1. Spirit Fanfics >
  2. Maze Runner - Small Evil Season 01 >
  3. Chapter Fifty One - Lies

História Maze Runner - Small Evil Season 01 - Chapter Fifty One - Lies


Escrita por: LadyNewt , verlak e OsnapitzNadur

Notas do Autor


Hey amoras and monstrinhos,

VOLTAMOOOOS!
Curtam o chapter delicinha!

B o a L e i t u r a!
BjinXX

Capítulo 52 - Chapter Fifty One - Lies


Fanfic / Fanfiction Maze Runner - Small Evil Season 01 - Chapter Fifty One - Lies

“She stood in the storm, and when the wind did not blow her way, she ajusted her sail.”

 

Point of View of Charlotte Elizabeth Grey

Já fazia mais de uma semana que eu estava em treinamento no C.R.U.E.L. e durante todo esse tempo nem sombra de Newt, Anny ou Thomas por lá. Esse último, por sinal, havia levado a sério o lance de ficar longe de mim. Tommy desapareceu definitivamente de casa e da escola. Tive que mentir para minha mãe, dizendo que ele havia inventado um intercâmbio para a Austrália. Vez ou outra Minho mandava alguns e-mails para ela, se passando pelo sobrinho problemático. Thomas ainda vai me agradecer por aquilo!

Quanto a Newt, esse era quem eu estava mais preocupada. Newt não é como o Thomas, que sabe se virar e apertar o foda-se para as coisas que o incomodam e o desestabilizam, e nem é como Anny, forte, decidida e vingativa quando quer. Newt é fraco(foda-se, eu amo isso nele), apesar de se esforçar para parecer o contrário quando está do meu lado. Confesso que invadi a casa dele uma noite dessas e dormi em sua cama, toda enrolada nas suas roupas. Aproveitei para pegar Tessie, a gatinha dele e Anitta e a deixei no veterinário até que alguém volte para aquela casa.

Após eu descobrir que os pais do meu namorado são responsáveis pelo C.R.U.E.L, tendo em vista as atrocidades que vejo pelos corredores e alas que tenho acesso, tenho certeza absoluta de que eles são capazes de qualquer coisa “em prol” da humanidade, inclusive matar o próprio filho, então eu tenho que agir rápido!

De dia ainda frequento a escola e faço cosplay de dissimulada e boa menina pelos corredores, tentando desviar das perguntas insistentes de professores a alunos interessados no sumisso dos Greene e Anderson.

À tarde, a coisa é bem diferente...

Durante meu treinamento, passo a maior parte do tempo trancada numa sala enorme, com meu treinador; Alby.

Alby é alguém muito agradável; moreno, estatura mediana, forte, dono de um sorriso lindo e é sempre muito educado. Explica-me coisas sobre o funcionamento do C.R.U.E.L, aplica treinos de auto-defesa, ministra aulas de tiro, me ensina algumas técnicas de artes marciais, mostrou-me como montar e desmontar uma arma e parece realmente ser um cara muito bacana. Não é tão mais velho que eu. Deve ter vinte e poucos anos e dá um bom caldo. Foco Charlie! Essa abstinência de Newt está me matando.

Em uma de nossas conversas diárias, que por sinal são bem longas, interessantes e maduras, Alby me contou o motivo de servir ao C.R.U.E.L.

Sua família encontra-se em posse de Janson, obrigando o coitado a trabalhar contra a sua vontade para preservar a vida do pai, mãe e irmão caçula. Ambos ficam na Ala D – ou Ala Vermelha  –, de acesso restrito e exclusivo a poucas pessoas daquele lugar.

Eu já saquei a do moreno.

Se fosse mais a fundo, tenho certeza de que posso contar com Alby do meu lado mais para frente, unindo nossas forças. E pretendo fazer isso.

Enquanto não tenho um aliado aqui dentro, estou sobrevivendo com Minho chiando a cada cinco minutos em meu ponto escondido na orelha, dando altos chiliques, argumentando que também queria estar aqui levando porrada na cara e brincando de MacGyver.

- Hey, Charlie! Você melhorou a pontaria, garota! Estou impressionado – Alby me estimulou com um sorriso, após conseguir descarregar o pente da minha arma no alvo a 30 metros de distância.

