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História Maze Runner - Small Evil Season 02 - Chapter Twenty Five - Midnight Talk


Escrita por: verlak e LadyNewt

Notas do Autor


Amoras e Monstrinhos,

Enfim mais um capítulo naquela demora de sempre! hahaha
Obrigada por não desistirem da gente.
;)

B o a L e i t u r a!
LadyNewt
&Verlak

Capítulo 25 - Chapter Twenty Five - Midnight Talk


Fanfic / Fanfiction Maze Runner - Small Evil Season 02 - Chapter Twenty Five - Midnight Talk

Point of View of Thomas Daniel Anderson

 

Uma pontada fria percorreu meu corpo, subindo pelas minhas pernas, atingindo em seguida minha espinha. A dor no estômago veio de brinde, juntamente com o aperto no coração. Tudo fluiu pelos poros, fazendo-me saltar da cama.

Por um segundo desejei que tudo não passasse de um sonho. Mas não era.

A única luz que banhava o quarto era verde, refletindo o horário no despertador. 03h33min. As madrugadas haviam se tornado longas, doloridas e sozinhas. Aninhei meu corpo em volta do cobertor, tentando entender por que fazia tanto frio naquele maldito quarto.

Ah, sim, era primavera, em Londres. Chovia torrencialmente lá fora. O céu acinzentado me sufocava. Mas não mais que a dor agonizante no meu peito.

Charlotte tinha me levado embora, após eu desejar ir embora. Larguei minha casa. Deixei para trás meu filho. Amaldiçoei Anitta. O som dela gemendo contra o ouvido de Andrew ainda era meu som preferido nos últimos vinte e sete dias, exceto quando Walker arrancava gemidos mais sôfregos de Charlie durante as visitas surpresas nos fins de semana. Digo preferido, porque fazia-me lembrar o quão idiota eu era. E o quão vadia ela foi.

Não sou um santo. Longe disso. Permiti que Britt me beijasse e curti aquele momento. Mas Anitta tinha ido longe demais.

Longe demais comigo. Longe demais com o nosso casamento. Longe demais com a falta de respeito. Longe demais inclusive com a própria família. O que mais me incomodava não era o fato dela ter cedido as investidas do editorzinho chefe dela, nem ter transado com Bradley Cooper em Vegas. Me matava lentamente o fato dela ter feito aquilo como se eu não significasse absolutamente nada para ela. Como se a gente nunca tivesse existido.

Ela pegou todo o nosso amor e tacou cada centímetro dele no incinerador, queimando e ardendo, morrendo lentamente a cada manhã.

Levantei da cama e fui para a sala. Charlotte dormia protegida pelos longos braços de Walker em seu quarto, sem se incomodar em largar a porta escancarada. Eu estava feliz por ela, apesar de preferir Newt. Mas a gente não controla o coração dos outros. Tampouco nós mesmos. E eu ainda amava Anny com todas as minhas forças.

Fraco.

Debruçado na bancada da cozinha, encarei a chaleira no fogão e a garrafa de Vodca perto do bar. Chá ou álcool? Tanto faz, desde que algum deles me faça esquecê-la.

Optei pela Vodca. Abri o armário extremamente arrumado daquele ninho em Kensington e escolhi uma caneca adequada. Minha prima tinha tara por canecas. De todos os tipos possíveis e imagináveis. Ela chegou a pagar para artistas criarem modelos exclusivos para ela, com temas que gostava. Uma vermelha, com letras brancas chamou minha atenção. Ela dizia: KEEP CALM. YOU ONLY LIVE ONCE. FUCK THE FUCKING PAIN – Olá canequinha! – sorri para a maldita e despejei a vodca, molhando meu lábios tensos nela, permitindo que aquilo fosse um escape para minhas frustrações.

Uma mão gelada, com unhas vermelhas, tirou a caneca da minha mão, repousando a mesmo ao lado do seu corpo. Charlotte não sorriu. Ela entrelaçou seus finos dedos em meus cabelos bagunçados e afundou minha cabeça no seu peito.

Limpou a água que escorria do meu rosto, que eu nem sequer sabia que estava brotando para fora de mim. Choro purifica a alma. Então sou praticamente um santo após quase me afogar nas minhas próprias lágrimas nos últimos dias.

- Pare de beber, Tommy. Isso não faz bem pra você... – falou protetora, esquentando um pouco de leite e chá. Jogou dois quadradinhos de açúcar mascavo em uma nova xícara, que demorou uns três minutos para escolher. A chaleira apitou e ela retirou a água quente, fundindo aquilo com o saquinho da erva preta e o leite, especialmente preparados pra mim – Pronto. Isso é melhor que vodca. No seu caso, né? – deu uma risadinha, enquanto virava a caneca com o álcool pra ela.

- Como conseguiu? – questionei, tragando o ar quente da bebida. Ela sabia do que se tratava.

- A gente aprende a viver sem, Tommy – suspirou, puxando minha mão até a grande janela de vidro no lado oeste da sala. Uma bancada larga com almofadas circundava o lugar. Era um presente sentar-se ali e observar Londres ainda dormindo, sobre as luzes fracas dos postes, camuflados pelo fog dos bueiros. Tudo tão quieto e amarelo. Fraco. Frio. Triste.

