História Me faça acreditar que é real - Parte 2

Anteriormente...

Quando começamos a andar em direção ao centro do baile uma menina olhou para a gente e deu um grito.

- É, eu sabia que estávamos esquecendo de alguma coisa: Parece que a nossa Claire aqui vai precisar nos esconder não só do diretor, mas também de algumas fãs – Cameron disse enquanto batia fraco no meu ombro.

- Ótimo, parece que eu tenho um desafio.

Continua...

                Depois que a menina gritou, a escola toda olhou para nós.

                - Corre – Eu disse passando pelos meninos em direção a porta que dava para o corredor da escola.

                - Mas que sorte nós temos... – Nash disse enquanto os três corriam atrás de mim. Não precisei olhar para trás para saber que haviam no mínimo 10 garotas no nosso encalço.

                - Vamos ter que sair da escola –gritei por cima do som das fãs histéricas atrás de nós.

                - NÃO! – Falaram os três ao mesmo tempo.

                Ok, estávamos ferrados.

                - Por que não?! – Falei desesperada.

                O corredor já estava acabando e eu não sabia para onde leva-los a não ser para fora.

                Na confusão, um dos sapatos saiu do meu pé, mas eu teria que deixar para me preocupar com aquilo mais tarde, então apenas retirei o outro salto do meu pé e continuei a correr.

                Meu problema naquele momento era maior que um salto perdido: precisava leva-los para um lugar que tivesse mais que uma opção de saída, já que as fãs iriam interditar a porta.

                Perto da saída eu vi uma sala que, além da porta, tinha uma janela imensa que dava para o jardim.

                Conduzi os meninos até essa sala e, assim que entramos, tranquei a porta com uma cadeira.

          O barulho do lado de fora era ensurdecedor, me dava vontade de abrir a porta e calar a boca delas, uma por uma, se necessário.

            Ninguém falou nada enquanto recuperávamos o fôlego.

           Logo que me acalmei, eu perguntei:

           - Será que alguém pode me explicar, pelo amor de Deus, por que não podemos sair da escola?

            - Tem três paparazzi do lado de fora – Nash explicou.

           - Por isso que entramos na escola, milady – Cameron concluiu

          - Tá, mas o que fazemos agora? - Perguntei.

         - Não fazemos a mínima ideia- Shawn disse- Você é a nossa guia.

    Suspirei. Íamos precisar de um plano. A minha cabeça trabalhava tão depressa que em alguns momentos eu nem eu compreendia o meu próprio plano.

       Depois de um tempo eu disse:

     - Na frente da escola, além do muro, tem uma grade. Eu vou até lá sozinha e vejo se eles ainda estão lá, depois eu volto e vemos o que faremos.

     Eles concordaram com a cabeça.

     Fui caminhando até a janela, mas, antes de chegar lá, senti o meu corpo ser suspenso no ar.

     Olhei para cima e os meus olhos encontraram os de Shawn.

     - Não precisava – Eu disse assim que ele me colocou no chão do outro lado da janela.

      - A janela é alta, claro que precisava – Ele disse com um sorriso no rosto.

     - Vou ignorar o fato de você ter acabado de me chamar de baixa 

     Quando eu comecei a andar eu ainda pude ouvir as risadas dos três.

    Caminhei até a fachada da escola e procurei pelos paparazzi, mas eles não estavam lá. Quando me virei para voltar à sala, me esbarrei em alguém:

- Olha por onde anda – Cameron disse com um sorriso no rosto e um brilho de divertimento nos olhos, ele já sabia o que eu falaria a seguir:

- Qual a parte do “sozinha” que vocês não entenderam?

A única reação que obtive foi risos da parte dos três. Fora isso? Ignorada.

Enquanto isso Nash tentou abrir o portão, sem sucesso. Eu havia organizado o baile então sabia que, por causa do fato da entrada do baile não ser ali, o portão estava trancado.

- Parece que vamos ter que pular a grade – Ele disse.

- Claro que não, vai fazer muito barulho- Shawn contrapôs- o diretor está vindo.

- O diretor está vindo?!- eu ia levar uma bela e entediante detenção por ser cúmplice do desastre total do baile.

Fui ignorada de novo.

- Então pulamos o muro – Cameron sugeriu.

