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História Maybe Not - Capítulo 2


Escrita por: myavengedromanc

Notas do Autor


Boa leitura <3

Capítulo 2 - Capítulo 2


 

“O que você está fazendo?” Ray sinaliza. 

Volto para o quarto de Gerard com outro copo de água. Uma vez que eu o coloco cuidadosamente no chão com todos os outros, eu volto para a sala de estar.

“Ele vive aqui neste apartamento há duas semanas.” eu digo ao Ray. “Se ele quer ser um colega de quarto, ele tem que conviver com os trotes. É a regra.”

Ray balança a cabeça em desaprovação. 

“O que?” eu digo defensivamente. 

Ele suspira pesadamente.

“Ele dificilmente parece ser o tipo que adere a trotes. Isso vai se voltar contra você. Ele nem sequer falou conosco desde que se mudou.” 

Eu discordo com um aceno de cabeça.

“Ele não falou com você, porque você é surdo e ele não conhece a linguagem de sinais. Ele não falou comigo, porque eu tenho certeza que eu o intimido.”

 

“Você o irrita.” Ray sinaliza. “Eu não acho que seja possível intimidar esse garoto.” 

Eu balanço a minha cabeça.

“Eu não o irrito. Eu acho que ele pode estar atraído por mim e é por isso que está me evitando. Porque sabe que não é uma boa ideia colegas de quarto ficarem juntos.”

Ray aponta para o quarto dele.

“Então por que você está fazendo um esforço para brincar com ele? Você quer que ele fale com você? Porque se você acha que colegas de quarto não devem ficar juntos, então você provavelmente não deveria estar...”

Eu o interrompo.

“Eu não disse que eu acho que colegas de quarto não devem ficar juntos. Eu disse que eu acho que é por isso que ele está me evitando.”

“Então você quer ficar com ele?”

Eu reviro meus olhos.

“Você não entende. Não, eu não quero ficar com ele. Sim, eu gosto de olhar fixamente para a bunda dele, mas isso não vem ao caso. E eu estou apenas brincando, porque se ele vai morar aqui, ele precisa se acostumar com isso.”

Ray joga as mãos para cima em derrota e vai em direção ao seu quarto, assim que a porta da frente começa a abrir. Eu corro para o meu quarto e fecho a porta antes que Gerard me veja. 

Sento-me na cama e espero. 

E espero. 

E eu espero um pouco mais. 

Deito-me na cama. Espero um pouco mais. 

Ele nunca faz um som. Eu não o ouço ficar com raiva por eu ter enchido mais de cinquenta copos de água e colocado estrategicamente ao redor de todo o quarto. Eu não a ouço andando até a cozinha para derramá-los. Eu não o ouço bater na minha porta para jogar os copos de água na minha cara em retaliação. 

Eu estou tão confuso. 

Eu me levanto e saio do meu quarto, mas ele não está na cozinha ou sala de estar. Seus sapatos de trabalho estão na porta da frente, onde ele os mantém, então eu sei que ele chegou a casa. Eu sei que ele entrou no seu quarto. 

Que decepção. Sua falta de resposta me faz sentir como se o meu trote fosse um fracasso, quando eu sei que não foi. Foi épico. Não há nenhuma maneira dele ter colocado um pé em seu quarto sem ter que mexer todos os copos de água. 

Eu volto para o meu quarto e deito na cama. Quero ficar chateado com ele. Eu quero odiá-lo por estragar o troco do trote. 

Mas eu não odeio. Eu não consigo parar de sorrir, porque eu amo que essa sua resposta tenha me pegado desprevenido. Ele é inesperado, e eu gosto disso. 

 

***

— Iero. 

Sua voz soa tão doce. Eu devo estar sonhando. 

— Iero, acorde. 

Assim, tão doce. Angelical, mesmo. 

Eu me dou alguns segundos para ajustar a sua voz, para o fato de que ele está me acordando, para a aleatoriedade do seu ser na porta do meu quarto, chamando meu nome. Eu lentamente abro meus olhos e rolo sobre minhas costas. Eu levanto em meus cotovelos e olho para ele. Ele está de pé na porta entre o quarto e o banheiro. Ele está usando uma camiseta enorme do Sounds and Cedar e parece até que ele não está usando nada por baixo. 

