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História Me diga quem é você! - Livre


Escrita por: AnjoGray

Notas do Autor


Olá gente. Como sempre, estou um pouco atrasada, mas é como dizem, antes tarde do que nunca huashuas.
Aqui está mais um capítulo, espero que gostem, ele está maior do que os que costumo fazer, espero que isso seja bom.
Enfim, vamos aos finalmente.

Boa leitura!!! ^_^/

Capítulo 12 - Livre


Fanfic / Fanfiction Me diga quem é você! - Livre

POV's Narrador
  - Onde ela está? - Harris perguntou a si mesmo, olhou o horário no relógio, 1 da manhã. Nora nunca demorou tanto para chegar em casa.
  Continuou tentando ligar para ela, mas não deixava de cair na caixa postal. Havia perdido a conta de quantas vezes ligou enquanto andava de um lado para outro na calçada em frente a vila. A rua estava quase deserta, exceto pelo poucos carros que ainda trafegavam.
  Uma preocupação agora assolava seu coração, até receber uma chamada de um número privado.
  - Nora? - mas foi uma voz masculina que respondeu da outra linha.
  - Harris, quanto tempo! - a voz era fria e irônica - Como tem passado meu amigo? - sorriu o homem que telefonava de um carro estacionado a alguns metros de distância de onde Harris estava.
  - Você... - Harris teve certeza de quem era quando ouviu sua risada de deboche.
  - Está esperando alguém? É meio tarde não é!
  O pai de Nora teve sua angústia transformada em desesperado. Olhou para todos os lados mas tudo o que via perto suficiente era um carro preto estacionado, mas suas janelas eram escuras demais para tentar ver algo.
  Harris agora tremia, sentia como se não pudesse mas ficar em pé. Aquele homem finalmente o tinha achado.
  - Sei que deve estar pensando " E agora, ele me achou, o que devo fazer? " - o homem gargalhou a medida que Harris tremia com o celular em mãos - Não se preocupe, vim apenas avisar que ela está bem. Pelo menos da última vez que à vi, acho que uns 30 minutos atrás!
  - Não se atreva a triscar um dedo nela!  - gritou.
  - Ah, eu? Nunca faria mal à ela! - sorriu mas estava com raiva e isso fez seu tom de voz se alterar - Vim apenas avisar que você ainda tem tempo, queria apenas garantir que não esqueceu! Até mais Grey! - desligou o celular.
  Harris Grey tremia ainda com o celular em seu ouvido e percebeu quando o carro estacionado saiu, passando devagar na sua frente.

