- Baekkie...
Silencio.
- Baeeeekkieee....
Um suspiro.
- Baeeeeeeeekiiiieeeeee...
- QUE FOI, INFERNO? – Berrou em alto e bom som ao se colocar sentado na cama contra sua vontade, já bem irritado sem nem saber quem era lhe acordando, e ver aqueles olhinhos brilhantes e o cabelo cheio de cachinhos do seu cupido em plena seis da manhã fez uma onda absoluta de raiva parecer ainda mais forte em seu corpo.
- É que você ia se atrasar. – A voz rouquinha e aparentemente assustada não conseguiu acalmar o Byun, muito pelo contrário. Toda aquela inocência que emanava de anjinho conseguia tirar toda a paciência já curta do rapaz mais baixo.
- Vou me atrasar para o que, cacete? – Indagou com os olhos cerrados enquanto buscava mentalmente algo em seu quarto que pudesse matar anjos fofinhos com asas brilhantes e pelados com paninho de seda cobrindo a bunda.
- Para encontrar o novo amor da sua vida, ele está te esperando na pracinha e eu só posso soltar minha flecha se vocês estiverem no mesmo lugar para rolar o amor à primeira vista. – BaekHyun literalmente se perguntava qual crime havia cometido para ter um cupido daqueles, e pior, se perguntava qual pecado estava pagando penitencia para poder ver um cupido tão chato como o seu.
Ele literalmente brilhava com a palavra amor, podia cegar alguém somente com o brilho que a palavra causava e BaekHyun já sabia dentro de si que tinha que levantar e fazer algo, não porque o cupido havia mandado, mas sim por um sentimento bom dentro de si que dizia “levanta essa bunda gorda daí e vai arrumar um namorado para pagar seus almoços de gente gulosa”
Por isso, e apenas, unicamente por isso que não demorou muito a se levantar, mas não sem antes jogar um chinelo na cabeça fofa de cachinhos do cupido chato, e ficou bem satisfeito ao ver que doeu.
X
- Onde eu tenho que ficar? – Perguntou entediado e revirando os olhos sem o menor pique para se apaixonar àquela hora da manhã, estava com a língua coçando e implorando mentalmente para que fosse um cara que pagasse pelo menos um café para si já que estava varado de fome. E pior do que sua fome, era sua irritação por estar com fome.
- Sente-se ali naquele bando, ele vai passar por você em exatos três minutos, vai se apaixonar pela sua carinha de sono e te desejar um bom dia, você vai ficar maravilhado com a barriguinha de chopp dele e o chamar para se sentar ao seu lado. Aí vocês vão tomar um café da manhã e depois viverem feliz para sempre.
Tinha tanta animação, mas tanta animação na voz da criaturinha brilhante que BaekHyun se perguntou qual era o problema que ele tinha, se era alguma demência, se ele tinha batido a cabeça quando nasceu ou qualquer coisa do tipo, porque, simplesmente não era normal alguém se empolgar tanto com uma história de amor bosta e ainda acreditar no felizes para sempre.
- Na boa mesmo, posso te perguntar uma coisa?
- Pode. – E ele não perdia a postura de criança inocente e aquele sorriso sempre alegre, e BaekHyun queria simplesmente poder chutar só pra ver se aquilo passava.
- O que eles colocam na água do céu? São todos assim?
- O que você quer.... BAEKHYUN, ELE TÁ VINDO, SENTA LOGO...
Bufando mais que touro em dia de tourada, BaekHyun se sentou. Analisou o homem que vinha em direção a eles e deu um leve sorriso, pelo menos era bonito.
Olhou para o cupido e viu a flecha sendo mirada em si e em segundos vir em sua direção, mas antes de o atingir, se espatifou no ar em minúsculos coraçõezinhos gays que lhe trouxeram a sensação gostosa de estar apaixonado por alguém, só não sabia por quem.
Sorriu meio bobo quando o rapaz passou a sua frente e o cupido mirou nele também, mas ao contrário do esperado, o homem deixou seu jornal cair e quando a flecha ia lhe acertar, ele se abaixou, deixando a flecha pregada em uma arvore.
BaekHyun bateu a mão na testa com toda a força que tinha naquele momento, deixou o membro escorregar e deformar toda sua expressão para logo dar um audível suspiro.
Não ia falar nada, apenas analisou com tédio o ser fazer beicinho e querer começar a chorar a sua frente como se fosse uma criancinha. Se falando de amor ele ficava brilhante, quando errava algo, começava a chorar e ficava cinza.
- Coisa estranha... – Murmurou a si mesmo, mas bem aliviado por não ter que se preocupar com namoros durante aquele dia, só teria que lidar com a vontade de suspirar que insistia em aparecer.
- Eu errei, Baekkie. Ele era o amor da sua vida. – Só faltava aparecer uma nuvem chuvosa e soltando raios na cabeça do cupido a cada lagrima que ele soltava. E era notável que aquele não era um choro bobo, ele sofria por conta daquilo e sentia como uma morte.
- Qual é o teu nome mesmo? – Subitamente o cupido parara de chorar, quase voltando a brilhar com seu sorriso bobo e feliz.
- É ChanYeol. – Seus dentes perfeitinhos pareciam brilhar ao sorrir após dizer seu nome pela segunda vez ao mais baixo.
- Pega aquela merda de flecha, para de brincar de vagalume quando fala de amor e me deixa comer por um bom tempo sem ter que me preocupar em fazer chuca por uns bons dias?
ChanYeol olhou para cima como se analisasse a proposta e quando finalmente entendeu, voltou com o beicinho triste.
- Mas Baekkie, você não quer se apaixonar? – Estava em ponto de abrir o berreiro de novo.
- Não, eu quero comer e dormir.
E naquele momento, parecia que o mundo de ChanYeol havia acabado, se existisse um sentimento comparativo de humanos para o que ele sentia era como se sua mãe tivesse morrido na sua frente por causa de um prego que caiu de um avião a milhares de quilômetros por hora.
- Só por agora, ok? Tô cansando e ficar apaixonado cansa demais, depois eu te ajudo a escolher um pretendente, tá?
- Você jura?
- Juro...
- Mas Baekkie... – Mais um suspiro.
- Fala, inferno.
- O que é chuca?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.