 

— O que está acontecendo? — eu pergunto. 

Ele me quer. Ele totalmente me quer. 

 

Ele cruza os braços com força sobre o peito. Inclina a cabeça para o lado, e eu vejo quando seus olhos estreitam até minúsculas fendas irritadas.

— Nunca pise dentro do meu quarto novamente. Idiota. — ele se endireita e vai para o banheiro, batendo a porta. 

Eu olho para o relógio, e são duas da manhã. Essa foi uma reação extremamente atrasada do meu trote. Ele estava apenas esperando que eu dormisse para que pudesse me acordar e gritar comigo? Essa é sua ideia de vingança? 

Ele é tão amador. 

 

Eu sorrio para mim mesmo e rolo, mexendo na cama. Eu suspiro quando uma torrente de água escorre em cima de mim. 

Que porra é essa? 

 

Eu olho para cima, quando um copo vazio cai da beirada da cabeceira e bate diretamente entre os meus olhos. 

Eu fecho meus olhos, envergonhado por não ter previsto isso. Estou muito decepcionado comigo mesmo. E agora eu vou ter que dormir em cima de toalhas, porque meu colchão está encharcado. 

Eu tiro as cobertas e balanço as pernas sobre a cama, só para que meus pés encontrem ainda mais copos de água. Eu bato em vários deles na minha tentativa de levantar e isso cria uma espécie de efeito dominó. Curvo-me e tento impedi-los de cair, mas eu apenas deixo pior. Ele colocou-os tão próximos, por todo chão do meu quarto, que eu não consigo encontrar um local seguro para pisar. 

Eu tento chegar ao criado-mudo e, ao mesmo tempo levantar a minha perna direita, de modo que ela não bata em quaisquer copos mais, mas eu perco o equilíbrio no processo e... sim. Eu caio. Sobre a pilha restante de copos que estão cheios de água. A água que está agora sobre todo o meu tapete. 

Touché, Gerard. 

 

***

 

Eu estou levando os copos de água do meu quarto para a cozinha, para lá e para cá, para lá e para cá. Ray sentado à mesa, olhando para mim. Eu sei que ele quer perguntar por que os copos estão agora no meu quarto, mas é melhor não. Tenho certeza que ele pode ver pelo olhar no meu rosto que eu não preciso do seu, “eu avisei”. 

A porta do quarto de Gerard abre e ele sai com a mochila pendurada no ombro. Faço uma pausa e olho para ele por alguns segundos. Seu cabelo está penteado para trás em um quase topete naquele tom vermelho. Ele está em um par de jeans justas e uma blusa azul. Ele geralmente veste seu uniforme do Hooters, que, finalmente começaram a contratar homens e abriram espaço para o público lgbt e não me interpretem mal, isso é fantástico. Afinal, todas as pessoas precisam de um pouco de diversão assistindo garçonetes gostosas e garçons melhores ainda andando por aí.... Mas isso? Vê-lo vestido com seus chinelos e sem sua maquiagem de sempre, é apenas... Pare de olhar para ele. 

— Bom dia, Iero. — ele diz, atirando punhais em minha direção. Ele olha para os copos em minhas mãos. — Dormiu bem? 

Eu sorrio para ele com vingança.

— Vai se foder, Gerard. 

Ele enruga o nariz e dá uma sacudida rápida com a cabeça.

— Não, obrigado. — ele diz, indo em direção à porta da frente. — Oh, por sinal. Estamos sem papel higiênico. Além disso, eu não consegui encontrar a minha lâmina, então eu espero que você não se importe que eu tenha usado a sua. — ele abre a porta da frente e se vira para mim. — E... — ele enruga o nariz novamente. — Eu acidentalmente derrubei sua escova de dente no banheiro. Desculpe. Lavei para você, apesar de tudo. 

Ele fecha a porta bem na hora que um dos copos de água voa da minha mão e atinge a parte de trás da porta. 

Ele é uma vadia. 

 

Ray calmamente passa por mim, direto para o seu quarto. Ele nem sequer olha para mim, porque ele me conhece melhor do que ninguém, e, portanto, ele sabe que não deve falar comigo agora. 

