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História Matryoshka - Terapia


Escrita por: ananalamm_

Notas do Autor


Ó O GAS


Oi lindos, tudo bem, tudo ótimo?
Primeiramente:
Desculpa
Perdão
Sorry
Gomen nasai
Pardón (em frances pois sou uma pessoa muito globalizada)
GENTE É SÉRIO, ninguém me avisou que quando se estuda japonês, toda a sua vida "social" acaba.
To mentindo não, estudante da Nippaku don't have social life
e mano, é mt bom postar capitulo

Segundamente:
23 FAVORITOS! VOCÊS TUDO SÃO UNS PHODA, ADORO TODO MUNDO!
Deus é top e e)(o também, não esqueçam <3

Boa leitura pra vocês, alminhas ^^




.

Capítulo 5 - Terapia


 

Tóquio, Japão.

17h e 05min p.m

 

“Sala três, á esquerda” – Gumi rememorava a si mesma enquanto caminhava por um largo corredor, onde os únicos sons eram de passos e de alguns saltos altos colidindo com o chão e uma troca de palavras tênues entre alguns terapeutas com seus jalecos brancos e prancheta em mãos. Estes, vez ou outra, a encaravam como se quisessem perguntar se ela estava perdida ou não, já que não havia outras pessoas que não fossem psicólogos ali, além dela.

 A garota olhava de relance cada porta até que, enfim, deparou-se com os as palavras “sala três” numa superfície de madeira branca. Gumi suspirou pesadamente antes de dar três batidas tão leves na porta, que ela se perguntava se alguém do outro lado havia ouvido, e, não muito tempo depois, a madeira plana a sua frente foi aberta.

Ela esperava ver uma mulher de expressão tediosa e entediante – como a maioria das psicólogas que Gumi estava cansada de ver –, mas, a figura que estava a sua frente continha com uma pequena curva entre os lábios, o que para a garota, era estranho, já que ela não estava acostumada com alguma terapeuta feliz com o que fazia. A garota estreitou os olhos para ler as palavras costuradas no jaleco perfeitamente passado da mulher a sua frente.

“Nakajima Megumi”

Esta deu um passo á direita deixando o caminho livre para que Gumi pudesse passar e adentrar a sala, que tinha um arranjo em tonalidades neutras e quase indiferentes, se não fosse pelas cores dos livros numa pequena estante. As persianas estavam abertas, e se Gumi ignorasse as cortinas, poderia passar o resto da tarde inteira admirando o jardim além da superfície de cristal.  

Era tudo completamente diferente do consultório de Zhidkova, quase como uma versão contrária.

A mais nova andou em direção a uma poltrona bege e um pouco a frente de outra idêntica, onde a terapeuta sentou e começou a ler um papel por alguns segundos. Não muito depois, ela passou a encarar a garota, sem desviar por um segundo sequer, parecendo analisá-la com veemência.

Gumi ainda não havia reparado, mas a mulher de pele parda continha os olhos igualmente, profundamente e exatamente verdes como os seus. Como se, suas íris fossem uma cópia extremamente perfeita dos olhos delineados da terapeuta de jaleco branco.

— Gumi Lukyanova... – Megumi dissera baixinho, quase como um sussurro e pôs o papel de volta na mesa ao lado de sua poltrona.

A garota de cabelos verdes se balançava de leve para frente e pra trás, evitando encarar as orbes verdes sobre sua figura a todo custo.

— Sou Nakajima Megumi, a “terapeuta substituta” de hoje. – Ela deu um sorriso simpático que deixava seus dentes brancos e alinhados a mostra. – Tudo bem com você, Gumi?

— Acho que sim. – Gumi respondeu, fingindo estar ocupada demais mexendo nas próprias unhas afiadas e medianas.

— Sabe por que está aqui? – A mais velha indagou – em relação à terapia – ainda encarando a figura encolhida na poltrona, como se estivesse dissecando a garota.

