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História Me deixe sozinha - Filha


Escrita por: Lari_Doramak04

Capítulo 35 - Filha


Fanfic / Fanfiction Me deixe sozinha - Filha

Me deixe sozinha cap. 35

 

 Penso que Murilo vai dar meia volta e ir embora, mas é Carlos que o faz, ao mesmo tempo em que Murilo entra na sala, ignorando completamente o que acabou de acontecer, mas quando passa por mim, sinto que ele vai explodir a qualquer momento, mas não é isso que me preocupa, eu me lembrei de Carlos no momento em beijei ele, lembrei de todas as memórias que tive com ele, meu Deus como ele é babaca, eu não acredito que beijei ele, eu não acredito que beijei o cara que minha melhor amiga gosta. Mas isso não é importante, eu preciso contar para Murilo que me lembrei, talvez se eu fizer a mesma coisa com Murilo eu também me lembre, e depois daquela memória na cozinha, eu realmente quero me lembrar de Murilo, sei que ele é especial. Me aproximo dele, mas ele não expressa nada, é como chegar perto de uma parede.

-Murilo?

 Ele não olha para mim mas faz um som um pouco inaudível para que eu continue.

-Eu fiz aquilo, por impulso, era a única forma de_

-Eu não dou a mínima.

 As palavras de Murilo me atingem como uma bala, mas mesmo assim continuo, é claro que ele está magoado.

-Murilo, eu posso explicar o porquê de eu ter feito aquilo, eu me lembrei de Carlos assim que fiz aquilo, e eu meio que me arrependo de ter feito isso, ele era um babaca nem sei como_

-Beatriz, isso não é da minha conta, pode beijar cada garoto dessa escola, não, cada homem do mundo, eu não me importo, nós não temos nada, só não fale mais comigo.

 Ele fala de uma forma que o ar foge de meus pulmões, meus olhos lacrimejam por algum motivo, pelo visto eu escutei palavras tão brutas vindas de Murilo.

-Eu sei que estou errada Murilo, mas você_

-Se você não se importa Beatriz, eu preciso estudar.

 Ele estudar? Que piada, as lágrimas que eu segurava começam a rolar pelo meu rosto sem que eu perceba, no mesmo momento em que Gabriela e seu grupo entram em sala, mesmo sem olhar para ela, sei que ela ri, amando a situação, e seco as lágrimas e vou até meu lugar, meu peito se apertava a cada movimento que Murilo fazia e foi assim até que eu pudesse ir para minha casa, eu corro, ignorando Victoria me chamando quando me vê, ignorando Gabriela rindo e apontando para mim, ignorando Murilo, que estava me ignorando, o aminho até em casa, nunca parece tão grande.

 

  Minha casa está escura e vaia demais, mamãe volta ainda essa semana, mas os dias parecem dolorosos, eu me recuso a chorar, eu sou realmente estupida, eu nem me preocupo em ligar as luzes, ou a comer, apenas fico no escuro da sala, deitada no chão, quando finalmente me acalmo, uma campainha me traz o desespero novamente, e se for Victoria? Não, mesmo se for ela, não me sinto digna. Caminho na ponta dos pés até o olho do magico da porta e vejo uma silhueta masculina, ele usa terno, Eduardo, abro a porta com relutância, mas assim que vejo seu rosto, um sorriso tão brilhante me encontra, que me sinto imediatamente mais calma, mas mesmo assim lágrimas rolam de meu rosto, assim que Eduardo as vê, segura meus ombros e me olha nos olhos.

-Querida, você está bem?

 Não sei como dizer que minha vida está uma bagunça, mas as lágrimas parecem falar por mim e ele me abraça, então é assim, ter um pai, eu me sinto protegida, mas as lágrimas ainda rolam pelo meu rosto, ele acaricia meu cabelo e me consola, olhe para mim, eu realmente sou deplorável, estou aqui incomodando um homem que nem mesmo é namorado de mamãe, me solto dele, mas assim que o faço, vejo que seu rosto também está molhado de lágrimas, ele seca as lágrimas com classe, diferente de mim, que apenas deixo elas continuarem a rolar.

-Desculpe Bia, por um momento, me lembrei de minha filha.

 Eu sorrio, não porque gostei do que ele disse, mas sim, porque me lembrei de meu pai, de quando eu era bem pequena.

-Quer entrar?

 Ele faz que não com a cabeça, apenas me entrega uma sacola que eu nem mesmo havia notado que estava lá.

-Eu agradeço, mas sinto que tenho que ir em um lugar, obrigada Bia, eu sinto que, devia ter feito isso com minha filha, talvez assim, ela não precisasse passar por tudo sozinha, mas eu nem percebi o quanto ela sofria, obrigado Bia, por me fazer sentir um pai novamente.

 Apenas aceno com a cabeça, mas quero dizer o quanto sou grata por ele me fazer sentir segura, mesmo que por um momento, ele sorri novamente e me entrega a sacola, e sai, assim que fecho a porta, as lágrimas voltam aos meus olhos, nem consigo ver o que há dentro da sacola, apenas vou para meu quarto.

 

 Não me lembro exatamente quando eu cai no sono, só me lembro de minhas lágrimas, devo ter chorado até dormir de exaustão, nem toquei em meu celular, apenas vou até o espelho, para ver que me pareço com um panda, apenas lavo o rosto, nem tento disfarçar meus olhos inchados, é inútil, então apenas me visto e vou até a cozinha, não estou com fome, olho as horas e já é quase hora de ir para a escola, então pego minha mochila e vejo a sacola ao lado da porta, olho no relógio novamente, não é como se eu fosse esperar alguém para ir para a escola, então abro a sacola, a primeira coisa que vejo é um vestido com um bilhete em cima, assim que tiro o bilhete tem potes com comida dentro, ele cozinhou para mim, Deus como eu queria ter um pai assim, pego o bilhete que estava junto com o vestido.

“Sei que pode ser um pouco mórbido, mas comprei isso para minha filha, ela não pôde usar, quero que você o faça. Eduardo”

 Tento não chorar, eu com certeza usarei, quando minha vida estiver de volta aos eixos. Guardo a comida antes de ir, bem na hora em que saio normalmente, tenho medo de encontrar Victoria, então pego outro caminho, meus velhos fones, que não estavam sendo muito usados atualmente parecem nunca ter saído de perto de mim, o caminho é nublado, solitário, e tranquilo, não sei se isso é bom.


Notas Finais


Obrigada por lerem!!!
Laridorama0412


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