História Matilhas. Livro I Los lobos - III capitulo Ligados

Ligados

III

Alba depois de uma longa seção de perguntas sobre seu passado, se sentia exausta mentalmente e fisicamente, passando pela porta de sua mais nova hóspede ela não consegue deixar de ouvir o que estão dizendo, e talvez o que não pode ter no passado talvez o seu filho possa ter no futuro, talvez eles tivessem uma chance..

***

-Não leve a mal o comportamento do meu filho, ele não sabe como processar o que vocês são, o elo que vocês têm é algo que muitos de nós invejam, mas para ele esse tipo de elo já existiu, mesmo que o elo que ele pensa ser verdadeiro não queira ele. Alba estava na porta após seu filho ter fugido do quarto como o diabo foge da cruz. –Como se sente criança?

Agnes se sentia estranhamente incomodada por saber que seu companheiro teve outra, não somente saber que teve e que foi abandonado, quem em sã consciência largaria alguém tão atraente e poderoso?! Não que não estivesse um pouco feliz em saber que não teria competição real, ela teria que tirar a outra da cabeça de Zero, Agnes sentiu uma mão quente em seu ombro, manobrou o rosto para cima. –Eu posso trata-lo melhor que ela, onde está ela?

-Criança esqueça isso..

-Não! Ele é nosso, se existe uma chance de ele ser tirado de nós, nós iremos queimar até a alma de quem ousar toma-lo. Ela não queria se descontrolar, mas Zero tinha que ficar seguro, foi pra isso que ela veio, pra salvar o homem de seus sonhos.

-Descanse, pela manhã teremos muito que falar. –Alba sentiu aquela aura quente de anos atrás, era como o inferno.

Agnes não disse nada, apenas acenou com a cabeça, como poderia mudar seus sonhos, como poderia evitar o que está para vir?

Naquela manhã de segunda Agnes acordou com o cheiro de carne, café, e suco, e três pares de olhos na cabeceira de sua cama, ela ficou parada apenas esperando o que estava para vir. Na cabeceira da cama estava os três irmãos menores de Zero, Isa, Ruan e Will, observando aquela mulher quase sem roupa, que cheira a verão.

-Nossa mãe nos mandou trazer seu café antes de irmos para escola, espero que goste, é ... eu não sabia o que pássaros comem, nossa dieta é praticamente toda carne, então fiz torradas, ovos mexidos, suco de laranja e umas frutas... espero que goste. A menina estava ansiosa por uma resposta positiva, sorriu ao perceber o olhar vidrado da garota na bandeja de comida, ela olhou para seus irmãos que olhavam para ela da mesma forma que ela olhava a comida. –Pode comer, suponho que nã..

Não foi preciso mais palavras, ela tinha avançado sobre a bandeja como um lobo faminto, ela não sabia se comia o bolo ou a torrada ou os ovos, então optou por comer tudo de uma vez, e empurrar com o suco de laranja. –Hey docinho, calma, a comida não vai fugir .. –Will o mais velho do trio disse de modo meio espantado, já ouviu história ex presidiários que comem rápido por medo de perderem a refeição.

-E que está muito gostoso.... Disse a moça sem graça por seu mal comportamento a mesa, ela nunca teve isso. –Eu agradeço por me trazer comida, vocês quem são?

-Somos os filhos mais novo da  Alfa, eu nunca tinha visto uma fênix, nem mesmo em livros da nossa biblioteca do sobrenatural. –Disse Ruan meio acanhado, ele nunca foi de falar muito, na maioria das vezes ele deixa os dois irmãos mais velhos falarem por eles.

-Não tem muito de extraordinário em mim, eu sou perigosa só isso, Zero está? Ele... ele.. Voltou pra casa? –Agnes falava meio receosa, com a boca cheia de pão e bolo, os meninos deram risada, era predominante o cheiro de endorfina e oxitocina só em pronunciar o nome do beta. –Do.. do que estão rindo?

-Companheiros sempre tem esse cheiro, é uma mescla de doce e cítrico, seu coração está batendo forte no peito e, sem falar do seu timbre de voz muda em falar sobre ele. –Theo é sempre o mais sensitivo dos três, mais observador e o mais ácido também.

-Eu cheiro ao que? Eu estou fedendo ou ... –Ela se encolheu na cama com vergonha de seu estado, ela pela primeira vez se tornou consciente de sua imundice. –Será que é por isso que ele foi embora...

Isa ficou com pena de Agnes, ela estava verdadeiramente maltrapilha, ela se levantou de supetão puxou Agnes pelo pulso a arrastando pela casa até o banheiro. –O que está fazendo? Está louca? Calma dói!!

