História Maybe - Único; There was no forbidden fruit.

Não saberia dizer ao certo o'que prendia mais sua atenção; talvez as respirações pesadas de ambas. Gostava de ouvir aquela simples e desesperada busca pelo tão necessitado oxigênio, enquanto os corpos continuavam em movimento num ritmo bagunçado. Tudo que tinham que fazer era parar e tomar um pouco de ar, porém, mesmo que já estivessem nisso algum tempo, sequer cogitaram a ideia de, em algum momento, finalizarem o ato.

Talvez os gemidos baixos que escapavam por sua boca; não que gostasse de ouvi-los, na verdade era um tanto quanto constrangedor para si. Porém, com aquilo percebia que já havia perdido o controle sobre o próprio corpo, a ideia acabava por soar excitante. Estava agora no modo automático e seguindo os próprios instintos sem negar a ajuda da parceira que, de certa forma, era mais experiente.

Talvez os lábios finos da mais velha que, naquele momento, pareciam moldados para transmitir da forma mais pura possível toda a malícia do ato; gostava da forma como em um segundo estes estavam a sussurrar obscenidades em seus ouvidos e no outro, estavam a beijar e mordiscar toda a pele desnuda. Em conjunto com os malditos olhos castanhos que se encontravam carregados de luxúria, sentia vontade de se esconder em algum lugar apenas para não ter que encarar aquela face que julgava ser tão bem desenhada.

Talvez os dedos que lhe preenchiam e continuavam a movimentar-se dentro de si, lhe deixando em certo estado de êxtase; não saberia descrever ao certo, porém com aquilo estava sob total controle da outra que, vez ou outra, diminua os ritmos dos movimentos apenas para ver o corpo da mais nova em abstinência. Já havia perdido a conta de quantas vezes naquela noite proferiu xingamentos a parceira por brincar daquela forma consigo.

Talvez o fato de não poder tocá-la e retribuir cada um dos prazerosos gestos; poderia se arrepender de cada comentário carregado de malícia que fez até chegar naquele ponto, ou das vezes em que ingenuamente desafiou a palavra da outra, mas não o fez, afinal, era um excelente jogo. Desde que suas mãos estavam imobilizadas, era como uma tortura não poder tocar no corpo alheio que estava sob o seu. Quando não estava revirando os olhos com tamanho prazer, usava-os para pura apreciação. Gravaria cada momento daquilo em sua memória, principalmente a forma como era tocada e marcada, planejava reproduzir aquilo na outra o quanto antes, como a boa aluna que era.

A verdade era que adorava cada parte daquilo; desde o simples beijo até sua total submissão, desde suas mãos atadas até a coleira em seu pescoço. A forma como poderia ser domada pelos encantos da mais velha preenchia sua cabeça, e desde que estavam ali para saciar uma a outra...

Não existia um fruto proibido