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História Meant To Be - One


Escrita por: pagegyuzz

Notas do Autor


Olá!
Sei que faz um tempo que não apareço por aqui, vocês sabem como é essa coisa de trabalhar, não é?
Mas mesmo assim, tenho aproveitado para botar todas as minhas ideias em dia e repassando todas para um caderno e poder postar.
Essa foi uma das minhas mais recentes terminadas e acredito que ela não vai ter mais do que quatro capítulos, desde que eu dividi tudo direitinho para vocês.
Enfim, espero que gostem. Foi feita com muito carinho. Vejo vocês nas notas finais. ♥

Capítulo 1 - One



 

Quem era aquele rapaz? 

Era um bar qualquer com pessoas amigáveis e somente ele ali, calado e um pouco embriagado demais. Bambam observava de seu canto cada gesto, sequer sabia por que. Talvez por curiosidade exagerada juntando com a pequena atração que percorria seu corpo naquele momento.

Já era o quinto copo de vodca que o cidadão ingeria e parecia impossível que fosse sobreviver a mais um no estado que estava. Admitia que se sentia ridículo ali na mesa próxima do balcão, tomando seu primeiro e único copo de cerveja que já quase ficava quente não estando nem na metade.

A movimentação no balcão fez alarde e antes que algo desse errado para o estranho embriagado, resolveu ajuda-lo; os céus haveriam de recompensa-lo pelas boas ações com desconhecidos um dia.

— Hey, o dele é por minha conta. – Chamou o garçom que acabou por assentir demonstrando alívio. Aquele era o retrato de muitas pessoas que passavam por aquele balcão e eram encontrados aos trapos na porta dos fundos. Nem todos sobreviviam, tinha em mente. 

O rapaz que agora tinha os fios castanhos encobrindo sua visão comprimiu os olhos para enxergar a figura magra que agora sentava ao seu lado e se acomodava como um conhecido. 

— Eu te conheço? – Perguntou enrolado, fazendo o rapaz rir. 

— Ainda não. 

Resposta vaga, mas sua cabeça não a processaria ali no momento. Assim como não processou o movimento de seus pés que tentaram segurar seu peso que parecia irregular enquanto tudo girava. Bambam que fitava a cena não demorou a acudi-lo quando este ameaçou ir ao chão, quase levando ambos. Era hora de tomar providências. 

Sem protestos e com dificuldade pela altura exagerada e peso dobrado, levou-o até o próprio carro e o acomodou no banco de trás. 
Não ameaçaria coloca-lo no banco da frente do veículo ou teria a certeza do óbito de ambos. Bêbados distraíam motoristas concentrados e tinha certeza de ser um deles.

— Você ao menos lembra seu endereço...? Nome? – O rapaz parecia mais concentrado no teto do carro ou coisa semelhante. 

— Eu? – Perguntou alguns segundos depois. 

— Sim, você? 

— O que tem eu? 

— Esquece. – Suspirou. Hora do plano B. 

Fora rápido em ligar pra seus respectivos roomates. 

Jackson passaria a noite fora com o namorado e Youngjae havia prometido não sair do quarto até o intervalo de sua série. 
"Nada de sair. Você sabe que não fica bem quando tem alguém bêbado em casa" Lembrou o jovem que concordou no mesmo instante. 

Sem mais delongas, arrancou do bar em direção ao apartamento que não era muito longe dali. Rezava para não ter problemas com vômito alheio, do contrário, teria de deixar seu carro passar uma revisão em questão de limpeza. 

O que por sorte não ocorreu. 

E foi no estacionamento de seu prédio que tudo começou a ficar mais difícil, mas ao menos não era impossível. 

"Ainda..."

— Você sabe o motivo de ser tão pesado assim? 

— Hm? 

— Esquece. – Bambam repetia aquilo pela segunda vez no dia.

Era impossível montar um diálogo ou algo do tipo com o outro rapaz. 

Naquele momento só agradecia aos céus pela invenção de elevadores, eles poupariam suas pernas e qualquer tipo de aterrisagem não segura no chão das escadas e ainda ser acusado de assassinato. 

