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História MASTERPIECE (EunHae) - Três.


Escrita por: alecse

Notas do Autor


oi, geeente.
pois é, último capítulo :(
quero realmente agradecer a quem acompanhou a história, tenham certeza que ela foi importante DEMAIS pra mim. MASTERPIECE me tirou de um hiatus e uma fase muito ruim, eu realmente amei escrever essa história. foi como uma terapia. principalmente pelos meninos estarem no exército rs
mas é, sempre terei um carinho imenso por cada um que me incentivou e pela história também. só tenho que agradecer.
eu espero do fundo do coração que gostem!
obrigado, novamente.

ps1: a música da lemon é Rocket da Beyoncé.
ps2: tenho uma fanfic VKOOK em fase final, então, quem quiser saber quando eu postar, só me seguir aqui no site. <3

obrigado, amores. boa leitura!

Capítulo 3 - Três.


Sua perna estava formigando. Seus olhos ardiam também. Donghae sentiu uma onda de calor invadir seu corpo de forma tão absurda que deu um pulo daquela king size, sentindo a proteção do corpo de Eunhyuk sair do seu. Respirou fundo umas duas vezes antes de encarar o que estava de fato acontecendo. Ele estava nu, completamente nu. Coberto apenas por um lençol de seda muito fino e amarrotado, fazendo-o memorizar cada detalhe da noite que teve, cada beijo que percorreu seu corpo, cada ereção, cada orgasmo e suspiro. Sentiu-se duro de repente.

— Deus… — soltou um ar forte do pulmão, esfregando os olhos com calma e olhando em volta, notando Eunhyuk imerso em um sono profundo, com os fios loiros jogados em cima do seu rosto angelical. Donghae sorriu em meio a sua confusão. Era difícil acreditar, mas de alguma forma, estava acontecendo. — Como é possível nesse mundo um ser humano ser bonito assim? — olhou para o alto, como se estivesse conversando com alguma entidade. — Eu não pedi por isso, sabia? Olha onde eu estou! — baixou o tom de voz, juntando a palma das mãos como se estivesse em uma oração ou confissão. — Por favor, não foda tudo dessa vez… Merda… — negou com a cabeça, dando um tapa na própria face. — Desculpe o palavrão.

— Você fala sozinho assim mesmo toda manhã? — a voz de Eunhyuk surgiu como um trovão. Era difícil acreditar que era a voz dele mesmo. Seu tom natural era ameno, mas parecia que a manhã lhe dava outra personalidade. Donghae virou-se rapidamente assustado, ajeitando seu cabelo para transparecer arrumado pelo menos, podia jurar que aquele homem estava dormindo. — Você fica extremamente lindo desse jeito.

— Erm… hm… — Donghae engoliu em seco sentindo suas bochechas entrarem em chamas. Calmamente pegou suas roupas do chão e as vestiu, absorvendo o olhar pesado do outro sobre si. Era agoniante. Seu corpo não conseguia ter o controle necessário. — Obrigado.

— Venha aqui.

— Eu…

— Agora.

Donghae queria dizer algo, inventar uma desculpa de que iria ao banheiro, qualquer coisa, mas não conseguiu. Mordeu o lábio de baixo e subiu na cama novamente, engatinhando até se aproximar de Eunhyuk. Fitou seus olhos com tanta calma que doía. Era dolorido encarar a beleza daquele homem de tão perto.

— Eu quero ficar com você. — Eunhyuk disse, sereno, certo do que falava. A tontura matinal não impedia seu cérebro de trabalhar, ele costumava ser direto em todos os sentidos possíveis. — Eu realmente quero e você sabe disso.

— Hey… — Donghae sorriu tímido, olhando para suas pernas, cruzando os dedos um no outro, querendo fazer qualquer coisa que disfarçasse a vergonha em seu rosto. Não sabia se era cedo demais para ter alguém ou se o seu medo lhe impedia daquilo. — É difícil…

— Não aja como se eu fosse alguém incapaz de curar seu coração.

O quarto se transformou em um espetáculo de luzes e cores. A alma de Donghae tinha sido atingida com tanta força que sua pele deixou de praticar os sentidos básicos de absorver o que estava acontecendo. Sua boca estava selada, mas seu corpo gritava em agonia por poder ouvir aquilo. Ele realmente não tinha pedido por alguém esse tempo todo. Suas orações eram baseadas em fazer com que sua mente esquecesse o que tinha acontecido, mas jamais pediu para que alguém fosse o responsável por aquilo. Ele estava perdido, mas perdido de um jeito bom e confortável, pois tinha uma luz para guiá-lo.

— Eu não acho que sou a melhor pessoa para você, Hyuk-Jae. — sua voz era falha, doída. — Não que… — ele soltou um ar pesado dos pulmões e revirou os olhos, tentando explicar com as palavras corretas e então, direcionou sua atenção para o outro de vez. — Não que eu seja a pior pessoa do mundo, mas eu sou um idiota complicado e não quero te atrapalhar.

— Você me beijou, dormiu comigo, nós transamos. Eu não consigo enxergar algo de errado com você. — Eunhyuk riu e se levantou, sentando na cama enquanto o lençol cobria a parte de baixo do seu corpo. Ele pegou as mãos de Donghae com calma, observando seus olhos negros de perto. — Eu espero o tempo que for até você se acostumar com isso, ok? Não tenha pressa, só não corra de mim. — disse com a voz baixa, passando seu polegar na veia expressiva da parte de cima da mão de Donghae, que sorriu sem querer. — Não quero que esse sorriso suma nunca.

— Te odeio por fazer com que eu me sinta assim.

— Assim como? — Eunhyuk juntou as sobrancelhas, querendo saber do que aquilo realmente se tratava.

— Feliz.

Os dois entraram dentro daquela onda de luz e felicidade, interagindo em um oceano tão intenso e caótico de amor que descrever era complicado, mas era como se pertencessem ao momento sem um questionamento.

Duas horas depois o Camaro de Eunhyuk estacionou na Vine St., em frente a K&L Wine Merchants. Era o dia da convenção anual de Heechul e Donghae estava encarregado de escolher os melhores vinhos para a festa. Era um ritual todo ano para que os vinhos saíssem daquele lugar, mas a pedido do próprio Heechul, aquele ano a demanda precisava ser maior e de vinhos mais caros.

— Eu realmente odeio essa parte. — Donghae murmurou, colocando os óculos escuros pendurado em sua camisa, entrando na loja gigante que tinha um cheiro enlouquecedor e um aroma incrível.

— Ele é exigente nesse nível? — Eunhyuk o acompanhou, enquanto cumprimentava alguns vendedores.

— Ele escolheu a dedo o nome do vinho e essa porra custa uma grana. — Donghae gostava de usar aquele linguajar em situações de estresse, mesmo que não fosse de seu feitio.

Eunhyuk riu, tentando esconder sua empolgação ao ver o outro daquele jeito. Era engraçado e não tinha como ele negar.