POV's Nora
  Lá estava ele, me esperando como sempre, tudo que fiz foi ficar no cantinho do armário que agora me parecia tão familiar. Soluçava e tremia.
  Depois de um longo tempo, uma mão surgiu do nada e se entrelaçou na minha, o que me surpreendeu. Aquele toque, parecia já ter sentido, mas não tinha ideia de onde. Ela me puxou e a segui.
  Como um passe de mágica, o fundo do armário se tornou mais longo porém ainda escuro, após um tempo andando, uma luz incidiu em meus olhos de repente, era brilhante demais por isso não fui capaz de abri- los. Não demorou até ver onde me encontrava. Todo meu campo de visão foi preenchido por uma praia linda. A pessoa que me acompanhou não estava mais lá.
  - Olá! - chamei na busca da dona daquela mão.
  - Tem alguém ai? - perguntei enquanto caminhava pela praia. Olhei por todos os lugares que minha vista alcançava mas não havia ninguém.
  Sentei perto da beira da praia para que as ondas chegassem aos meus pés. Era uma sensação boa, revigorante. O sol agora não estava tão quente, era agradável. Os raios preenchiam meu rosto, um calor bom. Podia ser um sonho mas a sensação era quase real. Deitei e fechei meus olhos para usar somente os outros sentidos.
  Ouvia o som que as gaivotas faziam enquanto atravessavam os céus, das ondas quebrando na praia, da brisa passando por entre as árvores ali perto. A sensação do vento e da água ao tocarem meus pés e a areia quente em que segurava nas mãos. Quando abria a boca, sentia o gosto do sal que vinha no ar. E por fim o olfato, o cheiro do sal, do mar e um cheiro incomum, que não se adequava ao cenário. Era uma fragrância masculina, amadeirada, tentei sentir novamente pensando que foi apenas minha mente me enganando, mas ela ainda continuava lá.
  De repente tudo escureceu e a praia foi substituída por completo onde comecei a ouvir sons de carros e buzinas. Notei algo macio e quente e o cheiro que estava em meus sonhos. Abri os olhos aos poucos, até me deparar com algo perturbador.
   Patch e eu estávamos perigosamente muito perto. Minha cabeça em cima do peito dele e nossas mãos entrelaçadas, além de ser capaz de sentir seu peito subindo e descendo. Ouvia seu coração batendo, calmo e despreocupado. O meu já batia violentamente, alguém poderia ouvir do outro lado da porta se quisesse.
  Olhei para cima e me arrependi do que fiz. O rosto dele se encontrava na direção do meu e tão perto que sua respiração tocava minha face. Conseguia ver todos os detalhes de seu rosto, da sua boca, dos seus olhos, nariz. Seu maxilar perfeitamente desenhado.
  Engoli em seco.
  Por que continuava parada ali? Por que minha primeira reação não foi gritar? Por que continuo olhando para a curva do seu maxilar? Por que continuo acompanhando minha respiração com a dele?
  Só depois me toquei e besteiras encheram minha cabeça. Minha primeira reação foi querer gritar, mas e dele nos ver assim me deixou ansiosa e muito constrangida.
  Cuidadosamente soltei sua mão e levantei em movimentos extremamente calculados. Não iria arriscar a trocar de roupa e perder mais tempo, um tempo que talvez ele acordasse. Acabei achando minhas roupas atrás da geladeira, guardei na mochila e depois coloquei ela na costa. Deixei apenas a calça comprida de fora, onde vesti por cima da cueca, rápida e silenciosa. Tudo o que fazia era olhando para Patch, com medo de ele acordar. Calçei meus tênis encharcados, isso me daria um chulé, já estava prevendo. Prendi meu cabelo em um coque e a blusa iria ajeitar lá fora.
  De repente Patch se mexeu e prendo minha respiração em reflexo imediato. Notei então que ele apenas tinha virado para o outro lado. Meu nervosismo era tão que até o sangue em meu corpo deve ter parado de circular por um momento. Quando vi que era seguro, voltei a respirar.
  Antes de ir embora, percebi seu celular em cima da mesa. O olhei com desconfiança, lembrando do que conversamos ontem e sobre como ele pareceu seguro falando da minha suposta briga da última vez.
  Não custa nada certo. Quero apenas confirmar algo que não é, e tirar essa plantinha de dúvida da minha mente que crescia cada vez mais. Quando peguei seu celular, percebi que ele continha uma senha padrão. Droga, agora como iria confirmar? Meu celular! Isso, bastava eu ligar para aquele número. Não, não dá, se for ele, o celular provavelmente vai fazer barulho. Por que diacho estou acreditando nessa possiblidade? Coloquei o celular de volta ao seu local. Não vou arriscar! Por sorte, achei uns trocados em cima da geladeira.
  - Me desculpe! - pedi sussurrando - Eu pago depois!
  Caminhei na ponta do pé até a porta. A abri com movimentos bastantes delicados e sai de fininho.
