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História Me deixe sozinha - Hematomas e lágrimas


Escrita por: Lari_Doramak04

Capítulo 45 - Hematomas e lágrimas


Fanfic / Fanfiction Me deixe sozinha - Hematomas e lágrimas

Me deixe sozinha cap. 45

 

Nem me lembro de ter ido até minha cama, mas sei que deve ter sido meu estado letárgico e totalmente destroçado se arrastando pelo curto caminho da banheira até a cama, deve ser por isso que ainda estou de roupão, ontem foi um longo dia, mas tento afastar essa memória e aperto ainda mais o travesseiro, meu quarto está frio e meus cobertores não esquentam o suficiente, talvez meus hematomas queiram calor, ou eu estou apenas paranoica, eu posso levantar e pegar mais um, mas a simples ideia de me levantar já me causa uma dor forte na espinha, uma dor causada por Luiz, que a essa altura já deve estar na cadeia, tínhamos a confissão e o vídeo da agressão, meus braços doem só de pensar em tudo que aconteceu, mas pelo menos não precisarei mais lidar com ele, abraço meu travesseiro ainda mais forte.

  A lembrança de que não terei aula pelo resto da semana me encoraja ainda mais a não querer sair da cama, mas uma batida leve na porta me acorda lentamente, mamãe deve estar preocupada pois abre a porta lentamente quase na mesa velocidade em que abro meus olhos.

-Bom dia querida, você deve estar dolorida, trouxe remédios.

 A voz dela é suave, a única coisa que me encoraja pelo menos me sentar na cama, que range, mas não mais que meu corpo, ela me dá um beijo na testa e sai com a mesma suavidade que entra, até meu pescoço dói quando me viro para olhar os remédios, tantos, dores no corpo, no estomago, cabeça, e até mesmo algumas vitaminas extras, tomo todos e me levanto para escovar os dentes e me vestir, a dor sumindo lentamente do meu corpo.

   Enquanto escovo os dentes, sinto o cheiro de panquecas vindas da cozinha, acho que mamãe está tentando me recompensar, é claro, ela me considera uma vítima, mas não era assim, eu era uma isca, uma isca altruísta, desço as escadas até rápido demais para minha condição e posso ver o rosto de preocupação de mamãe se suavizar, mas toda essa situação, esse dia, parece estar passando devagar demais, me deparo pensando se a o resto da semana será assim, mas não sei se isso seria bom ou ruim, é bom eu ir para a escola agora? Tento não me imaginar passando por isso, apenas caminho até a cozinha, fingindo não estar preocupada.

-Boa tarde dorminhoca, está melhor?

 Aceno que sim com a cabeça enquanto pego o suco de laranja na geladeira, consigo sentir os olhos de mamãe me avaliando, preocupados.

-Sim mamãe, eu tomei os remédios, funcionam.

Ela tem um sorriso rápido, mas sei que é por que acredita em mim.

-Ótimo, tome, seu celular, apitou a noite toda.

 Ele empurra o celular para mim com uma mão enquanto usa a outra para jogar mais calda em um prato de panquecas que me entrega logo após. Assim que eu o pego, faço uma careta, a tela está toda trincada, resultado de meu plano contra Luiz, não me arrependo, faria novamente, eu o ligo, e pelos segundos que ele continuou ligado pude ver, várias notificações, até mesmo de números desconhecidos, mamãe está me olhando com um meio sorriso no rosto.

-Nós compramos outro depois, agora coma, você coloca ele no carregador depois.

 As panquecas são doces e macias, como todas as panquecas que mamãe prepara, mas elas só servem para me lembrar da época em que acordava e papai estava com ela na cozinha, os dois amavam preparar isso juntos, mamãe parece nem mesmo se lembrar disso, e se lembra, finge que não, mas não a culpo, ela está seguindo a vida, como eu. Coloco meu caquinho carregável no carregador, mas assim que vou liga-lo, escuto a campainha e a voz de Eduardo no andar de baixo, me aproximo mais perto da porta para ver o que ele está conversando com mamãe, feio da minha parte? Sim, mas quero ver como os dois são um com o outro, mas ao invés disso, escuto apenas passos, que ficam cada vez mais próximos, me afasto da porta rapidamente e corro até a janela, tento parecer o mais natural o possível quando segundos depois mamãe e Eduardo entram no meu quarto. Me viro como se a sua chegada fosse uma surpresa, mas assim que o vejo, sinto que realmente é, seus olhos estão marejados, mas ele sorri, mal consigo esconder minha expressão confusa quando mamãe solta seu braço e ele caminha até mim, assim que chega perto, me envolve em um abraço confortável, e estranhamente não doloroso.

-Obrigada Beatriz...

 Sua voz está rouca, e pesarosa, mas sei que ele está aliviado.

-Está tudo bem.

 Ele se afasta segurando meus ombros e me olha nos olhos, ainda cheios de lágrimas.

-Não, obrigada mesmo Bia, você passou por tudo isso, mas pegou aquele canalha, eu juro se eu soubesse... eu...

 Agora sou eu quem o abraça, é estranho, é como ter um papai aqui, mas alcançável.

-Estou bem, sei que Rebecca também está.

 Eu sinto ele fazer que sim com a cabeça antes de me soltar e enxugar as lágrimas, que finalmente rolaram pelo seu rosto. Mamãe finalmente interveem, e com os olhos também vermelhos.

-Então -Diz ela enxugando as lágrimas- Eu tenho uma ideia, e acho que todos deveríamos ir juntos.

 Eduardo concorda, sua classe voltando lentamente, os dois descem para o andar de baixo logo após eu dizer que irei me arrumar antes, mas a primeira coisa que faço é pegar meu celular.

Murilo: -tome os remédios, quero ver você saudável, se tiver tempo, venha aqui na loja, quero passar o máximo de tempo possível com você, tenho algo para te dizer.

 Meu peito aperta com essa última parte, mas me controlo para responder calmamente.

-Estou tomando, estou saudável, até tomo vitaminas, irei aí assim que retornar de um passeio.

 Leio as outras mensagens, começo por Victoria que tem muitas, mas leio apenas as últimas.

Victoria: -  VOCÊ É LOUCA! EU TE AMO!

 -Você está bem?

-É claro que está, minha amiga é feita aço, mas olha tenho novidades, o tal evento da diretora, é um baile!


Notas Finais


Obrigada por lerem!!!
Laridorama0412


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