História Me nota crush!!! - Finalmente!

Chanyeol:

 

 

   --- Chany vem aqui!

 

   O garoto baixinho me chamou de longe, perto de uma linda árvore de cerejeira. Uma cena linda dessas deveria ser registrada, e por isso mesmo eu roubei uma câmera do Kai mais cedo antes de vir para este encontro. Sim, meus irmãos, encontro. Eu, Park Chan Yeol, tenho um ENCONTRO com o meu CRUSH. Bateu até uma emoção aqui.

 

   Nunca imaginei que este dia realmente chegaria, mas lá estava o baixinho fofo por quem eu tinha uma leve queda, ou melhor, um desfiladeiro inteiro, estendendo sua mãozinha perfeita para ir de encontro à minha. Queria agradecer à minha Omma, aos meus amigos e a Deus por este ser lindo ter me notado, aleluia! É pra glorificar de pé... Okay parei.

 

      Entrelacei meus dedos timidamente nos seus com uma felicidade do tamanho do meu desespero pra lascar um beijo naquela boca. Repetia mentalmente um "Não ferra tudo agora, Park, tu não vai ter outra chance dessas" como um mantra. Vai que cola. Mas poxa, estava difícil, esse garoto deve ter nascido pra me atiçar porque Ô coisa linda. Ele ficava umedecendo os lábios de uma forma tão sexy que eu estava até com medo de ficar... Enfim, né. Estou tentando dizer que ele é um pecado ambulante.

 

   --- Acho que... --- Ele começou meio tímido, com as bochechas rosadinhas. ---... Você já pode saber meu nome, Chany.

 

   Para tudo que eu quero descer. Agora sim, amigos. Finalmente eu vou descobrir o nome do meu crush (Que eu crusho faz 8287792991 anos e ainda não sei nem o apelido). Coloquei um sorrisão no rosto enquanto ele olhava no fundo dos meus olhos... Senti a pressão da coisa. Foi a primeira vez durante... meses que eu não sinto meu coração tão acelerado assim, a última vez foi quando soltaram fogos de artifício do meu lado sem eu saber, quase bati na cara do indivíduo, depois a sensação foi tipo um "Alguém me leva", mas superemos.

 

   Afastei essas lembranças ruins da minha mente e mantive o foco naquele garoto lindo parado na minha frente, tão fofo.

 

   --- Bem... --- Ele começou, olhando para o chão com um sorriso retangular. Pelo amor da minha coleção de bonequinhos do Harry Potter, não me dá esse tapa na cara. Amém. Pode prosseguir. --- O meu nome é-

 

   Do nada surgiram umas vozes de crianças do além, junto com uma rajada forte de vento, que mais parecia uma casa desabando, e o barulho ensurdecedor de um trânsito ali perto, trânsito esse que saiu do inferno e brotando feito uma barata voadora dentro de casa, porque até instantes atrás não tinha nem sinal de ser humano habitando naquele local. Por conta disso só ouvi algo como "Bacon" sair de sua boca. Como assim, caralho?

 

   Como. Assim. Caralho?

 

   --- SEU NOME É MESMO BACON? --- Perguntei gritando mesmo. Gente... Estou chocado, como uma Omma coloca o nome do filho de um alimento suíno?! Nada contra os porcos, mas né. Nunca imaginei que um dia eu iria crushar fortemente alguém com um nome estranho desses na minha vida. Já posso escrever um livro, algo legal como: "O Menino Que Crushava Bacons". Controlei de vez minha imaginação e voltei a falar. --- Seu nome é mesmo Bacon? Como assim "Bacon"? Por que "Bacon"? AI MEU DEUS, ME RESPONDE, BACON! BACON, FALA COMIGO!

 

   Sua boca abria rapidamente, mas nenhum som saía dela. Meu crush agora é mudo! O que eu devo fazer?! Alguém me ajuda. OMMA ME AJUDA! SOCORRO!

 

 

   --- PARA DE GRITAR, CACETE! QUER VER SE CONSEGUE ACORDAR DEFUNTO AGORA?!

 

   Pulei da cama de um modo muito ninja, quase dando um mortal intergaláctico pra trás. Ser acordado por minha Omma só tinha um significado: Fodeu a porra toda.