- Melhorei? – questionei empolgada, devolvendo a cara de feliz pelos meus feitos, tirando o fone de proteção dos meus ouvidos e repousando o óculos especiais sobre uma bancada de metal. Atirar é legal pra caramba!

Confesso que um perigo alguém desequilibrada como eu adquirir essa habilidade. Sorte da Anitta. Eu teria feito dela uma peneira arrombada se soubesse atirar meses atrás.

- Melhorou sim, Charlie. Aliás, você é sempre muito boa em tudo que faz. Janson tinha razão quando me passou sua ficha. – o moreno continuou a se gabar da sua pupila linda, vulgo euzinha!

- Como assim? – adoraria ouvir o que aquele bosta do Janson tinha dito sobre mim por ai.

- Janson disse que você era durona, mandona, esforçada e uma bruxa as vezes. Nunca duvidei disso, você é uma bruxa má. – ele caiu em gargalhada - Está estampado na sua cara, embora eu te ache linda. Não me leve a mal. Deve estar acostumada com cantadas a todo minuto e se não fosse essa enorme aliança pendurada na sua corrente, eu já teria te convidado para sair... se não fosse gay! – me surpreendeu com sua honestidade.

Enrubresci na hora. Nem eu me lembrava que havia colocado a aliança de Newt junto com o colar que ganhei dele, agora pendurado em meu pescoço. Achei mais apropriado tirar aquele anel do meu dedo para não levantar suspeitas.

- Ah, esse anel? – tentei disfarçar – É da minha mãe. Ela me deu de presente, mas treinar com ele me atrapalha. – menti.

- Tem certeza que não foi Newton quem te deu? – Céus, ele sabia sobre Newt!!! O que mais o C.R.U.E.L sabe da minha vida? Que transei com Justin Timberlake em dezembro passado, que já furtei alguns calmantes no consultório do Dr. Pattinson e que perdi minha virgindade com...

Argh!

Fiz uma cara de dissimulada. Precisava continuar a mentir.

- Claro que não. Newt é um babaquinha, ruim de cama e um nerd na pele de um bad boy totalmente montado pela prima louca – falei ríspida, franzindo a testa e brincando com meus dedos nervosos.

- Charlie, precisa aprender a mentir melhor. – ele ergueu a sobrancelha, me analisando - Janson me passou sua ficha completa, esqueceu? Você e Newt são namorados até onde eu sei. Você pode tentar enganar a chefia, mas a mim, você não enganana. Eu sei o motivo de estar aqui! O principal motivo. – falou mirando seus olhos negros nos meus.

Suspirei e mordi os lábios, levando levemente o olhar para a esquerda.

- Viu! Você mentiu! – ele me pegou no flagra.

- Qual é Alby?! – protestei indignada, dando um soco fraquinho em seu braço.

- Suas microexpressões faciais. Tudo em você denunciou uma mentira: olhar perdido, face tensa, corpo trêmulo. Sei onde você quer chegar. – jogou verde.

- Ah é? E onde eu quero chegar? – desafiei, peitando-o.

- No mesmo lugar que eu. A ala D.

Naquele minuto, sabia que Alby e eu tínhamos um objetivo em comum. Tinha certeza que Newt estava naquela ala e agora contaria com Alby para me ajudar. Mas não podia confiar 100% nele.

Não por hora.

Podia ser um truque de Janson para me pegar no pulo e não colocaria tudo a perder, afinal, eu estava progredindo ali.

- Como você pode me ajudar? – lancei ao moreno.

- Sei que Janson planeja te testar em breve, e faço uma ideia de como ele fará isso. Ele é previsível. Vou te ensinar a passar despercebida pelo detector de mentiras. Só assim para ele confiar em você.

- Você faria isso por mim? – perguntei até inocente demais.

- Eu faria isso por nós, Charlie. Estamos juntos nessa. Você quer Newt, Thomas e Anny de volta. Eu quero minha família. Mas sozinho eu não consigo.

