— Eu sinto muito, mas…

— Olha… — Eunhyuk se aproximou, tocando seu corpo no de Donghae, fazendo-o o tremer um pouco pela estranha aproximação. — É tudo sobre negócios.

— Você está tentando me comprar agora? — Donghae semicerrou os olhos, sentindo-se estranhamente atraído pela situação.

— Eu preciso de ajuda, você precisa de mim… Todos ganham, não acha?

DA ONDE VOCÊ TIROU ISSO? — Donghae tombou a cabeça para trás, soltando uma risada estrondosa, fazendo com que os dois entrassem em uma sintonia tão incrivelmente tocante que as poucas horas que passaram juntos pareciam ser suficientes para dizer que aquilo poderia ir longe de alguma forma. — Oh Deus, você é tão convencido.

— É sério, você só precisa me acompanhar. — Eunhyuk levou uma mão na perna do mais baixo e soltou um sorriso calmo, como se estivesse tentando dizer que estava tudo bem aquilo acontecer, que fazia parte de um plano incomum de flerte.

— Prometo pensar.

— Já é um começo.

A atmosfera estava novamente agradável em níveis gigantescos. Era como se chuva do lado de fora não atrapalhasse em nada aquela chama bizarra que emanava daqueles corpos sorridentes sentados em um sofá pequeno. Era tão perfeitamente agradável que cogitar mudar o curso daquilo podia ser o mais próximo de um pecado.

— E… — Eunhyuk olhou seu relógio e suspirou fundo. — Preciso ir agora.

— Oh… — Donghae o observou, não deixando transparecer que queria um pouco mais. — Tudo bem. — Levantou-se com calma, passando os dedos em seus fios escuros e acompanhando o outro até a porta. — Obrigado pelo… vinho e… você sabe.

— Não precisa me agradecer. — Eunhyuk colocou seu blazer novamente, com a ajuda de Donghae auxiliando o tecido a entrar naquele corpo. Donghae estava tocando-o. Os dois concordaram alguma coisa com a cabeça e a porta foi aberta com calma. — Só prometa mesmo que vai pensar.

Donghae assentiu sem dizer uma palavra, pois achava que realmente não precisava e depois disso viu o outro sair de seu campo de visão. Tentou voltar ao foco diversas vezes, perguntando-se como aquilo era possível. Não tinha sentido nenhum, as coisas simplesmente não se encaixavam na cabeça dele. Era como esse sentimento de estar perto de alguém pudesse trazer mais desconfianças do que realmente pontos positivos para se pensar. Por outro lado, Donghae sentia que aquele tipo estranho de aproximação em um único intervalo de dia tinha mudado sua rotina sem nenhum esforço aparente.

Do lado de fora, Eunhyuk soltou um sorriso calmo enquanto mandava uma mensagem para Heechul confirmando a presença dos dois no evento. De alguma forma, ele precisava disfarçar seu interesse, tinha que manter sua posição de profissional diante daquilo tudo mesmo que sua mente estivesse um tanto bagunçada em relação a tudo isso.

***

E depois de alguns dias trocando mensagens diárias, diversas visitas ao Starbucks e muitas risadas distribuídas pelo ar, Donghae parecia ter se permitido a alguma coisa, ou pelo menos estava tentando já que não conseguia desgrudar do seu celular nem mesmo para planejar suas tarefas dentro da galeria.

— Deus… juro que eu gostaria de saber o que está acontecendo com você. — Heechul resmungou observando alguns clientes, mas mantendo o foco no moreno a sua frente. — Don… Hey! — Deu um tapa no ombro de Donghae, que desligou o aparelho na mesma hora e olhou em volta, encarando um Heechul nada satisfeito. — Que porra tá acontecendo?

— Do que é que você está falando?

— Você não desgruda desse telefone a quase uma semana… aliás, voltou a falar comigo normalmente e... você… não… é… assim. — Heechul cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha, como se pedisse por explicações.

— Olha… — Donghae riu fraco e respirou fundo, procurando as palavras certas. — Realmente não quero saber das suas merdas com Siwon.

— Isso eu já entendi, agora pode me explicar a alegria tão repentina? — Heechul passou seus dedos levemente no seu rosto, tentando fixar a maquiagem para esconder o roxo que estava por ali, de um momento que ele estava procurando esquecer.

— Não é nada.