- Está doendo – murmurei, experimentando o chá.

Charlotte sentou com pernas de índio, sorrindo ao olhar para fora – Sempre vai doer. A cada manhã. A cada tarde. Principalmente quando a noite chega. Essa bancada – ela passou a mão com carinho pela madeira escura, adornada com almofadas roxas e amarelas – Sabe muitos segredos. Você pode contar o que quiser para ela, Tommy. Ela te escuta. Nunca reclama. É compreensiva.

- Ela sabe o que você passou depois de... – parei a frase na metade. Era certo continuar?

- Priya? – Charlie indagou. Balancei positivamente a cabeça – Sim. Todos os meus medos, desejos, choros e sonhos eu deixei aqui. Durante muitas noites.

- Deve ter sido difícil – encarei o carro passando lentamente pela rua, deixando marcas de pneu pelo asfalto molhado.

- Nunca é fácil. Se fosse fácil não teria graça. Acho que deveria experimentar – lançou com a voz rouca e curiosa.

- O que? Contar um segredo para sua bancada ao pé de Londres como testemunha?

- Oras... E por que não? – puxou a caneca de mim e afundou seus lábios no meu chá.

Apoiei a cabeça na palma da minha mão, com o cotovelo encostado no meu joelho. Parecia tão fácil contar um segredo. Mas nada saiu da minha boca. A morena continuava me fitando, quieta, esperando que eu confessasse algo. Vi ela abaixar o olhar, encarando a madeira escura. A luz fraca da lua adentrou pela grossa camada de vidro e iluminou seus olhos azuis, tão molhados como a janela a minha frente, consumida pelas gotinhas da chuva – Eu ainda o amo – fraquejou e eu sabia que aquilo era um estímulo para eu poder me soltar na frente dela – Amo cada pedaço dele. Amo sua fraqueza e sua falta de coragem. Amo ele acuado quando estou por perto, quando treme ao me tocar ou quando falo o nome de Walker e suas pupilas se dilatam de raiva – sorriu fraco, tocando o vidro – Mas não o amo pelo que fez. Odiei ele todos os dias desde então, Tommy. Me senti sozinha. Abandonada. Insegura. Até Mour catar todos os pedaços de mim espalhados pelo chão e colar um a um.

- Mas e Walker? – questionei, sem condená-la. Queria saber o que se passava na cabecinha borbulhante daquela mulher intensa e cheia de lacunas obscuras.

- Walker é... – suspirou, limpando uma lágrima no canto dos olhos – Ele é tudo que sempre quis. Gentil. Amável. Cavalheiro. Sem Walker eu não estaria aqui, agora com você. Houve uma época em que pensei em acabar com meu sofrimento, estancar a minha vida. Mas Walker estava lá, me amando da maneira que sou, cheia de defeitos e de uma certa forma incompleta. Por muitos meses ele sabia que Newt era mais forte que ele aqui dentro – apontou para seu coração – E mesmo assim ele não desistiu de mim, Tommy. Amo Newt. Nunca deixei de amá-lo, mas Walker...

- Você o ama?

- Sim. Eu o amo. Não da mesma maneira que amei e ainda amo Newt, mas é diferente. É puro. É intenso e gostoso.

Entendi mais da minha prima ali, confessando coisas de sua vida que eu nunca teria tocado no assunto. Eu e ela nunca fomos bons para falar das coisas do coração. E lá estávamos nós dois, morrendo e suspirando pelos Greene. Família de merda.

- Sua vez! – Charlie pediu, cheia de expectativas.

Tá. Não deve ser tão difícil assim. Encarei a bancada, com as sobrancelhas retas – Eu ainda amo Anny.

Charlotte riu descontrolada – Mas isso é óbvio, Thomas! Busque algo lá no fundo. Algo que ninguém mais saiba, além de você. Todo mundo num raio de 2km dessa casa escuta seu choro de madrugada e sabe que você ainda a ama – debochou.

- Nunca quis ter magoado ela naquela noite na cabana, quando tínhamos 15 anos – falei, observando o olhar fixo de Charlie – Só topei continuar aquele plano, porque você ficaria feliz. Desde que seu pai morreu, fiz absolutamente tudo para deixar você contente. Mas me arrependo até hoje de ter feito aquilo contra Anny. Embora você não saiba, eu gostava dela. E quando ela sumiu, fiquei incompleto e vazio. Acho que por isso me tornei amargo e cruel com os outros.

Minha prima me abraçou, colando seus lábios no meu ouvido – Me desculpe – pediu carinhosa, afagando meus cabelos.

- Tudo bem, Charlie. A culpa não foi só sua – retribuí, apertando-a em meus braços.

Tinha que admitir; confessar coisas para um aglomerado de madeira e almofadas era reconfortante.

- Como se sente agora? – ela questionou, separando nossos corpos.

- Leve. Mais calmo. Estranho. Diferente...

- Tome. Essa caneca é sua agora – ofereceu-me um sorriso casto, entregando o objeto – Você passou no teste!