— O que houve? — Donhgae se virou, tentando entender a situação. E rapidamente um vendedor com uma etiqueta escrito “Steven” na camisa se aproximou, cortando o assunto.

    — No que posso ajudar? — Steven disse sorridente, vestido com o uniforme peculiar da loja gigante.

    — Gostaria de fazer uma encomenda para um evento hoje. — Donghae suspirou fundo e tentou manter a calma. Era estressante. Mas Eunhyuk estava ao seu lado, observando-o, sorrindo e transparecendo tão angelical como sempre. Isso lhe dava paz.

— O sr. já tem alguma ideia do vinho ou quer um catálogo? — O vendedor perguntou enquanto se aproximavam de um balcão enorme, com diversos tipos de garrafas em amostra, diversas taças e um pequeno lugar reservado para questões de pagamento e negociações.

— Ah.. hum… — Donghe riu fraco e pegou seu telefone, abrindo o bloco de notas onde tinha anotado o nome do vinho que Heechul tinha lhe passado. — 2005 Chateau Brane-Cantenac. — pronunciou com os olhos semicerrados, tentando entender o que aquilo realmente significava. Mas era caro de qualquer forma, e ele realmente não se importava já que seu papel era apenas comprar e fazer com que todas as garrafas chegassem no local.

— Cada garrafa custa quase oitenta dólares… — Eunhyuk murmurou, chamando a atenção de Donghae. — Isso não é um pouco insano?

— Falou a pessoa que me arrastou para sua casa e fez coisas comigo.

Eunhyuk sentiu suas bochechas corarem e era impossível acreditar que aquele homem fosse real de fato. De início sua atração era apenas por diversão e agora ele se via no direito de permanecer do lado de Donghae de qualquer jeito.

— Não diga como se não tivesse gostado. — Ele murmurou na orelha do outro, que teve toda a sua espinha congelada.

O clima era quase fantasioso e a vontade dos dois era de se agarrarem ali mesmo, sem nem pensar duas vezes, mas de alguma forma, eles usavam o que os outros chamam de bom senso e Donghae apenas disfarçou a pequena ereção que se formou em sua calça. E retornando a sua expressão normal, passou o endereço de entrega para o atendente do local, que confirmou tudo e debitou do cartão o total da compra.

XxX

Heechul tinha os olhos atentos em seu computador. Tinha deixado a equipe de decoração no museu que ele usaria como festa. Pela primeira vez desde que abriu sua agência, comemoria os seus feitos dentro de um museu e não que a ideia tivesse saído do papel de forma fácil, ele teve que pedir permissão a todos os órgãos da cidade para que pudesse fazer aquilo acontecer e estava feliz que as coisas tinham dado certo.

— Azul ou cinza? — Siwon surgiu na sala, com dois ternos, querendo uma opinião sincera do outro que ainda estava marcado na alma pelo que tinha acontecido entre os dois. E desde então, as coisas não tinham sido mais as mesmas. Fazia apenas dois dias que Heechul tinha voltado a dormir em sua própria casa, com medo e agonia do que poderia acontecer caso ele permanecesse ao lado de Siwon. — Hey…

— Não. — Heechul engoliu em seco e tirou seus óculos, apontando para o outro que parou imediatamente antes de se aproximar. — Por favor, fique longe de mim. Eu realmente ainda não sei os motivos de não ter te tirado daqui ainda, mas… por favor, não se aproxime.

— Eu já pedi desculpas…

— Eu não quero discutir. — Ele voltou seus olhos para o computador, controlando seu corpo e mente para não entrarem em conflito. — Apenas compareça com seus investidores hoje a noite e volte para a Coréia o mais rápido possível.

— Você nem ao menos quer falar comigo! — Siwon largou as roupas em uma cadeira e ousou se aproximar, vendo o peito do outro estufar em agonia. — Eu não vou te machucar.

— Que se foda! — Heechul fechou o notebook com força, com a mão em cima da mesa formada em um punho, controlando toda sua estrutura para não fazer alguma besteira. — Você me bateu, tem noção disso?

— Eu… — Siwon respirou fundo, passando os dedos entre o rosto, procurando mais algumas milésimas desculpas para tentar aliviar a culpa. — Por favor, me perdoa. Eu não tenho mais ninguém…

— Do que é que você está falando?

— Yoona… ela entrou em um conflito, não fala mais comigo, diz que quer acabar com tudo… — Ele olhou para cima, tentando esconder aquela aflição e medo de ficar sozinho, mesmo que todo o seu corpo mostrasse que o seu último medo era aquele, bem dentro de sua composição, cogitar a ideia daquilo era torturante. — Eu não tenho mais o Donghae, toda a minha família se mudou para o Japão, não tenho mais meu casamento… O que irá sobrar?

Heechul sentiu uma pontada em seu coração, mas não era cem por cento de pena, no fundo, era engraçado até. Era como se ele sempre soubesse que a personalidade impulsiva e mesquinha de Siwon fosse levá-lo a esse fim.

— Eu não posso fazer absolutamente nada em relação a isso.

— C… Como? — Siwon arregalou os olhos, tentando fazer seus ouvidos terem conexão com seu cérebro para realmente entender aquilo direito.

— Vista a porra que você quiser, faça o que tiver de fazer, eu não me importo. Só cumpra a porra do contrato dos investidores que você assinou ou eu vou tirar todo o dinheiro que ainda te resta. — Heechul tinha seus olhos fixados nos do outro, que ardia em uma agonia intensa. — Você teve razão em dizer que eu não te conhecia, porque, bom, eu precisei de um tapa para que isso acontecesse, certo? — Ele se aproximou com calma, ajeitando o cabelo atrás da orelha. — Você sempre foi assim e eu só fui cego esse tempo inteiro.

— Você quer negar o que sente por mim agora? — Siwon riu de forma sarcástica, mesmo que estivesse quase alcançando o fundo do poço, parte de sua personalidade sempre queria se sentir superior aos outros.

— Já neguei todas as vezes que você quis me foder, negar o que eu sinto é mais fácil.

— Morra com esse sentimento. — Siwon praguejou, quase como se o ódio tivesse tomado conta de seu desespero.

— Que eu morra rico, bonito e feliz, pelo menos. E isso é algo que eu não posso dizer sobre você. — Heechul sorriu e piscou com um olho, passando por entre Siwon em direção ao seu quarto, mas antes que pudesse completar o caminho pelo corredor, deu meia volta e encarou o outro novamente. — Acho que o cinza combina um pouco mais com a situação, sabe? É o que geralmente sobra quando algo acaba.

XxX

Donghae tinha voltado ao seu apartamento depois de ter ido almoçar com Eunhyuk. Tinha que cuidar de alguns papéis para a festa, como a lista de alguns convidados importantes e do manual dos investidores. Era como se certa responsabilidade estivesse em seus ombros, monitorando-o e fazendo-o lembrar de que seu trabalho era apenas manter tudo em ordem para que um desastre não acontecesse, mesmo que aquilo fosse raridade dentre todos esses anos que se prestava a fazer aquilo. E pensando exatamente naquilo, todo esse tempo sua mente trabalhou entre as vertentes entre a arte, tentando achar alguma maneira de explicar seu sentimento em relação ao seu trabalho, seu corpo e seus desejos e parecia que sua inspiração tinha voltado de alguma forma, como se seus dedos tivessem voltado a pensar pelo seu coração.