- Nós não estamos sozinhos – deixei escapar ao moreno de olhos cintilantes. Já tinha sido advertida pelo meu treinador que aquela sala era segura, e que não corriamos risco de Janson ou alguém do C.R.U.E.L captar nossas conversas. Não sei como, mas confiei em Alby. Abri meu plano para ele, falando sobre Minho e Pattinson, que concordou com tudo, fazendo alguns ajustes, claro.

O próximo passo era me preparar para o teste final da chefia; tentar parecer convincente e fria o suficiente diante do detector de mentiras. E foi o que Alby fez durante mais alguns dias. Abandonamos totalmente meu treinamento com armas de fogo e facas e focamos nessa parte da mentira, até que o grande dia havia me alcançado.

 

*****

 

Alby chegou tenso na sala, e mal me encarou quando Janson apareceu atrás dele, vestindo aquele maldito sorriso no rosto.

- Boa tarde, Srta. Grey. Tenho boas notícias. Seu treinador recomendou seus serviços com louvor. Devo admitir que estou espantado com a rapidez que pegou o jeito de tudo. Porém... – sempre tem a porra de um porém – Receio que o teste final irá decidir por você. Me acompanhe, Charlotte! – o rato fez as ordens para eu sair da sala. Antes de passar por ele, fitei Alby uma última vez, tentando me lembrar de tudo que ele havia ensinado.

Andamos longos minutos em silêncio, com Janson destrancando e trancando portas com seu cartão magnético. Eu precisava ter uma cópia daquilo urgentemente.

Finalmente eu estava na frente da onde queria; ala D. Quando o nojento destrancou a porta, senti meu coração palpitar. Queria sair correndo e gritar como uma louca por Newt, mas enfiei minha vontade no meio das pernas quando Minho foi mais ponderado do que eu.

Nem pense em dar uma de engraçadinha e se achar a Pantera socando esse babaca para correr atrá do príncipe encantado preso na masmorra. Foco no plano, Charliezinha. Foco pelo amor da Nossa Senhora protetora das melhores amigas gostosas! – brincou comigo pelo ponto.

Sabe qual e pior parte disso tudo? Nem mandar ele a merda eu podia!

Asiático folgado de merda.

Respirei fundo e caminhei junto com Janson até a sala D05, um lugar amplo, bem iluminado e dominado por concreto. No centro da sala haviam duas cadeiras, uma mesa e um polígrafo em cima dela, bem como Alby suspeitava. Uma segunda pessoa entrou conosco no recinto. Foi aí que percebi que era Kate. Expressão fechada e olhar profundo. Ela estava mais magra e levemente pálida, mas a cara de filha da puta continuava a mesma. Evitei olhar para ela e desviar-me do foco. A morena acenou com a cabeça, disse um oi seco e passou a ligar os fios em mim, totalmente muda. Fiz pouco caso, como se ela fosse invisível. No fundo desejava saltar no colo dela e enfiar um soco no meio da sua fuça insolente. Mas não o fiz.

A Kate está aí? A Kate está aí? A minha Kate está aí? – Minho teve um ataque, provando pra mim que é um asno, porque a garota pode tentar nos matar e mudar totalmente para o dark side, mas mesmo assim o trouxa ainda quer comer ela.

Janson posicionou-se do outro lado da mesa e passou a fazer as perguntas com calma. Katherine Bennet me fitava ao fundo, de braços cruzados, provavelmente tentando decifrar qual era a minha ali.

Sim sua vadia, eu tenho sete vidas! Porque afinal de contas, EU. SOU. UMA. GATA!

- Responda sim ou não as perguntas.- volveu o rato, iniciando nosso bate bola - Seu nome verdadeiro é Charlotte Elizabeth Grey?

- Sim – mantive um tom firme.

-Você entrou por livre e espontânea vontade ao C.R.U.E.L?

- Sim – o polígrafo acusou novamente verdadeira a minha afirmação.

- Você está planejando algum golpe contra nossa corporação.

Responda rápido Charlie!!! – o asiático percebeu minha tensão.

- Não – o aparelho confirmou como verdadeira a minha primeira mentira. Alby e Charlie 3 X C.R.U.E.L 0.

- Você namorou Newton August Greene? – sério.? Não podiam fazer outra pergunta que não envolvesse Newt?

- Sim.