— E desde quando você acha que vou confiar nisso? — Heechul semicerrou os olhos e depois acenou para duas pessoas que o cumprimentavam no corredor da galeria e sem hesitar, retornou sua atenção para Donghae. — Diz.

— Você já deveria estar contente de que vou te ajudar na convenção. Não me peça explicações de mais nada, por favor.

O celular vibrou no seu bolso. A mão de Donghae coçou por alguns segundos. Os dois se entreolharam. Heechul soltou o ar dos pulmões, ajeitando seu cabelo recém cortado e pintado de preto, um visual que ele resolveu adotar esse ano para a comemoração que se aproximava. Para sua consciência, o tom neutro dava uma aparência mais formal, mas ainda assim, despojada.

— Depois sobe e confere a questão dos vinhos, ok? Não quero um desastre. Dois senadores estarão presentes na convenção, não posso servir o tipo de coisa que estamos acostumados a beber no fim de semana.

Donghae não demonstrou nenhuma resposta ou expressão em seu rosto, continuava com aquela aura convincente de alguém que realmente estava fazendo o que era designado. A questão toda era que sua cabeça estava muito além disso tudo.

— Olha a porra da mensagem logo. — Heechul revirou os olhos, retirando-se devagar. — Só não esquece que eu sou o responsável por pagar o seu salário.

O moreno riu, retirando o celular do bolso e olhando na tela de bloqueio um “Preciso te ver” bem destacado. Não conseguia deixar de pensar no rumo que aquilo estava levando. Já não era possível contar nos dedos quantas vezes os dois já tinham se encontrado naquela semana.

Donghae: Algum lugar específico?

Um minuto
             Um minuto e meio.
             Um suspiro.

Eunhyuk: Minha… casa.

Um surto.

Donghae: Sua o quê??? Enlouqueceu?
             Eunhyuk: Você sai em alguns minutos, certo?

Ele queria rir, mas era de nervosismo. Não estava sabendo lidar com aquilo tudo.

Donghae: Daqui a 15 minutos.
             Eunhyuk: Estou saindo do escritório agora. Me espera em frente a galeria.

            Um minuto.
            Dois minutos.
            Uma risada acompanhada de um frio intenso na barriga;

Donghae: Ok.

Donghae terminou de concluir duas vendas de um quadro e uma peça rara importada da Coréia, sorrindo calmamente para os clientes mas tremendo do fio de cabelo até o dedo do pé. E era assim que ele se sentia toda vez que precisou encontrar Eunhyuk naquela semana. Olhou para os lados vendo o movimento diminuir por conta do horário e olhou em seu relógio, vendo o tempo marcar sua hora de saída. Rapidamente se despediu de outros funcionários e subiu, lembrando sua mente de concluir a tarefa dos vinhos que Heechul tinha pedido.

— Não posso cuidar de funcionários debilitados.

Ele ouviu a voz do amigo surgir pelo local enquanto terminava de subir as escadas.

— E do que é que você está falando? — respondeu, respirando com dificuldade depois de subir tão rápido.

— Da próxima vez que subir essas escadas desse jeito eu chamo uma ambulância para amputar suas duas pernas já que nunca te vi em uma correria assim — Heechul tinha aquele olhar suspeito enquanto analisava o amigo por cima dos óculos, com um papel na mão e uma caneta atrás da orelha.

— Só… estou… hum… — Donghae engoliu em seco, procurando sua bolsa e o catálogo de vinho. — Estou com fome.

— Quer sair para comer alguma coisa?

Merda.

— Oh, não… — Ele riu fraco, colocando a bolsa no ombro e guardando os papéis, fingindo um sorriso de satisfação e escondendo o nervosismo, mesmo que uma linha fina de suor estivesse surgindo em sua testa. — Vou comer algo em casa, não se preocupa.

Seu telefone apitou novamente, revelando aquele ambiente estranho entre os dois mais uma vez. Heechul o encarou por dez segundos sem piscar, apenas analisando o que estava de errado por ali enquanto Donghae respirava com dificuldade, sabendo que do lado de fora Eunhyuk o esperava.

— Vá. — Heechul disse, voltando seus olhos para os documentos em suas mãos, enquanto Donghae assentiu com calma, se atrapalhando para sair da sala.

Merda. Merda. Merda.

Ele descia com pressa novamente, mesmo que se perguntasse o que estaria de errado em contar para o melhor amigo que estava saindo com um diretor que conheceu naquela semana. Parou por alguns segundos e semicerrou os olhos. Repensou mais uma vez. Outra. Concluiu que Heechul jamais poderia saber.

