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História Matchmaker - O aluno tagarela e um plano; Namjoon


Escrita por: jeongukiss

Notas do Autor


Oie! Voltei logo, amém. Não tenho nada pra falar, só a agradecer mesmo pelos favoritos, comentários e apoio e espero que gostem do capítulo.

Boa leitura! >_<

Capítulo 3 - O aluno tagarela e um plano; Namjoon


O cheiro de álcool e cigarros acesos espalhavam-se pelo lugar de pouca iluminação, onde muitos mantinham uma conversa animada — ou mais contida, o que era o caso de alguns — com quem quer que estivesse os acompanhando, e tocava ao fundo uma música do Bon Jovi. Um ótimo cenário para se estar com alguém, mas minha companhia não passava de um Yoongi emburrado a minha frente. Ah, Min Yoongi, ótimo amigo, péssima companhia para quando eu quero relaxar bebendo alguma coisa. Ele não parava de falar algo sobre “o que falta na sua vida agora é um compromisso sério”, e eu não evitava revirar os olhos. Que papo chato!

Depois de um tempo passei a ignorá-lo e tentei mudar de assunto, sem querer tocando no nome do meu novo cliente: Kim Seokjin. Ele é… Peculiar, digamos assim. E ao tocar no seu nome, passei a pensar nele e no nosso encontro de horas atrás.

O homem era uma composição hilária de desastre humano, timidez, falta de desenvoltura, péssima aparência, desespero e ‘chama para vergonha’. Como não sentir vontade de ajudar? Por mais que a minha especialização fosse ao comportamento feminino, não seria impossível ajudá-lo com o tal… Esqueci o nome. Lembrei-me também do momento em que ele se abaixou para pegar suas coisas no chão e não consegui sustentar meu olhar no ar por muito tempo, olhei mesmo para a bunda dele. Estava bem na minha frente, era impossível não olhar!

E talvez eu tenha mentido para ele sobre não ter tido boas experiências com homens… Bom, a primeira foi realmente péssima, até hoje sinto vontade de cortar Goo Joohyun em mil pedacinhos, mas os outros com quem me envolvi… Nossa, um melhor do que o outro e todos me trataram muito bem, mas não passaram de diversão. Acho que perdi o foco. Enfim, a verdade era que eu escutaria o que ele tinha a dizer, mas já havia aceitado ajudá-lo por causa de Taehyung. Este me ligou de manhã cedo, dizendo: “Pelo amor de tudo o que é mais sagrado, ajuda ele!”. Achei que o ruivo estava exagerando, mas pelo que constatei, ele conhece muito bem o amigo que tem, isso sim.

Entretanto, o mais importante nisso tudo, era o dinheiro envolvido. Me desculpem, mas eu sou um nada sem um relacionamento alheio para construir. E não é falta de clientes, é o fato de não gostar de dispensar trabalho mesmo. Clientes nunca faltam, e sabem por quê? Porque nós Consultores de Relacionamentos solucionamos rápido os problemas das pessoas que nos contratam. Os relacionamentos estão mais frágeis e as pessoas estão carentes! Esses são alguns dos motivos que fazem pessoas como Kim Seokjin, procurar alguém como eu para ajudá-lo.

E o que tem de homens e mulheres procurando consultores de relacionamentos hoje em dia, não é brincadeira. Depois de me formar em psicologia e descobrir essa área, embarquei nela sem pensar duas vezes. Na hora de desabafar e ter ajuda na vida amorosa o dinheiro não pesa e eu tiraria proveito disso, ainda mais tendo a oportunidade de fazer com que caras como o que eu era, tenham a chance de se dar bem no amor.

— Você vai mesmo ajudá-lo? — perguntou Yoongi. Respondi com um balançar positivo de cabeça, dando um último gole em meu uísque e em seguida pondo o copo vazio sobre a mesa.

— Vou — falei depois, soltando uma breve e baixa risada. — Ele parece ser um cara legal… e vai me pagar.

— Mas você disse que não entende muito sobre a mente masculina?

— Yoongi, eu sou homem. É claro que eu entendo sobre a mente masculina, idiota — retruquei, um pouco bravo. — A única mente masculina que não entendo é a sua, mas um dia eu vou entendê-la.

— Tá bom. — Riu.

— Vai se foder, Min Yoongi — disse para o seu escárnio. — E só aceitei isso por causa do Taehyung, que me pediu com muitos gritos e ameaças de morte.

— Oi, gente — ouvi a voz do cujo dito e ele logo se sentou ao meu lado.

— Falando no diabo — falei ao encarar Taehyung e sorri, pronto para receber a resposta dele.