E assim chegou. 

Foi mais fácil do que esperava chegar até o próprio quarto e acomodar o rapaz na cama de solteiro simples. Naquele momento o que lhe restou fora a brilhante ideia de conferir a carteira do cidadão. 

A identidade foi a primeira a aparecer. Kim Yugyeom. Um nome interessante para um rosto jovem, diria. Vinte e um anos, recém-maior de idade. Não muito diferente de sua idade. Perguntava-se naquele momento se alguém já estava dando falta, fosse sua mãe ou qualquer outro. Os Estados Unidos não era um lugar tão divertido assim. 

Principalmente pra quem não tinha dinheiro nenhum na carteira. 

— Eu salvei sua vida, rapaz! – Comentou apontando o dedo por sobre seu rosto. 

Os demais minutos foram gastos tentando fazer o moreno comer algo doce e tendo a decência de jogá-lo embaixo da água fria. 

— Aish, tá gelada! – Reclamou. 

— É pro seu bem! 

— Me congelar é pro meu bem? – Reclamou e Bambam já sabia que estava um pouco melhor que antes. 

A tarefa foi complicada e deu graças quando terminou. 

— Por favor, se você for vomitar ou algo do tipo, não faz isso na minha cama. – O pedido era em vão, mas por precaução deixou um balde ao lado da cama, que obviamente foi usado no meio da noite enquanto o rapaz magrelo ajudava; Aquela havia sido uma das noites mais difíceis de sua vida. 

E talvez a primeira vez que ficava afetuoso o suficiente com alguém que sequer conhecia. As coisas haviam evoluído de modo assustador. Um dia iria se arrepender, talvez.

Foi com a visão de Bambam dormindo na poltrona no canto do cômodo que Yugyeom acordou. É claro, a dor de cabeça incômoda e o gosto azedo em sua boca. Tinha em mente de que nunca mais iria beber na vida. 

Mais uma vez fitou o estranho que já não era tão estranho assim. Conhecia-o de algum lugar, disso tinha certeza. Mas gostaria de entender como havia ido parar no lugar que presumia ser sua casa. 

Não é como não se lembrasse de nada... Ou quase nada. 

Talvez somente da parte em que fora levado para o chuveiro e o fato de passar mal quase à noite inteira com o outro rapaz ajudando com um balde. 

Provavelmente medo da sujeira. 

— Hey. – Chamou um pouco calmo, tentando chamar a atenção do ruivo que despertou fácil. 

— Oh, você acordou! – Piscou algumas vezes antes de coçar os olhos. – Deus, que horas são? – Foi o tempo de olhar no relógio e choramingar. – Eu pensei que você dormiria até mais tarde, mas parece ter um relógio biológico esquisito. 

— Você me trouxe pra cá ou eu vim parar aqui de algum jeito esquisito? 

— Oh, bem... Pra primeira pergunta eu acho que posso responder. Mas eu esperava ao menos um bom dia. – Pigarreou. – Bom você estava bebendo no bar e sinceramente, eu te ajudei, porque eu estava vendo alguém expulsá-lo por não pagar as bebidas. 

— Oh... Isso... – Coçou a cabeça antes de arregalar os olhos. – Você fuçou minha carteira?!

— Considerando que você não me dizia seu nome nem com reza, eu tomei a liberdade em troca da noite de conforto. – Deu de ombros. 

— Como posso ter certeza de que você não roubou meu dinheiro e tá contando essa história pra mim? – Foi a vez de Bambam revirar os olhos. 

— Mesmo que eu tivesse feito, seria um bom pagamento para todos os bem-feitos que fiz por você na noite passada e de madrugada, não acha? – Yugyeom encolheu os ombros, pensando um pouco. – Mas felizmente, eu sou alguém bom demais e a minha empatia com você ajudou. 

O local ficou algum tempo em silêncio. O outro rapaz estava um pouco sem graça, talvez por ainda duvidar do ruivo que habitava seu campo de visão. Tinha de considerar que o jeito franzino lhe deixava em extrema dúvida. 