  Procurei meu celular para ligar logo pro meu pai, ele deve estar louco procurando por mim. Mas não  encontrei na mochila.
  - Que droga! - sussurei.
  Voltei de mansinho para o quarto, e vi ao mesmo tempo onde meu celular estava, em cima do criado mudo ao lado da cama. Andei silenciosamente até e o peguei. Ao olhar para Patch notei algo estranho.
  Quando se virou, sua blusa deixou um parte da sua pele a amostra coberta por um hematoma roxo mesclado com verde. Me aproximei, levando minha mão até a sua camisa.
  " Esqueça! Saia agora" meu eu gritou em minha mente.
  No ônibus tentei ligar meu celular, mas lembrei que havia descarregado noite passada.
  Peguei outro ônibus para chegar em casa onde meu pai esperava na porta da vila com o celular no ouvido. Sua expressão acabou comigo.
  - Pai! - sussurrei perto dele.
  Ele olhou para cima, seus olhos inchados, e vermelhos. Meu pai apenas chorava em silêncio enquanto me abraçava.
  - Desculpe pai - sussurrei - Posso explicar tudo! - ele continuou lá, sem falar nada enquanto soluçava.
  - Vamos entrar! - disse depois de um tempo, segurou minha mão e me puxou para segui-lo.
  Me fez sentar na cadeira e preparou um café da manhã. Meu pai não falava nada enquanto estava no fogão.
  - Pronto! - disse pondo torradas e leite na minha frente - Você deve estar com fome, chegou muito cedo - sentou do meu lado - Coma! - pediu.
  Enquanto comia, meu pai me encarava fixamente, acariciava minha cabeça, meu ombro, ajeitava umas torradas para mim. Era como se eu tivesse passado meses fora de casa.
  - Desculpe pai! - falei enquanto ele passava uma torrada para mim. Ele parou imediatamente.
  - Sei que o que fiz foi errado. Extremamente errado e irresponsável!
  - Tudo bem. O importante é que você chegou bem e agora está em casa! - falou apertando minha bochecha - Apenas avise antes se isso for acontecer, porque aconteceu, onde vai ficar, quando vai voltar, com quem vai estar e se você está bem. Ok?
  Meu pai não parecia com raiva ou chateado. Ele estava tão aliviado assim por eu ter chegado? E o que era isso de ter que avisar com antecedência? Algo estava errado. Não era assim que acontecia nos filmes que assistia.
  - Pai! Não vai querer saber onde estava? - perguntei
  - Não é necessário filha, confio em você! - mas que diabos de resposta era aquela?
  - Você quer mais torradas? - perguntou.
  - Não. Obrigada! - falei confusa - Pai, tem certeza que está bem?
  - Claro meu anjo. Estou bem por saber que está bem, isso é suficiente - sorriu, mas mesmo com esse sorriso estampado, vi sinais de algo diferente, não era felicidade, mas não consegui descobrir o que era.
  - Vou me trocar para ir ao trabalho! - falei indo direto pro meu quarto.
  O que está acontecendo? Por que ele teve uma reação totalmente diferente da que pensei que teria? Tinha algo de estranho nisso!
  Não sei porque disse que ia me trocar, não tinha tempo pra isso. Apenas tirei a blusa de Patch e coloquei a que estava na mochila. Já tinha secado mesmo. Lavei meus pés e coloquei outro tênis. Peguei minha mochila jogando o carregador e dinheiro dentro. Escovei meu dentes e saí.
  - Pai estou indo! - falei, mas parece que já ele tinha saído.
  Com certeza iria chegar atrasada. Será que Patch já estava lá? A imagem da forma da sua boca apareceu em minha mente, varri ela dos meus pensamentos.
  - Pense direito! - sussurrei.
  Assim que o ônibus parou me apressei em descer, apesar de ainda ter chegado um pouco atrasada.
  - Bom dia! - falei para a Sra.Bianchin que arrumava uma das mesas.
  - Bom dia para vocês dois! - disse e então senti uma presença ao lado, quando olhei era Patch.
  A Sra.Bianchin olhou para mim e para Patch, em seguida para mim de novo, dos pés a cabeça.
   - Tudo bem Nora? Você parece cansada! - ela sorriu baixinho e piscou para mim.
  - Estou bem! - disse de cabeça baixa com as sobrancelhas franzidas, não entendendo o porquê de ela piscar - Então... - disse e fui rapidamente pro vestiário com Patch em meu encalço.
  Ele sorria de alguma coisa que eu não havia entendido. Mas estava constrangida demais para perguntar. Os pensamentos de como acordei nos braços dele. Lembrei dos detalhes do seu rosto. Senti meu rosto ficar quente.
  - Você - comecei irritada, Patch voltou seus olhos para mim e perdi totalmente a coragem.
  - O quê? - perguntou.
  - Sobre hoje..mais cedo... - comecei olhando para baixo - Não aconteceu nada...certo? - o olhei.
  Patch então percebeu do que estava falando.
  - Ei. Não entenda errado! - seu tom era frio.
  - Mas você estava na cama... - lembrei da imagem novamente e fechei os olhos. Ficamos em silêncio.
  - Ei. Estou dizendo que não aconteceu nada! - me assustei por ele ter quebrado o silêncio - Eu sei! Você está assustada, é normal, mas deixe-me esclarecer as coisas! - acenei com a cabeça. Isso, faça isso antes que eu enlouqueça!