Caminhou pelo salão imenso que tinha um espelho enorme no teto onde seu reflexo era exposto, enquanto sentia um sol calmo entrar em contato com sua pele. Avistou o Corolla do lado de fora com os vidros fechados e seu coração palpitou tão forte que ele jurava que tinha escutado um batimento. Suas mãos suavam um pouco, seus pés precisavam lembrar como era andar, seu corpo parecia perder um pouco da própria função. Limpou a garganta algumas vezes e puxou a porta do carro, respirando fundo antes de entrar e ter que lidar com aquele homem mais uma vez. Mas era impossível. Não tinha um tutorial que explicasse para Donghae como a beleza de Eunhyuk era estonteante e em como poderia ser ignorada.

— Boa tarde. — Sua voz calma veio acompanhada de um sorriso inesquecível e ainda assim, tímido. Donghae fechou a porta com calma e sorriu de volta, controlando suas ações para não cometer uma loucura. — Por que… está respirando tão forte assim? — As mãos de Eunhyuk encostaram em seu peito, fazendo o moreno ter uma morte interna.

— Oh… não é nada. — Donghae riu fraco e sentiu sua garganta fechar enquanto o olhar do outro o engolia com calma enquanto seus dedos dançavam em cima do seu peito. — Só… e-estou cansado, sabe?

— Tudo bem. — Eunhyuk voltou a posicionar suas mãos no volante, ligando o carro e manobrando para sair da San Pedro Street. — Quer comer alguma coisa?

— Na verdade estou morrendo de fome sim.

— Não é novidade.

— O que quer dizer com isso? — Donghae virou com a boca aberta, fingindo se sentir ofendido com o que ouviu. Mas Eunhyuk não respondeu. — Idiota! — Riu fraco, olhando o tempo pela janela do carro. — Hey! Você não me disse onde mora.

— Calabasas.

CALABASAS?

Eunhyuk concordou com a cabeça, passando a língua no lábio inferior.

— Isso é a tipo 50 minutos daqui, cara. Por que não escolheu um lugar mais perto, California Boy?

— Gosto de lugares caros. Você não se importa com isso, certo? — Eunhyuk o observou com calma, fazendo com que Donghae tremesse o corpo inteiro.

— Tudo bem por mim.

Os dois riram durante todo o percurso, trocando piadas internas e olhares de lado, demonstrando que aquilo era intenso demais para estar acontecendo em tão pouco tempo. O corpo de Donghae estava quente, aceso e Eunhyuk parecia gostar disso enquanto manobrava o carro entrando na Parkway Calabasas.

— Vamos fazer um jogo, ok? — Eunhyuk perguntou, observando o outro assentir e o encarar com uma expressão de dúvida sobre o que estava prestes a acontecer. — Se eu acertar três coisas sobre sua personalidade, você dorme na minha casa.

O quê? — Donghae arregalou os olhos, tentando formular alguma frase mas sua boca estava presa entre sorrir de nervosismo e xingá-lo por tanta audácia e nessa confusão, ele não conseguia dizer absolutamente nada.

— Se eu perder, você pode escolher o que fazer comigo.

— Soa como se você fosse ganhar alguma coisa de qualquer jeito. — Donghae arqueou uma sobrancelha, entendendo a lógica do jogo.

— Isso quer dizer que se eu perder você pode me beneficiar com alguma coisa?

Os dois se entreolharam por alguns segundos e Donghae sentiu sua bochecha queimar em diversos tons e temperaturas que era difícil explicar. Eunhyuk tinha aquela coisa de fazer com que ele se sentisse mais do que exatamente era e sabia acertá-lo do jeito certo.

— Posso começar?

— Certo. — Donghae engoliu em seco, observando as mãos habilidosas do outro deslizar pelo volante e um sorriso formar em seu rosto coberto de uma pele viciante e macia que ele queria muito tocar.

— Você detesta comida americana, todo tipo de massa e loucura que acontece por aqui. Estou errado? — Eunhyuk disse com tanta certeza que espantou toda a atmosfera do local. Não era possível na cabeça de Donghae que aquele homem tinha notado seu gosto pessoal em relação à comida. Não era possível.

— Como diabos você sabe sobre isso?

— Ok, já acertei uma. Hum… — soltou uma risada alta no carro, planejando em sua mente o que faria caso aquele pedaço de paraíso estivesse em sua casa durante toda uma noite. — Ok, eu tenho outra.

