Escuto a cela sendo aberta. Mais uma de minhas alucinações?
-Garota, estão te chamando na sala principal, levanta logo.-A mulher que me entrega a comida com gosto de mofo me chama berrando, eu tenho esquizofrenia, eu não sou surda porra.
-Grita mais, acho que o governador ainda não te ouviu.-Respondo pra ela, me levantando do chão indo até ela.
-O que você disse pirralha?-Ela fala em um tom grosseiro.
-Bom, agora eu sei o porque de você gritar, pelo jeito a surda aqui é você.-Falo a desafiando.
-''Acho que alguém vai perder uns dentes hehe.''-A maldita voz.
-Cala a sua boca, tu só fala merda!-Grito botando as mão nos ouvidos, logo sentindo uma ardência na minha bochecha, era um tapa, um tapa muito bem dado, que quase cai.
-Garota só não te quebro porque se não perco o meu emprego!-A mulher era 10 vezes maior que eu.
-Ah porque tu tem um puta de um emprego bom né? Caralho que emprego maravilhoso, quando eu sai daqui também vou querer um desse ok?-Falo com um sorriso cínico.
Quando eu vi eu já tava no chão com ela em cima de mim, eu só ouvia tapas em minha cara, vozes e passos vindo do corredor da sala principal.
-Mas que barbaridade é essa!? Quem você pensa que é para bater nela, hein sua gorda!-Era a voz da minha suposta tia.
Agatha estava caminhando em nossa direção com os punhos fechados, quando um senhor com roupas formais parou ela no meio do caminho e chamou dois enfermeiros para tirar aquela baleia de cima de mim, o peso dela tava me incomodando mais do que os tapas.
Os dois enfermeiro seguraram ela e a tiraram de cima de mim, me levantei e passei as mãos na minha roupa pra tentar tirar um pouco da sujeira que tinha ficado.
-Que que isso?! Que horror como você deixa uma funcionária fazer isso com a minha sobrinha!?-Agatha fazia gestos enquanto falava em um tom alto.
-Resolvemos isso na minha sala, vamos.-O senhor disse calmamente fazendo sinal para seguirmos em frente para sua sala, a sala principal.
O senhor e Agatha estavam indo na frente, olhei pro lado e vi a mulher ainda com os dois braços presos, cada enfermeiro estava em um braço, já que ela esta presa porque não provocar não é mesmo? Mandei um beijo, pisquei um dos olhos e fiz um coraçãozinho com as mãos, logo saindo. Amo provocar.
Logo entrando na sala o senhor pede para sentarmos nas duas cadeiras que havia na frente de uma mesa de escritório e uma outra cadeira virada pra gente, foi nela que ele se sentou.
-Bem chamamos você, Morgan Moldren, para conversarmos em conjunto sobre uma coisa que lhe interessa.-Oi, meu nome é Morgan.
Sinceramente? Eu não escutei nada depois disso, só sei que Agatha e ele estavam dialogando não sei sobre o que, eu estava passando as mãos em minhas bochechas que estavam doendo demais por conta dos tapas que eu havia levado.
-Então Morgan, concorda? Aceita?-O senhor pergunta.
Eu não faço a miníma ideia do que ele ta falando, to perdida.
-Que? Sobre o que?
-Como assim você não estava ouvindo? Meu deus, senhor não repita,-Ela fala se virando para ele e logo voltando pra mim.-Sim ou não?
-COMO ASSIM EU NÃO SEI!
-SIM OU NÃO?
-QUE?
-SIM OU NÃO?! RESPONDE MERDA!-Agatha é muito exaltada, jesus.
-Sim?!-Falo com a cara confusa.
Ela abre um sorrisão de felicidade, nojento, perai o que O QUE ELA TA SORRINDO.
-DO QUE TU TA SORRINDO?-Pergunto desesperada.
-VOCÊ VAI MORAR COMIGO! EBAAA!-Fala ela me abraçando.
-O QUE?! NÃO, NUNCA, ECA!-Digo me afastando.-Pera ai, quer dizer que eu to livre? E-eu...