Voltou a recostar na beirada de madeira da cama antes sentir sua cabeça doer mais e no segundo seguinte, sua companhia já não estava mais no quarto. Tirou aquele tempo para refletir e admirar o quarto. Simples demais. Exagerado em alguns termos. Meio rosa meio salmão. Talvez aquele não fosse o quarto do garoto, mas se fosse era até feminino demais. Alguns pôsteres colados denunciavam também o gosto musical peculiar. Algo que nunca tinha ouvido falar. 

Romances ajeitados na estante estavam em peso, fazendo disputa acirrada com os de suspense e terror, seu gênero de leitura favorito. No canto da parede, havia um mural de fotos, mas que não teve tempo de admirar, pois o rapaz entrara de súbito no quarto, cortando sua linha de raciocínio. 

— Eu sei que sua cabeça deve estar horrível, então trouxe um remédio e uma xícara de chá. Sem desfeita. – Não recusaria, chá costumava ser sua bebida preferida. – É seu primeiro porre? – Yugyeom que agora bebericava de sua xícara, torceu um pouco o nariz, talvez sem jeito de responder. – Pela cara, é. 

— Sem intenção. 

— Eu te entendo. Alguém sabe que você saiu ontem? Sabem que você está fora? Ou você mora sozinho? – O moreno sabia onde ele queria chegar e ficou até um pouco feliz de saber que pelo menos alguém se preocupava com todo o ocorrido. O durante e o após. 

— Eu saí sem avisar meu irmão. Tem mais um colega de quarto também. 

— Se você quiser ligar pra ele... Digo... 

— Não, mais tarde faço isso. Ele deve estar com o namorado agora. – Coçou a cabeça meio sem graça, o que fez Bambam rir e só depois notar a presença de outra pessoa no cômodo. – Oh, Youngjae! 

— É seguro? – Era possível apenas ter visão dos olhos e nariz do rapazinho.

— Sim. – Mais um risinho. – Ele não lida bem com gente passando mal, se é que você me entende. 

— Mil desculpas, eu não sabia que viria parar aqui. – O garoto tinha a testa franzida novamente um tanto tímido.

— Nah, o importante é que você não é nem um louco maníaco. O Bambam sempre ajuda alguém, esse garoto não tem juízo. – E como uma criança, o ruivo deu a língua. 

— Eu só tenho empatia pelas pessoas. O caso dele era sério, você sabe o que acontece se não paga algo nos bares, não sabe? – Pensar naquilo lhe deixava assustado. 

Ninguém queria pensar naquilo, na verdade. Yugyeom devia sua vida ao rapaz, tinha de admitir. Até aquela altura não achou que a história fosse verdade, mas não teria porque não acreditar. 

Um barulho de porta destrancando foi o que parou os pensamentos de todos ali, para fitarem o corredor. 

— Bam! – Yugyeom conhecia aquela voz. – Eu vou ajudar o Mark a encontrar o irmão... – A voz ficou baixa no momento em que o dono dela parou na porta do quarto. – Dele. ― Completou.

— Jackson! 

— Yugyeom! – Foi o tempo de Mark também aparecer no quarto e observar o rosto garoto. 

— Oh, graças a Deus. Seu moleque! Você poderia ter me avisado que ia sair! – A preocupação na voz do rapaz deixava Bambam sem entender nada. Suspirou, tentando entender o que se passava. – Como você veio parar aqui?

— Bem... 

— Ele não vai se lembrar. – A voz do ruivo foi o que fez presença. Yugyeom estava preparado para ouvir um monte de seu irmão. – A gente se encontrou em um bar. Conversamos um pouco e ele acabou ficando sem bateria. Eu perguntei se ele não queria carregar o celular aqui e coisa do tipo, ele aceitou, mas quando vi já tinha dormido. Então eu deixei. – O suspiro de alívio de Mark foi audível por todos. – Se soubesse que ele era seu irmão, tinha ligado antes. – Mark sorriu e só então foi atrás do garoto abraça-lo. 