— Meu amor, eu só sou diabo quando me fantasio e coloco um plug médio com rabinho no meu…

— Não continue, por favor! — pediu Yoongi, interrompendo-o e tendo os olhos arregalados.

— Tá tá — disse fazendo sinal de descaso com uma mão e olhou para mim. — Enfim, não vim da casa do Jin para me chamarem de diabo. Só queria dizer: obrigado por ter dito que o ajudaria, de verdade, você é a última esperança dele. Eu seria até capaz de te dar uns beijos agora de tão feliz que essa notícia me deixou.

— Por que não tenta? — provoquei, vendo um sorriso sugestivo em seus lábios. Queria mais era me dar bem naquela noite.

— Essa é uma oferta tentadora, Kim Namjoon, mas terei que recusar — respondeu ele. Que fora mais lindo, tão lindo que me senti um pouco mal. — Estou meio que… Não gostando, é mais para “avaliando o conteúdo” de um cara que conheci no trabalho. Na verdade, eu estava trabalhando e ele passeando.

— Me deixa adivinhar, ele te viu com o casal de baleias-orcas ou com os golfinhos em uma apresentação no aquário e se apaixonou? — Yoongi perguntou sarcástico, rindo baixo.

Odeio essa personalidade azeda do Min, mas confesso que ri também.

— Na verdade, foram só com os golfinhos, o casal de baleias estão recebendo cuidados e logo voltarão para o oceano, e não exagera, ele só se interessou por mim e eu por ele, apenas — explicou Taehyung. E já que estava interessado em outro, era o fim das minhas chances de ter uma foda casual com ele depois de lhe oferecer uma carona para casa. — Depois de avaliar o conteúdo por completo, decido o que acontecerá entre nós.

— Ou seja, depois de levá-lo para a cama, você decide se dará a bunda mais algumas vezes para ele ou se irá lhe dar um belo chute, não é? — mais uma vez Yoongi se meteu, rindo em um tom mais alto. — Não é assim que as coisas funcionam, Tae, ele toma decisões também.

— Olha aqui, Yoongi, quer calar a boca?

— Quero ver me fazer calar!

Quê isso? Voltaram a ser adolescentes?

Os dois esqueceram de mim quando começaram a discutir por besteira, felizmente não por muito tempo. O que era um milagre.

— Eu cansei, vou pedir alguma coisa forte para beber e não importa se amanhã ainda tenho que trabalhar. Tchau pra vocês — disse Taehyung, batendo levemente na mesa com as duas mãos antes de levantar-se e se dirigir até o balcão do bar.

Segui-o com o olhar, dando adeus a bunda que eu não teria mais tarde e só poderia ser sorte, duas mulheres lindas estarem encostadas no balcão enquanto sortiam de alguma bebida. Logo um sorriso grande se formou em meus lábios e toquei um braço de Yoongi para chamar a sua atenção, apontando para as moças no balcão em seguida, fazendo-o avistá-las também. Ele olhou para mim depois e por incrível que pareça, estava meio confuso.

— Vamos? — resolvi perguntar de uma vez.

— Não. Dessa vez eu vou ficar na minha. — Baixou o olhar para a sua bebida e começou a brincar com o copo.

— Está maluco, Yoongi? Ah meu Deus, alienígenas sequestraram o meu amigo! Quem é esse? Eu não o conheço! — encenei ridiculamente e ele me encarou, bravo.

— Para, cacete! — ralhou. — Eu só não estou afim hoje, me deixa.

— Não está afim? — questionei embasbacado e então suspirei. — Ok, se você não quer terminar sua noite transando com uma das gostosas ali, o problema é seu, por que eu estou indo. — Levantei-me do sofá, porém, senti um peso em meu ombro que me fez sentar novamente. Que droga!

— Oi, Runch, meu amigo — saudou o rapaz que me empurrou, tendo um sorriso de orelha a orelha enquanto sentava ao meu lado, no lugar onde antes estava Taehyung.

— Oi, Jooheon — murmurei, revirando os olhos. — O que você quer? — fui direto ao ponto. Me livrar logo dele era o plano e ao me chamar de ‘Runch’ eu já sabia o que ele queria.

— Preciso que me ajude — respondeu o loiro. As covinhas em suas bochechas roubavam minha atenção às vezes.

— Não faço o meu serviço de graça, Jooheon.

— Ah, qual é, Namjoon? Não é de namorada que estou precisando, só queria que me ajudasse a ficar com uma daquelas duas essa noite. — Ele apontou para uma mesa e olhei na mesma direção, encontrando as duas a quem ele se referia. — Eu gostei muito da loira.