Desejo que Mikey me conhecesse tão bem, porque ele está rindo, indo para a cozinha. Toda vez que ele olha para mim, ele ri ainda mais forte.

— Eu sei que ele é malvado, mas Cristo, Frank. Ele te odeia. — ele ainda está rindo enquanto abre a máquina de lavar louça para descarregá-la. — Eu quero dizer, realmente te odeia. 

Eu termino a caminhada pela sala de estar e coloco os copos vazios ao lado da pia.

— Eu não posso mais fazer isso. — eu digo a ele. — Eu não posso viver com mais alguém aqui dentro. 

Mikey olha para mim, divertido. Ele não acha que estou falando sério. 

— Esta noite. Eu quero que ele saia esta noite. Ele pode morar com um amigo, ou com a irmã que ele está sempre ao telefone. Eu quero que ele vá, Michael. 

Ele pode ver que eu não estou brincando. Ele se endireita e aperta as mãos sobre o balcão atrás dele, olhando-me. Ele balança a cabeça.

— Ele não vai embora. 

Ele se abaixa e fecha a máquina de lavar louça e aperta o botão para iniciá-la. Ele começa a se afastar, então eu o sigo.

— Você não pode ter a palavra final em quem mora aqui. Eu tentei por duas semanas me dar bem com ele, e ele é impossível pra caralho. 

Mikey olha para todos os copos que revestem a bancada.

— Você acha que dar trote nele é fazer um esforço para se dar bem? — ele olha para mim, se afasta e caminha de volta, em direção ao seu quarto. — Ele não vai embora. Ele é nosso colega de quarto agora, então lide com isso. 

Ele bate à porta, e isso me irrita ainda mais porque eu estou realmente cansado de todo mundo batendo portas recentemente. Eu piso duro por toda a sala de estar e abro a porta.

— Ou ele vai ou eu vou! 

 

Assim que eu digo isso, me arrependo. Na verdade, eu não vou. Eu não vou a lugar nenhum, mas talvez a ameaça o faça mudar de ideia. Ele dá de ombros. 

— A gente se vê. — ele diz casualmente. 

Eu me viro e soco a porta.

— Sério, Michael? Você me deixaria ir embora por ele? 

Ele se levanta e caminha para mim, não para até que ficamos olho no olho.

— Sim, Frank. Eu deixaria. Então vá pensar sobre isso e me fale quando você vai se mudar. — sua mão aperta a porta e ele tenta fechar na minha cara, mas eu bato a palma da minha mão contra ela e empurro-a de volta para abrir. 

— Você está transando com ele. — eu digo. 

— Pare com isso, já! Eu não estou transando com ele. 

Meu maxilar está cerrado com força e eu estou balançando a cabeça lentamente. Essa é a única explicação para ele estar defendendo-o infinitamente.

— Eu não sei por que você apenas não admite isso, Mikey. Tudo bem. Você está apaixonado por Gerard e você não quer que ele se mude. Se você pudesse apenas admitir isso, eu pararia. 

O maxilar de Mikey fica tenso e ele solta uma respiração rápida, frustrada. Ele passa as mãos pelo cabelo e é aí que eu vejo. Eu vejo escrito em todo o seu rosto. 

Michael é apaixonado por Gerard. 

 

Eu não sei como me sinto sobre isso, o que não faz sentido, já que eu estou tentando expulsá-lo. 

— Frank. — ele diz com calma. Ele volta para o quarto e gesticula para eu entrar. Eu não sei por que ele acha que precisa de privacidade, quando a única outra pessoa no apartamento é Ray. Ele fecha a porta atrás de mim quando eu estou dentro do seu quarto. Ele coloca as mãos nos quadris e olha para o chão por alguns segundos. Quando seus olhos finalmente encontram os meus novamente, estão cheios de derrota. 

Eu sabia. 

 

— Eu não estou apaixonado por Gerard. — ele diz com calma. — Ele é meu irmão.

 


Notas Finais


Bem óbvio, eu sei, mas levem em conta que é chocante para o Frank, pq ele nem desconfiava

Vejo vocês no próximo <3


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