— Por que meu pai me acha louca? – A garota deu ombros e ficou cabisbaixa por um momento, deixando alguns fios repicados de sua franja caírem. Ela não sabia exatamente o porquê da terapia, falar sobre sua doença não ajudava em nada, servia apenas pra sentar em frente a alguém que a olhava com pena e estranheza – pelo menos, era o que Gumi pensava.

— Ah... – Megumi ergueu as sobrancelhas, analisando a resposta que lhe foi dada. – Ele te acha “louca”? – cruzou as mãos e as posicionou em frente dos joelhos, ainda com as íris verdes e fixas sobre a garota curvada.

— Todo mundo acha. – Gumi disse com a voz arrastada.

— E como você se sente sabendo que as pessoas ao seu redor te acham “louca”? – A mulher questionou deixando aspas no ar.

Gumi ficou calada desta vez e, não sabia o que responder para a tal mulher a sua frente. Era a primeira vez em anos que lhe perguntavam como ela se sentia em relação ao seu pequeno problema, e bem, ela realmente desconhecia uma boa resposta.

— Não sei... – Murmurou. Talvez se a terapeuta não estivesse tão concentrada em sua figura, ela não havia escutado. – Triste, talvez?

— Talvez. – Megumi imitou o mesmo tom de voz usado pela garota ao pronunciar a palavra.

A mais nova continuava a passar os olhos claros sob a sala, ainda evitando encarar as íris verdes da mulher, embora tivesse sido completamente em vão, já que um mísero segundo fora necessário para que ela prendesse a vista na terapeuta. Gumi sentiu um arrepio, misturado com vergonha e mais algo que ela não conseguia identificar.

Porque aqueles olhos lhe eram tão familiares?

Gumi não conseguia responder a pergunta que surgira tão do nada, mesmo que tentasse procurar por todos os cantos de sua mente. Mas ela sabia, – e sentia – que aqueles olhos verdes semelhantes a duas bolinhas de vidro eram íntimos.

Ou podia ser apenas mais uma dos milhares de maluquices que surgia na cabeça de Gumi repentinamente, como as besteiras que ela imaginava antes de dormir e que nunca aconteceriam.

Era loucura pensar que a terapeuta a sua frente lhe era familiar, não era?

— No que está pensando? – A mulher questionou, tirando a garota de seus pensamentos.

— Nada. – Gumi respondera rapidamente, franzindo o cenho de leve depois. – Por que está fazendo tantas perguntas?

A menor realmente estranhava o fato da mulher de olhos verdes lhe questionar tantas coisas, afinal, já estava acostumada a apenas se sentar num divã e escutar por minutos seguidos, alguém lhe falando da sua doença – como se ela própria não soubesse que tinha.

Nenhum terapeuta ou psicólogo lhe perguntou como ela estava. Nem como ela se sentia em relação à esquizofrenia. Muito menos o que ela achava de tudo aquilo. Apenas um falatório sem fim, receitas de anti psicóticos e... só.

 — É o meu trabalho. – Megumi respondeu sorridente, como um ultimato.

 

***

 

Tudo havia sido rápido demais.

Não que Gumi tivesse passado uma hora inteira conversando com a terapeuta a ponto de o tempo passar despercebido. Mas sim porque vez ou outra ela não respondia algumas perguntas em relação a sua doença, e ficava sem dizer absolutamente nada.

Ela não compreendia na verdade porque estava sendo tão questionada, Megumi era só uma substituta, estava apenas ali pra ficar no lugar da tal Naomi, Gumi só veria ela apenas uma única vez... E não conseguia entender porque uma pontada de agonia a invadira sempre que lembrava daquilo. Ela estava de fato, confusa.

Após o término da consulta, a garota não havia esperado muito tempo pelo pai no saguão principal, pois ele havia chegado num piscar de olhos.

Gumi queria contar como havia sido a conversa, e como se sentiu até confortável pela primeira vez em anos ao voltar com a terapia para o pai, mas a única coisa que saía da boca do homem era em relação ao trabalho e... Somente em relação ao trabalho. Ele não havia nem perguntado como foi...

