Lauren se levantou devagar do chão, não tinha percebido, mas havia uma garotinha na frente dela com o olhar assustado olhando diretamente para Lauren, que depois de um tempo correu abraçar suas pernas.
— Que porra foi essa? Eu poderia ter te matado sua maluca — o cara do carro saiu do carro indo tirar satisfações com Lauren.
— Eu maluca? Meu querido, você quase atrapelou uma criança — disse enquanto afagava os cabelos pretos da garotinha. — Nem viu a pequena passando na frente do seu carro, podia a ter matado.
— Eu não mandei deixar a porcaria da sua filha correr entre os carros.
— Você é tão insensível — Lauren disse enquanto cambaleava para a calçada segurando a pequena mão da criança ainda assustada.
Ela se sentou na calçada enquanto apertava levemente sua costela esquerda. A garotinha olhava para Lauren sorrindo que retribuiu com o seu sorriso mais lindo, as duas começaram conversar então eu fui até lá.
— O que aconteceu? — perguntei.
— Aquele embuste ia atropelar a coitada — respondeu Lolo.
— Ela me salvou.
— Quantos anos tem? — perguntei me abaixando em sua direção.
— Seis — respondeu e usou os dedinhos para mostrar o número 6.
— E porque está aqui sozinha? — Lauren perguntou.
— Eu queria ir brincar no parque.
— E seus pais? — perguntei.
— Estão em casa.
— Eles devem estar preocupados, já é tarde — falei. — Aonde mora? Vamos levar você.
— Eu guio vocês.
A garotinha saiu saltitando em direção a casa, por sorte, saiu ilesa do acidente. Percebi que Lauren estava tendo dificuldade para levantar então a ajudei.
— Obrigada — falou e sorriu, eu amo o sorriso dela.
— Quer ficar ai? Eu vou levar a garota para casa e depois volto.
— Eu vou junto.
— Consegue andar?
— Um pouco lento, mas consigo.
— Okay — respondi pegando o seu braço e depositando no meu ombro, depois segurei levemente em sua cintura, pois não sabia aonde doía. — Deixe-me te ajudar — sorri e ela retribuiu.
Levamos a fugitiva infantil até em casa em pleno silêncio quando batemos na porta os pais dela saem desesperados para fora de casa.
— Acho melhor colocar uma coleira nela — disse Lauren rindo sacana.
— Graças a Deus — disse a mãe abraçando a garota.
— Alguma coisa houve com você? — perguntou o pai para Lauren.
— Sua filha ia ser atropelada, mas a Lauren a salvou correndo para frente, vocês devem ter mais cuidado — falei.
— Obrigada, você é um anjo — disse a mãe.
— Muito obrigada por salvar a Kara, vocês precisam de algo? Qualquer coisa? Quer um médico? — perguntou o pai em agradecimento.
— Algum dos dois podem cuidar da Lauren aqui na frente enquanto vou buscar o carro? — perguntei.
— Eu fico aqui — avisou o pai.
— Vamos entrar, Kara — disse a mãe.
— Tá bom mamãe, mas antes — ela correu até a Lauren. — Obrigada Supergirl — disse ela dando um beijo na bochecha da Lolo que a puxou para um abraço, aquilo foi a coisa mais fofa que eu poderia ver, não conhecia esse lado de Lauren, o que é muito estranho pelo fato dela ser uma psicopata.
— Não foge mais, talvez a Supergirl não esteja aqui — disse Lauren fazendo coceguinhas na barriga dela que riu.
— Está bem, não vou mais fugir para ir no parque eu prometo.
— Isso, obedeça seus pais — ela piscou.
— Vou indo lá — avisei saindo dali.
Embora seja errado, eu estou deixando a Lauren, uma psicopata estranhamente fofa com crianças, sozinha com o pai da garota indo pegar o carro, pois ela está machucada, isso é a coisa mais estranha que existe.
Assim que entrei no carro dei partida para a casa da pequena, o que não demorou, encontrei Lauren sentada na calçada rindo com o pai da garota, que havia ficado ali como tinha dito.
— Vamos lá — disse a levantando.
— Ei, cuida da sua filha — Lauren falou enquanto cambaleava com a minha ajuda para dentro do carro.
Entrei no carro e fiquei encarando Lauren, queria a xingar por ter feito aquilo, mas ela salvou uma pessoa entao não posso fazer isso, mas podia ter morrido.