 

   --- Eu estava gritando?... --- Perguntei meio incerto.

 

   Ela só me deu aquela olhada "tô pistola" e cruzou os braços. Ela cruzou os braços... Quero que alguém escreva numa lápide "Aqui jaz Park Chan Yeol, o mais lindo. Morreu porque foi trouxa e não soube controlar suas emoções".

 

   --- Acho melhor você ir se arrumar para o colégio antes que eu enfie essa luminária no teu-

 

   Não deixei que ela terminasse de completar a frase e já saí correndo para o banheiro do meu quarto. Quem é o doido que ficaria pra ver como terminava? Quando minha Omma diz que vai fazer, ah, ela vai, nem que seja rasgando... Estou falando de tricô, obviamente.

 

   Tomei um banho bem gelado mesmo porque, né? Sonhar com o crush hoje em dia edifício. Fiquei pensando se conseguiria ver ele hoje e então me arrumei todo lindo e charmoso, passei até um perfume, sabe aqueles perfumes gostosos que só de chegar perto a vontade de dar uns cherô cresce? Então... Mas como sou eu, sabemos que isso nunca vai acontecer. Pelo menos eu tenho saúde e é o que importa...

 

   Quando já tinha terminado de me arrumar e descido pra cozinha, minha Omma nem estava mais lá. As coisas eram assim mesmo, ela saía pra trabalhar cedo e só voltava depois que eu chegava do colégio. Podia matar aula e sair por aí curtindo uma boate (de dia) que ela nunca ia saber. Não faço isso porque sou culto e do lar, e também porque se ela descobrir eu fico de castigo até minha pós-morte. Ainda tenho muita coisa pra fazer, começando por ter uma vida social digna e de respeito.

 

   Por falar nisso... Espero que Kris seja bonzinho o suficiente comigo para não me zoar, poxa, eu já sofro tanto por ser trouxa pelo crush que até a minha Omma me zoaria se descobrisse. E isso aí já seria humilhação demais.

 

   Peguei meu celular em cima de um pote de biscoito, não sei como e nem por que raios ele estava lá, mas vou relevar. Desbloqueei-o e abri minhas mensagens. Logo de cara estava lá uma mensagem de Jorginho da Padaria. Puta merda...

 

   Revirei os olhos e cliquei em cima, mas era só ele dizendo um "Abre a porta, capeta". Hm... Desconfio... Mas de boa. Fui até a sala e parei olhando pra porta para refletir. Como assim Kris não me denunciou pro Kai? Ele não iria perder a chance de me zoar com ele. Ou ele ia me humilhar em escala universal? Acho que-

 

   --- ABRE LOGO ESSE CARALHO, PARK! EU VOU TACAR NA TUA CABEÇA ESSA PORTA!

 

   Ai meu p- baralho, não me apressa. Se Kai fosse uma puta ele seria de luxo porque ô menino chato, não aguenta ser ignorado, não aguenta isso, não aguenta aquilo, lalalalala... Só de raiva vou deixar ele plantado do lado de fora.

 

   Fui à cozinha tomar meu café da manhã porque eu também mereço. Mas quem eu encontro lá? Minha Omma. Meu ânus, que susto. Ela estava paradinha no meio da cozinha igual uma alma penada. Quem fica parado no meio da cozinha olhando pro nada?! Resposta óbvia.

 

   --- VOCÊ NÃO TINHA IDO TRABALHAR?!

 

   --- Tá perguntando por quê? Ia aprontar alguma coisa? --- Fiquei em silêncio por longos segundos. Eu? Aprontar? Gente... Que absurdo. Jamais! --- E diminui o tom de voz pra falar comigo ou eu jogo aquele café na tua cara. --- Apontou pra mesa cheia de coisas.

 

   De onde saiu tanta coisa? Eu só fui até a sala e voltei. Misericórdia, minha Omma é o bixaum mermo.

 

   --- Olha pra minha cara, vê se eu tenho cara de quem apronta? Sou um santo.