A garota só observava a paisagem além da janela do carro, vez ou outra lendo algumas palavras em japonês e tentando decifrá-las, – já que não estava completamente familiarizada com o idioma local – enquanto ouvia uma interminável conversa sobre arquitetura de Isaac com alguém do outro lado da linha.

E finalmente, depois dos 20 minutos de volta os dois haviam chegado a casa, e seu pai enfim havia desgrudado do telefone, como uma criança ao desgrudar do brinquedo favorito quando precisava dormir.

– Ah, vocês finalmente chegaram. – Ekaterina estava a pôr a mesa, provavelmente o jantar estava pronto. – E aí, Gumi, como foi a terapia?

Os papéis definitivamente estavam sendo trocados ali. Ekaterina nunca ligou a mínima para o tratamento de Gumi, porque estaria a se importar agora?

— Ah! Nem lhe perguntei como havia sido a terapia né? – O homem passou a mão sobre os fios verdes da garota delicadamente, como se aquela vaga demonstração de carinho diminuísse o fato de ele ter mostrado o tamanho do interesse na terapia dela. Gumi se sentiu insignificante ao pensar aquilo.

— Megumi foi legal comigo. – A mais nova sorriu, retirou os sapatos e lavara as mãos em seguida.

— Megumi? – Ekaterina ergueu as sobrancelhas rapidamente. – Quem é essa?

As três pessoas ali se sentaram ao redor da mesa e disseram um itadakimasu em coro, antes de começarem a comer.

— Naomi precisou resolver um “problema pessoal” e Gumi teve que se consultar com uma substituta... – Isaac deixou a voz morrer por aí, como se quisesse evitar falar sobre aquilo. – Mas enfim, semana que vem eu marco com outra terapeuta. – O homem disse, por fim.

 — Não posso me consultar com a Megumi de novo? – Gumi indagou, com uma ponta de amargura na voz. – Ela foi tão legal comigo...

— Não. – O homem a interrompeu repentinamente, como se todo aquele diálogo o incomodasse de forma austera.

— Seu pai já não disse que vai marcar com outra terapeuta, Gumi? – A mulher loira indagou, fluindo escárnio na voz, como sempre. – Parece uma criança insistente.

— Eu ouvi, Katerina. – Gumi indagou, usando ironia pela primeira vez em tempos com a mulher. – Eu só quero saber por que não pode ser a Megumi.

— Porque não, e ponto final. – Isaac deixou bem claro que sua paciência – ou o resto dela – estava a um fio prestes a ser arrebentado. – Não quero discutir sobre isso agora. – Ele falou, massageando de leve as têmporas.

Você sempre toma decisões sem me perguntar nada. – A garota murmurou para si mesma, em russo, na tentativa de só ela escutar, embora os adultos ali presentes compreendessem perfeitamente o idioma. 

— O que você disse? – Isaac questionou, irritado.

— Que você sempre toma decisões sobre mim sem ao menos me perguntar o que eu acho, como se o que eu pensasse fosse insignificante, como se eu fosse insignificante. – Gumi disse chorosa, se sentindo mais anódina ainda, ao notar os olhos se umedecerem pouco a pouco.

Ah, como ela odiava ser vulnerável a qualquer coisa, por mínima que fosse.

Ela não ia chorar ali, na frente do pai e de Ekaterina, então deu um solavanco desajeitado, e caminhou em direção a escada.

— Você não vai jantar? – A mulher questionou.

— Tô sem fome. – Gumi só se limitou a dizer aquilo. Ela não sentia fome na verdade, só se sentia deprimida, abatida e vários adjetivos do gênero.

A esverdeada subiu os degraus com pressa – quase tropeçando entre os mesmos – e enfim, entrou no quarto, puxando todo o ar que podia, esperando se sentir bem menos sobrepujada, mas tudo o que notou fora a umidade abafada e quente, a sufocando ainda mais.

Ela nem se deu a tarefa de ir até a cama, só trancou a porta e deslizou as costas sobre a madeira até sentir o corpo ir ao encontro com o chão gélido, e então, desabou.