- Teste? Que teste, maluca? – ela moveu a cabeça, curvando as sobrancelhas. Girou a caneca na minha mão, deixando que o desenho e as letras entrassem em contato com a minha retina.

A porcelana roxa tinha um gato rosa engraçado, com diversos dentes na boca. Ele sorria junto com uma garota loira de vestido azul e um coelho branco desconfiado. Era Alice no país das Maravilhas. Em amarelo, com letra cursiva, estava escrito: I KNEW WHO I WAS THIS MORNING, BUT I’VE CHANGE A FEW TIMES SINCE THEN.

- Todas as malditas vezes que sentei aqui nessa janela, contando meus segredos ao vento, segurava essa caneca, Tommy. E após cada confissão, cada choro e cada dor que deixava escapar pra fora de mim, eu me transformava, tornando-me um mulher melhor, mais leve... diferente, assim como você se sente agora. Então quando quiser desabafar, e não tiver minha fucking janela exuberante por perto e nem meu ouvido para te acompanhar, esta caneca irá ajudá-lo – ela levantou-se, voltando para o quarto. Antes de entrar, parou no batente da imensa porta branca, concluindo – Você acha que sabe quem é pela manhã quando se levanta da cama, mas suas ações e a vida dos outros ao seu redor te transformam durante o dia. Para o bem. Ou para o mal, Thomas. Cabe a você decidir de que forma quer que isso entre a afete a sua vida – lançou um beijo no ar e encostou a porta, voltando para os braços do seu noivo.

- Maldita Yoda! – murmurei pra mim mesmo, fazendo uma careta para a caneca.

- Eu ouvi isso. Vou considerar como um elogio! – ela gritou de dentro do quarto.

Espiões do FBI são foda. Provavelmente ela tinha enfiado um micro chip no meu cérebro e scaneado, mapeado e dissecado minha mente enquanto me hipnotizava com suas palavras bonitinhas sobre a vida.

Dormi na bancada, agarrado ao trio insano da estória de Louis Carrol.

Pela manhã, melhor, eu supunha que era pela manhã pelo grau de claridade que me cegava a vista, senti meu celular vibrar incessantemente em cima da mesa de centro da sala.

- Que horas são? – murmurei para Walker, que decorava um texto, totalmente compenetrado na poltrona imponente no canto da sala.

- Já passa das 16 horas, Thomas. Você dormiu feito uma pedra! Por acaso Charlotte fez um chá pra você de madrugada? – perguntou malicioso, segurando um riso. Concordei com a cabeça – Hahahahahahaha! Você foi mais um que caiu na dela!

- Como assim caí na dela? – sentei irritado, esfregando os olhos.

- Digamos que sua prima tem alguns dotes desconhecidos pela maioria da família. Ela te apagou ontem com um simples chazinho contendo Boa noite Cinderela. De certo você estava precisando...

- ELA O QUE? – bravo, saltei do sofá.

- Relaxe, Tommy. Aposto que está bem melhor agora, não está?

Apenas rosnei para ele. Esse era outro tão ou mais insano que minha prima. Se ela não tivesse confessado que ainda amava o ex, diria que Davis e Grey eram o casal perfeito da face da terra.

- Não vai atender seu celular? – Walker pulverizou meus pensamento para longe – Está tocando sem parar faz uns quarenta minutos. Charlie quase atendeu quando viu que era de Seattle a ligação.

- Seattle? ANNY? – saltei em cima da mesa e agarrei o iPhone.

Vinte e nove chamas perdidas de casa. Dezessete de Newt. Treze de Scarlett. Oito de Vince. Onze de Alby e duas de Minho – meu Deus! – balbuciei.

- Aconteceu alguma coisa? – o grandalhão perguntou.

- Acho que sim. Preciso ligar urgente pra casa – rapidamente disquei o número e logo no segundo toque uma voz chorosa atendeu. Era Anny – Calma Anny, respire, por favor, você está me assustando. O que aconteceu? – uma pausa para ela respirar e entoar novamente sobre soluços e gritinhos, até conseguir gaguejar o motivo de tantas pessoas atrás de mim – O ARTHY O QUE? – gritei desesperado, largando o celular da minha mão.

Walker veio correndo até mim, sentou-me no sofá e retirou o telefone do chão. Vi Charlie parada ao pé da lareira, melancólica e aflita.

- Anny, aqui é o Walker. Thomas está em estado de choque. Você pode repetir o que aconteceu? – uma pausa. Ele respirou fundo e encarou Charlotte com preocupação – Okay. Tudo bem, Anny. Tente se acalmar. Vamos pegar o primeiro avião para Seattle. Eu prometo pra você. Bye.

- O que aconteceu? – minha prima já estava em cima de mim, me abanado e fazendo com que eu voltasse a respirar depois de um leve ataque de pânico.

- Sequestraram Arthy. Vocês precisam voltar para casa. Agora – Davis lançou, envolvendo Charlotte e eu em seus braços de urso.


Notas Finais


Altas confissões na madrugada... hmmm
Corre salvar seu filhote, Thomas!


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