-Isso mesmo, agora, Agatha assine aqui e aqui por favor, para concluirmos isso de uma vez por todas.-Diz ele indicando onde se assinava.
Eu não tô acreditando, eu finalmente to livre!
-''Do que você esta falando baby? Esqueceu de mim? Que gracinha, mas não esta totalmente livre não! KKKKK''
-Você não vai me deixar em paz nunca caralho?! SAI DE MIM!-Grito me levantando.
-Querida acho melhor irmos para minha casa conversarmos.-Agatha fala me pegando no braço levando para o seu carro.-Obrigada!-Agradece ela para o senhor que estava sentado.
(...)
-Ai meu deus! eu sempre perco a chave.-Diz Agatha procurando na bolsa.
Eu estava entediada de braços cruzados encostada na porta da frente da casa dela esperando ela achar a linda chave.
-ACHEI! HÁ!-Ela avisa me empurrando e abrindo a porta logo entrando.
Enquanto estava entrando vi ela botando a bolsa no balcão da cozinha e se sentando no sofá chamando um gato para o seu colo.
-Essa aqui é a Plume! Diga oi Plume!-Falava ela pegando a patinha da gata e dando ''tchauzinho''.
pequei minha mochila onde estava as minhas coisas que não eram muitas e joguei em cima do sofá.
-Então Agatha, onde eu irei dormir?
-Você irá dormir no sótão, ele estava todo sujo e bagunçado, mas ajeitei ele para você! E me chame de tia, ou madrinha, não precisa ser tão formal assim!-Disse fazendo biquinho.-Pegue, aqui esta a chave da porta do seu quarto, a porta de frente da casa, e a de trás!
Por que ela esta confiando tanto em mim? eu mal conheço ela e ela mal me conhece, do nada ela aparece e fala que é minha tia, minha madrinha, sei lá, mas quando foi para ficar comigo depois da morte dos meus pais ela nem existia!
-O que você quer de mim? Eu te fiz alguma coisa e não sei? Eu também matei o seu filho?!
Ela se levantou e veio até mim botando as mão em meu rosto, eu me distanciei.
-Querida...
-''Iih, se eu fosse você eu pegava uma faca e enfiava na garganta dela pra ela calar a boca''
-Mas você não é eu, então cale você a porra da boca sua imunda.
-Eu conheço você, eu conheço sua história, eu conheço os seus problemas, eu sou a sua família, eu tenho o seu sangue, então apenas confie em mim, por favor, eu nunca iria te fazer mal de propósito, eu sou a sua tia, a sua madrinha, é meu dever cuidar de você.-Falou ela ignorando o que eu tinha dito.
-ENTÃO ONDE VOCÊ ESTAVA QUANDO EU MAIS PRECISEI? ONDE VOCÊ ESTAVA QUANDO A SUA IRMÃ MORREU E DEIXOU UMA FILHA? ONDE VOCÊ ESTAVA QUANDO ELA SE METEU EM COISAS PERIGOSAS?-Gritei, eu certamente precisava de meus remédios.-A onde você estava?...-Disse já perdendo as minhas forças.
-É uma história complicada querida, eu prometo de dedinho te contar quando tudo ficar estável ok?
-''É sério que você vai cair nessa? Pensei que você fosse mais esperta baby.''
-Estável? Quando o que ficar estável? Minha sanidade por exemplo nunca vai ficar estável!
Ela saiu indo pro banheiro me deixando sozinha na sala logo voltando com algumas seringas e remédios, eu sabia muito bem para o que que era esse remédios. Novamente ela ignorou o que eu falei e aplicou a agulha da seringa no meu braço, não me mexi pois sabia que aquilo era necessário, já estava acostumada, e sinceramente? Eu até gosto dessa sensação da agulha no meu braço, tanto que eu doava sangue no manicômio.
-Acho que agora é melhor você subir e ir dorm...- Não ouvi mais nada depois.
Só sei que capotei, eu estava muito cansada fisicamente e mentalmente para falar e ouvir mais alguma coisa.
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