 

   --- Santo que senta no pau, ah tá. --- Ela falou numa seriedade tão grande que eu me senti até mal e sem jeito... A situação tá tão difícil que nem no pau eu estou sentando, Omma. --- E vai abrir a porta pro Jongin.

 

   --- Como sabe que é ele?

 

   --- Tenho visão de raio-x. Puft. Vai logo, não me faz perguntas.

 

   Ui, ela tá revoltada ela. Ah, é, é porque ela não gosta de folga. Tá explicado.

 

   Fui à passos lentos (bota lento nisso) até a porta e parei em frente à ela. Eu abro ou não abro a porta? Rola ou não rola o chá? Bota casaco ou tira casaco? Acho que abro sim, ou não... Não sei se quero.

 

   --- Hm... Será que eu quero? --- Sussurrei inaudível.

 

   --- EU VOU QUEIMAR TUA COLEÇÃO DE MANGÁ DO ONE PIECE! PARK CHANYEOL!

 

   Gritou o infeliz na porta. Quem ele pensa que é pra vir aqui de manhã ficar gritando igual uma gazela doida? Respeita que mainha tá aqui, seu pedaço de cocô. Quando vou girando a maçaneta pra abrir a porta, escuto um grito da minha Omma lá da cozinha.

 

   ---ABRE LOGO PRO MENINO E VEM TOMAR O CAFÉ QUE VAI ESFRIAR!

 

   Meu Deus, eu tô abrindo aqui.

 

   ---Calma, pra que agredir? --- Sussurrei.

 

   Esse povo tudo estressado. Eu que deveria estar estressado pelas artes espirituais do sonho dizer que o nome do meu amado crush é Bacon... Isso não pode ser. Forças divinas, antes de dormir eu pedi uma ajuda, talvez um  sinal e vocês me mandam esse sonho? Poxa, o nome do meu crush não pode ser esse... Eu não consigo me conformar com uma coisa dessas!

 

   Abri logo a porta antes que, sei lá, o Kai parisse um filho e minha Omma jogasse aquele café na minha cara. A G R E S S Ã O! Não admito isso, eu sou um amor e mereço receber amor. Entretanto, parece que as pessoas não pensam assim, não é mesmo?

 

   Olho para Jongin de cima a baixo, com uma fúria no olhar. Ninguém fala dos meus mangás do One piece, se ele falasse de Naruto, ia ser pior, porque eu ia acabar quebrando a cara dele, enfim, me acalmei. Fiz minha olhada mortífera da manhã que significa um “O que você está fazendo tão cedo aqui, sua praga?”, mas como ele é burro...

 

   ---O que você está fazendo tão cedo aqui, seu praga?

 

   Sussurrei, pois vai que minha Omma escuta e briga comigo por não ser um amiguinho legal. Esse ser humano moreno apenas me oferece um sorriso fodido e responde:

 

   --- Eu vi coisas a seu respeito, pequeno Yeolfo.

 

   Ele deu um risinho e entrou na casa como se nada tivesse acontecido. Mulher de serviços sexuais, vulgo Kris. Não acredito que ele mostrou o vídeo para o Kai... Okay, eu já sabia que ele ia mostrar, mas pra que tão cedo? Por que não esperar até o intervalo ou algo assim... Eu já sabia que ia ser zoado por ele, agora o Kai também? Sacanagem... E ele ainda brota aqui pra que? Essa é a pergunta do dia.

 

   Olhei para aquele ser cumprimentando minha mãe. Um falso desses, bicho. Ela logo o chamou pra tomar café, mal sabendo o motivo dessa praga ter vindo aqui, que desgraça de vida. Eu poderia falar “Vamos embora que vamos chegar atrasados”, porém uma coisa que minha Omma acha importante é a alimentação. Então ela não ia me deixar sair sem ao menos comer qualquer coisa.

 

   Por um momento eu e Kai fingíamos que estava tudo bem na pura alegria do senhor. Não teve ameaças e revelações naquele começo de dia, não teve nada disso apenas paz e comida. Mas ao me despedir de mainha, ao colocarmos os pés para fora de casa... Quando viramos a esquina pra ir ao colégio, tudo começou.

 

   --- E aí, Yeolfo! --- Riu baixo, de modo debochado. Esse ser afrodescendente me paga.