Caminhou até os fundos, onde tinha um quarto reservado para seu material de pintura. Tirou o pano de um dos quadros em que estava trabalhando. Alguns pincéis estavam manchados de um amarelo fraco e ele sorriu lembrando do que aquilo se tratava. Era praticamente um segredo e mesmo que sua mente tivesse bloqueado seu corpo de fazer aquilo nos primeiros segundos, agora era tarde demais. E mesmo também que fosse a segunda vez que fazia aquilo na vida, ele sentia profundamente em seu coração que dessa vez era um tanto genuíno.

Suspirou fundo ao encarar os traços no painel, desde os olhos finos ao cabelo loiro, passando pelas marcas de sorriso e indo pelo formato de seu rosto angelical. Era divino e gracioso. Era um pecado tão grande que se tornava gostoso e fascinante. Pintar era o seu orgasmo e mesmo que ele fosse egoísta em relação ao que fazia, sentia como se precisasse compartilhar aquilo com alguém porque, de alguma forma, o seu erro anterior foi ter guardado para si mesmo e dessa vez Donghae se sentia livre para se expressar, assim como seus dedos estavam encarando a liberdade de criar novamente.

Decidiu deixar o quadro secando após finalizar alguns pequenos detalhes. Tirou seu avental e olhou o Rolex que ganhou de presente de Heechul em seu aniversário, vendo que passou tanto tempo ali dentro que a sensação era como se ele tivesse entrado dentro de um rio que limpou toda a sua alma por completo. Era revigorante. Olhou para os lados procurando os papéis de embrulhe e moldura, fazendo aquele trabalho que mesmo que levasse alguns minutos e paciência, já era prático em suas mãos. Confirmou para si mesmo que deixaria aquele quadro na galeria no fim da noite e mesmo que parecesse uma urgência, ele sentia que precisava fazer aquilo especialmente naquele dia.

Seu celular vibrou no bolso de trás, fazendo-o rodar o aparelho em seus dedos, abrindo para ver a mensagem.

Hyuk-Jae: combinar roupas é trending hoje em dia?

Ele soltou um riso absurdo com aquela pergunta, queria muito entender o que se passava na cabeça do outro.

Donghae: se você está falando sobre casais estranhos na Coréia, sim. Lol

Hyuk-Jae: podemos combinar nossas roupas, o que acha???

Ele riu mais uma vez, desacreditando da idade e de todo aquele homem.

Donghae: você sabe que investidores asiáticos estarão lá hoje, certo?

Hyuk-Jae: ?

Donghae: eles irão notar o que está rolando se você fizer isso, idiota.

Hyuk-Jae: eu realmente estou me importando muito com isso. Só vista uma maldita roupa azul e uma gravata preta, ok? Não esqueça de seu Saint Laurent.

Donghae franziu o cenho lembrando que não tinha nenhum Saint Laurent em seu armário.

Donghae: do que é que você está falando?

Hyuk-Jae: olhe sua mochila. Eu te encontro às 20h. X

Donghae correu todo o seu apartamento até chegar em sua mochila que estava largada na sala e estranhou não ter percebido aquele peso antes. Era realmente uma pessoa idiota demais para notar os pequenos detalhes das coisas. Suspirou fundo diversas vezes e abriu a mochila, vendo uma bolsa envolvendo um par do tal Saint Laurent. Era inacreditável. Aquilo reluzia em seu rosto, tinha pedras em volta do couro. Ele queria morrer de vergonha duas vezes por ter notado que aquilo era um presente e ele não tinha forças para agradecer, muito menos criatividade para retribuir com algo a altura. Então simplesmente guardou o sapato esperando a hora certa de usá-lo, não conseguindo conter o sorriso enorme em seu rosto.

Sentou-se no sofá com o notebook no colo, confirmando alguns e-mails e vendo notícias locais. O Today Asia iria cobrir, como em todo ano, a festa de Heechul e eles já estavam com os preparativos em suas redes sociais, fazendo Donghae revirar os olhos por achar qualquer veículo de mídia um tanto sensacionalista demais para seu gosto. Como ele recebia automaticamente toda e qualquer movimentação do evento por e-mail, as notícias do Today Asia também chegavam por ele ser parte da staff da festa, e uma notícia em especial chamou sua atenção já que o rosto estampado não lhe era estranho.

“Aparentemente, o casal luxo que perpetua na indústria asiática por quase dez anos está anunciando seu fim… ou é que nós achamos depois de internautas notarem como Siwon e Yoona estão se tratando em público recentemente…”.

Seu coração gelou por breves dois segundos. Fazendo seu fôlego sumir e esquecer de voltar para o corpo. Um filme passou em sua cabeça rapidamente, mesmo que contra sua vontade.

Três anos antes.

Los Angeles — Estados Unidos.

Donghae tinha os olhos completamente molhados e mergulhados em um loop de loucura infinito. Era como se aquilo fosse cruel demais até para sua realidade, era cruel demais para aceitar e ver que estava acontecendo. E mesmo que tudo fizesse sentido, sua cabeça ainda não conseguia captar a necessidade de ter sido ele a estar passando por aquilo.

— O que aconteceu? — Heechul se aproximou rapidamente depois de ouvir a taça se chocar contra o chão e chamar a atenção de todo o salão. — Fala comigo!

— Oh… — Donghae engoliu em seco depois de se afastar daquela sala, tentando recuperar sua aparência e estado. Tinha parte de sua calça com respingos da bebida e encarou o chão, vendo a bagunça que tinha feito. Queria morrer mais uma vez. Seja forte. Seja forte. Seja forte. Sua mente estava um caos tão grande que era possível escutar seus gritos internos de muito longe. — Tive uma dor de cabeça de repente e… — ele riu ainda nervoso, limpando seu rosto que estava completamente vermelho. — Eu sou muito desastrado, me desculpa. — disse tentando parecer ao menos convincente, enquanto um auxiliar da comissão contratada se aproximava para limpar.

— Você está bem mesmo? Tem certeza? — Heechul o puxou para um canto, enquanto as pessoas continuavam suas conversas, esquecendo do ocorrido depois de alguns minutos.

— Sim, claro… é apenas estresse, não precisa se preocupar. — Mentiu descaradamente, querendo acreditar até mesmo no que estava dizendo, mesmo que fosse muito difícil.

— Vocês precisam conversar.

— H...Hum? — Donghae engasgou, tossindo algumas vezes até voltar ao normal. — Do que é que você está falando?

— Ele não avisou sobre Yoona, certo? — Heechul riu revirando os olhos, passando a mão pelo rosto e suspirando fundo enquanto algo acontecia ao lado dos dois, fazendo com que a atenção fosse para o local. Siwon estava se aproximando devagar com os olhos assustados. — Converse com ele, subam. — Heechul disse mesmo que Donghae não tivesse prestando atenção muito bem ao encarar aquele homem de perto.