- É verdade que vocês não estão mais juntos? – Janson prosseguiu.

- Sim – o que não era totalmente uma mentira, afinal, não via Newt a dias.

- Muito bem Srta. Grey. – o escroto do líder riu - Mas acho que isto daqui está fácil demais. Srta. Bennet, traga a cobaia regente B2 – aquelas palavras me assustaram. Quem quer que fosse a cobaia regente B2, foderia a minha vida. E era isso que Janson planejava.

Kate trouxe Newt até a sala, algemado, trajando roupas brancas – mais parecia um coitado recém saído de um sanatório - rosto abatido, algumas marcas pelo corpo e o pior de tudo; haviam roubado o brilho do seu olhar. Conseguia ouvir a voz de Alby na minha mente – “Eles vão te levar ao limite. O que quer que aconteça, mantenha a postura. Compre a sua mentira. Compre o seu papel. Controle suas expressões e principalmente sua respiração. É ela quem vai ditar sua frequência cardíaca. O polígrafo capta a elevação dos batimentos”.

Meu coração quase saltou pela boca assim que o vi. Ele me olhou com uma ternura absurda, como se pedisse clemencia e principalmente urgência para tirá-lo dali. Remando contra tudo que sentia por ele, mantive meu olhar de indiferença, embora eu estivesse apavorada por dentro. Meu amor estava um caco, fraco e triste. E tudo que eu mais queria era só dar colo para ele, beijá-lo e dizer o quanto o amava.

Janson falou – Conhece esse rapaz, Srta. Charlotte?

- Sim.

- Vocês são namorado?

- Não – devolvi sem encarar Newt nos olhos. Sabia que ele estava vidrado em mim, estático, como um robô.

- Você o ama? – Janson indagou curioso.

Minha vontade era de responder um milhão de coisas, mas tinha que conter minhas resposta apenas em sim ou não. Quanto menos eu me expressasse, melhor para enganar o polígrafo.

- Não – deixei a voz falhar. O aparelho titubeou um segundo, até acusar como verdadeira a minha afirmação.

Janson deu uma risada alta, enquanto batia palmas como um boçal. Parecia comemorar algo. Kate me olhou espantada e curiosa.

- Hm... não sei se acredito nesse aparelhinho aqui. – Janson sibilou todo cretino, dando alguns petelecos no objeto.

Filho da puta do cacete, se ele encostar um dedo em você eu mato esse cara de mértila! – Minho predador rosnou na minha orelha com suas expressões de linguagem fantásticas.

- Traga Newt até aqui, Kate, por favor. – pediu, fazendo a menina arrastar o loiro até minha frente, pousando Newt a 10 centímetros de mim. Podia sentir sua respiração falhar e inclusive já contava a frequência cardiáca dele – Quero que responda a minha pergunta cara a cara com ele, olhando em seus olhos. Você o ama, Charlotte?

Engoli a seco. Droga! Senti minha respiração aumentar, elevando meus batimentos cardíacos. Concentre-se Charlie. Tudo é uma questão de controle. Ergui minha face, encarando-o. Sem nem piscar, respondi ligeira, antes que ele me entorpecesse com tanta melancolia – NÃO! – fui categórica, arrancando uma lágrima sincera do seu olhar, enquanto meu coração era partido ao meio.

- Awn! Que lindo! O merdinha está chorando porque a Charlie não o ama! – Janson ria, fazendo pouco caso, enquanto o detector de mentiras acusava como sendo verdadeira a minha afirmação - Traga Galileu aqui, Kate – ele ordenou, proporcionando uma ânsia fora do comum dentro de mim.

Gally não! Por favor. Por favor. Por favor.

O ogro loiro entrou na sala, me medindo de cima a baixo e fitou Janson, que fez um sinal ao garoto. Ele caminhou agressivo até nós e passou a agredir Newt com socos e chutes fortes, desestabilizando meu namorado. Seu corpo fraco tombrou no chão e indefeso, permitiu que o loiro marrento esmurrasse a sua face e seu torso todinho. Ele apenas murmurava, apanhando do infeliz.