— Tudo bem, bebê. O importante é que ele está a salvo. Graças a você. 

Yugyeom admirava o tratamento de seu irmão com o rapaz que agora se lembrava vagamente. Era o amigo que vez ou outra aparecia em seu dormitório, porém nunca havia parado para prestar atenção ou conversar. Apenas um aceno de cabeça. E pelo visto, Bambam também não se lembrava de sua pessoa. 

— Eu achei que você soubesse quem era o irmão do Mark. – Jackson cutucou Bambam. – O mesmo pra você, Yugyeom. 

— Yugyeom não iria se lembrar nem se quisesse, aquela menina sugava a vi- – Mark calou-se, mordendo o lábio inferior. Aquele era um assunto delicado demais, considerando que o rosto do garoto nublou-se de imediato, fazendo com que a atmosfera do ambiente decaísse e o tailandês ficasse totalmente perdido e sem saber o que ocorria; Somente tinha noção de que se tratava de uma garota. 

Era exatamente por isso que preferia manter distância do sexo oposto. Aliás, elas mesmas faziam esse favor. 
Jackson que observava o namorado voltar para sua bolha de proteção, modelou-se ao seu estado defensivo, lembrando-se que odiava vê-lo infeliz quando o assunto era sobre seu irmão e agora a ex-namorada deste. 

O término fora de todo muito ridículo. A garota nem mesmo gostava do rapaz, apenas gostava de controlá-lo. Visto que a própria já havia tentado dar em cima de todas as pessoas que estavam em torno de Yugyeom. 

O típico cachorrinho que nunca diria não nem se precisasse. Ashley trancafiou o rapaz ao ponto de fazê-lo se afastar de amigos e até mesmo de seu irmão. Ficou cego e sem saber que aquilo não era nada saudável; Para ao fim, a menina terminar com o outro por alguém mais bem de vida ou bem mais sucedido. Coisa que o rapaz de fios castanhos se recusava a enxergar. 

—Você sabia que o Bambam cozinha? – Jackson perguntou e o rosto de Yugyeom ganhou um novo significado, estava faminto ao ponto de querer comer leões, enquanto um suspiro de alivio brindou sua face, por finalmente haver mudado a atmosfera. 

Já Bambam queria cozinha Jackson vivo. 

—Hora essa... Você nunca cansa, Jackson? Eu nem sou tão bom assim... – Falava com pesar, um pouco sem jeito. 

—Na verdade, você é sim. – Youngjae que antes estava calado apenas observando, resolveu se pronunciar. – Não precisa ficar desse jeito toda vez que ele elogia sua comida para alguém. 

—É que é algo pessoal, vocês sabem. Digo... – Suspirou. – Tudo bem, eu vou fazer algo para comermos, mas não vou me responsabilizar pelos resultados, certo? – Esperou que todos consentissem para respirar fundo e sair do quarto. 

A situação foi até rápida. Bambam era ágil e habilidoso na cozinha, fazendo com que concluísse as tarefas de forma ligeira. 

Yugyeom dera graças a Deus que o rapaz terminou tudo antes que morresse de fome no sofá da sala do apartamento enquanto prestava atenção na arrumação, enquanto Jackson dissertava sobre não saber como Bambam lidava tão bem com a arrumação de tudo – Desde a própria vida pessoal até ao fato de que praticamente cuidava de dois marmanjos embaixo de sua asa. 

—Isso me lembra você, Mark. – Yugyeom se pronunciou. 

—Oh, mas você mal me conhece e já me elogia? Continue assim. – O ruivo que veio da cozinha com um pano de pratos em mãos e rindo, tinha no rosto a feição de quem tinha alegria e expectativa. – Fiz coisas leves, ainda é cedo e comer algo pesado pode não cair bem para todos. – Piscou para o menino mais alto de todos que sorriu meio sem jeito. 

Ninguém questionou de fato, mesmo que seus costumes fossem diferentes, mas acabou que dispensaram todos os pensamentos ao colocarem a primeira garfada na boca. 

