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História Maybe I just wanna be yours - Um dia não tão monótono


Escrita por: velhadosgatos

Notas do Autor


OI PESSOAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAL <3 COMO VCS ESTÃO?? ESTÃO BEM? TOMARA QUE SIM. Esse capítulo correu um risco muito grande de não ser postado, pois eu apaguei ele, mas graças a Deus, ou a qualquer outro ser, eu consegui recuperá-lo. Boa leitura.

Capítulo 3 - Um dia não tão monótono


Marceline gostava de observar as coisas ao seu redor: a casa da dona Marina, com aquela encantadora arquitetura antiga, cheia de plantas e flores; o cachorro do Pedro, que desde filhote tinha a mania de latir para quem passasse; as árvores; os semblantes desconhecidos, cada um expondo a quem quisesse ver suas frustrações, angústias, tristezas, alegrias, seu cansaço; os velhinhos que ela já havia se acostumado a ver sempre que andava por aquela rua, e sabia que estariam conversando sobre as historias de quando moravam no interior, e que já haviam contado diversas vezes. Sempre que passava por ali cumprimentava eles, e recebia um “ Já está uma moça, né? Te conheci bem pequenininha.”; as crianças correndo, pulando os muros, e exibindo seus sorrisos abertos e  voluntários. Achava tudo aquilo muito puro, espontâneo. Algo realmente belo.

Apesar de que passar muito tempo caminhando definitivamente não era um dos maiores prazeres de sua vida, ela passara a admitir para si mesma que aquilo se tornava menos cansativo quando entrava em seus devaneios trazidos pela paisagem urbana de sua cidade.

Após seu vagaroso e arrastado percurso, chegou em casa, jogando seu corpo no sofá da sala, e sua bolsa em qualquer lugar. Organizava uma lista mental do que faria durante o dia. De fato era muito complexa e interessante, constituída apenas por dormir e comer.

Ouviu sua barriga roncar, levando a garota a xingar-se mentalmente por não ter aceitado o sorvete de Finn. Depois de ouvi-la mais 5 vezes, Marceline se levanta (se é que isso pode ser considerado se levantar), e vai até o armário da cozinha, iniciando sua busca por algo no mínimo comestível. Ela vasculhava como se estivesse procurando por ouro, mas no fim, tudo o que conseguira achar foram 4 pacotes de macarrão instantâneo.

- Ah, cara! Miojo de novo, puta merda. - deplorou. Realmente, 45% do que comia era aquilo. - Essas porras dizem que fica pronto em 3 minutos, mas nunca é.

Depois de preparado, colocou o almoço em seu prato do Bob Esponja, e o comeu um tanto sem vontade, ela realmente precisava de algo diferente.

Após terminar sua receita digna de um grande e importante restaurante, jogou as louças na pia, era evidente que não tinha energia suficiente para lavá-las naquele momento.

Após uma demorada caminhada até seu quarto, Marceline caiu em sua cama, espreguiçou-se, pegou seu edredom incrivelmente macio, colocou-o embaixo de seu rosto, e soltou um longo suspiro, como se toda a preguiça fosse esvaziada de seu corpo e absorvida pelo colchão. O que não era verdade, já que ela pegou no sono logo que fechou seus olhos.

- Ring rong mimiojo! - a criatura repetia infinitamente, enquanto fazia uma dança mais estranha do que qualquer pessoa pode imaginar.

- Para com isso, seu filho da puta! - a morena gritava para a figura tosca de um hibrido de corvo e coelho à sua frente.

- Ring mongui, rong me a cong! Hahaha, biwo biwo, mar.ce.li.ne! - continuou falando enquanto ria de forma idiota.

- Eu vou te matar! – perdeu sua paciência, pulando no ser grotesco que “dialogava” com ela. Estava com um pouco de vontade de socar a cara dele, mas além de estar agredindo um animal, não conseguia fazer aquilo em uma situação tão cômica como aquela.

- Kill me! Kill me, Marceline. – o bicho gritava e ria.

- Mas que porra é essa? O QUE VOCÊ QUER?