Donghae esperou com calma, temendo o que faria caso estivesse na casa daquele homem durante toda uma noite. Era demais para ele ter aceitado brincar daquilo sem nem ao menos ter pensado antes.

— Você tem um caso mal resolvido do passado e não gosta de falar sobre isso.

Uma pancada forte atingiu o coração de Donghae, que não sabia como processar aquela informação. Não tinha como nesse universo ele saber sobre aquilo, não era possível dentro daquele espaço e tempo.

— C...Como você…

— Eu sou formado em Psicologia pela Seoul University. Além do mais não teve como não perceber aquela sua briga com Heechul no dia que saímos para almoçar… Apenas juntei uma coisa com a outra.

Donghae abaixou sua cabeça, deixando transparecer sua vulnerabilidade, lembrando de tudo o que tinha acontecido e que sua mente tentava tanto deixar para trás. Não se deixava pensar que Siwon estaria no mesmo lugar que ele daqui a alguns dias. Não se deixava levar por esse caminho tão doentio e que destruiu grande parte de si mesmo. Ele continuaria sendo forte. Prometeu para sua consciência, alma e coração que não fracassaria.

— A última coisa.

— Hum? — ele levantou a cabeça com calma, enquanto avançavam por uma rua estreita com diversas mansões e carros luxuosos.

— Você fica quente e instável quando eu me aproximo porque sei que quer ficar comigo.

Os dois sorriram ao mesmo tempo, confirmando que aquela noite não seria apenas longa, mas que mudaria o curso de muita coisa também. Era difícil explicar como isso se desenvolveu em uma semana, era difícil porque nenhum dos dois sabiam como explicar.

Eunhyuk estacionou o carro em frente a uma casa colonial moderna, com uma fachada estonteante rodeada de vidros, luzes e flores por todo o caminho, acompanhada de três andares gigantescos. Donghae se perguntou como aquele ambiente não era grande e solitário demais para apenas uma pessoa e desceu do carro depois que o outro fez a mesma coisa. Pegou sua bolsa com calma e sentiu sua pele esquentar pelo sol, coisa que ainda o assustava e a Califórnia em particular tinha essa coisa de dar vida às pessoas pelo sol intenso.

— É… grande. — Donghae comentou, caminhando até à entrada.

— Gostou, hum?

Ele assentiu com a cabeça, esperando o porteiro que ficava em uma cabine perto do portão gigante abrir para que os dois entrassem. Donghae sentia-se indefeso e pequeno perto da imensidão que aquela homem trazia consigo. Tudo nele era estranhamente exagerado, confuso, fascinante, chegava a ser ridículo de bom.

— Engraçado como em nenhum momento você se preocupou com o fato de dormir na minha casa hoje. — Eunhyuk caminhou calmo até a porta principal da casa, exalando ar fresco para seus pulmões, mostrando confiança e deboche ao mesmo tempo.

— Acredite, isso me preocupa sim. — Donghae riu nervoso, agarrando sua bolsa contra seu corpo como se procurasse por defesa de alguma coisa, tentando esconder como era vulnerável a coisas novas.

— Não vou te machucar.

Donghae engasgou com o ar, tossindo diversas vezes até que recuperasse o próprio fôlego. Era cômico como nem ele mesmo conseguia acreditar nas coisas que ouvia, mas de fato, ouvia. E ouvia muito bem, tão bem que no fundo do seu desespero, ele gostava.

— O que deu em você hoje? — O moreno perguntou, disfarçando a imensidão de vermelho que cobria seu rosto, mas ficou sem resposta. Olhou para frente, enquanto Eunhyuk abria a porta que dava acesso a um salão imenso com dois sofás gigantes e muito branco por todo lugar. Tudo era estranhamente branco e cristalizado. Era como se o lugar estivesse coberto de uma neve luxuosa. Doía os olhos encarar por muito tempo.

— Vou pedir uma pizza, ok? Não precisa ficar com vergonha. — Eunhyuk riu fraco, notando o desespero do outro. Era fascinante demais. Seu corpo não tinha controle. — Está tudo bem MESMO você ficar aqui hoje? Não quero… te forçar a nada.

— Hum… — Donghae engoliu em seco, respirando fundo e buscando as palavras certas para dizer que queria muito, mas que não entendia o jogo de ir rápido muito bem. — Só não… apresse muito as coisas, ok?

— Vou te apresentar meu quarto.

