Me deixe sozinha cap. 43
Ele tem um sorriso sádico no rosto e alguns band-aids no rosto, parece pronto para cometer um ato de violência, e pela primeira vez, eu espero que sim, o que seria pior, ter as mãos dele pelo meu corpo ou os punhos em meu rosto? Nenhuma das ideias é atraente, mas eu prefiro levar um soco a ter as mãos asquerosas dele tocando meu corpo novamente.
-Olá Beatriz, não consegui te ver hoje, estava me evitando?
Ele sorri novamente e sinto meus ossos tremerem, mas respiro devagar, qual é o delito mais grave, agressão ou abusou? Ele não parece querer me bater, nunca pensei que ficaria com medo de ver alguém não querer me bater, fecho os olhos por um segundo, farei ele me bater, e quando abro os olhos, lá está, meu olhar de superioridade, o melhor que consigo fazer tremendo da maneira que estou, mas parece funcionar, ele está confuso. Aperto minha mão em volta do meu celular para manter a coragem.
-Estava sim, sua visão é horrível demais, poderia estragar meu final de semana estendido.
Foi uma ofensa, mas parece despertar um sorriso nele, o que ele está pensando? Ele passa o dedão no lábio de baixo, ainda com o sorriso no rosto.
-Falando nisso, vamos ficar sem nos ver por um tempo, não quer fazer algo marcante?
Ele passa a língua pelos lábios e sinto a bile subindo até a garganta, ele me causa injuria. O que a de errado com a cabeça dele? Ontem mesmo eu o não só o derrubei no chão, como o humilhei, ele deve ter uns problemas mentais bem fortes. Mantenha a pose Beatriz.
-Prefiro agulhas quentes em baixo das minhas unhas.
Uma alteração, ele pareceu pensar na ideia, o que me deu calafrios.
-Se é esse tipo de sadismo que você gosta, quem sou eu para questionar? Não é.
Ele passa uma mão pela minha cintura, mas eu me contraio, sinto o medo passar pelas minhas veias, mas controlo, isso seria favorável para ele.
-Tire as mãos me de mim.
Tento falar com toda a força que tenho no meu quarto, mas gaguejo e ele ri, estou patética, me sinto impotente, e suja com um pequeno toque dele.
-Você não parece querer isso princesa.
Só tenho forças para bater em seu peito, eu quero usar qualquer golpe que sei de todas as lutas que já fiz, mas isso ficaria favorável pelo lado dele, continuo batendo em seu peito, dividida em desespero e coragem.
-Vamos, terá que fazer mais forte que isso se quiser me machucar.
Uma de minhas mãos cede ao desespero e acerta um dos band-aids em seu rosto, ele me joga no chão na mesma hora, com uma força excessiva meu corpo inteiro dói quando uso os braços para amortecer a queda, quando olho pare ele, ele está tirando o curativo do rosto, eu não bati forte, mas ele parece irritado, ele embola o plástico com uma mancha de sangue e arremessa em mim.
-Que merda garota, você só pode ser retardada, deixa eu te explicar uma coisa, VOCÊ NÃO TOCA NOS MACHUCADOS DE OUTRA PESSOA.
Ele está quase cuspindo fogo, se eu soubesse que irritar ele seria tão fácil teria feito antes. Mas parece que foi demais, ele está vindo até mim, ainda estou no chão, não sinto meus joelhos, mesmo assim, tento olhar ele nos olhos quando ele se abaixa para perto de mim.
-Foi muito difícil conseguir eles, sabe? Diferente de você, que sempre ganha fácil, é uma vadia, é mais fácil para você.
Difícil conseguir ferimentos? Ele? Um babaca formado como ele, não deve ser difícil apanhar de qualquer um.
-Tenho certeza de que terá mais chances, você é um idiota.
Ele sorri, mas sinto o veneno saído de cada dente que posso ver, e ele me dá um soco, eu não grito ou choro, mas lágrimas silenciosas escorrem dos meus olhos, segundos depois sinto o gosto metálico em minha boca, sangue, as lágrimas descem com mais força quando cuspo de minha boca, aos pés dele, ele sorri mais uma vez e penso que levarei outro soco, mas ele apenas ri, uma gargalhada forte e áspera.
-Sua vadia, esse é novo.
Eu olho em seus olhos, e ele para de rir no mesmo momento, outro soco, dessa vez no nariz, eu o cubro rapidamente, meu celular cai do meu lado, mas esse não foi muito forte, eu sinto a dor se espalhar por todo meu rosto, tento não olhar para ele mais, não sei se conseguirei ficar acordada se receber outro desse. Mas mesmo a voz sombria dele ao pé do meu ouvido me faz querer desmaiar.
-Nem mesmo quando eu quase matei aquela piranha da Rebecca de tanto fuder ela, eu não apanhei, na verdade ele me ajudou, o idiota do meu pai me ajudou a esconder as pistas, ele não quer mesmo saber, eu posso te matar Beatriz, aquele idiota não fará nada, ele nunca faz, você sabe como é.... ah espera, não sabe, seu pai morreu não é mesmo.
Minhas lágrimas começam a fazer som, mas nem mesmo tento silenciar elas, a única coisa que não me faz pular no pescoço dele agora mesmo, é saber que ele vai pagar por tudo. Minhas lágrimas trazem fúria juntas, então não consigo mais controlar minha língua.
-Você gosta de apanhar? Deveria estar no meu lugar então!
Não olho para seu rosto, mas sei que ele está sério, seu silencio me prova isso, começo a me acalmar e escuto uma respiração forte bem perto de meu ouvido.
-Você ficaria tão linda se calasse essa boca, eu não gosto de apanhar, só vadias como você gostam disso, não seja ridícula, eu gosto de atenção, foi por isso que estuprei Rebecca, falei que estava fudendo você, e é por isso que vou te matar agora, porque eu gosto de atenção, gosto de saber que fui eu enquanto as pessoas dizem que foi um monstro desconhecido, gosto de ver as lágrimas no rosto das mães, como o da sua mãe ficará assim que acabar com você.
O sangue foge do meu rosto, ele me levanta me puxando pelo cabelo, e me arremessa na parede, quando meus joelhos funcionam, tento correr, mas ele me segura, bate minhas costas de volta a parede e me segura pelo pescoço, mas logo ele começa a apertar, começo a me debater, mas ele me ergue e meus pés não tocam mais o chão, tento tirar a mão dele de meu pescoço, mas não tem ar em meus pulmões e não tenho força, meus olhos começam a arder e minha visão embasa.
-Que pena, terei que brincar com seu corpo quando você se for, pelo menos você vai estar caladinha.
Minhas mãos escorregam do braço dele, não tenho mais nenhum sentido, apenas um alivio, então sorrio, por trás da nevoa que cega meus olhos, Murilo está logo atrás de nós.
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