O muro era muito alto - nem mesmo Shawn conseguiria pula-lo sem ajuda- então os meninos começaram a formar o famoso “pezinho”.

Desisti de chamar a atenção deles e peguei a escada que sempre esteve escondida atrás de uma árvore do jardim.

A atenção dos meninos só foi direcionada a mim quando eu quase caí da escada.  QUASE.

Antes que eu caísse eles me seguraram. Sabe quando os seus amigos te carregam a força e te jogam em uma piscina? Foi mais ou menos isso, só que sem a parte da piscina.

Os três me seguraram passando seus braços por baixo do meu corpo quase que ensaiado, o que provava que eles, mesmo me ignorando, estavam prestando atenção em mim.

Assim que a correria começou eu parara de pensar no fato de estar lado a lado com eles e comecei a me preocupar em fugir das fãs. Mas ali, carregada pelos três, parecia que eu estava sonhando.

Até mesmo as provocações, tão típicas deles, não me faziam ficar com raiva, as vezes eu até tinha que me segurar para não rir com eles.

Sem me botar no chão, Nash, que me carregava pela parte do tronco, disse me olhando:

- A donzela precisou ser salva pelos cavalheiros – ele riu.

A frase não soou tão provocativa como eu sabia que era, pude notar um pequeno sinal de carinho.

- Eu não sou uma donzela em perigo! – Protestei enquanto eles me botavam no chão.

Cameron sorriu e ajeitou a escada, já encostada no muro alto:

- Não o tempo todo, milady.

Meu deus, eu nem conseguia reclamar desses apelidos.

Subimos a escada e pulamos o muro, já do outro lado, quando toda a adrenalina já tinha se esvaído dos nossos corpos, agradeci por tê-los conhecido, mas agora vinha a pior parte: não podia guarda-los só para mim.

- Então... vocês já estão a salvo das fãs e dos paparazzi, acho melhor eu ir antes que o diretor chegue e eu leve uma linda detenção por ter estragado o baile.

Me virei e comecei a andar em direção ao carro do meu pai -que estava estacionado perto dali-, seria difícil demais ouvi-los me dizer “tchau”.

- Milady - eu ouvi Cameron dizer e eu não pude evitar sorrir.

- Vocês perceberam a quantidade de apelidos que vocês colocaram em mim só essa noite? – Falei virando para eles.

- Só fazemos isso com quem gostamos – Shawn disse

- Fora que é muito divertido ver a donzela reclamar – Nash falou

Sorri e me concentrei em Cameron:

- Por que você me chamou?

Cameron olhou para os outros:

- Estávamos perdidos antes de entrar no baile, não sabemos chegar em casa a pé, Shawn sabe explicar para o taxista onde moramos, mas estamos sem dinheiro...

Eu o interrompi:

- Eu dou o dinheiro do táxi

Mal tinha prestado atenção no que ele tinha dito, mas se ele precisava de dinheiro para o táxi, eu iria dar, se eu desse carona para eles, seria ainda mais doloroso dizer “adeus”.

Eles provavelmente estavam em algum hotel, então precisei dar uma quantidade razoável de dinheiro, já que a maioria dos hotéis ficam do outro lado da cidade.

Me virei novamente para sair e, quando eu estava perto do carro, alguém me segurou pelo braço.

                Me virei e me deparei com Shawn, os outros já estava indo para o outro lado.

                Shawn segurava um dos meus sapatos, que eu provavelmente perdi na confusão.

                - Você deixou isso para trás, Cinderela.

                Gelei. Só o meu pai me chamava assim, ouvir aquele apelido sair da boca de Shawn me fez paralisar.

                - Do que você me chamou? – Perguntei incrédula.

                - Não sou muito bom com princesas, mas eu tenho quase certeza de que Cinderela é a que deixa o sapatinho de cristal para trás.

                - Claro. Obrigada- respondi pegando o sapato de sua mão – Adeus, Shawn.

                Foi muito difícil me afastar e entrar no carro, mas eu precisava.

                Tudo que eu pedira era a realização de um sonho, agora que ele já havia se realizdo e acabado, eu teria que aprender a lidar com isso.

                Seria tão difícil.

                Eles eram ridículos, e eu amava eles, pena que eles não sabiam disso.