As mulheres aparentemente tinham somente a companhia uma da outra. Eram belíssimas, conversavam sem prestar atenção no que acontecia em volta e, observei algo curioso. A ruiva segurou discretamente — mas não tanto quanto deveria — a mão da loira e fez um carinho, e poderia ser só impressão minha, mas a outra sorriu envergonhada e lhe deu um rápido beijo na bochecha. “Lésbicas, com certeza”, eu pensei depois. Elas estavam envolvidas demais uma com a outra e trocavam carinhos demais para serem somente amigas. Todos os sinais que davam estavam claros.

— Eu sinto muito, meu amigo, mas aquelas duas jogam no seu time — falei para ele, sorrindo e o mesmo pareceu não compreender.

— Como assim?

— Elas são lésbicas, Jooheon. Bi, ou sei lá. Estão juntas — mandei a real logo para me deixar em paz. — Agora tchau, tem duas morenas ali me esperando.

— Como você sabe? — perguntou novamente, impedindo-me de levantar e bufei.

— É só olhar para elas! — Apontei, irritado. — São um casal.

— Eu não acredito que está inventando isso para não me ajudar, Namjoon — resmungou ele.

Minha paciência já havia se esgotado com ele.

— Tudo bem, vamos lá e eu te mostro. — O empurrei do sofá e seguimos em direção às duas moças, com Yoongi nos observando. Ao chegarmos ao destino, a loira e a ruiva que antes sorriam, pararam imediatamente e Jooheon ficou um pouco atrás de mim. — Com licença, senhoritas — falei educado e recebi sorrisos das duas. “Tão fofas”, eu pensei.

— Sim — disse a loira.

— Meu amigo aqui — falei ao tocar o ombro do homem atrás de mim —, ficou interessado em você. — Apontei a loira. A ruiva ao lado dela ficou séria, e aquilo para mim era mais um sinal. — Eu falei para ele que vocês jogam no time dele, mas ele não acreditou, então será que vocês poderiam esclarecer nossa dúvida de serem um casal ou não? — Fiz um bico nos lábios e elas sorriram novamente.

Não demorou muito e as duas já estavam se beijando. Era um beijo quente, com uma mão boba aqui e outra ali. O coitado do Jooheon ficou boquiaberto com a cena, enquanto eu me divertia muito com aquilo e não me cansava de observá-las.

Jooheon me puxou para longe dali pelo braço e quase o xinguei por isso, pois ele estava acabando com toda a diversão da minha noite.

— Se fodeu, otário! — berrou Yoongi assim que voltamos para perto dele.

— Deixa ele, Yoongi. Não podemos rir dele só porque a ruiva ali deve pegar mais mulheres do que ele — falei alto e rimos juntos. Jooheon bufou e foi embora, sem nem dar um tchau. — Agora eu vou tentar me dar bem. Tchau, amigão. — Toquei o ombro de Yoongi e apenas o ouvi rir antes de seguir até o balcão.

Meus alvos ainda estavam lá.

— Uma dose de soju, por favor — pedi ao barman, um tanto alto e as duas ao meu lado olharam para mim, como eu esperava. Em seguida, elas se entreolharam e soltaram alguns risinhos, daqueles de garotas que ficam encantadas com o cara bonito perto delas.

Assim que eu recebi minha bebida, tratei de dar um grande gole nela. Kim Namjoon terminaria muito bem a noite.

Não perdi tempo em me aproximar e falei: — Oi, as duas vem sempre por aqui? — perguntei sério e ouvi mais risinhos. — É, eu sei, essa foi muito fraca, mas o que eu posso fazer? Fico sem ideias quando estou perto de mulheres tão bonitas como vocês. Mas se não querem conversar, tudo bem e desculpem-me o incomodo, senhoritas. — Peguei a mão direita de cada uma e depositei um beijo, fazendo-as sorrir. — Uma boa noite às duas e tenham ótimos sonhos essa noite. — Dei o meu melhor sorriso e usei o máximo de charme que pude, bebendo o resto do líquido em meu copo antes de deixá-lo sobre o balcão com duas notas para pagá-lo. Após isso, era só dar meia volta, fingir estar indo embora e…

— Espera! — chamou uma delas. Ah, foi muito fácil. Voltei minha atenção a elas, com falsa inocência no olhar. — Não disse o seu nome.

— Namjoon — respondi, sorrindo.

Vamos resumir o que aconteceu em seguida. Depois de me apresentar, perguntei os nomes delas, mesmo sabendo que esqueceria e tivemos uma ótima conversa sobre vários assuntos. Falei para elas que já estava ficando tarde, esperando que entendessem o sinal claro para sairmos dali e deu certo. Yoongi me assistiu saindo com as duas do bar e acabei indo parar no motel mais próximo dali. E sim, transei com as duas, e foi ótimo.