—Magnífico, como sempre! – Mark nunca guardava os elogios para o outro menino.

E o moreno tinha de admitir, estava mesmo muito bom.

Propriamente dizendo, ali nascia uma admiração imediata que brilhou em seus olhos, enquanto fitava Bambam parado, encantado também com os olhares para sua comida. 

O que claro, não passou despercebido pelos olhos de Mark e Jackson que estavam a usufruir e digerir o jeito um do outro e se tudo desse certo colocariam o plano em prática. 

Já Bambam estava entrando no modo desistência, fitando o rosto do rapaz que agora parecia extremamente feliz devorando o prato de comida que lhe fora servido. 

Resolveu que era melhor deixar as coisas como estavam ou seria muito invasivo. 

Rodeou um pouco em pensamentos até tomar rumo direto para a sala, se sentando no conforto. O que não demorou a acontecer foi a aparição de Yugyeom lá, assustando um tailandês sonolento que jazia na ponta do sofá. 

—Hey... Hm... – Não sabia muito bem por onde começar, arranhando a garganta. – A comida estava muito boa... Digo... – O ruivo apenas abriu um sorriso. 

—De nada. Sei que quer me agradecer. – Mordiscou o inferior quando os olhos de Yugyeom o fitaram com um sorriso brilhante. 

—Isso também, mas queria uma forma de retribuir, se for possível. 

O garoto de cabelos ruivos pensou um pouco. Era meio óbvio que queria algo em troca, mas não queria ser tão direto, mesmo que talvez devesse. Seus lábios se curvaram de maneira serelepe ao tentar pensar em algo, finalmente achando a solução.

— Talvez eu tenha a maneira mais simples de retribuir – Curioso, apenas o observou. – Pode parecer um pouco carente demais, mas... Você pode ser meu amigo, quero dizer...

—Eu aceito. – Os olhos do rapazinho brilharam 

— Estar em contato constante com o chinês é quase um tiro no pé, acredite. Mas só o tenho e quem você está vendo aqui agora. 
 —Você também é amigo de Jinyoung? 

—Hm... Bem... Como posso dizer? Ele não gosta muito de mim e nem eu muito dele. Na verdade, eu não tenho nada contra ele. Mas ele me ajuda quando preciso de verdade de algo. – Bambam suspirou. – Talvez ele ache que eu quero me apoderar do seu irmão. – Yugyeom balançava a cabeça, entendendo. – Sabe, eu só gosto muito dele e ele me considera muito, sabe muito de mim... Mas ele é praticamente um irmão que eu nunca tive. Junior é o melhor amigo dele e eu nunca iria querer me apoderar desse cargo. 

— Eu entendo...

—Mas a gente funciona mais longe do que perto, então assim ficamos. 

— Eu sinto que deveria me lembrar de você. 

—Estamos quites porque eu sequer me lembrava que Mark tinha um irmão. – Ambos riram. 

—Eu acho que só estive um pouco fechado demais para algumas coisas. – Ainda havia mágoa na voz, mesmo sabendo que já fazia algum tempo e nem deveria estar dessa forma. 

Sentia demais e esse era seu problema. 

— Você sabe que não precisa dizer se não se sente confortável, não é? – Seus olhos eram sinceros e Yugyeom chegou a sentir certa palpitação. 

Era exatamente disso que precisava; Pessoas que não perguntassem seus problemas. 

Eram dolorosos demais para ter de se lembrar sempre que alguém fosse intrometido. 

Seu rosto apenas assentiu e assim encerraram a conversa. 

Acabaram por trocar números de celular pela facilidade de contato, o que acabou surpreendendo a ambos sobre como conseguiam

render assunto atrás de assunto, indo até o horário que podiam conversando. 

O que aumentava gradativamente, de semana em semana.

Yugyeom até pensava que era um pouco vazio quando não estava lá conversando com o outro menino que tinha algum tipo de afazer para a metade do dia.

Hey...

Hm...?

Passei em gastronomia, pensei que você quisesse ser o primeiro a saber.

Oh meu Deus, parabéns!

