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História Me deixe sozinha - Metas canceladas


Escrita por: Lari_Doramak04

Notas do Autor


Não sei ao certo sobre essa historia ainda, mas acho que já gosto dela, espero que gostem também!

Capítulo 1 - Metas canceladas


Fanfic / Fanfiction Me deixe sozinha - Metas canceladas

Me deixe sozinha cap.1

 

 Meu nome é Beatriz, tenho 16 anos, e uma longa lista de desilusões, minha vida até parece um daqueles dramas, quando a única coisa que quero fazer é estudar, fazer meus cursos e etc.… mas sempre surge algo que tira minha paz, dessa vez, essa mudança, depois de 12 anos morando em uma cidade cujo eu sabia até os pequenos detalhes, vou me mudar, mamãe é viúva faz 5 anos, nós ainda sentimos falta de papai, mas a vida não está sendo mais tão simples, e agora isso, vamos nos mudar por causa do emprego de mamãe, eu não a culpo, mas sinto que nada de bom sairá dessa mudança.

 

 

 Eu já estava quase na minha última caixa, os livros, eu tinha centenas, que iam de clássicos, a séries mais novas, de romances melosos até livros de terror que te tiravam de seu juízo perfeito, meus instrumentos musicais seriam levados comigo, meu violino principalmente, eu tive de parar de fazer meu curso de violino por causa da mudança, mas isso não significava que eu iria parar de tocar, meus outros instrumentos que aprendi a tocar quando muito pequena, iriam no porta malas. Mamãe entra em meu quarto e ao me ver com o violino em mãos, recosta na lateral de minha porta, esperando para que eu toque, mas eu não o faço, apenas olho para a porta, eu tinha uma lista de metas escrita nela.

Tocar 7 instrumentos musicais;

Ler 120 livros;

Tirar nota máxima em pelo menos 10 matérias;

Terminar sua redação anual;

Participar de 10 cursos profissionalizantes;

Ser chefe de turma;

 As minhas metas anuais, muitas delas já estavam completas, mas, essa era a primeira vez que teria que deixar de cumprir uma, mamãe olha para a porta e dá um longo suspiro,

 -Você exige demais de si mesma minha filha.

 Ela caminha até mim, mas estendo a mão e ela para em frente a única caixa de roupas minhas, eu não ligo para moda, então estou com as mesmas roupas a um tempo,

-Eu não acho isso mamãe, eu sinto que preciso disso, estou apenas magoada por não poder terminar essa lista, é a primeira vez que tenho que desistir de minhas metas anuais.

-Você não precisa desistir minha filha, sabe, lá na nova casa nós também temos uma porta, você pode escrever essa sua lista gigante lá também.

 Ela dá uma risada apontando para a porta,

-Não se trata de ter uma porta mamãe, sabe, eu nem sei onde isso fica, assim que chegar lá terei que ceder de meu fim de semana de leitura para pesquisar sobre cursos e pegar as matérias daquela escola e colocar em minha agenda, será tanta coisa.

Ela parece ter achado uma deixa, ela pega um canetão que eu estava usando para marcar as caixas e segue até a lista em minha porta, e anota algo, logo após ela se vira para mim e beija o topo da minha cabeça, e assim que ela fecha a porta quando sai, está escrito, com bastante destaque por causa da caligrafia extremamente diferente.

“Ser feliz e tranquila”

Só pode ser uma piada, não tenho tempo para ser tranquila e feliz, eu me levanto e pego um pote de tinta que usava sempre que completava a lista, mas não era esse o caso dessa vez, então depois de tirar uma foto com meu celular, eu apago a única coisa até hoje que não consegui terminar.

 

 Depois de uma viagem de 5 horas, chegamos a uma cidade ensolarada demais, e pequena demais, e com pessoas demais, sorridentes demais, e coloridas demais, era como se minha cidade confortavelmente fria, confortavelmente nublada e antissocial, fosse uma história de terror nesse lugar, pessoas passeavam com seus cães e filhos, idosos dormiam em suas varandas, esse devia ser um lugar onde todos podiam dormir de portas abertas.

-Em que universo estou?

Perguntei baixo para mim mesma, mas pelo visto não baixo o suficiente.

-Ainda estamos no nosso minha filha, sei que é bem diferente, mas sinto que você vai gostar.

 Eu tenho certeza que não, mas não sou do tipo que retruca com meus familiares, então apenas encosto minha cabeça no vidro do carro, e escuto uma das sinfonias clássicas, e vejo as pessoas do lado de fora encarando o carro de mamãe.

 

 

 Assim que chegamos a nossa nova casa, me sinto em uma espécie de novela infantil, a casa era pintada em um tom azul celeste, a porta era vermelha sangue e as janelas verdes, parecia que a qualquer momento um grupo de crianças sairiam dançando e cantando pelo jardim verde e cheio de flores, toda aquela cor estava cansando meus olhos, eu desço do carro com meu violino em mãos e minha caixa de instrumentos aos meus pés, de repente meu fone de ouvido que tocava um solo de violoncelo, um de meus preferidos, é arrancado,

-Filha, as vizinhas vieram te dar olá...

 Ela me olha quase suplicando por simpatia, esse não era meu forte, olho para elas, uma mulher que aparentava ter por volta de 50 anos e duas mais jovens, mas não o suficiente, todas usavam vestidos floridos e sorrisos grandes demais no rosto, o meu continua inexpressivo,

-Nossa como sua filha é linda, e parece ser tão inteligente, toca até viola.