- Eu quero ser dançarino. – respondeu, voltando a fazer sua dança estranha. - Ei, Marceline, você pode me ensinar um pouco de química? Eu querZUUM, ZUUM, ZUUM, ZUUM, ZUUM...

- Mas o quê? - ela gritou, sentando-se na cama e esfregando seus olhos, enquanto ouvia seu celular tocar com uma foto de Finn na tela, e depois de alguns segundos parou.

- Ah, cara, que sonho de bosta foi aquele? - resmungou, lembrando do que se passava em sua cabeça havia menos de 1 minuto. Sonhos como aquele não eram tão incomuns assim. Ela já havia se acostumado se comunicar com meias falantes enquanto dormia.

Decidiu que iria ligar para Finn depois, ela sabia que provavelmente ele iria chamá-la para jogar vídeo game, e ela não estava tão interessada nisso naquela hora.

“Aquele bicho pediu pra eu ensinar química a ele?!” Pensou rindo. De imediato lembrou da tal Bonnibel Bubblegum. “Droga. Vou ter que arrumar a casa pra ela vir amanhã.”

Por mais que Marceline não quisesse admitir, ela até havia gostado da sua nova colega. Não deixara de achar que era a típica nerd/ patricinha, e que com certeza ganharia popularidade na escola após algumas semanas, se tornando mais um daqueles estudantes ignorantes que ela tanto detestava. Mas ainda assim, não era alguém que a morena quisesse longe. Muito pelo contrário, ela sentiu-se a vontade até demais, considerando que isso se trata de um quase desconhecido.

Jogou suas pernas pra fora da cama tentando se levantar, mas era previsível que sua preguiça não deixaria que isso acontecesse com tanta facilidade.

- Vamos, pernas, se movam! - ela falou tentando convencer a si mesma a se levantar. Inclinou sua coluna para frente, finalmente conseguindo impulsionar seu corpo.

Decidiu que iria começar a tentar arrumar sua casa pela sala.  Chegando lá ela parou, e observou. Questionava para si mesma se aquilo poderia realmente ser considerado uma sala. Nunca havia, antes daquele momento, percebido que poderia estar se tornando um porco. Haviam latas de refrigerante amassadas e jogadas no chão, uma camisa pendurada na televisão, um sapato dentro de uma caixa de pizza, e sua bolsa da escola em um canto da parede.

“Por onde eu começo?!” pensou. Não estava com nem um pouco de vontade de limpar o cômodo. Colocou Freddy Mercury para tocar em seu celular, achando que isso pudesse deixar aquilo menos chato. 

I want to break free from your lies 

You're so self satisfied I don't need you                                                     

 I've got to break free.           

Marceline cantava alto, enquanto tocava sua guitarra/ vassoura loucamente.

Pegou um saco e apanhou todo o lixo que tinha, sentindo a melodia da música que tocava se espalhar pelo local. Nunca notara o cheiro insuportável de comida velha que estava impregnado lá. Após muito esforço, a sala estava impecável. Não lembrava da última vez que a vira daquele jeito.

Sentiu uma tristeza só em lembrar que ainda teria de limpar todo o resto da casa.

Migrou com seu material de limpeza para a cozinha, e lavou todas as louças que sua preguiça a impedira de lavar antes.

O banheiro não estava tão sujo, então resolveu limpar seu quarto. E achou melhor fazer deste o último, pois provavelmente Bonnibel não iria ver os outros cômodos da casa. Mesmo que visse, Marceline não iria arrumá-los, pois não tinha energia e nem ligava para isso.

Sua playlist já estava em Bohemian Rhapsody, que, para opinião de Marceline, era uma das melhores músicas do Queen.

Anyway the wind blows           

Doesn't really matter to me, to me.

Ela acompanhava aquela obra de arte, interpretando cada sílaba que era pronunciada.

A bagunça de sua sala não poderia ser comparada com a de seu quarto.  Era como se tudo que estivesse lá dentro vivesse em uma anarquia. Talvez essa comparação não seja um completo equívoco, levando em consideração o sutiã amarrado na janela, ou o meia no abajur.

Mama, life had just begun             

 But now I've gone and thrown it all away.