— Vou te levar no médico — falei.
— Não faça isso, o que seu chefe vai dizer sobre ter soltado uma psicopata em público? Você me tirou de lá por que quis e ele nem sabe, e aliás, nem percebeu, mas eu nem estou com o tal "GPS" — fez aspas. — Aquilo nem era nada de verdade.
Olhei para o pulso dela e estava realmente sem a pulseira, quando tirou que eu não vi?
— Por que não fugiu? — perguntei.
— Não quero te encrencar, agora melhor voltarmos logo para a clínica.
— Como sabia que eu atirei de lá sem ninguém saber.
— Cabello, você não me engana — sorriu de lado se sentindo vitoriosa.
Dei partida no carro indo até a clínica, entrei com a Lauren sem que ninguém visse e fomos até seu quarto.
— Me ajuda a tirar a roupa? — perguntou e eu a olhei estranho. — Eu estou machucada — falou óbvio.
— Ah sim, espera.
Caminhei até ela e a sentei na cama, ajudei a retirar sua blusa, que deu visão para sua costela arranhada.
— Eu vou fazer um curativo, fique aí.
Fui até minha sala procurar alguns curativos e remédios para primeiros socorros. Quando cheguei no quarto de Lauren, percebi que não estava mais lá, havia desaparecido, era só o que me faltava, não dá para confiar em uma psicopata.
— Que cretina, fugiu… — comecei falar mais fui interrompida.
— Vou tomar banho e depois você faz os curativos — disse Lauren em tom mais alto para que eu possa escutar ela do banheiro.
Respirei aliviada por ela não ter fugido e estar apenas tomando banho. Coloquei as coisas para o curativo na cama e fiquei sentada ali. Lauren saiu do banheiro com apenas um camisetão e uma calcinha, seus cabelos negros estavam molhados e caiam pelo seu ombro como cascata até seu peito.
— Baba mais, baby — disse rindo com a língua entre os dentes, é só então percebi que eu estava olhando para aquela mulher sem parar.
— Eu estou procurando machucados — menti, eu estava mesmo era cuidando cada curva daquele corpo escultural.
— Okay, okay, vou te mostrar — disse vindo em minha direção. — Aqui — pegou minha mão e a guiou até sua coxa que possuía alguns arranhões superficiais.
Apenas passei um antisséptico, pois não era nada profundo.
— Aonde mais? — perguntei erguendo sobrancelha direita.
— Aqui — falou enquanto erguia a camiseta lentamente, naquela região havia realmente se machucado muito.
— Talvez doa um pouco — avisei.
Passei antisséptico, pomada e fiz um curativo.
— Pronto — falei e Lauren abaixou a camisa, mas eu realmente queria que ela tirasse, não abaixasse ela. — Agora eu vou embora.
— Ei, fica — disse colocando a mão sobre a minha. — Só hoje — falou fazendo beicinho.
— Vai me matar?
— Não.
— Não mesmo.
— Você é legal — ela falou se deitando.
— Está bem, só hoje.
— Obrigada, não gosto de ficar sozinha.
Lauren se deitou para dormir e eu fui tomar banho, peguei um short e uma camisa dela, só repeti minha roupa íntima. Quando sai do banheiro já estava tudo escuro então usei a luz do celular para me guiar até a cama.
— Já dormiu? — perguntei me deitando na cama e não obtive resposta.
Lauren dormia feito um bebê então fiquei mexendo nas minhas redes sociais. Olhei para o lado e Lauren estava dormindo ainda, enrugou seu nariz quando seu cabelo caiu em seu nariz, provavelmente havia feito coceguinha, acena foi muito fofa, Lauren parece um anjinho dormindo. Retirei o cabelo de seu rosto e fiquei a observando, olhando cada detalhe de seu rosto redondo e perfeitinho. Eu estava apaixonada por essa mulher, mas é errado, eu não deveria, não deveria mesmo me apaixonar por ela.
Me aproximei dela e por impulso selei nossos lábios, ela sorriu, não sabia se ela estava acordada ou ainda dormia, aquilo foi bom, mas não deveria repetir então fui um pouco para trás e me virei de costas para ela. Senti Lauren colar nossos corpos e me abraçar por trás, sim, ela estava acordada, droga.
— O que foi aquilo? Você não é um anjo que fica longe do mal caminho? — ela perguntou com a voz rouca, provavelmente por conta do sono.
— Quem disse que eu era um anjo?
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