  - Primeiro, pare de julgar as situações como bem entende, tem outras partes envolvidas. Segundo, não fiz nada e não aconteceu nada. Terceiro, tem só uma cama, que por sinal era minha. Só porque você estava lá eu deveria ir dormir na cadeira? - ele realmente pareceu frio, era diferente do cara de ontem.
  - Quarto, você acha que tenho o mínimo interesse em você? Sério? A febre mexeu com seu cérebro ou algo assim? - lá estava ele, o Patch de antes. Aquilo me tranquilizou mas ao mesmo tempo foi perturbador, não sei explicar porque. O que significa isso?
  - Já entendi, me desculpe! Só...
  - Tudo bem. Errar é humano! - a forma como ele me interrompeu e ainda com arrogância me deixou com raiva. Até parece que fui a única a cometer um erro. Bem que ele poderia ter avisado que não ia se dispor da cama para mim. Agora sentia um misto de raiva com constrangimento.
  - Aish! - disse e fui me arrumar para o trabalho, e Patch continuava prendendo o riso. Ele só pode ser bipolar, essa é a única explicação.
  Já durante o almoço, percebi que a Sra.Bianchin não tirava os olhos de mim. Ela sorria de uma forma estranha, por não entender o que se passava apenas desviava o rosto. Mas o dia todo ela continuou me olhando, piscando, sorrindo, acenando. O que tinha de errado?
  Tirei 10 minutos de intervalo e fui pro vestiário. Hoje estava realmente movimentado, mas meu sono e cansaço não me deixaram trabalhar 100%.
  Enquanto havia me sentado em um banco que ficava entre os armários, Patch varou de repente pela porta, ele continuava com um sorriso sempre quando me olhava. Isso aconteceu durantes todas as vezes que trocamos olhares. Como se ele soubesse de algo que não sei, mas que deveria saber.
  Patch realmente me confundia com essas súbitas trocas de humor. Uma hora chegava a ser quase gentil, já em outra era frio e arrogante. Por que esse cara tão complicado passou a ocupar parte dos meus pensamentos sem minha permissão? Por que me pego tentando entender ele?
  Lá estava ele sorrindo de alguma piada interna de novo.
  - Você está rindo de mim? - perguntei timidamente irritada, o que não é do meu costume - Ou vai dividir a piada comigo? - Por que com ele eu era diferente? Já chorei, fiquei irritada, triste, com medo, envergonhada, nervosa e feliz, tudo isso na frente dele. Isso não estava certo, não é?
  - Você realmente não entendeu? - perguntou enquanto mexia no seu armário na minha frente. Balancei a cabeça em negação e ele voltou a sorrir.
  - Pare de rir e me explique! - pedi confusa.
  - Vou te apresentar um cenário e você me diz o que acha,  Ok? - falou se escorando nos armários à minha frente.
  - Pense em um sujeito (A), que foi ao trabalho e no dia seguinte apareceu com a mesma roupa do dia anterior. E um sujeito (B) que trabalha no mesmo local apareceu com a mesma roupa do outro dia. Os dois chegam juntos ao trabalho. Tanto sujeito A como B usam a mesma roupa de ontem, o que você pensaria?
  Avaliei as variáveis. Que tipo de resposta era essa dele, uma charada? Foi então que tudo ficou mais claro.
  - Ela... acha que nós - me levantei para ficar de frente para ele, a palavra ficou presa na garganta - DORMIMOS...! - sem querer saiu mais alto do que esperava e Patch pôs a mão na minha boca antes que terminasse a frase, me pressionando contra o armário.
  - Você é louca! - sussurrou perigosamente perto.
  " Desculpe "estava escrita em meus olhos.
  Ouvi alguém pigarrear. Meu coração deu um solavanco. Era Vee, ela nos olhava da porta desconfiada e a posição que estávamos não ajudava.
  - Desculpe interromper, mas a Ilysa esta precisando de vocês! - Vee foi saindo sorrateiramente piscando para mim - Não se preocupem em demorar! - ela sussurrou.
  - Não é isso - tirei a mão dele da minha boca - Você entendeu errado, deixa eu... - pedi calmamente, mas ela já tinha sumido. Patch continuava lá, impedindo minha passagem.
  - Vee...
- Shhh! - pediu - Não adianta explicar, vão esquecer logo.
  - Não podemos ficar parados.
  - Eles vão parar de discutir!
  - Por que você teve que vir com a mesma roupa de ontem! - disse envergonhada só de pensar o que tem passado pela cabeça deles. Agora entendia todos os sinais da Sra.Bianchin.
  - Acordei tarde, não iria me dar o luxo de chegar atrasado demais - foi embora. Por que esse garoto fazia o que bem entendia?
  Voltei para o trabalho e todos os tipos de olhares eram lançados para mim. Patch apenas ficava lá, como se não desse a mínima.
  Esse cara é impossível e arrogante! Por que fui me meter com ele, por que de alguma forma ele está íntimo de mim? Ele provoca reações que há muito tempo havia deixado de sentir. Droga! Ele vai me causar problemas.