Siwon caminhou com calma até se aproximar, enquanto Heechul deixava o local. Estavam apenas os dois, um de frente para o outro e era como se o universo tivesse congelado todo o resto e reservado aquele momento. Mas não era como Donghae tinha imaginado, não era aquele conto de fadas ou a sensação de felicidade, não era como ele tinha imaginado e idealizado em sua cabeça duzentas vezes em todo esse tempo que já tinha se declarado completamente apaixonado por aquele homem. Era diferente. Doía. Era como se a realidade tivesse dado um tapa tão forte em seu rosto que qualquer movimento facial automaticamente cravava duas facas em seu peito.

— Por favor… eu… — Siwon começou, vendo que o outro ainda estava estático, com lágrimas que não caíam de seu rosto. — Converse comigo.

Donghae fechou os olhos por alguns segundos, tentando eliminar todo o barulho ao redor, tentando colocar sua cabeça no lugar para não desabar. Largou sua família, seu lugar de origem, seus quadros, seus estudos para experimentar aquilo e tudo já tinha começado mal. Sentia-se incompleto, completamente devastado por saber que a verdade era realmente tão cruel quanto o destino.

— Você mentiu pra mim. — disse com a voz trêmula, e foi a única coisa que conseguiu dizer depois de sentir seus braços serem carregados para a escada que dava no segundo andar, onde diversos quartos estavam posicionados em um corredor coberto por um carpete cinza.

Sentiu um vento gelado passar por entre os dois enquanto subiam as escadas e era desesperador. Aquele homem o assustava em certo ponto porque o verdadeiro Siwon ele não conhecia. Todas as conversas, os assuntos, tudo realmente tinha ido para um lugar que Donghae não conhecia. E seu medo se intensificou quando ele notou que estava em um quarto e que Siwon tinha trancado a porta.

— Você vai conversar comigo. — Siwon disse, com uma expressão indecifrável.

— Você acha que tem o direito? — Donghae passou o dedo em sua bochecha, tirando uma lágrima que estava ali. Respirou fundo, tentando ao máximo colocar seus pés no chão e sentir aquilo de verdade. — Você é casado. Casado! Tem ideia do que isso significa?

Siwon se aproximou de forma rápida, calando os lábios do outro nos seus, beijando Donghae com tanta força que o machuva, chocando suas costas na parede do outro lado do quarto. Era um beijo que avassalava ambos, mas que era tão forçado e dolorido que não podia continuar.

— SAI! — Donghae gritou, empurrando Siwon com força, encarando seu rosto espantado com aquela ação repentina. — Deus, eu tenho nojo de você!

— Você é apaixonado por mim. — Siwon murmurou quase tão inaudível que assustou o outro mais uma vez, era como se a personalidade daquele homem transitasse entre a divindade e o próprio inferno. Siwon conseguia ser um demônio assustador e repugnante.

— No momento eu sinto raiva, eu… — Donghae sentiu um baque em seu peito, ele não conseguia falar, mas precisava. — Eu quero que você desapareça da minha vida, sinceramente.

— Você não quer.

— NÃO SE APROXIMA! Eu grito, eu juro que eu saio daqui e conto pra todo mundo quem você realmente é se tentar alguma coisa comigo. — Donghae aumentou seu tom de voz, ao mesmo tempo que tinha uma vontade imensa de cair em lágrimas e uma outra mistura de sentimentos ao ainda encarar aquele homem de perto. Sentia que fosse morrer a qualquer momento.

Siwon abriu caminho, olhando com calma um Donghae assustado sair do local e passar pelo corredor sem olhar para trás. Sentia-se estúpido, a pior pessoa do mundo e sem tirar razão nenhuma daquilo. Era como se tivesse acabado com todas as possibilidades de sair daquela vida tão miserável que levava por tanto tempo. Nunca amou Yoona, nunca quis estar dentro daquilo de verdade, mas era fraco demais para lutar a favor de suas vontades. Ele não era ambicioso o suficiente.

Alguns passos corretos e outros em falso, mas Donghae conseguiu descer as escadas, mesmo que carregasse uma espada gigantesca em seu peito, fazendo-o sangrar cada passo. A música estava fazendo sua mente pirar e girar, seu corpo estava entrando em um colapso. Queria apenas ar, queria apenas sumir. Andou rapidamente por todo o salão até a saída, dando sinal para um táxi e indo diretamente para o apartamento onde estava hospedado.

XxX

Atualmente.

Sentiu o notebook esquentar a pele de sua perna, forçando-o a voltar para sua realidade. E mesmo que tivesse superado muito daquilo, ainda era algo que martelava em sua mente. Ser enganado por um amor é doloroso, mas pelo primeiro grande amor era quase como sentir o coração saindo pela boca em agonia. Respirou um ar puro com calma, fechando os olhos e idealizando Eunhyuk em sua cabeça, desde a extensão do corpo pintado por dedos divinos até na pele fina de seu rosto, pensando na calma que aquele homem o proporcionava e em como sua perfeição era assustadoramente instigante para toda a sua estrutura pequena. Era arrepiante pensar nele, mas de um jeito bom.

Duas horas depois encarava seu espelho, olhando para o Saint Laurent brilhar e fazê-lo sorrir na mesma intensidade. Tinha cortado um pouco de seu cabelo, modelando sua franja para cima, deixando sua testa lisa à mostra. Por alguns segundos viu que suas feições tinham melhorado naquelas semanas, parecia que seu corpo formigava em felicidade e isso era visível em sua aparência também. E terminando de arrumar todas as coisas em seu quarto, pegou o quadro que já estava embrulhado, tomando cuidado para não bagunçar sua roupa e também não derrubar o objeto de suas mãos.

O carro de Eunhyuk buzinou duas vezes, fazendo Donghae relaxar por saber que ele estava ali de alguma forma. O relógio marcava exatamente 20h. Mesmo que sua presença naquelas festas fosse certa e que todos os investidores o conhecesse, daquela vez era diferente e ele não estava assustado. Estava feliz. Era daquela forma que ele idealizava felicidade.

Desceu de seu apartamento, vendo o Camaro iluminar um pouco da rua e notando Eunhyuk franzir a testa se perguntando o que ele estava carregando.

— Pode abrir atrás, por favor? — Donghae perguntou, rindo um pouco sem graça enquanto o outro confirmava com a cabeça mesmo sem ter muita certeza do que estava acontecendo. Donghae posicionou o quarto no porta-malas e deu meia volta, entrando no carro e observando a imensidão de beleza ao seu lado, que o beijou sem nem mesmo pensar. — Oh…

— Você está realmente muito lindo. — Eunhyuk comentou, rindo calorosamente e dando partida no carro.

— Estamos realmente combinando roupas. — Donghae riu e sentiu suas bochechas corarem por alguns segundos, ele realmente não podia acreditar naquilo. — Você é maluco, sabia?