-Silencio mocinha, vamos tirar de dentro de você a bela flor que está escondida, Agnes vamos as apresentações. –Isa se virou para o chuveiro e disse. –Chuveiro, essa é a Agnes, Agnes esse é o chuveiro, ali está o sabote, condicionador e o shampoo, creme corporal e desodorante e no armário ali perto da porta tem toalhas limpas e uma escova de cabelo. –Isa se virou e abriu o armário e tirou um pacotinho com uma escova de dentes nova e uma pasta de dentes. –Creio que sabe como usar essas coisas, bom alguma dúvida?

A fênix estava perdida e maravilhada, claro que ela sabia usar aquelas coisas, mas ter em mãos algo quem só tinha duas ou três vezes por semana era maravilhoso. Ela assentiu com a cabeça afirmando que havia entendido tudo.

-Ok, leve seu tempo, vou separar uma roupa minha para você, vou deixar em cima da sua cama, você vai se sentir melhor, há ...não se esqueça de esfregar bem o corpo para tirar sujeiras que estão grudadas no seu corpo.

***

A ômega tinha um olfato extremamente sensível, ela sentia o mundo que a menina veio entranhado nos poros, cheiro de carne queimada, dor e sofrimento, talvez o tempo tirasse aquele cheiro de morte dela, mas por ora tirar somente a superfície baste.

 A água caia como uma chuva fina, ela nunca tinha se sentido tão limpa em toda a sua vida, ela esfregava seu corpo obcessivamente para tiara de si o ranço do mundo que veio, lavando seus longos cabelos e penteando em baixo da agua corrente se deu conta do quanto estava suja, havia todo o tipo de ganhos e bagaços presos nos fios finos, não era atoa que Zero a rejeitou, quem gostaria de alguém podre como ela.

De olhos fechados ficou parada em baixo da água que escorregava por seu corpo, estava tão relaxada que desligou seus sentidos, se sentia protegida. Mas porta foi aberta de supetão a assustando, Zero estava ali estático olhando seu corpo molhado e esfumaçando, por conta do susto seu corpo se aqueceu a ponto de fazer a água virar vapor.

-Perdão... banheiro errado.

-Tudo... Tudo bem... eu..hun     

A porta foi fechada da mesma forma que foi aberta, rápida e barulhentamente.  

***

azenda Zero voltou para casa cansado, ele estacionou sua moto em frente à casa, descendo pela escada da varanda vinha seus irmãos menores, eles conversavam animados, ele não queria escutar nada, Zero apenas sorriu para eles subiu as escadas e se dirigiu para dentro de casa, subiu para seu quarto, mas ao passar pela frente do quarto de Agnes notou que o quarto estava vazio,  ele correu pela casa farejou a garota, mas não sentia mais o cheiro dela.

“Será que ela partiu por eu tê-la rejeitado... Mas eu... eu não a rejeitei, só não sabia como me comportar, pelos céus era um homem casado e apaixonado... ”

Ele andava às pressas pela casa enorme, seu corpo suava frio, como o cheiro tão marcante quanto o de Agnes poderia sumir assim?

Passando pela porta do banheiro de seu irmão Pedro ouviu o chuveiro, ele resolveu abrir e pedir ajuda, o banheiro dele era o mais próximo do quarto onde Agnes estava, não pensou duas vezes antes de abrir a porta, então ele teve a visão mais excitante do mundo, estava em abstinência a meses, quase um padre de tão celibatário que andava, Agnes sem roupas em baixo do chuveiro, linda, lisa, macia e extremamente cheirosa, seu lobo urrou de prazer e desejo, tudo aquilo o paralisou.

-Perdão... banheiro errado.

-Tudo... Tudo bem... eu..hun...

Ele fugiu, ele não atacaria uma garota indefesa, agora estava convencido, seus olhos tinham convencido seu cérebro a aceitar o que o universo tinha posto em suas mãos, mas não seria bruto, não seria um sacana, iria ter com ela suavemente, docemente ela merece alguém assim, depois de anos de maus tratos e tristezas ela merece alguém que a ame.

Uma corrente elétrica corria por suas veias, estava ansioso, nervoso e desejoso, queria voltar joga-la contra a parede e morde-la, marca-la, faze-la sua no chão molhado do banheiro, pensamentos irracionais estavam tomando conta da cabeça dele, a selvageria de seu bolo era fora de controle.

Mas ele respirou fundo, ele não era inteiramente um animal, não seria como os outros..  Se ela seria sua segunda chance de ser feliz, ele faria do jeito certo, dessa vez ele não iria errar, não ia ignorar os sinais, seria o homem que Agnes precisa ser.