 

   --- Além de Poste Orelhudo, você ainda é elfo? Realmente, Park Chanyeol é um rapaz de muitas faces. --- E ele ainda sorriu todo treteiro pro meu lado. Rapaz, estou me controlando aqui pra não dar na cara dele. Melhor ir para o colégio que eu ganho mais.

 

   Nossa, foi tão complicado sobreviver essa manhã. Kris e Kai pareciam que não sabiam fazer outra coisa além de me zoar, bem... Eles sempre zoam, só que hoje tá mais insuportável que o normal. Que ódio do capiroto! Saravá.

 

   Bem, olhando pelo lado positivo... O Kris foi pra sala dele, o negativo é que o Kai ainda tá me perturbando. Oh, Deus, por que a aula não começa logo? É melhor ter quatro aulas de matemática do que aguentar esse bailarino-insuportável-metido-a-hétero. Eu querendo aula de matemática... A que ponto chegamos?

 

   --- Bom dia, alunos.

 

   O professor aparece na sala e finalmente tenho a paz desejada, obrigado professor por botar ordem nesse ninho de mafagafos. Tá no meu coração agora.

 

   --- Ooh, professor! Me dá visto naquele dever da aula passada?!

 

   --- Teve dever? Obrigado por me lembrar, Tae-Ho.

 

   Misera, eu nem lembro se fiz esse dever e pela cara do Jongin parece que ele também não, bem eu até iria rir e nem passaria as respostas pra ele, bem maligno mesmo, porém como disse antes eu não lembro se fiz... Tragédia. E esse tal de Tae-Ho, todo avulso também, hm. Custa ficar calado no seu canto pra não foder com os coleguinhas? Custava?! Nerd maldito.

 

   ---Bem alunos, depois olho essa atividade. Eu quero apresentar para vocês nossa nova aluna... Layla.

 

   Layla? Obrigado, Layla. Já salvou a turma desse dever avulso, e também o Tae-Ho, pois tenho certeza que ele iria “pagar” por ser x9... E nem seria eu o agressivo da história, aqui é pura brisa do mar. Observei o professor chamar alguém e uma garota um tanto tímida, mas com um belo sorriso, entra na sala.

 

   --- Pode se apresentar.

 

   Ele da espaço para a garota falar e, bem, todo mundo encarou ela, encantados com o seu modo tão diferente. Ela se preparou e com seu belo sorriso com covinhas e começou a falar, toda fofinha, olhando um pouco para o além.

 

   --- Meu nome é Zhang Layla e... Eu fui transferida da China pra cá. Já morei aqui antes por alguns anos e por isso eu sei um pouquinho de Coreano...

 

   Pela minha pequena e rápida observação na garota nova... Não que eu tivesse encarado ela a aula inteira desde que a própria se sentou ao lado do Tao, claro que não... Enfim, ela parecia ser bem legal, e parece que vai ser amiga de todos, porque parece que não fui só eu que a achei legal, não sei o que dizer... Olhar pra ela dá uma calmaria no coração, uma coisa zen e total da paz, bizarro. Woah, agora me veio um plano infalível para fazer com que Kris e o Kai parem de me zoar, e espero que esse seja melhor do que os de conquistar o crush... Nem lembro se realizei algum. O plano é simples: eu vou a chamar para passar o intervalo comigo e com os meninos e eles, ou pelo menos só o Kris, vão ficar tão “Wow, quem é essa?”, que vão acabar esquecendo o “Yeolfo”.

 

   Finalmente tocou o sinal para o intervalo, olhei para o Kai que já estava sorrindo pra mim, com certeza pronta pra me zoar, mas eu o ignorei e andei até a Layla e o Tao, que estavam conversando. Parece que se deram bem.

 

   --- Ei, Layla? --- Chamei sua atenção para mim. --- Meu amigo e eu podemos te mostrar um pouco da escola no intervalo, isso se você quiser, sei lá...

 

   Aceita, pelo amor de Deus, aceita!

 

   --- Oh, isso seria muito...

 

---Olha aqui, EU já vou fazer isso, okay? Ela já é MINHA amiga, seu ridículo!

