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História Maze Runner - Small Evil Season 01 - Chapter Forty Two - Training


Escrita por: LadyNewt , verlak e OsnapitzNadur

Capítulo 43 - Chapter Forty Two - Training


Fanfic / Fanfiction Maze Runner - Small Evil Season 01 - Chapter Forty Two - Training

Point of View of Thomas Daniel Anderson

 

Tinha a mais absoluta certeza que ia bombar em biologia esse ano. Literatura então? Nem me fale! Cabulava todas as aulas da tarde e seguia para o CRUEL dia após dia, tentando disfarçar meu estado físico e principalmente emocional. Charlie estava de olho. Eu sentia. Ela era esperta demais, por isso evitava ficar em casa, dormir em casa ou fazer qualquer coisa que necessitasse da presença dela ou do agora namorado pendurado no seu pescoço. Eles me davam vontade de vomitar.

Pelas conversas dos dois, Anny ainda continuava sumida e isso de uma certa maneira me preocupava. Mas precisava disfarçar. Não queria colocar mais uma pessoa em risco. Não a minha Anny.

- Boa tarde, Anderson! – a voz irritante era de Ben, o “agente” que me treinava a uma semana.  Loiro, alto, forte, olhos azuis, bochecha rosadinha e uma cara de bebê que provavelmente faria Charlotte molhar a calcinha.

- Oi – devolvi seco e irritadiço. Assim que entrei na sala Ben fez o de sempre; entregou-me alguns comprimidos e um copo com água. Ele nunca falava sobre aquilo. Dizia que eu apenas precisava saber do necessário. Após eu engolir aquilo de qualquer jeito, o loiro seguiu para me treinar.

Treinar era uma palavra bonitinha até, vista as atrocidades que eu era exposto todos os dias por aquele escroto. Aulas de tiro, artes marciais, auto-defesa. Testavam meus limites em provas que exigiam muito preparo físico. Sem falar nas surras que levava dele. O cara era forte pra cacete. A parte mais “calma”, por assim dizer, eram as aulas mais técnicas, como construção e desermamento de bombas, onde e porque golpear meu inimigo em determinados lugares do corpo e aprendia também sobre os vírus e doenças que o CRUEL estava lidando ali.

Um deles me dava arrepios. Era o Fulgor, um vírus desenvolvido por eles em laboratório, cuja eficácia dependia de um indivíduo para o outro. Era como se ele devorasse seu cérebro, te enlouquecendo lentamente. Perda de consciência, aspecto assustador e mudança brusca de humor.

Soube que algumas pessoas testadas demonstraram resistência ao Fulgor, como se fossem imunes. Parece que existe algo no sangue dessas pessoas que o CRUEL quer. Não sei até que ponto eu desejava ser imune. Eu sabia que minha cabeça estaria a prêmio caso eu fosse.

- Preparado para apanhar mais uma vez, babaca? – o loiro volveu rude como sempre, dançando sobre o ringue.

Não usávamos luvas nem proteção alguma para lutar. Era jogo limpo. Cara a cara. Benjamin tinha um gancho de direita de foder. Ele me apagou em três segundos na nossa primeira luta. Mas eu já estava pegando o jeito dele e hoje eu pretendia dar uma surra nesse idiota.

- E você? Está preparado para gemer meu nome? – brinquei subindo no tablado, cruzando as cordas de proteção.

Seus pés moveram-se rápido após ele cuspir – Será que vou gemer igual a Charlie gemia pra você?

- Como é que é? – incrédulo, coloquei as mãos na cintura. Que bosta era aquilo?

- Atitude errada, Anderson! – ele riu ao enfiar um soco na minha maçã do rosto. Meu corpo pendeu para trás – Você se distraí muito fácil, por isso apanha sempre.

Ele deu um espaço. Eu me recompus.

- Se falar no nome da minha prima mais uma vez eu acabo com a sua raça – rosnei, ameaçando partir para cima dele.

- Qual o problema? Não superou ela ainda?

- Cara, na boa, não me tire do sério – devolvi mais irritado que antes.

- Esse é o objetivo – ele sorriu, se esquivando de mim - Te tirar do sério. Te testar. Levar você ao limite. É tão fácil. Por isso, vamos começar de novo – ele me peitou, defendendo sua face - Qual nome prefere gemer? O meu, da Anny ou da Charlie?

- Cara, você é um homem morto! – cortei o escroto.