- Quero que você observe isso, Charlotte. – Janson segurou meu queixo com força, mirando nos dois - Quero ter certeza que você não sente absolutamente nada ao ver o Sr. Greene ser massacrado justamente por Gally. Ah, Gally! Você se lembra dele, não Charlie? – o rato questionou perverso, me fazendo tremer com a vaga lembrança do grandalhão me violentando.

Pense em alguma coisa boa! Pense em alguma coisa boa! Eles não vão te vencer! Concentre-se Charlie.

Seguindo as instruções de Alby, fixei meu olhar num ponto cego, proporcionando a sensação de que eu estava fitando a surra dos dois. Lembrei-me de quando ganhei meu gato maneta, Kit Kat. Tinha que focar em qualquer coisa que não fosse Newt. Kit Kat veio em mente, me fazendo rir. De verdade. Soltei uma alta gargalhada. Thomas havia atropelado o bichano sem querer com sua bicicleta, por volta dos cinco anos de idade após descer desgovernado uma ladeira. Lembro-me dele ficar apavorado, acreditando piamente que tinha matado o pobre do gatinho. Ao invés disso, descobri que ele estava vivo, mas sua pata dianteira dilacerada. A partir daquele dia, adotei Kit Kat, o gato maneta atropelado por um Thomas infantil, desgovernado, recém saído das rodinhas traseiras de apoio da bicicleta. Trote meu. Fui malvada com ele e em troca ganhei um gatinho. Achei justo.

Voltando ao meu riso invonlutário, tanto Janson quando Katherine chocaram-se com aquilo. Podia ver um sorriso brotar na cara escrota de Gally.

- Rindo desta situação, Srta. Grey? – Janson questionou.

- Sim – mantive poucas palavras, até ele decidir arrancar algo a mais de mim.

- Posso saber o por que?

- Porque ele fica extremamente patético e brochante levando uns tapas de Gally, o babaca que me fodeu gostoso! – respondi encarando Newt.

O Gally te comeu? Galileu Poulter te comeu, Charlie? CHARLOTTE ELIZABETH GREY, NÃO PENSE QUE EU VOU ESQUECER DESSE ASSUNTO ASSIM TÃO FÁCIL. VAI TOMAR NO CU! ATÉ. O. GALLY. TE. COMEU! – tive vontade de dar um tiro na minha orelha por causa do Minho gritando no ponto.

- Ora, ora, ora! – o rato regozijou - Gostei de ver, Srta. Grey! – Janson me parebenizou, enquanto Newt chorava baixinho, acuado no canto, entre uma pequena poça de sangue.

- Posso? – perguntei ao homem, apontando o local onde Newt mantinha-se encolhido.

- Mas é claro, minha querida! Fique à vontade. – o rato respondeu empolgado, curioso com a minha ação. Bennet manteve uma expressão desconfiada a todo momento e Gally me dissecou quando passei por ele.

Quero cortar seu pau fora!

Eu tinha apenas um único objetivo com aquilo. E esperava que Newt percebesse o que eu iria fazer.

Caminhei ereta, com o peito estufado e um olhar superior. Assim que cheguei perto dele, Newt levantou o rosto machucado e me encarou. Sem pensar, enfiei um chute na sua face, fazendo-o cuspir uma bola de sangue.

Deus, me perdoe por isso.

Agachei rapidamente, grudando com força minha mão em seus cabelos sujos.

 - Você é patético, Greene! E me lembra uma música interessante do Gotye, “Somebody that I used to know”, tronando-se apenas mais um qualquer que passou por mim, enquanto chora feito um bebê ao levar uma surra do marrentinho do Gally! – aquilo era um código nosso, da lista idiota que inventei alguns dias atrás. “Somebody that I used to know” significava algo que não tinha sentido, nem contexto com a letra e a cena. Por isso que era perfeito!

Ele me encarou.

Boca sangrando.

Olho roxo.

Pele mercada pela violência do loiro maldito que eu ainda tinha vontade de estrangular.

Limpou com raiva seus lábios rubros e marcados por algo que eu nunca devia ter feito com ele, meu amor.

Vi seus olhos mirando meu colar, que cintilava ao balançar diante da sua vista. Eu desejava que ele visse aquilo: telescópio e aliança juntos, próximo ao meu coração.