 

   A garota ia responder quando foi interrompida pelo Tao. Falta de educação. E como assim “ridículo”? Eu ia o chamar de... Enfim, eu não sei muito dele, ia ser algo bem nada ver como “Seu panda caolho de triciclo deformado”, provavelmente, mas a Layla acabou rindo do nada, talvez do Tao, mas não faz sentido.

 

   --- Ah, Taozi, calma, que tal se fôssemos todos juntos, hein? Seria bem divertido!

 

   Ela disse tão calmamente que acho que todo mundo aceitou na pura paz de Buda. Chamei o Kai e o apresentei para ela, confesso que fiquei com medo dele mandar umas cantadas de merda pra ela, de modo muito hétero mesmo, e então lembrei que Kim Jongin consegue ser mais gay que eu quando quer. Nada de novo sob o céu. Continuando, logo estávamos todos bem “amigos, felizes e saltitantes”, isso se o Jorgin não tivesse mostrado o vídeo pra ela e para o Tao, e o pandinha ainda disse um “EU TAVA LÁ”, bem suspeito, diga-se de passagem, e todos começaram a rir. Sobre isso apenas tenho a dizer que é uma puta falta de educação mostrar essas coisas íntimas para pessoas que acabamos de conhecer, bolado estou. Saímos, finalmente, para o intervalo (temos que aproveitar logo esses minutos) e demos de cara com aquele clássico “zumbis esfomeados”... Só digo uma coisa: foi tudo muito rápido.

 

   Gritos de dor e sofrimento foram ouvidos, “ACABOU O PUDIM”. Choros de garotas desesperadas com muito fogo no cu e do nada um, “TEM UM ÚLTIMO, CORRE NEGADA.”.

 

   E agora Kai, Tao e eu estamos aqui parados, nos segurando onde podemos, pois já somos preparados para esses acontecimentos normais de cada dia no colégio, porém a Layla não é e... ELA SUMIU! COMO ASSIM? TADINHA. Me soltei do armário que eu estava segurando e olhei para os lados procurando por ela. Caramba, a gente devia ter avisado que nas “segundas-feiras do pudim” todo mundo fica possuído pelo doce grátis.

 

   --- AI MEU DEUS! Eu não posso ter perdido minha amiga assim. Vamos procurar por ela!

 

   Taozi disse, largando um garoto em quem ele estava pendurado (estranho) e saiu da nossa frente, indo para um lado enquanto Kai ia pelo outro, e eu continuei aqui né, parado no corredor sem saber pra onde ir.  Tenho que me situar melhor em uma situação dessas. De qualquer forma, pensei comigo mesmo que ela deveria ter seguido o bonde pra ir à cantina. Com essa lógica eu segui pra lá mesmo, já que estava sozinho e sem rumo.

 

   Ai, tadinha. Agora ela deve estar perdida pelo colégio, com fome e frio e... MAS O QUE? Ela tá conversando com o... O CRUSH?! Porra, caralho! Até ela já fez amizade com ele e eu não, o dia só piora!

 

   Agora eu não sei o que fazer. O Crush tá lá e eu aqui, e a Layla lá com ele... E tem um carinha que parece uma coruja também, diria até fofo, porém... Não sei proceder.

 

   --- OLHA ALI A LAYLA!

 

   Dei um pulo assustado com o grito daquele panda e logo fui arrastado por ele e pelo Jongin até a mesa que o crush, a Layla e a coruja estavam sentados. Como essa criatura chegou aqui tão rápido e qual o motivo de gritar tanto? Eu até ia perguntar, mas eu estava sendo, literalmente, sendo arrastado por eles até aquela bendita, ou maldita, mesa. O jeito é cantar pra subir logo de uma vez e seja o que o destino quiser.

 

   Chegando lá eu... Travei e não consegui desviar meu olhar do crush. Alguém me ajuda? Eu nem estava preparado! Por que o Tao me puxou até aqui? Eu preciso respirar... O que eu falo? “Oi” ou um “Olá”? Caramba, que loucura. Tá repreendido crushar mais alguém.

 

   --- Amiga como você veio parar aqui?... Ah, oi, pessoas.