- Essa música é bonita pra caralho. - comentou, enquanto sentia tudo que a letra transmitia.

Após longos 50 minutos de muito suor, quedas, e quase desistências, Marceline conseguiu arrumar tudo, e colocar cada roupa e objeto em seu devido canto. Por mais que não estivesse o lugar mais organizado do mundo, estava no mínimo apresentável. Digno para uma visita, digamos.

Sentiu suas costas e braços doerem, não era acostumada a fazer tanto esforço. Tirou toda sua roupa e foi ao banheiro. Planejava tomar um longo banho, pois quando o fazia sentia-se estranhamente satisfeita, como se todas suas impurezas descessem pelo ralo.

A água extremamente gelada fez contato com sua pele, fazendo-a estremecer. O líquido continuava escorrendo pelo seu corpo, até tomá-lo por completo. Marceline limpava-se com bem mais vontade do que quando fizera com sua casa.

Sua playlist já não tocava mais Queen. Agora a garota dançava e cantava ao som de Arctic Monkeys. Sua voz ecoando pelo quarto enquanto cantava “Why’d you only call me when you’re high?” deixaria qualquer pessoa surda. Terminou seu banho/ show, e saiu do banheiro, e ao contrario do que havia feito naquela manhã, saiu com uma toalha em seu corpo.

Ela estava estranhamente animada. Aquela energia tão ativa não era algo muito comum de aparecer. Talvez fosse pelo fato de sua casa estar arrumada.

- Merda! Cadê minha blusa dos Beatles? - reclamou, revirando seu guarda-roupas atrás do que queria.

- Achei! - exclamou, terminando de se vestir.

Não querendo desperdiçar aquela animação excessiva, saiu pra andar pelas ruas como quem não tem o que fazer, e, cá entre nós, ela realmente não tinha.

Estava convencida de que sua lista de “tarefas” do dia não seria seguida de forma alguma, então decidiu que iria ao mercado fazer compras para a casa. Era evidente que não tinha maturidade suficiente para fazê-lo, pois maior parte do que comprara foram doces e comidas congeladas.

Ela saiu de lá com uma certa dificuldade devido ao peso das sacolas. Pelo menos uns 15% de sua energia já havia sido sugada por elas.

Já estava pensando em deixar suas coisas ali e ir embora, quando ouviu uma voz que não demorou a reconhecer.

- Marceline? - chamou, fazendo ela olhar para trás, e se deparar com a pessoa culpada por fazê-la limpar quase toda sua casa.

- Bonnibel! Oi! - respondeu, enquanto a outra se aproximava.

- Deixa eu te ajudar com isso aqui. – falou, tentando pegar uma das sacolas da mão da morena.

- Não, não precisa. - rebateu forçando um sorriso, não queria incomoda-la.

- Precisa sim, vem cá. - insistiu. Não era difícil notar que os braços da colega estavam ficando vermelhos.

- Obrigada. - a outra respondeu. Bonnibel realmente era alguém legal. - Então, Bonnie, o que tá fazendo por aqui?

- Eu moro nessa rua, não se lembra? - perguntou, fazendo Marceline olhar a sua volta e perceber que aquela era a mesma rua que passara mais cedo.

- Ah, é... - respondeu rindo.

Elas conversaram até chegar na casa da morena, esquecendo os pesos que carregavam.

- Bom, Bonnibel, é aqui. Quer entrar? - ofereceu gentilmente.

- Não, não precisa. Obrigada.

- Eu que agradeço. Provavelmente teria morrido carregando isso tudo sozinha. - falou, fazendo as duas rirem. - Então.. Até amanhã.

- Até. - despediu-se, entregando a sacola e voltando pelo caminho que tinham passado.

Marceline levou tudo para dentro de casa. Já eram quase 18:00, se continuasse ali fora poderia ser até roubada.

Organizou tudo o que comprou no armário, e foi para o seu quarto. Lembrou-se de que Finn havia ligado para ela, então resolveu retornar chamada.

“Ele deve estar esperando, vai me matar.”

- Alô? Finn?

- Sim, eu sei.