De certa forma, Donghae odiava como nunca tinha respostas do outro. Ele gostava dessa audácia, mas não de não ter respostas sobre suas dúvidas ou de como gostaria que as coisas acontecessem. Não que também fosse muito experiente no ramo de flertar, aquilo só o incomodava.

Subiram com calma as escadas revestidas de um tecido macio e gostoso de andar por cima. O sol começava a sumir com calma, deixando o local mais fresco também. O ambiente era tão estranhamente bom e calmo, era como se fosse o ápice da paz. Era como pintar para Donghae. Como se todo aquele local fosse uma arte, um quadro branco que ele gostaria de explorar. Hyuk-Jae era a arte que ele queria explorar com calma, leveza, com dom.

Algumas horas se passaram até que a atmosfera de incertezas tinha ido embora com a vergonha de Donghae. Os dois estavam deitados na king size coberta de seda fina, em um quarto que tinha uma essência tão boa e algumas velas em volta também. A única coisa que separava os dois na cama era a caixa gigante de pizza e diversas garrafas de cerveja. O filme era Burlesque. Escolheram aleatoriamente, apenas para que tivessem uma desculpa para não olharem um para o outro o tempo inteiro enquanto comiam e bebiam. Na cabeça de Donghae, dormir naquele local seria um desafio tão intenso que ele procurava não pensar muito bem nem em como começar. Para Eunhyuk, era bom demais ter alguém que o fizesse rir, porque, de alguma forma, ele precisava também. E gostava da companhia do outro, não tinha como negar. Não que também fosse um sentimento gigantesco que consumia seu corpo, a questão toda era a presença, a inocência, ingenuidade e tudo o que construía Donghae, era insano de bom.

— Sabe… — ele começou, terminando o pedaço de pizza em sua boca enquanto movia suas pernas dentro de seu shorts azul. — Gosto disso.

— Disso o quê? — Donghae perguntou, encostando a cabeça no espelho da cama, observando as feições do outro com calma. Era tão… lindo. Chamativo. A pele era tão brilhante, branca, era como se fosse um anjo na terra.

— De estar com você. Essa semana nós saímos todos os dias e ficamos juntos por horas, acho que fazia tanto tempo que não conversava com alguém por tanto tempo que não fosse sobre trabalho.

É assim o seu jogo. Eunhyuk jogava de forma direta, sem pausa, sem um ritmo avisado. Era difícil acompanhar.

— Eu… preciso admitir que… — Donghae começou, colocando a garrafa de cerveja na cabeceira da cama e virando o corpo na direção do outro, sentando sobre suas pernas, como se estivesse pronto para uma confissão. — Não imaginava que você seria uma pessoa tão legal assim.

— Você está aqui hoje, certo? Acho que sou uma ótima pessoa então. — Ele disse, fazendo o outro rir e corar ao mesmo tempo, montando aquela sintonia inexplicável. — Obrigado por me levar a sério mesmo quando eu sei que é difícil.

— Acho que agora as pessoas irão me julgar por não ser muito inclusivo. — Donghae riu para si mesmo, pensando em trezentas coisas em sua cabeça, fazendo o loiro franzir o cenho e se perguntar sobre o que aquele comentário se tratava. — Somos dois coreanos. As pessoas irão comentar que não gosto de homens que não sejam asiáticos.

— Você precisa ocupar sua mente com coisas mais interessantes, sabia?

— Tipo?

Eunhyuk tirou a caixa de pizza do meio dos dois, colocando o que os separavam de lado e se aproximou de forma brusca do outro, assustando-o por alguns segundos. Encarou aqueles olhos escuros s e tocou seus dedos na pele da mão do outro, fazendo-o tremer por inteiro. Observou com uma calma assustadora suas expressões e as marcas que faziam o rosto de Donghae ser um mar azul que ele queria mergulhar. Juntou seu corpo mais perto. Um pouco mais. Grudou sua barriga no braço do outro e levou sua mão na nuca de Donghae, encontrando as linhas finas de seu pescoço macio, ainda o encarando sem nenhuma pausa.

— Hyuk-Jae…

Shh… — Eunhyuk fechou os olhos e pressionou a nuca de Donghae para baixo, fazendo sua cabeça tombar em direção a sua boca, selando um beijo tão calmo e puro que todas as ideias sobre pecado, céu, paraíso e arte transformavam-se em ideias distantes perto do que aquele beijo agora representava.


Notas Finais


gostaram? <3
em breve tem mais, meus amores.


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