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História Me deixe sozinha - Mais perguntas?


Escrita por: Lari_Doramak04

Capítulo 51 - Mais perguntas?


Fanfic / Fanfiction Me deixe sozinha - Mais perguntas?

Me deixe sozinha cap. 51

 

                Estou encostada na porta da sala da diretora faz algum tempo, esperando Murilo chegar enquanto encaro Carla servir chá de sua maneira extremamente formal, acho que ela está tão tensa quanto eu, mas sua classe a impede de exibir até mesmo um tremido de leve em seu pulso enquanto ela serve o chá, o cheio forte de erva doce percorre toda a sala e me pergunto o porquê de não estar tomando uma caneca junto com o pai de um potencial assassino, mas, assim que dou um passo para dentro da sala, sinto um peso familiar sobre meu ombro, giro rapidamente como um reflexo, apenas para ver Murilo, com um olhar cansado, provavelmente teve de brigar com a mãe para vir até aqui, já que ela está até mesmo fazendo questão de busca-lo todos os dias, começo a me perguntar se ela realmente só quer o bem dele, afasto esse pensamento assim que ele me lança um sorriso e me puxa para fora da porta da sala, ignorando totalmente o pai de Luiz, que quase se levantou para o cumprimentar.

-Você não precisa estar aqui Beatriz, já está passando por muita coisa.

                Ele tem razão, mas quanto mais tempo eu puder passar com ele, mesmo sendo um momento tenso, já valerá a pena, não consigo nem mesmo pensar no baile, Murilo percebe minha pequena e rápida expressão de tristeza e envolve meu rosto com suas mãos, eu quase fechei os olhos, achando que ele finalmente me beijaria, mas ele apenas acaricia meu rosto e me abraça rapidamente, antes de me puxar para a sala, onde o pai de Luiz pode se levantar de verdade, sem ter de fingir estar arrumando a calça, ele cumprimenta Murilo, que oferece a mão contrária, pois com a direita ele segura a minha, o homem parece achar a situação engraçada, mas sei que essa é a maneira de Murilo mostrar que está do meu lado, não consigo segurar um sorriso envergonhado.

-Você é o Murilo então, acho que nós temos muito o que conversar.

                Murilo concorda com um aceno rápido e se senta no sofá a frente dele, só agora percebo a diretora sentada ao lado do homem, mais prestando atenção em seu chá, que ainda tem um cheiro ótimo, do que na conversa, me vejo pensando em se isso já aconteceu mais vezes, ambos parecem muito acostumados e confortáveis com essa tensão que o homem exala enquanto segura sua bolsa em seu colo e a abre vagamente. Ele retira alguns papeis e Murilo finalmente sola minha mão, mas não se afasta de mim, ele parece muito carinhoso hoje, tanto hoje quanto em toda essa semana, como se a cada dia que se passasse, como se quanto mais o dia de seu juízo final chegasse, mais amor ele tinha para mim, e acho que isso que me doía cada vez mais. Murilo coça a cabeça enquanto lê os papeis, o homem a nossa frente ainda abraçando sua bolsa e Carla ainda bebendo de rua xicara, Murilo e eu parecemos ser os únicos não seguindo um padrão nessa conversa, até ele falar.

-São laudos médicos, o que temos a ver com isso?

                O homem tira a bolsa do colo e se aproxima para espalhar ainda mais os papais em cima da mesa pegando um aleatoriamente e o examinado por alguns segundos.

-São laudos psicológicos, de Luiz.

                Ouvir o nome dele me gela a espinha, Murilo volta a segurar minha mão e limpa a garganta antes de falar.

-O que você quer com isso? Que nós perdoemos ele?

Ele olha para o teto com uma expressão confusa, como se essa ideia nem tivesse passado pela cabeça dele, ele volta seu olhar para nós com um sorriso no rosto como se tivesse pensado em alguma coisa divertida, consigo ver os olhos de Carla o encarando atrás da xicara.

-Você pediria desculpa? Que, ham, honroso? De sua parte, eu não pediria, ainda mais depois do que ele fez com sua, namorada?

Murilo acena novamente, ele está mortalmente silencioso, o homem continua.

-Claro que sim, mas, não é isso que eu quero realmente, queria saber como ele era com vocês, com todos, pois em casa ele era um garoto silencioso que se envolvia em alguns delitos quando sozinho, sinto que o que te ocorreu em parte foi culpa minha, nós tivemos um desentendimento um dia antes do seu desentendimento.

                É tanta coisa absurda nessa frase, que chega a ser engraçado, ele acha que o que aconteceu foi um incidente, espero que ele continue pensando assim, pela maneira como ele fala sobre a situação, se ele soubesse que foi tudo armado, com certeza envolveria policiais e advogados na situação, Murilo fica em silencio por tanto tempo que finalmente intervenho.

-O desentendimento que você diz, me causou hematomas e dias de dor contidos por inúmeros remédios.

                Seu olhar não se altera quando ele se vira para mim e sorri levemente.

-Sim, claro, por isso queria falar com você em particular depois dessa reunião, queria lhe compensar por tudo que ele a causou.

                Ele parece tão inconstante quanto o filho, o que me faz pesar se esses exames são realmente de Luiz, e não desse homem a minha frente, os exames, eu não tinha os visto, então pego o primeiro que vejo, é do mês passado, a lista de remédios e longa como a dos transtornos escritos, fico desnorteada e Murilo retira o papel agora todo amassado de minha mão, mas isso ainda me incomoda, é por isso que ele não aprendia a lição, era por isso que ele sempre retornava não sei se isso deveria me fazer pensar nele de forma diferente, mas meio que acontece, então apenas me levanto, e saio da sala, acho que sei o porquê das pessoas fumarem, acho que quero um cigarro.

                Minutos se passam e a porta se abre atrás de mim, homem saem, ele volta a segurar minha mão enquanto o pai de Luiz pega mais alguma coisa no bolso em seu terno, ele me entrega um pedaço de papel e sem nem mesmo dizer adeus, vai embora com passos largos, olho para Murilo antes de abrir o envelope, mas ele parece estar tão intrigado quanto eu, assim que eu o abro, encontro um xeque e um bilhete manchado de café, que parece ser bastante velho, pego o xeque primeiro, R$3,000 uau, ele é bom de grana, o olhar surpreso que eu e Murilo sustentamos é quase idêntico, assim que abro o bilhete vejo um pequeno nome escrito a mão Rebecca, fecho a carta imediatamente, mas Murilo nem mesmo desperta curiosidade, então guardo o papel em meu bolso e volto a segurar o braço de Murilo.

-Me leva para casa?

 


Notas Finais


Obrigada por lerem!


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