Tomei meu rumo para cima dele, na tentativa de soca-lo. A sensação que tinha era de que meus ossos eram feitos de cristal e Benjamin estava quebrando todos eles naquele exato instante. Minha visão ficou vermelha. Era sangue escorrendo como lágrimas pelo meu rosto. Caí no chão. O filho da puta chutou minhas costelas antes de sentar bruscamente em cima de mim, me imobilizando com um golpe de Ju-Jitsu.

- Precisa aprender a se defender. Sabe por que, Anderson? – ele sibilou com o roso intacto a centímetros do meu, pressionando meu peito com suas coxas e joelhos – Porque quando eu estiver com a Charlie e a Anny, metendo bem gostoso nas suas garotas, você terá ao menos uma chance de salvá-las de mim. Caso contrário, primeiro eu vou arregaçar com a ruivinha metida a intelectual e cheia de não me toques – ele disse, tencionando mais ainda seu peso pra cima de mim. Suas mãos agora estavam no meu pescoço, me asfixiando - Depois que usar ela todinha, vou pegar a gostosa da Charlotte pra mim. Mas pode ficar tranquilo que essa vou tratar com mais carinho, você sabe, né? Meter mais devar para sentir cada pedacinho dela em mim. Sente saudades de comer a sua prima, Anderson?

Não sei da onde tirei forças para revidar, nem como consegui fazer aquilo, mas quando dei por mim estava em cima do loiro socando-o com toda a minha força. Três seguranças do CRUEL entraram na sala e me afastaram de cima dele.

- Assim que eu gosto! – ele gargalhou, limpando o sangue que escorria do supercílio, levantando-se do solo sujo com o nosso descontrole – Eu estava brincando, seu babaca! – deu alguns passos até onde eu estava, me medindo dos pés a cabeça. Os guardas ainda me seguravam com força. Um de cada lado. Eu estava exposto e imobilizado. Benjamin colou sua boca na minha orelha, provocando – Exceto a parte da Charlotte. Essa eu gostaria mesmo de testar, mas não como o Gally fez, drogando-a. Quero ela bem consciente, curtindo cada estocada – disse cretino, enfiando diversos socos em mim.

Após levar mais uma surra de Ben naquela tarde irritante, o homem rato me chamou para uma reunião em sua sala. Desconfiado, fui sem muito ânimo com o conteúdo daquela conversa.

- Ora, ora, Andreson. Soube que seus progressos estão cada dia mais surpreendentes, tirando essa sua cara acabada. Por causa disso, temos uma primeira missão para você.

- Estou ouvindo – falei ríspido, sem dar muita trela, limpando meu rosto fodido. A única coisa que sentia eram os ossos da minha costela ardendo e minha maçã do rosto estraçalhada pelo loiro nojento.

- Queremos Charlotte – o rato sibilou cretino.

Aquelas duas palavras deixaram meus ânimos muito mais exaltados. Não ia barganhar Charlie com aquele imbecil – Fora de cogitação. Deixe Charlotte fora disso.

- Thomas, Charlotte tem tanto potencial quanto você. Não podemos desperdiçar tal talento, não acha? E além do mais sua prima anda investigando seu comportamento. Temos monitorado ela 24 horas por dia. Sabia que ela visitou o Dr. Pattinson essa semana?

Preocupado, questionei – Não. Está tudo bem com ela? – A ideia de algo acontecer com C não era nada agradável. Eles. Estavam. Brincando. Com. Fogo.

- Aparentemente foi só uma visita para ele analisar seu sangue, que ela, muito astuta, guardou das ataduras sujas que limpou seus ferimentos outro dia. Sabia que o resultado acusou uma toxina que altera seu humor? Quer continuar sendo manipulado por nós?

- Toxina? Pera aí, vocês andam me drogando? – fiquei muito mais irritado do que antes. Então os comprimidos que eu tomava talvez seriam para aquilo. Canalhas!

- Mas é claro Thomas! Precisamos de você agressivo. Ágil. Sagaz. É só uma variável – ele riu - Podemos contar com a encantadora Srta. Grey na nossa equipe?

- Não – balancei negativamente a minha cabeça – Se você me quer aqui, desista da Charlie. Não farei isso com ela – tentei protege-la.

- ÓTIMO! – disse grosso e firme, provocando um calafrio na minha espinha – Vou pedir para outra pessoa cuidar dela para mim. Quem sabe Gally! Ou melhor! Vou chamar o Benjamin!

- Se Gally encostar de novo a mão nela, eu juro que mato ele! – não estava brincando. Eu. Comeria. O. Cérebro. Dele. Vivo. Tipo Hannibal Lecter - Ninguém encosta a mão nela – arrisquei quase cuspindo na cara dele.