— Completamente… — o loiro mordeu o lábio inferior, desviando a atenção do caminho e olhando para um Donghae envergonhado. — No momento estou completamente maluco por você.

Os dois seguiram o caminho inteiro trocando aquelas farpas casuais de um casal de duas pessoas jovens e apaixonadas e era como se fosse o destino pudesse ter reservado que eles se encontrassem, mesmo que por acaso e do jeito mais irreal possível. E quando o carro dobrou na S Grand Ave em direção ao museu The Broad, luzes começaram a surgir de todos os cantos. Era meio inacreditável que Heechul tinha realmente conseguido aquele lugar para dar uma festa, e isso era assustador também porque sua influência no meio artístico estava conquistando tanta coisa que Donghae não tinha dúvidas que a Asian2Deco pudesse expandir em outros lugares no futuro. E conforme o carro se aproximava para estacionar, era possível ver a estrutura do museu, que sempre chamou muita atenção, brilhando em azul, que era a cor do evento naquele ano.

Daebak. — Eunhyuk tinha a boca aberta ao manobrar o carro, olhando para frente enquanto pessoas começavam a entrar pelo enorme tapete vermelho montado. Parte da rua tinha sido fechada para que os carros pudessem ser colocados, assim como o tapete também. — Não custa demais dar uma festa assim?

— Ele economiza o ano inteiro. — Donghae comentou, abrindo a pora do carro e sentindo o ar gelado invadir seu corpo.

— Seria muito chamativo entrarmos de mãos dadas? — Eunhyuk perguntou, enquanto acionava o alarme do carro. E seu rosto não demonstrava nenhum tipo de brincadeira em dizer aquilo, porque ele realmente queria. — Por que está me olhando assim? — perguntou depois de notar o outro de boca aberta.

— Você não está falando sério, certo?

Eunhyuk não respondeu, apenas parou de encará-lo e segurou sua mão, ignorando o que pudessem achar ou falar em relação aquilo. Os dois caminharam até chegar no tapete vermelho, onde diversos repórteres e câmeras estavam posicionadas, capturando imagens de um Donghae completamente imerso em uma vergonha absurda, por estar fazendo aquilo tão publicamente assim. Até mais cedo, sua única preocupação era saber se tinha ido tão bem no sexo, agora estava se perguntando como as coisas tinham evoluído em tão pouco tempo.

— Mas que porr… — Heechul quase berrou quando viu os dois entrarem, olhando diretamente para as mãos de pele branca entrelaçadas uma na outra e para a roupa de ambos combinando. — Eu preciso absorver. Ok. Respira. — colocou a mão no peito fingindo estar passando mal e contou até três. — Como assim isso?

— Ah… oh… — Donghae engasgou com o ar novamente, sempre repetindo aquele ato engraçado quando estava nervoso, mas não conseguia muito bem dizer algo convincente.

— Me desculpa se eu roubei seu funcionário por um tempinho… — Eunhyuk riu de forma graciosa e era impossível não resistir ao seu charme.

— Por que eu sou o último a saber? — Heechul montou uma expressão de ofendido, pegando uma taça de vinho do garçom que passou por entre eles. — De qualquer forma, usem camisinha, ok? Não façam nada que machuquem um ao outro e me avisem quando oficializarem isso. — ele sorriu, dando seu tipo de benção, do seu próprio jeito, mas antes de se retirar, deu meia volta e encarou Donghae, que estava um tanto perdido no meio daquilo. — Esteja aqui na hora do discurso.

Donghae apenas concordou com a cabeça, sentindo muitos olhares entre os dois, mesmo que o meio artístico fosse completamente liberal em relação a tudo. Sentia-se nervoso, mas toda vez que tremia, a mão do outro apertava contra a sua, como se soubesse da intensidade das batidas de seu coração.

— Estão nos olhando porque somos bonitos demais. — Eunhyuk disse baixo, piscando para Donghae, que sorriu de volta.

Os dois se dirigiram para dentro do salão, cumprimentando algumas pessoas enquanto tomavam uma taça do vinho que Donghae tinha encomendado, que por sinal, era realmente bom apesar do preço caro. Avistaram o museu mais de perto, observando sua estrutura completamente coberta por um branco que cegava a quem encarasse por muito tempo. Muitos vidros também rodeavam o local, o que ajudava no contraste sofisticado que a festa em si trazia. Muitos asiáticos também estavam presentes, apesar da quantidade de ocidentais aumentar gradativamente conforme os anos passavam. E uma sala especial para os investidores confirmava isso, já que era raro um asiático entrar naquele local para depositar suas ações para a agência. Heechul realmente tinha conseguido bons frutos.

— Eu acho que querem alguma entrevista. — Eunhyuk comentou, chamando a atenção de Donghae, que notou uma aglomeração se aproximando, com uma luz muito forte tirando um pouco de sua visão e uma voz fina acompanhada de um salto chegando cada vez mais perto.

— Oh Deus, um casal! — a voz exclamou, e quando Donghae conseguiu enxergar com clareza, era uma repórter do Today Asia que tinha se aproximado com uma câmera e um script na mão, como se estivesse pronta para exibir aquilo para o mundo inteiro. — Vocês se importam?

— Oh, não. — Eunhyuk tomou a frente, apertando a mão do outro, que sorriu ainda envergonhado, mas era uma confirmação acanhada. — O que você quer saber?

— É difícil encontramos um casal gay hoje em dia com tanta evidência no meio artístico, certo? — ela comentou, com os cabelos loiros caindo sobre seus ombros, um sorriso no rosto que não descolava dali, parecendo ter orgulho de seu próprio trabalho. No peito, um crachá escrito “Dara”.

— Bom… — Eunhyuk coçou a garganta, pensando bem antes de começar. E apesar de ser um homem de negócios conhecido em seu meio, nunca teve medo de dizer quem realmente era para as pessoas, então ali era só mais uma confirmação de sua personalidade e era bom dizer que tinha encontrado alguém, lhe fazia bem de alguma forma. — Somos dois asiáticos e o fato de podermos fazer isso em público eu considero particularmente como uma revolução, principalmente por sermos coreanos. — sua voz era serena, tranquila, ele falava de forma calma enquanto alternava em olhar para a câmera, a repórter e também para Donghae, que não tinha palavras para expressar aquilo. — E é importante quando se encontra alguém, é importante encorajar outros como nós para ser quem são sem medo. Peço apenas que amem, façam sua arte, encorajem uns aos outros e se apaixonem perdidamente até encontrarem alguém que valha a pena… como eu encontrei.

— Hmmmm.. — Dara sorriu, virando para a câmera. — Parece que a arte é realmente algo impressionante, não é? A convenção anual da Asian2Deco procura sempre mostrar o melhor da diversidade humana e o Today Asia irá cobrir tudo essa noite. Fiquem ligados!

A câmera foi desligada junto com a luz, deixando os dois naquele ambiente de amor intenso. A repórter agradeceu, pedindo o nome de ambos e desejando felicidades, o que era um pouco estranho porque nenhum dos dois estavam de fato namorando, mas era como se a mente de Donghae e Eunhyuk estivessem conectadas, como se não precisassem daquele tipo de status, porque o fato de estarem juntos já era suficiente.

