História Maze - Chapter 2

O corpo de Sarah congelou. Ela tinha esquecido completamente que Cosima estava no banheiro. Delphine interrompeu o beijo, deu de ombros e olhou incrédula da real Cosima para Sarah. Suas mãos ainda repousavam sobre os quadris de Sarah quando a realidade a atingiu no rosto. "Oh meu Deus!", exclamou ela e quase saltou para trás, longe de Sarah.

As três mulheres silenciosamente olhavam de uma para a outra. A tensão era palpável.

"Eu tenho que sair daqui" Sarah finalmente quebrou o silêncio. Ela arrancou o gorro de sua cabeça e colocou os óculos de Cosima no balcão da cozinha. Agarrando sua jaqueta de couro de uma cadeira próxima, ela saiu do loft batendo a porta atrás dela.

"Uau", foi tudo o Cosima pode trazer.

Delphine ainda estava sem palavras. Ela balançou a cabeça em descrença e correu as costas da mão em sua boca mais e mais. Lentamente, ela começou a andar para a janela da cozinha virando as costas para Cosima.

"Olha cara, eu sinto muito. Eu .... Isso .... Foi uma ideia estúpida. Eu pensei que seria engraçado ...", Cosima divagava.

"Engraçado?", Delphine ainda de frente para a janela.

"Sim, eu pensei ..."

"Você não pensou nada, Cosima! Você pode imaginar como me sinto? Você acha que é engraçado eu ter beijado sua irmã assim? Você acha que isso é engraçado para mim?"

"Não", ela respondeu sem emoção. "Mas eu quero dizer, tipo," ela fez uma pausa e sorriu: "Eu lhe disse que você precisava amar todas nós."

Era cedo para piadas.

"Tais-toi !," foi quase um silvo.

"Desculpa?"

"Eu disse, cala a boca!", Delphine estava quase gritando agora.

Cosima abaixou a cabeça no susto. Delphine nunca tinha falado com ela assim antes. O brilho de bondade sempre presente tinha deixado seus olhos. Cosima mordeu o lábio inferior e lentamente caminhou até o balcão da cozinha. Delphine notou seu movimento. "Não se atreva a me tocar agora!"

"Eu estava apenas indo pegar meus óculos", Cosima disse calmamente. "Olha, eu sinto muito. Você tem que me dar um desconto, tudo o que eu queria era fazer uma brincadeira com você e me divertir um pouco. Ninguém poderia saber que Sarah é uma atriz boa pra caralho."

Delphine riu, "Oh, eu sei disso, e você devia também. Você esqueceu da noite em ela veio para a Dyad vestida como você? Você acha que eu gostei disso?"

"Não mas…"

"Mas o que? Você fez questão de me fazer passar por isso de novo?"

"Não, mas da última vez ela tinha um propósito", Cosima se viu repetindo as palavras de Sarah. Ela estava certa sobre isso, afinal.

Delphine zombou.

"O que?" Cosima disse irritada.

Delphine respirava com dificuldade. "Sinto muito Cosima, eu tenho que ir. Eu não posso fazer isso agora. Eu te ligo." Ela acariciou delicadamente o ombro de Cosima, recolheu seus pertences e partiu, sem bater à porta. Cosima observou-a sair e a mesma sensação de náusea que ela teve, quando viu Delphine beijar Sarah, voltou.

"Porra."

Depois que ela fechou a porta Sarah vagou pelas ruas de Toronto sem rumo. As roupas de Cosima pareciam erradas nela e o aroma do perfume de Delphine ainda doía em seu nariz. Ela passou as mãos por seus bolsos procurando alguns cigarros, mas apenas encontrou um isqueiro quebrado.

"Merda", ela sussurrou e atirou o isqueiro na rua onde se partiu em dois. Sua mente estava correndo, ainda incapaz de processar tudo o que tinha acontecido. Ela havia beijado a namorada da sua irmã e tinha gostado! Seus dias de experimentação eram longos, mas mesmo assim ela só tinha ficado com meninas após a quarta cerveja. Beijar uma menina nunca significou nada para ela. Parecia que seu próprio corpo a traíra. A última vez que se sentira assim ao beijar alguém, foi quando ela tinha beijado Cal depois de seu primeiro encontro. Ela tirou seu celular do bolso e discou o número de Felix. Claro que, quando ela realmente precisava dele a sua caixa de mensagens detestável atendia.

"Foda-se", ela xingou. Quando ela estava prestes a colocar seu celular de volta, ele começou a tocar. Mas não era Felix ligando.

"Cos, eu não quero conversar. Não agora, ok. Eu te ligo." Ela não esperou por uma resposta, e desligou. Era uma noite perfeita para caminhar na cidade, o vento estava mordendo seu rosto e ela começou a sentir os pingos de chuva em sua pele. As gotas logo se transformaram em uma chuva torrencial e ela se viu correndo para uma parada. "Ah, não fode", exclamou ela e sentou-se no banco, ao lado de uma mulher que demonstrativamente afastou seu corpo de Sarah, cujo pulso lentamente começou a acelerar. Ela olhou em volta e encontrou uma loja de conveniência aberta no fim da rua.

Os dez segundos que ela levou para chegar à entrada foram suficientes para encharca-la. Ela passou no caixa com uísque barato, cigarros baratos e um novo isqueiro.

"Noite difícil?", O cara atrás do balcão perguntou.

"É o que parece, não é?" Ela pegou tudo e foi a uma entrada da casa ao lado da loja. Ainda tremendo de raiva, acendeu o cigarro e abriu a garrafa. Para quem olhava de fora, ela parecia uma prostituta ou uma pessoa sem-teto, talvez ambas. Ela deu uma longa tragada e soltou. O cenário lembrava de seu tempo na Inglaterra, onde ela passou a maior parte de seus dias como este, ignorando as responsabilidades e danificando seu corpo. Ela riu da ironia da situação. Assim que ela começou a repetir o incidente parecia que ela podia sentir o beijo novamente. Ela viu o rosto de Delphine quando percebeu o que tinha acontecido e o olhar que ela tinha dado a ela antes de sair do loft. Tremendo, ela tomou outro gole de uísque. Ainda chovia e ela começou a ficar com frio novamente quando um carro preto parou na calçada em frente a ela.

"Entre", disse uma voz familiar.