- Acho que você merece ver uma coisa então, Anderson! – Janson ligou a maldita tela, passando algumas novas imagens. Toda vez que ele ligava aquilo meu corpo tremia – Gally tem sido uma ótima cobaia para nós. Tão últil e ágil... – brincou.

Na TV, Anny aparecia amarrada a uma cadeira. Fiquei enjoado. Alguém ameaçava ela. Greene tentou reagir e impulsionou o corpo para trás, soltando-se das amarras. Seu agressor a perseguiu. E de repente, lá estava ele. Lá estava Gally em cima da minha garota, dizendo coisas obscenas e alisando seu corpo. Eu sabia o que ia acontecer. Eu tinha certeza absoluta e como da outra vez, como foi com Charlie, eu fechei os olhos, comprimindo eles com força e muita raiva. Os gritos de Anny não sessavam. Eu tinha certeza de que ela estava chorando.

- Ora, Thomas. Seja homem! Abra os olhos e veja! Foi tão divertido quanto com Charlotte – ele me testou.

Não foi preciso abri-los. Eu sabia que Gally se aproveitava de uma Anny frágil, indefesa e agora violentada por aquele monstro. Por mais que estivesse com ódio de Greene, aquilo já era demais pra mim. Ela não merecia aquilo. Ela não merecia ser invadida daquela forma, assim como Charlotte também não tinha merecido.

- A diferença aqui Anderson, é que ninguém foi salvá-la, como namoradinho da sua prima fez. Pobre Anny. Você sabia que Newt salvou sua priminha naquele dia do estupro e cuidou dela enquanto você nem fazia noção do que tinha acontecido? Olha só agora, Gally conseguiu fazer o serviço completo com a ruivinha. E pelo visto, foi bem proveitoso!

- CHEGA! EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO! NÃO AGUENTO MAIS SABER QUE ANNY E CHARLIE SOFRERAM POR TALVEZ MINHA CULPA! CHEGA! EU DESISTO. O QUE VOCÊS QUEREM? – falei aos berros, possuído de lágrimas. Meu coração estava aos pedaços.

- A questão aqui é: o que VOCÊ quer, Anderson?

- Eu quero matar Gally – rosnei alto.

O babaca soltou um riso sincero e deu-me as costas, saindo da sala. Forcei a porta, mas estava trancafiado lá – Ótimo, alguma merda vai acontecer!!! – esse era meu sexto sentido apurado naquela tarde.

E como num passe de mágica, aconteceu. A famosa tela plana daquela merda de sala ligou novamente, reprisando os vídeos de Anny e Charlie sendo violentadas. Aquilo era a mais nova técnica de tortura do CRUEL – Filho de uma puta do Gally - gemi. Ele ia morrer. Por Charlie e agora por Anny. ANOTADO!

O rato destrancou a porta após eu ter que rever aquilo três, quatro, cinco vezes seguidas, como se fosse um estímulo para atiçar meu lado mais sombrio. Janson então deu um prazo até amanhã para decidir se eu sequestraria Charlotte ou não.

Engoli aquilo a seco, mas ao menos teria 24 horas para pensar numa saída. Antes de voltar para casa, a Dra. Swift pediu que eu fosse até a enfermaria para alguns exames de praxe.

Coleta de sangue, exame de pressão, exame de vista e blá, blá, blá. Fui direcionado para um cubículo cercado por cortinas verdes e sentei na maca, aguardando os procedimentos.

Eu a vi através de uma janela. Meu coração parou. Toda machucada, cabelos desgrenhados e uma expressão assustadora. Anitta passou rapidamente por mim. Gritei alucinado – ANNY! – e ouvi seus passos estancarem repentinamente.

- Tom? – sua voz fraquejou, num misto de incertezas e medos. Tentei levantar, porém um homem grandalhão prendeu meu corpo com força no lugar, fazendo-me espumar de ódio.

Greene caminhou devagar até o vidro e fitou minha expressão, antes de lançar aos sussurros – O que estão fazendo conosco, Anderson? – olhos dominados por lágrimas, assim como os meus.

Ela até tentou entrar no cubículo, mas uma senhora alta e loira a retirou dali as presas, levando Anny para longe de mim. Foi aí que percebi que não dava mais para evitar. Precisava dela. Tinha que saber como Greene estava depois de tudo que passou e principalmente, eu a amava. Ela tinha que saber daquilo. Thomas Daniel Anderson precisava descobrir o que ela estava fazendo ali naquele antro do CRUEL.



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