 

   --- Migo, nem eu sei... Fui empurrada até aqui, mas conheci esses dois. Meus novos amigos... Esse aqui é o Kyungsoo... E esse aqui é...

 

   EU FINALMENTE VOU DESCOBRIR O NOME DO CRUSH, AMÉM. Obrigado, forças divinas!

 

   --- Finalmente encontrei vocês e... CARA DO LIVRO! Ei, aquele dia que a gente se viu no parque, eu não estava muito bom arrasando na bike? Então...

 

   PORRA, O KAI SÓ ESTRAGA MAIS AS COISAS. QUANDO ACHO QUE VAI MELHORAR TUDO PIORA, só queria saber o nome do crush... Merda, agora eu quero sair correndo e chorar até não poder mais. Cansei. Se foder com força, Kim Jongin.

 

   --- Hã? Não sei do que está falando.

 

   O baixinho com cara de coruja, vulgo Kyungsoo, disse e fechou a cara máster, levantando da mesa e saindo de perto de nós. Kai é uma desgraça... Destrói o sentimento até de pessoas que nem ele conhece... Ou conhece? Hm, depois pergunto.

 

   --- Ah? EI! Pra onde ele tá indo? Não entendi nada...

 

   E o tapado foi atrás do baixinho, a Layla ficou estranhamente preocupada com eles, err... Bem, ela disse algo como, “Amigos não podem brigar”, e saiu atrás deles. Como o Kai disse antes... Não entendi nada, espero que ela não se perca... ESPERA, AGORA QUE PERCEBI QUE ELA IA ME APRESENTAR PRO CRUSH! Volta aqui, moça...

 

   --- Minha amiga é estranha... --- Tao murmurou.

 

   Interessante, agora estamos apenas Tao, eu e o... Crush. Ai, que nervouser. Tô com um sorriso de retardado, certeza, alguém me help.

 

   Quando eu tomei coragem pra abrir a boca e tentar socializar, dizer um “Então... qual seu nome mesmo?”, qualquer coisa, com um dos meus melhores sorrisos, o crush me olhou normalmente, parece que ele superou aquele acidente, quando esbarrei nele. Isso mesmo, Bacon, águas passadas e vida que segue.

 

   --- Então...

 

   Tao começou a me cutucar e me desconcentrou das minhas falas, desgraça, e apontou para um lugar lá na puta que pariu Dima. Eu e o Crush olhamos e lá do alto da escada estava Kris, parado como um k-idol super gostosão, mexendo no cabelo com estilo e... Nossa, como Kris consegue fazer isso? Tô impressionado. Ele desceu as escadas tão magnificamente, todos olhavam para ele, (com “todos”, quero dizer eu, Tao, que tá muito impressionado, aliás, e o crush) com sua pose e jeito de rei. Era raro ele descer aquelas escadas no intervalo, acho que esse era o lance magnifico, será que sentiu saudades de mim e do Kaizito?

 

   Ele descia a escada lentamente aka miss universo, contudo aconteceu algo bem avulso... Pois é, ele caiu da escada. Como? Ele pisou em uma casca de banana. EU ACHAVA QUE ERA LENDA ALGUÉM CAIR ASSIM! EU QUERO RIR MUITO. Calma, se controla... Não posso rir todo escandaloso na frente do crush e passar vergonha. Soltei uma risadinha contida e olhei pro crush que estava chocado junto de Tao, esse que correu e foi ajudar o Kris.

 

   Tao levou Kris pra enfermaria, só sei disso porque ele gritou aos quatro ventos que ia pra lá. Duas mangueiras de bombeiro... Eu pensei “Por que não filmei isso?” Mas pelo menos minha vingança foi concluída, obrigado banana. Dou um sorriso e do nada o Crush começa a rir loucamente, Deus do inferno... Ele tá rindo igual um porco (bela comparação, Park) BACON! QUE FOFO! QUERO APERTAR ELE. O olhei fascinado e escutei sua voz. Acabei dando um sorriso.

 

   --- Ah, o Kris é tão estranho, né? --- Que voz linda, puta que pariu. Enfim.

 

   --- Pois é, ele é bem bizarro e...

