Point of View of Newton August Greene
- Charlie, o que aconteceu? – saltei do sofá após a morena dona do meu coração arregaçar a porta da casa da minha irmã, surgindo feito um furacão devastador.
- ONDE ELA ESTÁ? – ela gritou possuída, com uma caixa na mão – ONDE ELA ESTÁ, NEWTON? – gritou mais uma vez, grudando suas mãos suadas e trêmulas no meu pescoço.
Ouch, Lottie! Não sei se fico duro ou com medo. Acho que escolho medo!
Apontei para a cozinha, onde Ann preparava o lanche da tarde de Arthy, enquanto Thomas saía correndo do escritório após a gritaria no primeiro andar.
Segui a maluca da minha ex futura esposa. Charlie retirou sutilmente Arthy do cadeirão e jogou o sobrinho no meu colo, com seus olhos vermelhos de cólera.
- So tira ele daqui! – ela pediu mais mansa, sorrindo para o pequeno confuso nos braços dela – ANDA LOGO, SEU BUNDÃO! TIRE ARTHY DAQUI! – berrou muito, muito, mas muito brava.
Acho que mijei nas calças agora...
Peguei Arthur no colo rapidinho e segui para a saída, topando com Thomas, tão chocado quanto eu. Anderson tirou o pequeno no meu colo e chamou por Crystal, a babá. Dei alguns passos na direção das duas, com medo do que minha ex pudesse fazer.
Anny já havia assustado logo que Charlotte puxou o ruivinho do cadeirão, mas manteve-se estável esperando pela bomba da morena.
Ao chegar na cozinha, a cena que vi não era umas das melhores: Charlotte com uma arma na mão e minha irmã segurando uma faca afiada para cortar legumes, achando que aquilo salvaria ela de levar um tiro na testa.
- POR QUE ANITTA? POR QUE? - minha garota berrava aos prantos, tremendo da cabeça aos pés.
- Desculpe-me, Charlie, mas não entendo seu estado. Vamos conversar com calma! – Anny abaixou a faca, esperando que Charlotte fizesse o mesmo com a arma. A morena não deu folga, claro.
- É tudo culpa sua Anitta! Tudo culpa do seu maldito jogo. Você teve a coragem de esperar 6 anos se passarem para foder de vez com a minha vida?
- Por favor, C, não sei do que está falando – pediu tão ou mais confusa do que eu.
Charlie deu alguns passos na direção da minha irmã, sem baixar a porra da arma. Pegou a caixa que trouxe e tacou tudo na direção dela, dizendo palavras ensaiadas pelos seus lábios frios.
- Londres, 13 de Janeiro, 09h22min, Anny, Últimas informações: quem encontrou ela apagada foi Maxxie. O resgate chegou por volta da 01 da manhã e seguiram direto para o hospital. Rastreamos o celular do seu irmão. Ele recebeu a notícia às 02h03min e chegou agora a pouco para amparar a mulherzinha. B2 está infiltrada no hospital colhendo as outras informações. Sequelas da Srta. Grey: 0%. Aborto confirmado: 100%. Pode abrir a champagne – cuspiu na cara da amiga, sem ao menos respirar.
- Céus, Charlie, você acha que eu seria capaz de fazer isso com você? Com meu próprio irmão? Com Priya, uma vida inocente?
- Você é capaz de qualquer coisa, Anitta! Você é vingativa. Está no seu sangue, afinal, é filha de Janson! – a morena sibilou com desdém, irritando minha irmã. Thomas apareceu na porta da cozinha, tão assustado quanto eu.
- Charlie, abaixe essa arma! – Anderson pediu cauteloso, dando alguns passos até ela. Corajoso, isso sim. Eu estava estacionando no mesmo ponta há alguns minutos, só ouvindo as duas discutindo e estava bem comodo ficar ali, preservando a minha humilde vida. Mas lógico que Anderson não sabia do motivo de tudo aquilo e quando Charlotte ligou um aparelho de DVD portátil, com cenas dela sendo drogada e depois massacrada por mim no hospital, Thomas mudou de postura e encarou Anny com raiva no olhar.
