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História Me Encontre No Meio Do Caminho - Capítulo único;


Escrita por: vsrys

Notas do Autor


se minhas capas parecem saídas direto da mais antiga comunidade do orkut sobre edições que ninguém faz mais, ninguém pode me julgar;

eu nem ia postar mas cá estamos n é msm
minha filhazinha, cuidem dela com amorzinho, por favor
não foi revisada, não me odeiem muito ):
no mais, boa leitura~ <3

p.s.: por uma questão de praticidade, sim, jaehyun, taeyong, yuta e hansol têm todos a mesma idade aqui

Capítulo 1 - Capítulo único;


 

                Taeyong não entende o conceito de amor romântico. No auge de seus 10 anos de idade, sentado na sala de Hansol, balde de pipoca no colo e par de amigos (Yuta e Hansol) sentados ao seu lado, Taeyong assiste ao personagem principal lentamente se apaixonar pela mocinha do filme, e enquanto Yuta acha adorável e Hansol finge vomitar, Taeyong só não consegue entender. Talvez, nesta época, amor ainda fosse um conceito abstrato demais para ele — não que soubesse de verdade o que a palavra abstrato significa, mas o Taeyong de 10 anos não se preocupa com esse tipo de coisa.

                Pensa sobre o assunto ainda quando chega em casa, e quando pergunta para sua mãe, é recebido com a maior história de amor que sua mãe contaria na vida, e Taeyong acha fofo, adorável, como seus pais parecem apreciar um ao outro, mas o amor, não, Taeyong ainda não consegue entender. De qualquer forma, Taeyong tem só 10 anos, e com 10 anos, outras coisas são muito mais importantes do que sentimentos como esses, então Taeyong não pensa sobre isso, preferindo gastar seu tempo com as disputas de videogames com Hansol e Yuta do que com devaneios desnecessários.

                Com 13 anos, Taeyong conhece Jaehyun. Jaehyun é um garoto como qualquer outro garoto de 13 anos de idade, só que com excesso de açúcar no sangue. Se dão bem desde o início, quando o professor rabugento de matemática força Jaehyun a se apresentar na frente de toda a sala e em seguida o põe de dupla com o outro. Taeyong e Jaehyun precisam de menos de cinco minutos de conversa para perceberem que se darão muito bem, e no mesmo dia, Jaehyun conhece Hansol e Yuta.

                Às vezes, Jaehyun participa das disputas de videogames, mas só às vezes, porque Jaehyun mora longe demais, mas sempre que Jaehyun não pode aparecer, Taeyong pacientemente senta ao seu lado antes da aula começar e narra tudo o que acontecera no dia anterior, e ambos riem juntos — quase sempre de algum comentário ou piada imbecil de Hansol, o garoto é uma máquina de pérolas.

                Com 14 anos, Hansol e Yuta beijam pela primeira vez. Hansol beija Joohyun, a vizinha do apartamento do lado, na escada de emergência; Yuta beija Johnny, o americano alto demais de seu time de futebol. Jaehyun e Taeyong riem, Jaehyun diz que é quase como se fossem a mesma pessoa quando até mesmo separados, é como se estivessem juntos, e Taeyong diz que são almas gêmeas — Hansol diz que não podem ser almas gêmeas porque não é assim que se amam, Yuta concorda, Jaehyun se preocupa mais em tentar terminar de roubar as anotações de Hansol antes que o professor veja, e Taeyong questiona se a ideia de alma gêmea só existe se existir amor.

                Com 14 anos, Taeyong volta a pensar em amor.

                Jaehyun tem 15 anos quando, no colchão de baixo da bicama, no meio da madrugada, puxa o lençol de Taeyong até que ele acorde, e sem jeito, fala em segredo: — Seulgi me chamou para tomar sorvete amanhã. Taeyong sabe o que isso quer dizer. Jaehyun vai beijar também, e Taeyong vai ser o único que nunca o fizera de seus amigos. Não se importa muito, mais preocupado em jogar um travesseiro em Jaehyun por acordá-lo, e depois que param de rir, no auge de sua sabedoria de pré-adolescente, lembra Jaehyun de treinar primeiro no espelho.

                  No fundo de sua cabeça, talvez, Taeyong se questione como seria beijar alguém. Dorme antes que o pensamento consiga tomar alguma forma, preocupado demais com a prova de cálculo do dia seguinte para pensar em coisas do tipo.

                — Hyung, porque você não fica com ninguém? — Jaehyun pergunta quando têm 16 anos. Todos ao seu redor já haviam beijado, alguns mais que isso, mas Taeyong não. A pergunta ecoa na cabeça de Taeyong, e subitamente, no meio do ensino médio, entre uma aula de geopolítica e outra de botânica, Taeyong se incomoda com sua falta de interesse pela primeira vez.