 

   Como assim ele conhece o Kris? COMO ASSIM PRODUÇÃO? O QUE TÁ ACONTECENDO? Ele parou de rir e me deu um sorriso. O SORRISO FOI PRA MIM, MUNDO. Quero gritar até não ter mais voz. Chupa essa, vocês que torciam pelo meu fracasso.

 

   Entretanto, eu não poderia perder o foco. Reúno coragem e finalmente abro a boca, É agora ou nunca.

 

   --- Então... Seu nome é?

 

   O sinal para voltar para a aula toca e temos que ir. Ele faz uma carinha triste... Desisti de proceder.

 

   --- Bem, meu nome é Baekhyun... E o seu... Chanyeol? Bem, acho que escutei uma vez o Kris gritando com você ou alguma coisa assim. Tenho que ir pra aula de biologia, até algum dia.

 

   Ele se afastou, acenando pra mim. Isso seria um sonho? Acenei bem bobo de volta, e ele se foi... Cara, o crush sabe meu nome. Fiquei alguns míseros segundos ali parado, pensando nos nomes dos nossos filhos, coisa boba, quando fui levado e quase atropelado pelos estudantes selvagens. Tá, eu já vou pra sala.

 

   Entrei na sala e já sentei no meu local. Agora já era. Prestar atenção na aula? Aquelas aulas de matemática que eu queira tanto? Acho que agora não quero mais.

 

   Fiquei um tempão rabiscando no meu caderno coisas lindas para o meu amado Baekhyun, nome lindo da porra, combina com o meu. Já podemos casar. Boiei tanto que a aula voou. Quando me dei conta só ouvi a professora de literatura se despedindo.

               

   Kai brotou do meu lado e a Layla também e eles começaram a falar sobre o que poderia ter acontecido com Kris, por que o Tao não voltou, coisas assim.

 

   --- Ele não voltou? Que?

 

   --- Yeolfo... Claro que não! Você é cego ou o que?

 

   Hm... Ignorância, eu hein.  O que deu nele? Oxi, fiz nada.

 

   --- Bem, vamos atrás deles?

 

   Apenas concordamos e, sei lá, eu tô perdido nessa vida... Mas vamos, né?  Sim. Íamos até a enfermaria e encontramos eles vagando por aí. Kris mancando com o pé todo enfaixado e o Tao ajudando ele a andar. Que? Observei a cena e queria rir muito, mas vai que o Kris me faz passar vergonha?

 

   --- Tão olhando o que? --- O mais alto de todos pergunta todo revoltado.

 

   Gente, o que deu em vocês hoje? Resolveram incorporar o demônio? Posso fazer uma sessão de descarrego. Pobre Layla, ficou chocada com a ignorância do Kristopher. Até eu ficaria se não o conhecesse tão bem. Anyway.

 

   --- Calma, não precisa usar a grosseria. Seja da paz, porra.

 

   --- Só não te bato porque torci o pé e não posso te dar uma voadora. --- Reclamou, se apoiando um pouco mais no panda.

 

   Olha o casalzinho passando, lalalala.

 

   --- Eu sei que tu é galinha, mas não precisa me voar, filhote.

 

   Todos me olharam naquele momento, provavelmente eles já sabiam que a cor do meu caixão deveria ser azul com bolinhas pretas. O final, todos já sabem. Corri para um caralho, mesmo sabendo que Kris não poderia me alcançar. Era melhor do que ser xingado até o talo por ele, não é mesmo?

 

   Cheguei em casa todo animado, durante a tarde toda pensei em Baekhyun, eu tenho que conquistar esse garoto. Finalmente anoiteceu, tomei um banho e fui dormir para que amanhecesse logo, queria testar meus “planos infalíveis” para conquistar meu crush amanhã, hohoho. Hoje até que o dia não foi tão ruim, tirando a grande parte cagada, relevei. Deitei na minha cama e fechei meus olhos, torcendo para ter mais um sonho legal com meu amado, gostoso, dono do meu corpo.

 

 

   Mesmo a vida te fodendo até o talo, até você não aguentar mais... Não espere que ela passe o lubrificante em algum momento porque isso não vai acontecer, filhote. Vida que segue.