[…]

Poucas horas depois — talvez umas três —, quando o sol já estava dando as caras, acordei em um quarto que não reconhecia, em uma cama que não era a minha e automaticamente me assustei. Sentei com pressa no colchão e senti minha cabeça doer, tentando me lembrar onde eu havia me metido. Olhei para os lados e vi as duas morenas ainda nuas, que dormiam tranquilamente. Então, deixei a cama cautelosamente para não acordá-las e recolhi as minhas roupas do chão, voltando-as para o meu corpo, em seguida checando as horas no meu relógio de pulso que achei junto com as peças.

Ainda era cedo, e como meu próprio chefe eu não teria horário para ir trabalhar, mas a situação daquele dia era diferente por causa de Kim Seokjin e eu teria de ir ao encontro dele mesmo não querendo estar em uma escola. Tinha lembranças dessa época na minha vida que me davam pesadelos.

Eu precisava ir embora, então resolvi sair dali em silêncio. Não me importava se eu havia levado as companhias que tive àquele lugar, nem em como voltariam para casa. Eu tinha mais o que fazer do que me preocupar com isso. E não seria a primeira vez — ou a última — que eu faria esse tipo de coisa. O que eu mais queria naquele momento era chegar em casa, tomar um banho frio, vestir roupas limpas e beber um café bem forte. Quando finalmente consegui cumprir todos os meus desejos pós-despertar, lá estava eu em frente a escola onde o meu cliente trabalha, dentro do meu carro enquanto observava os alunos chegarem e adentrarem o local.

O único que eu queria ver ali não aparecia, suspeitei então que Jin já estava dentro da escola e eu tinha de entrar para falar com ele. Foi aí que tive a ideia perfeita para isso e agi rápido, baixando o vidro ao meu lado.

— Ei, garoto! — chamei pela primeira criança que vi passando perto do meu carro.

Ele olhou para mim, franzindo o cenho, depois olhou para os lados como se quisesse confirmar que estava mesmo falando com ele e aproximou-se, perguntando:

— Tá falando comigo? — Apontou para si.

— Sim, venha aqui — pedi, vendo-o chegar mais perto da janela. — Eu preciso de uma pequena ajudinha.

— Olha, moço, eu não sou esse tipo de garoto não — disse ele, recuando.

— O quê? Moleque, eu não sou um tarado, ok? — ralhei, bravo com a insinuação dele.

— E quem sabe? — Deu de ombros, enfiando as mãos nos bolsos da calça.

— Eu não sou um tarado, não quero fazer mal a você e só preciso de um pequeno favor. Pagarei bem por ele — tentei convencê-lo, com um sorriso também.

— Prefiro um emprego, tio — retrucou. Menino abusado!

— Eu não sou seu tio e você está me irritando, garoto. — Mais uma vez ele deu de ombros. — Já falei que vou pagar pelo favor, apenas me diga se você tem um professor de geografia chamado Kim Seokjin.

— Por acaso eu tenho sim. Onde quer chegar, tio?

Sorri ao ouvir o que disse.

— Acho que vai poder continuar me chamando de tio, só por um tempo. Agora entre no carro, preciso lhe explicar algumas coisas.

— Meus pais sempre me disseram pra nunca entrar no carro de gente que não conheço, principalmente se forem esquisitões — afirmou. — E o senhor é bem esquisitão.

— Entra logo no carro!

— Tá bom, tio. Que estressado. — Ele deu-se por vencido e arrodeou o veículo, entrando sem demora.

Explicar o plano para o garoto foi fácil, este que descobri se chamar Jungkook. Apesar de ser atrevido, não fez perguntas idiotas, das quais não teria paciência para responder e se dispôs totalmente a me ajudar. Eu precisava de alguém perto do Seokjin para vigiá-lo quando eu não pudesse e aquele garoto poderia me proporcionar isso. Ao entrar na escola, como tio de Jungkook, ele me guiou pelos corredores atrás do meu cliente, com quem eu tinha de falar, mas no meio do caminho escutei a voz do mais novo, dizendo:

— Escuta, se você é tão bom assim no que faz, porque precisa da ajuda de um adolescente? E por que se chama Runch? Qual é o seu nome de verdade? Você tem um nome, não é? Quanto você ganha pra ter um carro legal como aquele? Deve ser massa ser seu próprio chefe…

Haja paciência.

— Garoto, cala a boca! Só me leva até o seu professor! — exclamei, parando de andar para encará-lo.