                — Ninguém nunca quis ficar comigo, eu acho. — Mente. Seunghwan, do primeiro ano, queria. Taeil, o repetente do último ano, também, Taeyong só nunca sentira vontade, e agora, pela primeira vez desde que conhecera Jaehyun, mente. Jaehyun o encara por um segundo, dois, então sorri e volta sua atenção para a professora que entra em sala de aula.

                Taeyong beija pela primeira vez em uma festa aos 17 anos, um pouco bêbado demais para pensar sobre o que está fazendo. Ele acha que é o irmão mais velho de um de seus amigos — Sicheng? — mas não tem muita certeza, e nem se importa tanto assim. Beijar é bom é a primeira coisa que pensa, boca alheia atracada na sua de uma forma talvez um pouco agressiva demais. Quando o rapaz passa para seu pescoço e chupa ali uma marca, porém, Taeyong inventa uma desculpa para se afastar. Beijar é bom, mas Taeyong descobre que poderia citar muitas outras coisas que gosta mais do que isso.

                Hansol grita (uma vez de espanto, a outra para chamar os outros) quando vê a marca em seu pescoço, e antes que o vermelho tímido de seu pescoço consiga subir até suas bochechas, Yuta, Jaehyun e Sicheng já estão ali, rindo e fazendo as piadas batidas de meu filho cresceu. Taeyong ri, metade de si querendo morrer de vergonha, a outra metade um pouco aliviada que não precisaria mais mentir para perguntas invitáveis.

                (mais tarde nessa noite, Taeyong e Jaehyun ajudam a arrumar a cozinha da casa de Sicheng enquanto os outros arrumam a sala, e Jaehyun pergunta com tato e cuidado quem foi. Taeyong não consegue responder um nome, diz que não importa, e o silêncio que acontece é tão sufocante que Taeyong tem vontade de morrer)

                Na véspera de seus 18 anos, Jaehyun está em sua cama, e ambos esperam com os olhos mais cansados do mundo o relógio completar a última volta. Taeyong ri, Jaehyun esparramado ao seu lado, as pernas enroladas na sua e Taeyong reclama de como assim faz calor, mas Jaehyun não se afasta, nem ri, e quando o relógio vira meia-noite, Jaehyun beija Taeyong em uma de suas bochechas.

                — Eu amo você.

                Taeyong quer chorar.

              Com 18 anos, Taeyong já entende algumas coisas, e entende que talvez não vá conseguir um dia retribuir para Jaehyun o que ele espera. Suspira, se virando no colchão e passando os braços pelo corpo do melhor amigo. Não falam muita coisa depois disso, não precisam, e Taeyong finge não sentir quando o pano do braço de sua blusa fica úmido. Nunca descobre quem começou a chorar primeiro. Dormem abraçados.

              — Arromântico e Assexual? — Jaehyun pergunta do outro lado da mesa, a expressão claramente confusa. Entre uma semana lotada na universidade e outra, conseguiram achar um tempo para se ver. Taeyong sorri quando Jaehyun entra na sorveteria, o mesmo sorriso idiota de sempre. Agora, Taeyong só tem vontade de enfiar a cabeça na taça de sorvete de morango a sua frente. Jaehyun, provavelmente sentindo sua frustração, corre para se explicar: — Não ‘tô julgando! Eu só não entendo, mesmo. Me explica, por favor? — Jaehyun pede, pegando a mão de Taeyong entre a sua e a apertando com carinho, devagar, polegar deslizando pela pele gelada e subitamente Taeyong relembra que Jaehyun é seu melhor amigo. Vai ficar tudo bem.

                Então Taeyong explica, do melhor jeito que pode, do melhor jeito que consegue, entendendo que talvez sejam conceitos estranhos para ele, e Jaehyun o ouve com toda concentração do mundo, a mão sempre firma na sua, apertada na sua, e Taeyong é eternamente grato por tê-lo consigo.

                — Então você não sente atração romântica nem sexual, mas isso não te impede de entrar em um relacionamento amoroso ou de ter relações sexuais. É isso? — Jaehyun questiona ao final, cabeça torcida para o lado e quando Taeyong concorda, Jaehyun finalmente solta sua mão, enchendo a boca de sorvete de chiclete por uns segundos antes de voltar a falar, despreocupado: — Faz sentido.

                E simples assim, Taeyong retira uma parte do peso de suas costas, Jaehyun sorri e quando terminam os sorvetes, Jaehyun o leva para seu apartamento e ambos maratonam Pokémon até Jaehyun ter que ir embora de volta para sua casa. Taeyong dorme feliz, cantarolando uma música aleatória qualquer.