- Olha, Finn, eu passei o dia limpando a casa, tá bom?

- Eu sei, cara, desculpa...

- Se eu posso ir agora? Sim, posso sim.

-Tá bom, tchau. Daqui a pouco chego aí.

Marceline desligou o telefone, e foi caminhando até o ponto de ônibus, onde passou 15 minutos até conseguir pegar um.

Para ela, o ônibus era um dos lugares mais desagradáveis para estar. Nunca falou para ninguém, mas achava um saco ter que se levantar quando algum idoso entrava. Sim, é um modo muito errado de pensar, mas ela não podia fazer nada, não é? O percurso até a casa dos amigos não era muito longo, então em 25 minutos ela chegou.

Gostava bastante do lugar que eles moravam. As ruas eram simples, as pessoas bem alegres, era uma região extremamente simpática. Os moradores não gostavam muito quando ela ia para lá, pois alguns eram um pouco preconceituosos quanto ao seu estilo. Mas isso era amenizado quando estava na companhia de Finn e Jake, que ao contrário dela, eram amados por todos. E com razão, pois desde crianças gostavam de ajudar quem estivesse precisando.

Parou em frente da casa dos dois, e bateu na porta. Quem atendeu foi a mãe deles.

- Marceline! Há quanto tempo, menina! Vamos, entre! - Dona Margaret cumprimentou, com aquela sua animação de sempre. Ela era uma mulher de aproximadamente 36 anos, e que apesar disso, tinha uma energia equivalente à alguém de 10. - como você está?

- Olá, tia. - ela respondeu, dando um abraço na mulher de cabelos cor de palha e pouca altura à sua frente. Elas características sempre deram à ela uma imagem engraçada. - eu estou bem, e vocês?

- Nós estamos ótimos. Entre, vem falar com o Joshua. Ele está lá dentro, nós estamos preparando a janta.

- Marceline! - o homem berrou quando viu a garota. Seu cabelo que provavelmente já fora, algum dia, da mesma cor do de sua esposa, estava começando a ser tomado por alguns fios brancos, afinal, havia completado seus 41 anos recentemente. - Que saudade!

- Também tô, tio. - Marceline tinha um carinho muito grande por aquela família. Eles não eram seus tios de verdade, mas gostava de chamá-los assim.

- Finn e Jake estão lá na casa da árvore. Você vai ficar pra jantar, né?

- Tio, eu não sei... Acho que não..

- Ah, você vai sim! - Joshua sorriu. - Acho que estão te esperando, Marcinha. É melhor ir logo.

- Tudo bem, até depois.

Marceline foi até o quintal, onde havia uma casa na árvore. Pelo que ela sabia, a casa estava lá há um bom tempo, até antes mesmo de eles começarem a morar ali. Por ser muito bonita, e provavelmente  antiga e valiosa, nunca a tiraram de lá, e os garotos se apropriaram dela.

- Finn! Jake! Estou subindo. - gritou, abrindo a portinha que dava à uma escada. No fim desta, havia um pequeno quartinho de madeira, ornamentado com posters de sagas, vídeo games, e filmes antigos; objetos inúteis para os dois, como uma espada de brinquedo quebrada; cartazes da escola; e outra grande diversidade de intermináveis coisas. Eles conseguiam ser quase tão desorganizados quanto Marceline.

- Marcinha! – Finn gritou, quando viu a amiga entrando. -Tu demorou muito, hein?

- Finn! Deixa a Marcinha, né, Marcinha? - Jake pôs-se a defender a amiga, fazendo todos rirem.

- Não foi culpa minha, caras. Eu tava limpando a casa. O ônibus também demorou um pouco pra chegar. Mas o que importa é que eu tô aqui, né? - falou se sentando ao lado deles no chão.

- É sim. Mas, espera, você estava limpando a casa? VOCÊ LIMPANDO A CASA? É ISSO MESMO? - Finn gritou. Apesar de sua reação escandalosa, Marceline não ficou surpresa com ela. Quem a conhece sabe que isso deveria ser considerado um momento histórico. - Mas pra que? O presidente vai te visitar, por acaso?