Eu consigo escutar o desespero mental de mamãe daqui, ela sabe o quanto e odeio que chamem meu violino de viola, mas por ela, dessa vez, eu não sou tão hostil como de costume.

-Obrigada, mas não é uma viola, é um violino.

Consigo escutar os suspiros aliviados de mamãe, pelo visto ganharei alguns elogios hoje.

-A sim querida, eles são tão parecidos, uma velha que nem eu não saberia diferenciar mesmo, você parece ser muito talentosa.

 Eu faço minha melhor imitação de sorriso e olho para minha mãe, que entende o recado e me deixa entrar.

 Me arrependo quase imediatamente, se por fora a casa era colorida, por dentro era como se um arco íris tivesse vomitado em todas as paredes, elas eram amarelas e cobertas por desenhos que doíam a mente, a entrada consiste em uma abertura para a cozinha que daqui dava pra ver a forte cor verde, e outra abertura do outro lado, levando a uma sala também verde, mas essa tinha algumas cortinas, a minha frente havia um espaço vazio e uma escada que usava duas paredes do quarto por causa da curva desnecessária, eu subo as escadas que dão em um corredor vermelho com portas pretas, essa já era a parte da casa que eu menos desgostava, mas antes que eu possa abrir as portas e explorar a casa, a porta da casa bate, minha mãe entrou.

Desço as escadas apressada para expressar minha total insatisfação sobre a paleta de cores dessa casa quando paro de repente, mamãe não está sozinho, eu me abaixo, mas a única coisa que consigo ver é um par de mocasins, era um homem, de classe posso ver, eu me abaixo mais, mas só consigo ver sua calça social e um começo de camiseta de gola, nossa ele tem classe, eu fico em silencio para escutar a conversa.

-Obrigada, Sr...

-Pode me chamar de Eduardo, senhorita...

 Nossa que classe, eu realmente gostei desse homem, e eu nem tinha visto o rosto dele ainda, mas pelas suas mãos ao lado do corpo, deu pra ver que ele não usava aliança, já fazia tempo que eu dissera a minha mãe para namorar, mas ela dizia ser velha demais para isso, ela não tinha nem 37 anos ainda, ela era bem parecida comigo, mas tinha aquela beleza que só era conquistada com sabedoria, seus olhos azuis que eu nunca tive era uma de nossas poucas diferenças, seus cabelos escuros e lisos eram outra, sua boca naturalmente avermelhada e seus sílios longos, eram um charme junto com a sua altura, que ficava melhor nela do que em mim.

-Sim Eduardo, não precisava se incomodar mesmo, mas muito obrigada, pode me chamar de Laura.

-É um lindo nome Laura, não se preocupe não foi um incomodo, se você precisar de algo, é só ir até a casa ao lado.

-Claro que sim, muito obrigada.

Eu conseguia ver mamãe corar daqui, ele era realmente muito educado, o tipo de mamãe, eu não resisto e desço alguns degraus.

-Muito obrigada Sr. Eduardo, me chamo Beatriz, acho que mamãe vai precisar de ajuda para montar os moveis que chegarão mais tarde, se não for um incomodo, mamãe e eu adoraríamos ser agraciadas com sua presença.

 Mamãe com certeza deve estar querendo me matar agora, mas fazer o que, ela precisa namorar, é muito nova para acabar sozinha.

-Olá Beatriz, não sabia que estava ai, é um prazer conhece-la, pode contar com minha presença.

 Ele pisca para mim, ele estava realmente agradecido pela minha ajuda, ele parece ter por volta de 38 anos, mas está em ótima forma, a sua blusa social mostrava o peitoral bem exercitado e seu cabelo castanho deixava seus olhos verdes bem mais destacados, mamãe que até agora estava me olhando com uma ameaça séria nos olhos, o acompanha até a porta.

 Eu corro até o andar de cima novamente e entro na primeira porta que encontro, e tenho uma surpresa, o quarto é pintado por uma cor bege bem clara e o chão é de madeira escura, esse era o único quarto na casa que parecia normal, exceto pelas marcas de fita adesiva nas paredes, estava em boas condições, eu coloco meu violino no chão e tranco a porta, ela realmente devia estar uma fera, não queria arriscar, mas assim que fecho a porta, há uma coisa que me dói a alma a porta está toda coberta por gliter, e em destaque dentro de um coração, tem um nome.

Murilo Mendes

 Eu fiquei em um quarto de garota clichê adolescente, e nem tenho minha tinta comigo para tapar aquela caligrafia horrível, eu olho em volta, e além da porta do armário embutido, não há mais nenhum lugar pichado de maneira tão horrível.

 -Beatriz, eu sei que você está aí, como você sabe ser simpática quando quer não é, esse pode ser seu quarto se quiser, mas não faça aquilo novamente.

-Mãe, você sabe que quero que você seja feliz.

 Eu digo destrancando a porta e indo até ela, ela me abraça e beija o topo de minha cabeça.

-Eu sou feliz minha filha, mas o que eu quero não importa?

Eu me afasto e olho em seus olhos

-Claro que importa mãe, o que você quer?

 Ela sorri e me entrega uma caixa.

-Quero que você leve suas coisas para seu quarto e vá dormir,pois amanha você vai na escola.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, logo postarei mais cap´s


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