História Matilha - U m

— Bennet? — gritei enquanto batia na porta.

Bennet era o meu namorado, por mais que fosse por "debaixo dos panos", eu o considerava meu grande amor. Em compensação, meu pai o odiava. Quando conheci ele, me apaixonei instantaneamente. Mas meu pai me proibia de vê-lo. Ele dizia que eu podia escolher qualquer cara da cidade, independente da idade, menos o Bennet.

Mas eu o queria. Queria muito ele.

Então, começamos a nos encontrar escondidos, todos os dias.

Ele abriu a porta, todo desgrenhado. Com uma calça de moletom preta e uma camiseta do Batman. Bennet morava sozinho, ele decidiu se mudar pra cá logo depois que sua tia morreu.

— Meu amor, me desculpe, eu estava dormindo. Entra! — ele me puxou pra dentro e depositou um beijo na minha testa.

A casa dele era arrumada. E grande. Tinha dois andares e uma lareira linda. Várias vezes eu insistia pra me deixar ir morar com ele, mas acontece que eu ainda não tinha 18 anos, apenas 17. E meu pai não iria permitiria nem por um inferno.

Larguei minha bolsa no sofá e ele me puxou pra um beijo delicado. 

— Quase morri de saudade. Você não aparecia. — ele fez uma cara de triste e logo depois, abriu um sorriso safado. — Sabe quantos banhos frios eu tive que tomar pra me aliviar?

— Me poupe, Bennet. Você não presta. — sorri e ele me beijou puxando devagar meu lábio inferior.

— Desse jeito você me enlouquece. —  Bennet aprofundou o beijo mais ainda, numa intensidade que parecia não ter fim. E clima começou a esquentar.

Subimos a escada, sem desgrudar nossos corpos em nenhum momento. Assim que entramos no quarto dele, ele retirou a blusa.

Ele ficava tão sexy com aquela blusa! Mas eu preferia muito mais, sem.

Bennet me jogou na cama e começou uma trilha de beijos do meu pescoço até minha barriga. Ele tirou minha blusa, e focou novamente no meu pescoço.

Ele aumentava a intensidade beijo cada vez mais. Quase que arrancando a minha boca.

Cada noite com ele era uma loucura diferente. E eu amava nossa sintonia. A forma como ele usava as mãos e sabia o que fazer era enlouquecedora.

Depois que tivemos nossa primeira noite, ele me contou que era um lobo. Não um lobisomem, um Lobo. Os lobos eram diferentes em alguns aspectos. Como por exemplo sua forma.

No começo eu me assustei, mas depois acabei aceitando. Era quase impossível de acreditar que aquilo existia.

A cada estocada, eu me sentia meio vulnerável. Eu gostava muito dele, mas não queria decepcionar meu pai. Por isso guardamos segredo. 

Acho que se eu fosse uma loba, ele seria meu destinado companheiro, porque nossa ligação era mais profunda do que com qualquer outro cara que eu já namorei.

Meu pai não poderia  nem imaginar que eu me encontro com Bennet. A descoberta seria fatal e catastrófica.

Ele então se jogou do meu lado, ofegante e cansado. Coloquei minha blusa e ele sua calça, continuando sem camisa. Assistimos alguns episódios de House of Cards. Bennet se deitou no meu colo enquanto fazia cafuné nele.

Ele quase dormia.

Então a campainha tocou. Eu decidi descer e atender a porta. Vesti minha calça, meus sapatos e desci as escadas para ver quem era.

Quando abri a porta, levei o maior choque que poderia ter.

Minha voz saiu em um sussurro trêmulo e baixo.

— Pai?!