- É que uma amiga vai fazer uma pesquisa lá em casa, aí eu achei que tava meio bagunçada.

- Amiga? Que amiga? - perguntou o loiro. Finn, diferente de Jake, que tinha seu cabelo da mesma cor do de seus pais, tinha sua cabeça preenchida por uma bem cuidada cabeleira amarela. Pelo que haviam a contado, ele fora deixado na porta da casa deles, quando seu meio-irmão completava 2 meses de nascido. Sempre brincaram que o loiro fora seu presente. 

- É a Bonnibel, aquela que eu apresentei à vocês hoje. - respondeu, dando de ombros.

- Ah, sim! Entendi. E aí, o que vamos jogar? - ele perguntou, começando a se animar.

- Não, Finn, hoje não tô muito afim de jogar.. - ela respondeu. Realmente, não estava com nem um pouco de vontade de fazer isso.

- Hum.. então o que vamos fazer?

- Já sei! - Jake exclamou, chamando a atenção dos outros dois. - Vamos jogar GUERRA DE CARTAS!

- Jake, esse jogo de novo não, cara! - Finn praticamente implorou.

- Tu só tá falando isso porque sempre perde. - O irmão falou, cruzando os braços. - Marceline, cê’ quer jogar, não quer?

- Pode ser. Vamos, Finn! - a garota respondeu. Guerra de cartas era um jogo de tabuleiro que Jake amava. Era como um RPG. Mas seu irmão detestava, e Marceline sabia que Jake tinha razão. Ele não gostava de jogar por sempre perder.

- Tá. - Finn acabou cedendo.

Como só era possível jogar com 2 pessoas, acabaram se revezando várias vezes. Seus gritos, risadas e brigas com certeza poderiam ser escutados pelos pais dos dois.

- Vai, Finn! Admita que foi legal. - Jake falou guardando as peças, e olhando para seu irmão, que tentava segurar um sorriso.

- Hum.. É. É, foi legal. - Ficou relutante em assumir isso.

- Ah, eu tô com muita fome agora. - falou o outro, deitando no chão.

- Eu também. - Marceline e Finn concordaram.

Começaram a conversar bobagens, e de vez em quando escapava um “nossa, que fome.” De um deles.

- FINN! JAKE! MARCELINE! VENHAM JANTAR! - chamou Margaret.

- Finalmente! - Jake exclamou, enquanto os 3 desciam da casa.

Foram correndo até a cozinha, onde começaram a abrir todas as panelas para ver o que tinha dentro, deixando Marceline envergonhada.

- Ei! Seus idiotas! Parem de fazer isso. - sussurrou para os dois, e fazendo eles rirem.

A cozinha era tão bonita quanto o resto da casa, que como todas as outras, era bem simples. Sua decoração era um tanto rústica, fazendo com que se destacasse na sala uma prateleira com objetos antigos, medalhas, prêmios, e fotos. A família sempre gostara muito de se aventurar, por isso era previsível que em meio à qualquer conversa que eles estivessem, contarem alguma historia de algum lugar que viajaram, ou de algo que haviam presenciado.

As 5 pessoas se juntaram à uma pequena mesa de madeira, sentindo o cheiro do jantar preparado. Os 3 jovens estavam ansiosos para comê-lo, enquanto os pais observavam orgulhosos a reação deles.

- Vamos, sirvam-se! - Joshua exclamou, fazendo com que todos pegassem seus pratos e fizessem o que ele disse.

- Ah, cara! Isso tá uma delicia! - Finn gritou, com a boca cheia de comida.

- Verdade! - Jake concordou, ele nem mastigava direito.

O olhar de Marceline cruzou com os dos pais dos dois, fazendo-a corar. Ela estava muito constrangida.

- Meninos, comam direito! Estão parecendo dois animais. - Margaret repreendeu-os, fazendo eles pararem. - Está gostando da comida, Marcinha?

- Ah, e-estou sim. Tá uma delicia. - falou sorrindo. Fazia um tempo que não comia algo que não ficasse pronto em no máximo 5 minutos.