Depois de rodarem pelo local, tirando fotos com algumas pessoas importantes apenas para recordação, o pequeno palco no local ganhou uma luz em especial, exibindo um Heechul animado, com um sorriso no rosto e uma taça por entre os dedos. Não era raro vê-lo daquele jeito, mas aquela ocasião era especial para ele.

— Boa noite. — Heechul começou, prendendo a atenção de todos em seu clássico discurso, enquanto todos se posicionavam para ouvi-lo. — Eu realmente quero agradecer a cada pessoa que está aqui, tanto rostinhos que eu já conheço quanto pessoas novas que descobriram a arte e resolveram prestigiar todo esse trabalho. Eu sou agradecido a cada um. — disse convicto, recebendo aplausos e alguns gritos da pequena platéia. — Em especial à minha staff, que me ajudou e me ajuda a construir tudo isso todos os anos. Vocês fazem a arte valer a pena, principalmente quando ela não precisa de sentido, porque vocês fazem isso por mim todos os dias. Donghae e Yesung principalmente, por cuidarem sempre da Asian2Deco e colocarem tudo em ordem. — ele direcionou seu olhar para Donghae que respondeu com um sorriso e um aceno com as mãos. — Algumas pessoas estão apaixonadas essa noite, certo? — ele perguntou, recebendo alguns suspiros e risadas da platéia, deixando o casal do outro lado com uma vergonha imensa. — A todos aqueles que descobrem o sentido do amor todos os dias ou que não precisam buscar esse sentido para amarem: parabéns, e continuem. O amor é a forma mais sólida da arte. E agradecendo também a todos os investidores, eu desejo uma ótima festa e que aproveitem bastante. — encerrou seu discurso, com palmas por todos os lugares.

— Ele não brinca em serviço. — Eunhyuk susurrou no ouvindo de Donghae, que concordou com a cabeça enquanto o abraçava, dançando uma música que ele não fazia ideia do que era, mas não queria sair daquela posição. Era surreal estar com alguém em público daquele jeito e ele já tinha começado a se acostumar.

— Com licença… — uma voz interrompeu os dois, fazendo com que desgrudassem. — Desculpe interromper, mas…

    Donghae desgrudou o rosto do ombro de Eunhyuk, olhando para o lado para ver do que aquilo se tratava. E seu coração travou por alguns segundos, como se uma ferramenta tivesse interrompido as funcionalidades daquele órgão.

    — Posso conversar com Donghae por alguns segundos? — Siwon sorriu, exibindo suas covinhas casuais, vestindo aquela personalidade sensata.

    — E quem é você? — Eunhyuk tomou a frente como sempre, antes que Donghae pudesse ter alguma ação.

    — Um amigo.

    — Não se preocupa. — Donghae murmurou depois de respirar fundo algumas vezes e segurou na mão de Eunhyuk, para deixar claro tudo o que realmente estava acontecendo. — Algo de errado?

    — Oh… — Siwon olhou para baixo, notando as mãos entrelaçadas e perdeu um pouco do equilíbrio do próprio corpo. Mesmo que tivesse encontrado os dois abraçados, não imaginava que fosse realmente sério. A verdade é que ele esperava que Donghae cedesse quando o visse. Mas não era desse jeito que iria funcionar. — Bom, na verdade não é nada. Só vim… hum… saudar os dois e desejar felicidades.

    Ele se retirou na mesma intensidade que apareceu, fazendo Donghae refletir por alguns segundos ao notar que a aparência de Siwon não era a mesma de antes, mesmo que o encontro dos dois em alguns anos tivesse acontecido de forma tão horrível, ele sabia que tinha algo de muito errado acontecendo com aquele homem. Mas, de um jeito interessante, aquele era o último de seus problemas. Ele realmente não se importava e tinha acabado de notar que fez sua mente trabalhar com seu coração para não ceder.

    — Está tudo bem? — Eunhyuk o puxou de volta com calma, vendo Donghae confirmar com a cabeça depois de ver Siwon se retirando da festa com pressa. — Ele é algum problema?

    — Não. — Donghae encarou os olhos do outro e encontrou paz novamente, então, sorriu. — Eu preciso fazer uma coisa, vem comigo?

    — E o que é?

    — Me leva até a Asian2Deco. Eu preciso… bom, só me leve lá, por favor? — Donghae pediu, mordendo o lábio de baixo, tentando convencê-lo.

    — Tem certeza que quer sair da festa assim? — Eunhyuk riu, franzindo o cenho.

    — Podemos voltar depois, isso aqui só acaba de manhã.

    Eunhyuk concordou com a cabeça e os dois saíram do salão, como se estivessem embarcando em uma aventura no meio da madrugada. Era simplesmente deliciosa a sensação de estarem livres de qualquer problema ou preocupação. Os dois pertenciam um ao outro em todos os conceitos e mesmo cientes de suas limitações, era como se pudessem se ajudar.

    — Certo… — Eunhyuk girou a chave do carro, ainda se perguntando o que estava acontecendo. — Pode me falar agora?

    — Não. — Donghae sorriu, abaixando o vidro do Camaro, sentindo aquele vento maravilhoso entrar e bater de frente com seu rosto, era simplesmente maravilhoso.

    O carro saiu do The Broad indo em direção a San Pedro Street, onde a galeria ficava. O trajeto não durou nem dez minutos, e quando perceberam já estavam estacionando no local que tinha apenas as luzes de fora acesas. Não precisava de segurança noturno também, a região era conhecida por pouquíssimos assaltos e a polícia local sempre estava presente em rondas.

    Desceram do carro e Donghae pediu para que Eunhyuk abrisse o porta-malas, então, retirou o quadro que ainda estava embrulhado. Fazendo todo um suspense, Donghae tirou a cópia da chave do portão principal da galeria de seu bolso, equilibrando o quadro em uma mão e tentando abrir a porta com a outra e mesmo que o desastre seja parte de sua personalidade, ele conseguiu concluir.

    — O clima aqui é diferente a essa hora. — Eunhyuk entrou e fechou a porta, vendo como todo o ambiente era cativante mesmo com a maioria das luzes apagadas. Era quase como se convidasse a ficar ali por todo o tempo do mundo sem se preocupar com absolutamente nada.

    — Vem comigo. — Donghae estendeu a mão e foi correspondido enquanto andavam pelo corredor dos fundos, que dava acesso a uma sala imensa com uma mesa tão grande quanto no meio. Ali geralmente aconteciam as negociações dos quadros que seriam vendidos, assim como também eram desembrulhados os quadros que chegavam de fora. — Eu fiz isso aqui pra você… — ele riu em meio ao seu nervosismo e posicionou o quadro em cima da mesa, tirando todo o embrulho marrom, revelando a pintura que levou todas as horas de sua semana. — Bom, eu espero que… goste.