- Engraçado Charlie, você também me lembra uma música – disse rouco, com dificuldade para falar, tomando a dianteira da situação – “Big Girls Don’t Cry”, 2006, Fergie. E assim que eu acabar com a sua raça, você estará chorando feito uma menininha, implorando perdão por ter virado o jogo, aliando-se com esse bando de filhos da puta! – cuspiu sangue nas minhas botas lindas de couro e salto alto, que faziam-me sentir uma perfeita Pantera! Entre Cameron Diaz, Lucy Liu e Drew Barimore, eu estava mais propensa a ser a personagem Alex, de Liu. Embora soubesse que Newt preferia Dylan, de Barimore; roqueira, alternativa, saidinha e confusa.

Fiquei feliz em saber que ele se lembrava dos códigos e que eu estava repassando uma informação para ele. Mas a verdade é que fiquei mais ainda satisfeita com a resposta dele. Aquilo significava exatamente o mesmo que eu havia dito a pouco; Um sentido para uma letra sem sentido. Nada a ver com o contexto, mas totalmente fundamentado para nós dois.

Significava apenas três palavras: Eu. Te. Amo.

- Fantástico, Srta. Grey! Bem que nossos estudos sobre você não mentiram; é uma traidora. Você está de parabéns! Passou no nosso teste. Agora posso confiar em você. – Janson me levantou do chão, apertando minha mão – Agora é pra valer; bem-vinda ao C.R.U.E.L garota!

Lembrem-me de agradecer ao Alby por aquilo. A ala D é nossa agora.

 

Point of View of Newton August Greene

Assim que o escroto do meu pai parabenizou Lottie por entrar no C.R.U.E.L, Gally me arrastou para fora da sala, levando-me de volta ao meu quarto. Quarto é modo de falar. Aquilo era uma prisão sem janelas ou conforto algum. O único momento bom do meu dia era quando Anny ou Anderson iam me visitar após cumprir com a escala de trabalho deles.

Desde que fui capturado, parece que Janson redobrou os cuidados e a marcação serrada com Thomas. Meu pai farejava que ele fosse capaz de tentar algo, por isso agora ele estava terminantemente proibido de sair da Ala Vermelha e pelo que Anny relatou, estavam drogando o coitado ainda mais. Acho também que ele nem queria sair, tendo em vista que minha irmã estava trancada lá conosco.

Fico feliz em ver que os dois estão se acertando aos poucos. Anderson parece ser um cara legal quando o mundo não gira em torno do seu umbigo. Tenho passado bastante tempo com ele. As vezes ficamos apenas calados ou ele procura me animar contando fatos e histórias sobre Lottie, confirmando o que eu já suspeitava; ela é a mulher da minha vida.

E agora, após enfrentá-la cara a cara naquela sala, sinto-me culpado por fazer minha garota colocar sua vida em risco para tentar nos salvar.

Foi legal levar um chute na cara com aquela bota pontuda? Não.

Foi legal deixar o escroto do Gally me machucar na frente dela? Não.

Foi legal ouvi-la dizer que fui só mais um em sua vida, mesmo que seja mentira? Também não.

Mas ela me ama e, tudo que fez, foi para manter seu disfarce e enganar os idiotas dessa bagaça.

- Entra aí e fica caladinho, seu merda! – Gally abriu a porta do meu quarto e me empurrou com força para dentro.

- Vai se fuder, babaca. – murmurei seguindo até a cama.

- O que foi que você disse? – ele aumentou a voz, me peitando.

- Que você e a Charlotte Grey se merecem. – joguei com desdém e até um pouco de raiva embutida na minha irônia.

- Você acha? – o otário questionou com um sorriso cretino no rosto.

Que imbecil!

- Claro que não, seu trouxa! - devolvi e enfiei um chute no saco dele.

Ah, vá a merda!

Nem que ele me espancasse de novo eu ia perder essa oportunidade. O loiro marrento curvou as costas e rangeu os dentes assim que meu pezinho raivoso acertou seu pacote inútil.

- Se encostar um dedo nela, ou na minha irmã, você morre. – ameacei com o dedo em riste na sua casa.

