História Maze Runner - Small Evil Season 01 - Chapter One - Ghosts Alive...

Point of view of Charlotte Elizabeth Grey

Como de costume abri os olhos sem o menor arrependimento dos meus atos na noite anterior. Remando totalmente contra as minhas regras, repeti um velho parceiro de cama. Não por falta de opção, mas pareceu uma ótima oportunidade de chamar atenção após notar um aglomerado de paparazzi na porta do hotel dele quando saímos do carro, após o VMA.

Charlotte Elizabeth Grey – eu, prazer! – começaria o último e  tedioso ano letivo de sua vida na Seattle High School tornando-se a rainha daquela corja logo nos primeiros minutos de aula, graças a ele.

Antes de sair de fininho do quarto – por que sim, eu não dou chances para despedidas – saquei a Polaroid da bolsa e fiz mais uma famosa #aftersexselfie do dorminhoco, mas ainda assim delicioso garoto estirado nu na cama.

— Onde pensa que vai Charlie? —  fui pega no pulo após calçar o scarpin nude para partir — Por que você sempre foge? — ele questionou com a voz rouca e extremamente sexy.

— Não estou fugindo. Só não vou te dar a chance de se apegar — soei mais delicada do que realmente sou.

— Eu vi o que fez. Pra que tirou a foto? É mais uma das suas armações? — sentou-se na cama se espreguiçando e movendo dois dedos para que eu voltasse a deitar ao seu lado. Mantive minha postura. Não daria esse gostinho a ele.

— Apostei algo com Thomas no início das férias, mas tenho certeza de que estamos empatados — fiz um biquinho charmoso, fazendo ele lamber os beiços com a minha ação.

— E o que eu posso fazer para te ajudar a ganhar a aposta?

Aquelas palavras com certeza fizeram meu dia. Tão malicioso quanto eu, certeza que faria qualquer coisa para que eu vencesse meu primo naquele jogo. Apenas puxei ele pelo braço e joguei uma toalha em sua direção, pedindo que cobrisse ao corpo desnudo.

— Vamos dar uma volta! — passei a mão na minha bolsa e segui para o quarto ao lado, ignorando a cara de espanto das camareiras no corredor.

— Esse é o quarto do Harry! — exclamou espantado e confuso.

— E daí? Quer ajudar ou não? — passei na porta o cartão extra confiscado na noite anterior, abrindo o quarto no mais absoluto silêncio – É simples. Basta deitar na cama e fingir que está dormindo, enquanto eu tirou outra selfie.

A cara dele não era uma das mais confiáveis, mas Harry roncava mais alto que um motor velho naquela manhã, então não havia risco de sermos pegos. Rapidamente tirei outra selfie com a Polaroid após ele se acomodar ao lado do amigo e saímos do quarto sem acordar o belo adormecido.

— Quando vou te ver de novo Charlie? — o garoto insistiu, passando os braços em volta da minha cintura, colando nossos corpos vorazmente, em pleno corredor. Ele, de toalha. Eu, já excitada e infelizmente vestida. Ele buscou pela minha boca, segurando com força meu rosto. Se ele insistisse, entraria novamente aquele quarto. Droga, por que ele era tão gostoso? Diabo e anjo travaram uma luta árdua na minha mente, e como de costume, o capeta venceu.

Afastei seu corpo, dei apenas três tapinhas de leve em seu rosto lindo, virei as costas e antes de entrar no elevador que já estava me esperando no andar, sugeri — Escreva uma música sobre isso. Fará tanto sucesso quanto Stitches.

Ao longe vi seus olhos tão azuis quanto os meus fervilharam e comerem minha alma viva. Sem aguentar a pressão, ainda ouvi ele gritando com aquele sotaque britânico que me fazia tremer — Eu sou muito melhor que Shawn Mendes, Charlie!

Rindo freneticamente dentro do elevador, já com a porta fechada, ajeitei meus cabelos negros, retoquei o rímel borrado e enviei um whatsapp para o cara carente, agora dez andares acima de mim.

Pode apostar que sim Louis Tomlinson! See ya! XX – 07h23min

Point of View of Thomas Daniel Anderson

Ainda dava para sentir o gosto da balada da noite passada travando minha garganta. Como a Charlie conseguia essas coisas; VIP para o VMA em LA? Tinha me contentado em apenas passar as férias em Malibu na nossa casa de praia, mas essa garota se superava a cada dia.

Ansioso, aguardava por ela no jatinho dos meus pais, já que Malcon, o piloto da família, nos levaria de volta para Seattle naquela manhã. Infelizmente as aulas começariam no dia seguinte e estava desanimado com mais um ano chato pela frente. Ao menos tinha minha prima comigo para apimentar as coisas naquela escola.

Charlotte e eu passávamos a maior parte do tempo dando festas memoráveis e testando a paciência de todos os alunos daquele lugar. Eramos o que eles chamavam de “Os desejáveis”. Todos queriam ser Thomas e Charlie e nos orgulhávamos desse feito construído há 3 anos atrás, quando Anny ainda fazia parte do grupo.

Por falar em Anny, sentia falta dela. Deus me livre se Charlie pudesse ler meus pensamentos. Aquelas duas eram fogo e pólvora. Quando estavam juntas, a desgraça era anunciada.