    O quadro revelou mais que o coração de Eunhyuk pudesse suportar. Era além, estava além. Ele estava de boca aberta perto de como aquilo era lindo em escalas gigantescas. Não sabia como responder direito, nem mesmo que se dizer obrigado era suficiente.

    — Sou… eu? — ele perguntou, com os olhos marejados. Era surpreendente. — Eu…

    — Você gostou? — Donghae perguntou, vendo o outro se perder no meio de tanta felicidade e loucura, era simplesmente insano.

    — Você me desenhou… você… — Eunhyuk colocou a mão no rosto, procurando as palavras necessárias, mas não conseguia encontrar. Dedilhou com calma o quadro, vendo que cada detalhe tinha sido tão bem desenhado que era difícil encarar e notar que aquilo tudo fazia parte de si mesmo. — Eu amo você.

    Donghae sentiu seu coração pulsar tão forte que pensou que fosse desmaiar. Estava sendo arrebatado para outra dimensão, outro local da vida que ainda não tinha sido explorado pela humanidade. Seu corpo estava explodindo em um fogo descomunal. Ele precisava liberar aquilo.

    Os dedos finos de Donghae colocaram o quadro em um local no canto da parede e ele girou seus pés na direção de Eunhyuk que o encarava com um olhar que poderia incendiar toda aquela galeria. Com uma calma mortal, Donghae respirou no pescoço do outro, que fechou os olhos, andando para trás até encontrar a mesa, onde apoiou seu corpo, sentindo aquela respiração fraca em sua pele que foi substituída por uma língua molhada, por lábios macios, que subiam em todo o seu pescoço, queixo, deixando uma linha molhada até a sua boca. Era impossível não ficar duro diante daquele toque, era infernal, era como se Donghae despertasse todos os desejos carnais mais obscuros de sua alma, ele tinha vontade de gritar de tanto tesão.


Let me sit this ass on you
(Me deixe sentar essa bunda em você)
Show you how I feel
(Te mostrar como eu me sinto)
Let me take this off
(Me deixe tirar isso)
Will you watch me?
(Você vai me assistir?).

    Donghae apertou com tanta força a ereção de Eunhyuk na calça que foi realmente doloroso de um jeito tão bom que aquele homem gigante não sabia como expressar. O momento era apropriado, o local, o ambiente inteiro era confortável para qualquer sexo, em qualquer posição, era como se eles precisassem colocar a arte de seus corpos em evidência. E Donghae entendia disso muito bem. Continuava massageando a ereção do outro, que tombou a cabeça para trás, sentindo uma mão tirar seu paletó, a gravata, a blusa. Era arrepiante. Donghae levou um de seus dedos no mamilo de Eunhyuk e no outro colocou sua boca, roçando seu próprio pau duro na calça volumosa do outro. Ele queria apenas proporcionar tanto prazer para seu homem como forma de agradecimento que agia conforme seu corpo mandava.


Yes, mass appeal
(Sim, apelo massivo)
Don't take your eyes, Don't take your eyes off it
(Não tire seus olhos, não tire seus olhos disso)
Watch it, babe
(Assista, babe)
If you like
(Se você gostar)
You can touch me, baby
(Você pode me tocar, baby)
Do you, Do you wanna touch me, baby?
(Você… Você quer me tocar, baby?)
Grab ahold, don't let go
(Agarre firme, não solte)
Let me know… that you’re...ready
(Me deixe saber… quando você estiver… pronto).

    — Você… — Eunhyuk gemeu, sentindo a língua molhada de Donghae em seu mamilo, tentava apoiar suas mãos na mesa para não cair, mas era complicado demais pensar em qualquer coisa. Com rapidez sentou-se, trazendo Donghae para mais perto, colocando suas mãos na cabeça do outro e o forçando para mais baixo, onde tinha algo pulsando com tanta força que doía. — Tira. Chupa.

    Donghae obedeceu, vendo Eunhyuk começar a suar. Soltou um sorriso de leve. Tirou o cinto e desabotoou a calça, notando a cueca branca daquele homem exibir algo tão duro que o assustou. Não sabia que era capaz de proporcionar tanto prazer a alguém, mas estava feliz de que tinha conseguido. Tirou a calça das pernas de Eunhyuk, que mesmo sentado na mesa estava lutando para não fazer alguma loucura e com uma calma dolorosa colocou a boca por cima da cueca, mordendo e molhando com sua língua a região que revelou ainda mais um pau já melado e doido pra ser abocanhado com precisão.

    — Duro demais, hum? — Donghae gemeu, prendendo os dentes na barra da cueca e trazendo-a para baixo, conforme o outro mexia o corpo ajudando a tirar a peça. — Você gosta quando eu te chupo, Hyuk-Jae? — perguntou com os olhos imersos em loucura, enquanto deitava Eunhyuk na mesa,subindo por cima dele e tirando sua própria roupa, jogando no chão. Suspirou fundo e desceu seu corpo no do outro, passando a língua nas veias do pescoço, descendo pelo peitoral, passando pela barriga e chegando mais em baixo, onde enfiou sua boca de vez naquele pau, fazendo Eunhyuk soltar um gemido alto. — Gosta, hum? — desceu ainda mais sua boca, enfiando tudo com tanta precisão que era assustador. Movia lentamente sua cabeça para cima e para baixo, sentindo seu maxilar começar a trabalhar na mesma intensidade que o fogo do seu corpo.

    Eunhyuk tinha o corpo estirado na mesa enquanto tentava assistir Donghae trabalhando em cima dele. Moveu um braço em sua direção, agarrando seus dedos no cabelo do outro e forçando a cabeça de Donghae para baixo, cada vez mais fundo, fazendo-o engasgar no seu próprio pau. Era tão delicioso ter aquele homem e toda a sua estrutura, todo o seu poder e ganância, mesmo que se escondessem na maioria das vezes. Era divertido liberar a inocência dele. E com calma, ele moveu seu quadril para cima e para baixo, alternando entre foder a boca de Donghae e afundar sua cabeça com o movimento de seu braço.

    — Deus, hum… — Eunhyuk gemia tão alto que era possível ouvir do lado de fora, ele aumentava cada vez mais a velocidade em que fodia aquela boca vermelha, vendo o peitoral de Donghae afundar e começar a suar junto com o resto de seu corpo, então, foi parando os movimentos com calma. — Tire a roupa.

    — Hum? — Donghae o encarou, tirando sua boca do local, deixando escorrer saliva pelo canto do queixo, mas depois de questionar, obedeceu. Tirou sua calça e os sapatos, ficando apenas de cueca em cima de Eunhyuk, que observou cada músculo daquele corpo preenchido por uma pele tão fina que o paraíso teria inveja.


I just wanna show you now
(Eu só quero te mostrar agora)
Slow it down... Go around
(Vá devagar, vá por aí)
You rock hard
(Você agita forte)
I rock steady
(Eu agito constantemente).