O resto do jantar fluiu em uma energia agradável, Joshua e Margaret pareciam ter um certo dom. Conseguiam deixar a convidada completamente confortável, e tiravam de todos boas risadas.

Após o não tão esperado término da refeição, cada um leva seu prato à pia e o lava. As louças de Finn e Jake não ficaram tão limpas assim, mas ninguém ficou surpreso por isso.

Sentadas ao sofá da sala, Marceline e Margaret se entretinham em uma conversa saudável. A jovem não tinha uma daquelas há um bom tempo.

- Tia, eu acho que já vou indo. Tá ficando tarde.. - se levantou.

- Tem certeza? Não quer dormir aqui? – perguntou de uma forma tão gentil que quase fez com que a morena ficasse.

- Não.. Amanhã vou acordar cedo para ir pra escola.. Acho que não dá.- falou sorrindo, enquanto mexia suas pernas para frente e para trás.

- Hum.. Então deixe o Joshua te levar pra casa. Tá muito tarde pra você sair por aí de ônibus, é perigoso. - falou se levantando.

- O-o quê? Tia, não precisa. - falou envergonhada.

- Ah, precisa sim, Marceline! Fique aí, que eu vou falar com ele. - após algumas insistências da jovem ela vai até a cozinha da procurando por seu marido.

“Ah.. Vou falar com Finn e Jake.” Pensou indo até o quarto dos dois.

- Finn! Jake! - chamou batendo na porta.

O loiro a abriu, dando a ela a visão do já conhecido quarto dos dois. Não era tão bagunçado quanto a casa da árvore, mas podiam ser vistos roupas e objetos jogados no chão.

- Caras, eu já tô indo, okay? Até amanhã.

- Já? Ainda tá cedo, Marcinha! - gritou Jake que estava deitado na sua cama.

- Cedo?! Mas já são 22:00! - falou a garota colocando as mãos na cintura.

- Ah, é.. Então a gente se vê amanhã, né?

- Sim, nos vemos sim. Tchau Jake, tchau Finn! - despediu-se voltando para a sala.

- Marceline, vamos? - falou Joshua, que a esperava sentado no sofá.

- Não vai incomodar? - insistiu.

- Incomodar? Claro que não! - exclamou rindo - Vamos logo.

Entraram no carro amarelo, antigo, e com o modelo desconhecido por Marceline que estava na garagem. Ela deu o endereço da sua casa ao seu “tio”, e eles saíram pelas ruas que a jovem tanto gostava.

- E aí, Marcinha, como está lá na escola? - perguntou tirando os olhos da estrada por um segundo e direcionando eles à garota.

- Ah, tá indo, né? Graças a Deus consegui passar de ano. Fiquei de recuperação em cinco matérias, mas enfim. - falou dando de ombros e sorrindo junto com o homem.

Ele ligou o radio do carro, permitindo que uma música bastante melancólica ressoasse. A melodia se confundia com o barulho do vento, passeando pelos ouvidos de Marceline.

O, children                                         

We have the answer to all your fears

It's short, it's simple, it's crystal dear

 It's round about, it's somewhere here                                                   

Lost amongst our winnings

Ela colocou o braço para fora da janela, permitindo que a ventania causada pela velocidade do carro batesse na sua mão, que em segundos passou a movimentar-se no ritmo da música.

- É aqui? - Joshua perguntou quando chegaram no local que Marceline havia dito.

- É sim. Valeu, tio. - falou sorrindo, abraçando o homem e saindo do carro. - Até outro dia!

- Não tem de quê. - respondeu acenando.

A jovem entrou na sua casa recém-arrumada e foi para o seu quarto.

Até o momento não havia notado como estava cansada. Tirou seus sapatos e jogou-os no canto da parede, provavelmente dando início a uma nova bagunça. Por mais que devesse tomar banho, não o fez, apenas colocou seu despertador para tocar às 6:00, deitou em sua cama e dormiu, sem nem trocar a roupa que vestia.


Notas Finais


Link da última música: https://m.youtube.com/watch?v=HtrKPsUlM0E

E aí? O que acharam?
Novamente, críticas construtivas são sempre bem-vindas.
Até o próximo, abraços.


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