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História Me deixe sozinha - Calmaria pós guerra


Escrita por: Lari_Doramak04

Capítulo 44 - Calmaria pós guerra


Fanfic / Fanfiction Me deixe sozinha - Calmaria pós guerra

Me deixe sozinha cap. 44

 

 

 Eu estou caída no chão, meus braços trêmulos sãos as únicas coisas que me afastam do chão gelado, bom, pelo menos é o que eu acho, minha visão ainda está clareando após esse quase desmaio, ou pior eu poderia ter morrido, respiro fundo, o oxigênio finalmente retornando aos meus pulmões, eles queimam, mas é agradável, estou viva, graças a Murilo, Murilo! Varro o local com meus olhos em busca de qualquer sinal de Murilo, mas minha visão ainda está focando, sinto o gosto de ferrugem em minha boca, mas não tenho tempo de cuspir o sangue que se aglomera em minha boca, ele tem que estar bem.

 Minha visão para em um vulto que ganha foco lentamente, mas não é o suficiente, não tenho certeza do que está acontecendo e tenho medo de que seja Murilo que esteja apanhando, só escuto os sons de socos, mesmo se for Murilo, ele deve parar, começo a me arrastar até a sombra a minha frente, até que os sons de socos param e uma mão toca meu ombro.

-Está tudo bem querida, ele está bem.

 Somente nesse momento a calma volta aos meus ossos, é a diretora, ela me entrega um lenço e eu o coloco sobre a boca, e vejo o amarelo claro sumir por baixo de um vermelho forte, meus pulmões ainda queimam, mas já posso ver Murilo a minha frente, em cima das costas de Carlos, que faz uma careta, Murilo está prendendo o braço dele de um jeito bastante desconfortável, posso ver o rosto inchado de Carlos e o rosto vermelho de Murilo, ele parece furioso, quero caminhar até ele e dizer que está tudo bem, mas não o faço, isso ainda não acabou.

  Meus joelhos finalmente perdem a forma de gelatina e eu consigo me levantar, a diretora coloca as mãos sobre meus ombros, suas mãos são leves, mas o toque ainda dói, como todo o restante do meu corpo, ela começa a me levar de volta para o banheiro, mas eu educadamente tiro suas mãos de meus ombros, fazendo uma careta pela dor em meus braços quando o faço.

-Não posso me limpar agora, você já ligou para a polícia?

  Ela parece intrigada com minha reação, mas nunca perde a pose extremamente educada, ela sorri e faz que sim com a cabeça e eu devolvo o lenço, já totalmente coberto de sangue.

 Agora que a situação se acalmou, sinto meu corpo ranger sobre o banco gelado que estou sentada, tento não me mover, o banco fere minhas pernas já doloridas, Murilo está do meu lado, com um olho roxo e segurando minha mão, estamos observando um policial falar com a diretora, que ainda age como se estivesse em uma festa de gala, pelo visto eu não tinha encerrado a gravação e Murilo gravou cada palavra, até mesmo ele admitindo que estuprou Rebecca, eu deveria me sentir mais leve, mas os hematomas que surgem aos poucos pelo meu corpo me deixam bastante presa a esse banco, as câmeras também filmaram a agressão, só de me lembrar dela, um calafrio corre pela minha espinha, e meu corpo volta a doer, Murilo aperta minha mão e se vira para mim.

-Você quer mesmo esperar sua mãe aqui? Você está sentindo tanta dor Bia, aquele desgraçado, quando eu ele te empurrar pelas câmeras, Deus eu queria quebrar a cara dele inteira.

 A situação não tem graça alguma, mas a frase de Murilo me faz rir, uma risada que mesmo fazendo meu corpo doer, não me arrependo de rir.

-Você já o fez, e fez muito bem, a cara dele estava destruída quando eles levaram ele daqui.

 Ele sorri, mas sei que ainda está preocupado, então dou meu melhor sorriso de “acabei de levar uma surra” e o beijo no rosto, funciona por um milésimo de segundo, até ele fitar alguém no horizonte, sigo seu olhar e a vejo, minha mãe, com o rosto vermelho de chorar, consigo ver suas mãos tremendo daqui enquanto ela olha em volta. Levanto a mão e a chamo, tentando ao máximo não fazer uma careta por causa da dor que esse movimento me causou, ela tem uma expressão de alivio que dura muito pouco tempo, para ser mais exata, acaba mesmo quando ela olha bem para mim, eu devo estar horrível. Ela se aproxima com passos rápidos.

-Senhor, o que fizeram com você querida?

 Apenas sorrio enquanto ela toca carinhosamente, nem mesmo sinto dor, esse é o poder de mamãe, ela começa a chorar e sou eu quem conforta ela.

-Calma mamãe estou bem, olhe para mim, estou bem.

 Agora sou eu quem choro, ela me envolve em um abraço e ficamos assim por um tempo, Murilo que havia soltado minha mão, foca ao nosso lado, e eu agradeço por isso. A diretora se aproxima fazendo com que nós paremos de nos consolar, ela explica tudo que aconteceu tirando a parte em que fomos nós quem planejou isso tudo, agradeço mentalmente, não sei o que minha mãe faria se soubesse que eu apanhei por livre e espontânea vontade, mesmo que por uma boa causa, Murilo e eu apenas concordamos silenciosamente com as palavras da diretora.

  Finalmente estou em casa, depois de levar uma surra, ir até a delegacia para arrumar toda a confusão que causamos, e ir ao hospital ver se estava bem, finalmente podia tomar um banho de banheira tranquila, mamãe soluçou o caminho todo até aqui, mas finalmente se acalmou, estou de pé ao lado da banheira quente, o vapor faz com que meu corpo anseie por ficar lá dentro por horas, tenho alguns pontos em minha boca e uma bolsa cheia de analgésicos e pomadas para todos os ferimentos que consegui hoje, me deito na banheira e deixo a agua limpar quente massagear meu corpo dolorido, sinto cheiro de panquecas lá em baixo, panquecas para o jantar? Acho que mamãe quer me agradar.

 Fico nessa situação, com os olhos fixos no teto, eu gostaria de ir a aula amanhã, apenas para ver o resultado de toda a confusão que fizemos, mas logo me deparo pensando em como vai ser daqui para frente.


Notas Finais


Obrigada por lerem!!!
Laridorama0412


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