    Eunhyuk levou suas mãos na bunda de Donghae, dando dois tapas fortes em cada lado, fazendo o outro em seu colo pular por alguns segundos, sentindo a vermelhidão se formar por de baixo de sua cueca. A mão de Eunhyuk era tão chamativa quanto pesada, todas as veias estavam saltando, mostrando como sua excitação era extremamente evidente a quilômetros de distância. Depois de mais outros tapas, ele tirou a cueca de Donghae, deixando aquele membro glorioso a mostra enquanto Donghae por si só já começava a rebolar no colo de Eunhyuk, provocando-o, querendo senti-lo bem fundo de qualquer maneira.

    — Você gosta de rebolar, hum?

    Donghae estava imerso, perdido em seus próprios pensamentos enquanto o suor escorria como uma fonte de sua testa e de todo seu corpo. Ele não conseguia controlar aquela vontade de ser preenchido e como um borrão, se posicionou mais a frente, colocando sua bunda entre o pau de Eunhyuk, que estava completamente lubrificando e procurando aquela entrada mais do que qualquer coisa. Os dedos finos de Eunhyuk arranharam as pernas de Donghae, deixando uma intensa marca vermelha, enquanto movimentava seu quadril para que seu próprio pau entrasse dentro dele logo, sentindo o quanto Donghae era extremamente apertado e sensível e mesmo que fosse a segunda vez que transassem, aquele momento era especial demais de alguma forma.

    — Me fode… por favor. — Donghae gritou, curvando suas costas para baixo, colando seu rosto no do outro, deixando sua bunda completamente empinada e aberta. Eunhyuk abriu mais ainda o local com suas próprias mãos, penetrando-o devagar, sentindo os músculos de Donghae relaxarem e seu corpo tremer cada vez que ele introduzia mais fundo. — Porra! — ele gemeu alto, jogando a cabeça para trás, respingando suor por toda a mesa. — Me fode, Hyuk-Jae! — movimentou o próprio corpo para baixo, fazendo com que aquele pau entrasse mais rápido, já que estava completamente lubrificado e molhado de saliva.

    — Vem aqui. — Eunhyuk o chamou enquanto o fodia com calma e o observava, sentindo suas estocadas causarem um efeito devastador no corpo do outro, que tremia com tanto tesão. Era uma cena inesquecível ver aquele rosto molhado de suor, o cabelo escorrendo na testa, a boca completamente vermelha e o corpo marcado. Eunhyuk se sentia em um paraíso inexplicável. E com calma, Donghae curvou seu corpo para baixo novamente, indo em direção a boca do outro, que retribuiu o toque, o beijando com tanta precisão que era enlouquecedor, mordendo o lábio de baixo e passando seus dedos pelos fios de cabelo de Donghae. — Gosta assim? — ele o penetrou de uma vez, fazendo um barulho forte quando sentiu seu próprio pau entrar por completo e agarrou o corpo do outro, que gritou com a ação inesperada. A barriga dos dois estavam coladas, peito no peito, respiração forte, batimentos exatamente iguais. — Shh… — ele o fodia de uma maneira tão boa que a dor era apenas um detalhe.

    — Goza dentro de mim, Hyuk-Jae. — Donghae murmurou enquanto sua bunda era completamente penetrada e recebia diversos tapas por minuto. Seu pau roçava a barriga de Eunhyuk, fazendo uma fricção tão deliciosa que ele pensou que iria morrer a qualquer momento. — Por favo..r..

    — Fica de joelhos na mesa.

    Donghae desgrudou do corpo de Eunhyuk, se levantando e obedecendo, estirando seus braços na mesa, com todo o corpo empinado e aberto para receber aquele homem novamente. Ele poderia fazer aquilo por horas. Sentiu algo molhado preencher sua entrada, notou que era saliva e depois dos dedos. Gemeu conforme seu rosto grudava na mesa, molhando todo o local pelo suor que escorria. Sentiu mais um dedo e gritou mais uma vez e rapidamente levou uma mão no próprio pau, masturbando-o e sentindo a lubrificação escorrer entre seus dedos. Sentiu o membro do outro entrar novamente, dessa vez com mais força.

    — Você quer que eu goze dentro de você, hum? — Eunhyuk perguntou com tanta ferocidade na voz que era assustador e delicioso ao mesmo tempo. Ele introduzia, sentindo as pernas de Donghae tremerem.


So rock right up to… The side of my mountain
(Então agite… o lado da minha montanha).
Climb until you reach my peak babe, my peak, the peak
(Suba até atingir o meu pico, baby, o meu pico, o pico)
And reach right into the bottom of my fountain
(E até chegar ao fundo da minha fonte).
I wanna play in your deep end, your deep end, the deep
(Eu quero brincar no fundo do seu poço, no fundo, o fundo).

    Começou a estocar com precisão, fazendo aquele movimento por diversos minutos, enquanto seus corpos entravam em sintonia a cada toque. Era a confirmação de que ambos se pertenciam de todos os jeitos. Cada gemido, ardência, dor, cada vez que os dois se arranhavam. Era como se atingissem o ponto mais alto de ambos, onde encontravam o ápice do orgasmo, fazendo a arte funcionar a favor dos dois.

    — Ohhh… — Donghae socou a mesa com tanta força que a fez tremer e rapidamente jogou o corpo para trás. Ao mesmo tempo usava uma mão para se masturbar, estava quase chegando lá, enquanto Eunhyuk beijava seu pescoço e o mordia também. — Eu vou gozar, amor.

    Eunhyuk o penetrou mais fundo, sentindo que também estava chegando lá e rapidamente moveu uma mão para frente, pegando no pau de Donghae e terminando o trabalho. Queria fazer aquele homem gozar enquanto ele mesmo gozava dentro dele. Queria senti-lo e fazê-lo sentir. Os dois estavam fuminando e suspirando tão forte que era ensurdecedor e como um vulcão no seu pico, os dois gozaram ao mesmo tempo, soltando um ar pesado do pulmão.

    — Eu amo você. — Eunhyuk suspirou com a voz rouca, ainda de olhos fechados, ainda na mesma posição, penetrando-o devagar sentindo Donghae escorrer pelas pernas. — Eu amo muito você. — agarrou o corpo de Donghae, com toda a sua mão preenchida pelo que saiu do outro, que o retribuiu com um beijo, ainda com os olhos fechados.

Then dip me under where you can feel my river flowing flow
(Então me mergulhe onde você possa sentir meu rio fluindo).
Hold me 'til I scream for air to breathe
(Me segure até eu gritar por ar para respirar).
Don't wash me over until my well runs dry
(Não me lave até meu poço secar).
Send all your sins all over me, babe, over me
(Envie todos os seus pecados para dentro de mim, babe, em mim).

    Donghae não respondeu com palavras, mas sentia que tinha encontrado os propósitos que tanto vagou, todas as vertentes que tanto andou sem saber exatamente para onde ir. Era como se Eunhyuk fosse agora seu caminho para que ele realmente encontrasse a felicidade plena. Ele não queria sair daquilo nunca, não queria que sua arte fosse apenas sua habilidade, ele queria fazer de Eunhyuk sua própria arte. E o fez.


Notas Finais


<3


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