Gumi se sentia completamente medíocre naquele momento e se xingava mentalmente por estar chorando por algo tão fútil – em sua concepção. O que ela podia fazer? Era emocionalmente e psicologicamente instável, como se seu emocional fosse uma montanha russa sem freio.

Após longos minutos chorando como uma criança quando cai e machuca o joelho, ela finalmente respirou fundo e se levantou, com certa dificuldade, se sentindo cansada... E vazia.

Gumi deu curtos passos até encontrar a cama e se deitou nela, com as mãos sobre o peito e encarando o teto sem graça.

As luzes estavam desligadas, mas pela luz externa que atravessava o vidro da janela, a garota podia ver nitidamente os detalhes da lâmpada no teto, e alguns adesivos que brilhavam no escuro que ela mesma havia grudado dias antes, e que talvez fosse a única coisa que gostasse no cômodo.

Tudo estava no mais perfeito silêncio.

Até a esverdeada abrir os olhos e ver uma sombra negra e deformada cobrir parte do teto, exatamente como fazia desde que aparecera pela primeira vez quando Gumi tinha treze anos.

Uma sensação de enjôo, misturada com um frio na barriga forçaram-na a fechar os olhos fortemente, e tapando os ouvidos evitando escutar os ruídos irritantes e estridentes que aquela figura negra e disforme emitia, como vários sussurros distantes e embaraçosos.

Gumi tentava a todo custo pensar em algo aleatório, que afastasse aqueles baques que lhe causavam um frio diferente de tudo, mas nada vinha a sua cabeça naquele momento, e então, o suor frio e os espasmos na mão esquerda começaram. Ela precisava do anti psicótico.

A garota se levantou da cama com o auxilio da mão direita, e com ela, pegou um frasco de plástico acrílico acima do criado-mudo, retirou a tampa do mesmo e pôs uma pílula pequena – mas com grande efeito sobre si – na mão.

Ela mal havia colocado o medicamento na boca, todavia já conseguia sentir o gosto amargo e ácido que aquele remédio possuía, mas não ficou muito tempo encarando a comprimido, pois logo a levou a boca e o engoliu, sentindo-o descer pela garganta, lhe causando uma forte ânsia de vômito. Tinha um gosto horrível.

Gumi se deitou novamente, esperando o anti psicótico agir, e não muito depois, ela já estava a sentir uma sensação de sonolência, a diminuição dos espasmos na mão esquerda e os sons não lhe incomodavam tanto, como se estivessem se encaminhando para um canto escondido de sua mente. Suas pálpebras estavam começando a pesar, lhe forçando a fechar os olhos.

Aos poucos, assim como as sombras densas que lhe perturbavam, a visão de Gumi foi ficando mais e mais carregada, até tudo se tornar um escuro completo.

 

 

 

 


Notas Finais


mano puta merda que capitulo grande da porra

Eai, pessoas, isso deu pra recompensar a minha falta? Não ou nem um pouco?
Não vou mentir, gostei desse capítulo c:
Mas e vocês? Gostaram? DEEM SUAS OPINIÕES POIS PRECISO SABER SE VOSSAS SENHORIAS TÃO CURTINDO
o ser humano é falho ninguém nasce sabendo hoje mesmo eu falhei entao me deixe tentar
puta merda já tá tardao e eu n to dormindo nem parece que estudo

~ Itadakimasu para quem não sabe, é um agradecimento que os japa fala antes de comer ~

Enfim, lindos, leitores queridos do meu heart... vou voltar com as postagens semanais ^^
todo mundo tá feliz? não
tabom parei
Mas é sério, na próxima quinta feira vocês vão ter que ler as bosta que eu escrevo nas notas finais e iniciais porque estou de volta c:
Quem ler é gay
kkkkkkjjjjj tabom chega
Xingamentos, pedras, amor e reclamações: @sweetzyxing (Twitter) qq
tchau beijo pra vocês


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