 - Cheguei seu trolho. Malcon, leve-nos para casa, por favor babe – minha prima anunciou ao se jogar na poltrona de frente a minha, afivelando os cintos para partirmos.

— Que demora hein Charlie — resmunguei mal humorado pelo atraso  — Está preparada? — questionei sacando meu celular com a selfie da noite passada, que definiria o campeão dos jogos de verão.

— Pode apostar! — ela desafiou mordendo os lábios, retirando uma Polaroid da bolsa — Você primeiro Tommy - ela pediu e entreguei meu iPhone a ela, revelando a identidade da minha última parceira — Selena Gomez? Se-le-na Go-mez Thomas?! Ela já dormiu com o Justin Bieber. Que nojo!

Charlie jogou o celular no meu colo, fazendo uma careta esquisita. — Qual é? Selena Gomez era comestível poxa! — Sua vez prima. O que conseguiu na noite passada? — Ela sorriu maliciosa e entregou sua foto instantânea com orgulho em minhas mãos — O QUE? — eu exclamei, lançando as mãos até meus cabelos, incrédulo com ela — Charlotte Elizabeth Grey, você transou com Harry Styles e Louis Tomlinson ontem?

Charlie sorriu. A maldita sorriu. E aquilo significava apenas uma coisa: ela havia ganho o maldito jogo. Minha masculinidade estava temporariamente ferida com aquele golpe.

— Como você consegue Charlotte? — perguntei curioso

— Lembra quando fomos para Londres e conhecemos a banda? Naquela noite fiquei com Louis e trocamos telefone. Desde então ele sempre mandava algo. Ele soube que eu estava em LA e após o VMA me chamou para sair. Simples. Agora Harry Styles foi um plus — disse com desdém, como se fosse a coisa mais normal desse mundo.

O que mais desejava, além de chegar em casa, era um sinal de wi-fi. Postar aquelas fotos nas nossas redes sociais, seguidas por quase todos da escola, garantiriam nosso sucesso absoluto no dia seguinte.

Ao chegarmos em casa, capotamos até o dia seguinte, de tão exaustos das orgias e festas das férias. Como de costume, levantei antes que Charlie e fui tomar meu café. Estava com uma sensação estranha no peito aquela manhã, e não pude deixar de voltar a pensar em Anitta.

— Que cara de bunda é essa Thomas? — minha prima evaporou as lembranças da garota, servindo-se de um pouco de suco de laranja e bagles fresquinhos.

— Você lembra da Anitta Greene? — perguntei como quem não quer nada, já esperando uma tempestade num copo d’agua, tratando-se de Charlotte.

— Claro que me lembro dessa tonta. Por que a pergunta?

— O que será que aconteceu com ela? Faz três anos que a garota sumiu depois daquele dia na cabana. Estou com saudades — deixei escapar pela minha boca traiçoeira. Charlie arregalou os olhos e franziu a testa.

— Eu corto o seu saco Thomas Anderson, se ousar repetir isso! — disse brava, batendo com força o copo de cristal sobre o tampo da mesa de madeira, sujando tudo com seu suco.

— Calma Charlie! Eu disse que estava com saudades dela sim, mas me referi aos joguinhos que fazíamos com ela. Sinto falta de fazer ela chorar — consertei a frase, deixando a garota a minha frente mais estável e menos emburrada.

No caminho para a escola, eu retocava meu cabelo enquanto minha prima dirigia seu Porsche, mais preocupada em repassar o batom. Gally já montava guarda na nossa vaga privilegiada, garantindo um bom lugar para parar nosso carro. Aquele babaca fazia tudo que pedíamos, pois era apaixonado pela Charlotte desde o primário. Em compensação ela só dava fora no garoto e abusava da boa vontade dele.

— Bom dia Charlie. Bom dia Thomas — ele disse num longo abraço, sufocando minha prima com seus longos braços peludos.

— Alguma novidade? — perguntei caminhando para a entrada do prédio, munido da minha mochila e meu óculos de sol Ray Ban, enquanto a escola inteira já cochichava sobre meus feitos nas férias e encarava Charlotte com um olhar de inveja e admiração.

— Tudo na mesma Thomas, exceto pelo fato de que... — suas palavras evaporam em questão de segundos pelo meu ouvido, quando a vi. Não era possível! Pernas de fora, saia curta, um decote encantador revelando curvas deliciosas por debaixo daquela blusa e cabelos ruivos esvoaçantes pelo rosto, dificultando o reconhecimento da dona daquela miragem. Sua boca era contornada por um batom vermelho lindo e tão delicado quanto aquela garota.

Ao seu lado caminhava um loiro com expressão fechada, segurando um capacete de moto e uma jaqueta de couro, arrancando alguns suspiros por onde passava - Merda! Um concorrente – pensei irritado. Ela voou na nossa direção, destilando seu charme ao jogar uma mexa ruiva para o lado:

— Bom dia, Tommy. Bom dia, Lottie! — a voz desafiadora tocou meus ouvidos num baque forte, revelando sua identidade, para surpresa de todos.

— Anitta Greene? — eu e Charlie questionamos chocados.