Gally fez mensão em avançar, mas foi impedido por dois seguranças do C.R.U.E.L, que forçaram sua retirada do quarto enquanto ele gritava o quanto minha namorada era gostosa, assim como minha irmã.

Respirei fundo e fui até a pequena pia no canto leste do local para tentar limpar minha cara. A água da torneira estava gelada, ardendo ainda mais minha pele machucada e ainda em fase de cicatrização.

- O que aconteceu? – Anderson deve ter percebido a movimentação no corredor e entrou no quarto, tentando trancar a porta. Foi impedido por Anny, que em segundos já estava do meu lado, acariciando meu rosto.

- Newtie, meu amor, quem fez isso com você? – a ruivinha questionou tirando a toalha da minha mão e cuidando ela mesma dos meus ferimentos.

- Foi a Charlie...  – fiz suspense. Eu sabia que os dois provavelmente iam surtar e não perderia a chance de me divertir por alguns segundos com suas caras chocadas.

- O QUE? – minha irmã protestou indignada.

- CHARLIE ESTÁ AQUI? – Thomas prosseguiu.

- POR QUE ELA TE BATEU? – Anny insistiu.

- ELA MUDOU DE LADO? – o moreno chilicou.

- Ela está com Janson. – murmurei.

- COMO ASSIM COM JANSON? ISSO É UM ABSURDO! – Anderson não se aguentou.

- Sim, com Janson. – fiz sinal com as mãos, pedindo que eles se aproximassem de mim. Os dois colaram os ouvidos próximos a minha boca, então sussurrei – Charlie entrou aqui para tentar nos salvar. Fiquem tranquilos. Em todo caso, para nós, ela é inimiga agora. Acho que eu sei o que ela planeja.

- Tornar-se uma traidora, fazer Janson acreditar nela para ter acesso a Ala D! – minha irmã sibilou muito sabida.

- Exato! – completei – Mas por hora, vamos dar a Janson o que ele quer. Aposto que Lottie está contando com a ajuda de outras pessoas nesse resgate e...

- Newt, nós precisamos fugir daqui. E rápido. – essa foi a primeira vez que vi Anny realmente tensa e nervosa desde então, curtando minha fala.

- O que aconteceu? – questionei. Andei tão mal e fadigado nessa última semana, que nem dei a atenção que ela merecia após nossa conversa sobre as revelações de Janson.

- Eu... eu ouvi algo... preocupante. – disse, por fim, nos encarando ao morder os lábios – Janson planeja me matar. Ouvi ele em sua sala com Ava Paige, dizendo algo sobre eu ser a candidata final e que tudo bem me matar para chegar na cura que tanto quer.

- Anitta, isso é sério! – Thomas tomou minha irmã em seus braços, preocupado. – Por que não me disse nada?

- Eu não queria te deixar preocupado e com mais coisas ruins na cabeça, já que o C.R.U.E.L anda te drogando, Tom.

- Precisamos dar um jeito de chegar até Charlie e contar isso para ela. – eu disse.

- Eu sei, Newtie. Mas não tem como saírmos daqui. Nem Thomas tem mais autorização para sair. Tio Jorge está estudando uma fuga. Talvez possamos pedir para ele tentar falar com a Charlie. – Anny sugeriu. – Enquanto isso, procure não se meter mais em confusão. – ela puxou minha orelha, toda protetora.

- Eu não fiz nada. Fui arrastado para a sala onde Lottie estava e levei uma surra do Gally e dela. – protestei emburrado.

- Ah, sim, eu vi que você não fez nada. Só topei com o idiota do loiro no corredor, com as mãos no meio das pernas, urrando de dor. Isso foi lindo, maninho. Parabéns!!! – bagunçou meus cabelos, dando um beijo em minha testa. – MAS DA PROXIMA VEZ ME CHAMA PRA CHUTAR O SACO DELE TAMBÉM!


Notas Finais


Ainnn, seus lindos!
Montando um SQUAD secreto para destruir o C.R.U.E.L!!!
Só espero que dê certo esse plano, né?

Cenas do próximo capítulo;
- ciúmes
- revelações
- FULGOR
- AAAAHHHHHHHHHHHHHHHH

rs


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...