  Antes do fim do expediente, fui ao banheiro até que um gemido, quase inaudível foi notado por meus ouvidos. Ele tinha vindo do banheiro ao lado.
  Coloquei o ouvido colado na parede. Apenas ouvia barulho de algo plástico e senti novamente o cheiro de remédio, mas que se misturou com o cheiro de um perfume bastante forte.
  Será que Patch está bem? Será que é sério? A lembrança daquela noite me veio assombrar. Por que continuo a ter dúvidas sobre isso. A pessoa que me ajudou se machucou por causa da briga, ele está machucado, e também fez um comentário estranho, seriam apenas coincidências? Baguncei meu cabelo como se isso fosse levar essas ideias para longe. Essas dúvidas não me deixariam em paz.
  Teria que dar um jeito nisso. Hoje mesmo!
  No fim do expediente, o Sr. Mouret  pediu para que eu, Vee e Patch agasalhar tudo e fechar a loja pois ele e a senhora Bianchin tinham que ir em uma reunião. Quando procurei Vee para ajudar com as mesas, ela tinha sumido. Entendi a razão mas iria usá-la a meu favor.
  Patch e eu fizemos tudo em silêncio. Mas não perdia a oportunidade de olhar para ele e o imaginar com um capuz.
  Após terminar Patch tinha ido se trocar, enquanto menti dizendo que iria conferir o caixa.
  Será que, os machucados dele eram sérios? Essa era a chance, se os visse, poderia saber se eram de uma briga ou não. Por fim perguntaria pessoalmente e diretamente a ele.
  Estava surpreendida comigo mesma, mas com medo também. Do quanto mudo quando estou perto dele ou quando algo envolve ele.
  Fui silenciosamente até o vestuário e abri a porta, por sorte Patch tinha tirado a camisa e ia para o banheiro quando vi, além da sua marca que me trouxe lembranças ruins de como ele deve tê-la conseguido, notei por fim marcas já roxeadas com partes esverdeadas em partes do seu corpo. Ele com certeza poderia ter se metido em uma briga.
  - Ah! - soltei por causa do espanto e Patch parou no mesmo local. Percebi que seus ombros ficaram tensos. Quando se virou, percebi o quanto seus olhos escuros pareciam irreconhecíveis.
  - Eu não... - Patch veio até mim em passos longos e me puxou para dentro, trancando a porta.
  Me jogou contra a porta segurando meus braços acima da cabeça enquanto a outra estava em minha garganta.
  - O que você acha que está fazendo? - perguntou com a voz fria e silenciosa. Ele se manteve lá, sem diminuir a pressão em minha garganta.
  - Eu...não... - conseguia respirar. Perdi a noção de tempo e espaço. Minha vista escureceu e quando me dei conta já estava no chão tossindo.
  - Você! - ele suspirou baixando até ficar a minha altura - Por que você continua se intrometendo? - perguntou sério e frio mas percebi em seus olhos tristeza profunda e que parecia antiga.
  - Apenas...- tossi passando a mão na minha garganta - Queria saber...se estava bem - queria ser sincera com ele, sentia um misto de emoções me invadirem, não conseguia distinguir e muito menos controlar.
  O empurrei e ele sentou no chão.
  - Mesmo você mentindo...sabia que estava machucado - já não falava, estava gritando - Apenas... -  agora lágrimas saltavam de meus olhos - Estava...preocupada com...você! Queria retribuir pelas coisas que fez por mim - se eu estiver errada? Se ele não for quem penso, mas por que quero que seja ele?
  Patch me encarou, a tristeza continuava lá, enraizada em seus olhos, mas senti um vislumbre de descrença.
A tristeza e descrença com que ele me olhava, era a mesma que tinha em meus olhos quando aquela mulher me deixou.
  Tinha esquecido o como aquele olhar era perturbador. Meu pai deve ter convivido com isso por um bom tempo e eu apenas continuava minha vida sem ao menos considerar o que achava, mas ele nem ao menos perguntou se eu queria ajuda!
   Também estava a mercê da situação, mas porque parecia que tinha assumido o papel de adulta e ele de jovem. Enquanto me esforçava para manter ele bem, permanecia trancando e guardando o que sentia. Mas agora, se não fizesse nada, iria engasgar com tudo o que sentia.
  Tudo que precisava naquele momento era de ajuda para que meus sentimentos não ficassem trancados, garantias que não vão me abandonar ou me deixar. Queria alguém para me dizer, que podia sentir e mostrar o que sinto sem receio.
  Não vou cometer o mesmo erro, não quero ver esse olhar nunca mais na vida.
  Estendi minha mão, não distinguindo se oferecia  ou pedia ajuda à pessoa que na minha frente, libertou minhas emoções, a que me permitiu sentir desde de muitos anos.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Deixem comentários sobre o que estão achando. Desde já, obrigada por continuarem me acompanhando. ^^
Kissu ;*


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