- FOI ELA, THOMAS! ESSA VAGABUNDA QUEM ACABOU COM A MINHA VIDA, MINHA FILHA E MEU NOIVADO! – Charlie gritou sacudindo sua arma na direção de Anny.
- Anny, você não fez isso, fez? – Anderson perguntou com lágrimas nos olhos.
- Claro que não, Thomas! – minha irmã se defendeu, assim que a capainha tocou.
Um impasse: atender ou não antender quem quer que estivesse lá fora incomodando, perdendo o duelo entre a ruiva e a morena?! Thomas lançou um olhar pra mim, já que eu era o mais perto da porta de casa.
Saí por alguns segundos da briga e havia um evelope preso no vão de entrada, com meu nome escrito nele, contendo a seguinte instrução: ABRA AGORA.
Fraco, instável e muito curioso, lógico que abri, porque sou um burro do caramba!
Eram e-mails de Anny com um tal de B., e fotos de três garotas bonitas. Anny estava contratando aquelas meninas para irem até Amsterdam para dormirem comigo no exato dia em que Charlie me flagrou na cama com...
- Opa! Pera aí! São as três garotas de Amsterdam! As três garotas que me arrastaram para a suiíte do hotel, me enchendo de bebidas e drogas! – respirei fundo chocado e gritei – ANITTTTTAAAAAA!
Dessa vez eu que entrei feito um trator na cozinha e a discussão entre as duas continuava. Juntei-me ao lado de Charlie, que roubou o conteúdo dos e-mails em minhas mãos. A morena se distraiu por alguns segundos lendo e com isso tirei com calma sua arma, entregando-a para Thomas. Após constatar cada palavrinha daquelas folhas, Charlotte encarou a Anny, que ainda estava acuada no canto da cozinha entre a pia e o fogão.
- EU TE ODEIO, SUA PUTA! – gritou.
Charlie avançou para cima da minha irmã, acertando um soco de direita na maçã do rosto dela. Anny era boa de briga. Poderia ter revidado se quisesse, mas ela manteve-se caída no chão, encarando Charlotte com os olhos cheios de lágrimas.
- Você matou Priya! Você acabou com meu noivado! Você traiu seu irmão! Anitta, você é um monstro! – Lottie saiu correndo, atropelando Thomas, alcançando a porta da rua.
Anny levantou-se do chão, limpando as lágrimas e o sangue que escorria do seu machucado, me encarando aflita.
- Newtie, eu juro pra você que não fiz nada! Eu amo vocês...
- Eu confio em você Ann. – disse erguendo seu corpo do chão, abraçando a minha irmã.
- Alguém armou uma pra gente. Eu tenho certeza! Isso tudo é uma farsa, um jogo sádico e doentio! – disse soluçando, aninhada em meus braços.
Mais uma vez a campainha tocou. Dessa vez Thomas quem correu até a porta para atender. Após alguns minutos ele voltou com uma caixa marrom em mãos, com seu nome escrito. A caligrafia era a mesma do meu envelope, ou seja, aquilo significava merda.
- Será que teremos mais revelações contra a Srta. Greene aqui? – ele perguntou arrisco, abrindo a embalagem, praticamente acusando sua esposa das atrocidades de agora a pouco.
Dentro da caixa um DVD player portátil, igual ao que Charlotte havia jogado em cima do balcão da cozinha. Um post it amarelo dizia: PLAY ME.
Sem pensar sua vezes, Anderson abriu o aparelho e apertou o play, sem ao menos tremer com as possibilidades daquilo ali.
A primeira palavra audível do vídeo foi um sôfrego gemido da minha irmã, seguido de um – Me fode mais forte, Andy!
Só deu tempo de encarar Anderson roxo de raiva, voando para fora de casa.
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