— Runch? — E eu sorri de imediato. Ah, aquela doce voz, a escutei na hora certa. Olhei para o lado e vi Seokjin ali, parado, olhando para nós. — O que faz com um dos meus alunos? Jungkook, o que deu na sua cabeça pra falar com um estranho?

— Mas o senhor conhece ele — declarou Jungkook.

— Eu sim, mas você não… Eu acho… Ah, não importa! — Seu olhar virou-se para mim. — O que faz aqui? Esse é meu local de trabalho.

— Sei disso, mas agora eu sou seu consultor, então posso aparecer na sua vida até mesmo quando estiver tomando banho — falei devagar, sorrindo com os lábios comprimidos, vendo o outro fazer “Ah?!”, todo escarlate.

— Pensei que fosse um consultor, não um espião — Jungkook intrometeu-se.

Que garoto chato, Deus! Deveria ter pedido a ajuda de algum gordinho retraído. Levei uma de minhas mãos ao rosto de Jungkook, cobrindo-o em grande parte e o empurrei para se afastar, sem desviar o olhar do meu cliente.

— O que eu vim dizer aqui é que: eu tenho um plano — informei.

— Que plano?

— Eu vou te atropelar com um carro.

— Como é que é?! — Seokjin alarmou.

— Não será de verdade — acudiu Jungkook. — O tio Runch vai fingir atropelar o senhor, que vai cair de mentirinha no chão, na frente do crush e o crush irá ajudar o senhor e os dois poderão se aproximar depois disso — explicou, animado.

— Isso — concordei. — E vai dar certo, com certeza. O que eu preciso saber agora é quem é esse Sehun.

Houve um shake-hands da parte do mais velho dentre nós, e mesmo um pouco trêmulo, talvez por conta do meu plano, ele olhou em volta. De um lado para o outro, procurava o nosso alvo, até que o apontou. Minha boca escancarou-se ao ver a figura do homem bem mais afastado, em uma conversa com um aluno.

— Aquele é o Sehun? O que esse cara faz dando aulas? Deveria estar trabalhando como modelo, atuando ou em um daqueles grupos de K-pop — comentei, surpreso. — Enfim, colocaremos o meu plano em prática nessa tarde, na hora da saída dos alunos. — Olhei para o meu cliente, que ainda parecia nervoso. — Vai ser fácil, fica tranquilo.

O plano era muito simples. Quando os alunos estivessem saindo da escola, eu dirigiria na direção de Seokjin, que estaria “atravessando” a rua, mas, na verdade ele estaria ali de propósito e eu pararia com o carro perto dele, para que pudesse fingir ter sido atropelado. Isso tudo depois de Jungkook anunciar o momento certo que Sehun passaria perto de nós e veria somente Seokjin jogado no chão.

O meu sobrinho de fachada fez exatamente o que eu pedi, avisando o momento em que o alvo estaria saindo da escola e entrou em meu carro como se eu estivesse mesmo o buscando normalmente depois de suas aulas. Mais na frente, Kim Seokjin esperava, nervoso, talvez tremendo muito enquanto fingia falar ao telefone e dirigi em sua direção. Até eu fiquei nervoso nesse momento e quando cheguei muito próximo a ele, freei o carro de uma vez antes de atingir suas pernas, vendo sua cara de assustado. Era para ter se jogado no chão!

— FINGE DE MORTO! — gritou Jungkook ao meu lado, eufórico.

Isso acordou meu cliente e ele ainda fez questão de bagunçar os cabelos antes de cair teatralmente no chão, em frente ao meu veículo. Péssima atuação. Revirei os olhos e bati com a testa na buzina.

— Eu não acredito que ele está com fones de ouvido — ouvi a voz de Jungkook e levantei a cabeça, procurando por Sehun no lado de fora, este que entrou em seu carro, parado no estacionamento em frente a escola e ele estava mesmo com fones de ouvido.

— E nem olhou para cá — lamentei.

“Quem é?”, “professor, Jin?”, “é o professor Seokjin!”, se podia ouvir claramente. Voltei meu olhar para frente e havia um bom número de adolescentes ali, ajudando o — nem tão — acidentado estirado no chão. Levantaram-no e ele olhou para mim, como se perguntasse o que havia acontecido.

É, não foi tão fácil quanto pensei que seria. Teria de armar outro plano.


Notas Finais


Eu disse que Jungkook seria importante e continuará sendo. Jooheon se ferrou ahsuhaus meu neném só tem cinco aninhos, tem que se aquietar. Espero que tenham gostado do capítulo, estamos só no começo e ainda tem muitas coisas para acontecerem.

Até a próxima e bjs da Mika :*


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