E então quando se viram, um abraço acolhedor foi quem intercedeu ambos. Nada mais que isso. Mas Bambam sabia que aquele perfume amadeirado era seu maior problema. E foi por causa dele que se recusou a soltar-se dos braços de seu amigo, que estranhamente não queria se livrar de seu abraço, ficando ali mais alguns segundos enroscados. 

Quando o afeto acabou, Yugyeom admirou as bochechas rosadas que adornaram a feição que curiosamente estava tímida. Ninguém além dele podia ver aquele rubor que considerava encantador, já que era algo novo. 

Aquele foi apenas o tempo de Jackson parar na beirada da porta e espiar escondido o rosto de seu melhor amigo. 
Conhecia Bambam o suficiente para saber o que aquilo significava e precisava da ajuda de seu namorado para que tudo tomasse um rumo certo. 

Não fazia muito desde que se conheceram, mas Yugyeom era a pessoa mais fácil para se gostar, considerando todas as brechas em que ele dava diante de algumas situações. Chegava até achar estranho o fato de que a atmosfera mudava, mas dizia ser coisa de sua cabeça. Tinha de ser. 

Podia ser que não e queria que não fosse, mas podia ser que fosse e também queria que fosse. 

Nessas duas hipóteses não sabia qual era a que mais desejava.

Gostar do rapaz mais alto estava sendo um belo problema, levando em conta de que estavam ali quase sempre juntos e o contato o fazia descobrir cada vez mais coisas em favor de seu sentimento. E no fim, acabava por se sentir extremamente ridículo e único.

Porém, acabaria esquecendo-se de tudo, uma vez que o rapaz o chamasse a atenção e sentassem abraçados um ao outro no sofá de sua sala para assistir algum filme ou série favorita, o que na maioria das vezes era algo voltado para o gênero de suspense.

Foi assim que na semana seguinte Mark e Jackson chamaram ambos para ir até o cinema assistir algo de terror que havia estreado ou algo parecido com isso.

Não negaram, mas no fundo sentiam que algo estava errado. Mais como uma intuição esquisita. 

E confirmaram apenas quando no local, receberam uma mensagem pesarosa de Jackson que dizia precisar faltar ao encontro e Mark também não poderia comparecer. 

—Já que estamos aqui... 

Bambam até que era fã do gênero, porém assustava-se com tremenda facilidade, ponto que não passou despercebido pelo acompanhante que mal conseguia se concentrar no filme. 

Suas mãos então buscaram as do menor, procurando confortá-lo. O que melhorou, até certa parte em que outro susto o obrigou a levar o rosto encaixado na curvatura do pescoço do mais alto, sem nenhuma intenção diferente. Yugyeom respirou fundo, salientando apenas o fato de sua pele estar formigando de maneira extrema. 

— E-eu... Desculpe, eu me assustei e... – O garoto estava vermelho feito uma pimenta e mesmo no escuro, Yugyeom não conseguia deixar de achar aquilo encantador. Sorriu e por algum motivo, os lábios carnudos do rapaz de fios ruivos acabaram lhe atraindo e sem pensar duas vezes, o beijou. 

E foi nesse momento que o tailandês jurou ter perdido metade do ar que circulava por seus pulmões antes de retribuir o contato. 
Delicado e calmo, não tinha pressa. Não tinha algo que pudesse atrapalhá-los que não fosse o barulho alto do filme que ecoava pelo espaço, mas para eles parecia mínimo e distante. O coração de ambos acelerava e desacelerava em conjunto com os suspiros leves. 

O ruivo nunca pensou que estaria tão feliz quanto naquele momento. 

Ali no escuro, quando terminaram, ambos procuram tentar se focar na íris um do outro. Tentaram se ler, enquanto a respiração se acalmava de maneira suave. 

Bambam tentou se desculpar, mas foi em vão, quando mais uma vez os lábios do outro rapaz grudaram ao seu. 

Estava feliz demais para dizer não.
 


Notas Finais


E aí? O que acharam? Eu logo volto com o segundo capítulo! hehe


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