                Na cerimônia do casamento de Hansol, que decidira se casar com a garota que conhecera na viagem para o Japão dois meses antes — Taeyong ainda nem conseguira decorar seu nome —, Yuta chora mais que o próprio amigo, meio porque Meu Melhor Amigo Está Casando E Eu Sou O Padrinho, meio porque Ai Meu Deus Estamos Todos Velhos, e Jaehyun ri até seus olhos encherem d’água, Taeyong ri quase tanto quanto, mas culpa o excesso de champanhe por isso.

                No fim da festa, quando os recém-casados já se foram e devagar os convidados se vão, Jaehyun puxa Taeyong para a varanda do salão, e enquanto Taeyong comenta alguma coisa qualquer sobre as estrelas e o céu e os planetas, Jaehyun simplesmente deixa a pergunta escapar: — Fica comigo? E Taeyong o encara por vários segundos, talvez vários minutos. Procura nos olhos de Jaehyun qualquer sinal de que aquilo poderia ser uma brincadeira de mal gosto, mas não é, e Jaehyun parece tão desesperado que Taeyong quase tem vontade de correr dali.

                — Eu não esqueci! — Jaehyun fala quando percebe depois de algum tempo em silêncio mútuo que Taeyong não vai responder nada. — Eu só... Eu te amo, sabe? E no começo, eu achei que você simplesmente não tivesse interesse em mim, e eu quase consegui deixar passar, sabe? Daí eu aprendi que você não tem esses interesses assim em ninguém, e as peças se encaixaram, e você disse que teria um relacionamento se confiasse em alguém para respeitar os teus limites e eu te amo demais, meu deus, Taeyong, eu te amo mesmo, e eu pensei bastante, porque a gente tem essa ideia de que o amor romântico por si só é tudo e que um relacionamento só funciona se houver o amor e se houver o tesão, mas porra, não é assim? Eu só quero andar de mãos dadas contigo e bagunçar teu cabelo de madrugada e tudo bem se ‘cê não me amar exatamente como eu te amo, porque eu sei que você me ama, só que de outro jeito. E tudo bem se a gente não foder todo dia igual as pessoas dizem que tem que ser também, porque eu gosto de foder tanto quanto eu gosto de ficar de conchinha e caso ‘cê queira ficar só de conchinha tá tudo bem por mim também, porra, Taeyong, eu não sei se é só o champanhe, mas eu só quero tanto que ‘cê seja meu namorado e isso já tem tanto tempo e eu te amo TANT— Jaehyun pausa para respirar e agora, só agora, ele percebe que não parara de falar em nenhum momento. Taeyong o encara, observa como seu melhor amigo de infância não consegue nem olhar em seus olhos agora. — Me desculpa se eu tiver sendo um babaca? — Jaehyun termina, inspirando profundamente por muito tempo antes de soltar o ar todo de uma vez, visivelmente relaxando mesmo antes de Taeyong responder. Vagamente, Taeyong pensa sobre há quanto tempo seu amigo vem guardando tudo aquilo no peito.

                — Você não está sendo babaca. — Diz, e Jaehyun sorri um pouco, terminando de virar o resto de champanhe que estava em sua taça e a apoiando perigosamente na beira do parapeito. Nenhum dos dois liga muito pra isso no momento. Taeyong segura a mão de Jaehyun na sua, sorrindo da forma mais cuidadosa que consegue, e Jaehyun parece um pouco confuso, um pouco bêbado demais.

                Chamam um táxi de volta para a casa de Taeyong, e Jaehyun não tem muita certeza da resposta até a hora em que ambos estão deitados na cama de solteiro de Taeyong, e no escuro do quarto, Taeyong puxa o celular e pede para Jaehyun a senha de seu facebook.

                — Pra quê? — Jaehyun murmura, mais dormindo que acordado. Taeyong estala um tapa completamente sem força em seu ombro antes de responder, rindo em um sopro.

                — Mudar o status de relacionamento, idiota, já que eu tenho certeza que você está bêbado demais para fazer isso sozinho. — Responde, e Jaehyun passa o que parece uma eternidade apenas de olhos arregalados enquanto encara Taeyong e seu celular. Quando finalmente murmura o e-mail e a senha para ele, Taeyong ri.

                Status mudados, Taeyong puxa os braços de Jaehyun por sua cintura, e mesmo horas depois, quando acorda no meio da madrugada com vontade de mijar todo o champanhe que bebera, ainda sente o sorriso de Jaehyun pressionado contra a sua costa. Não consegue evitar de sorrir junto também.



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