História Meant to Be - Capítulo Único

Reza a lenda que se um demônio fitar o olhar de um anjo por muito tempo, esvai-se o fogo do inferno e o demônio fica preso até que o anjo desista de salvá-lo. Porque era isso que os anjos faziam. Eles salvavam.

No fundo Meg sabia que ele seria sua perdição, que se afogaria no azul daqueles olhos, desesperada para que ele continuasse a lhe mostrar tudo o que aprendeu com o cara da pizza. Ele por sua vez a segurava como se sua vida dependesse disso, sabia que ela estava presa agora, presa até que ele a deixasse ir, mas ele jamais a deixaria ir.

O cheiro dela era algo inebriante pra ele, perdido em sensações, com o rosto enterrado nos cabelos dela, descendo pela curva do pescoço, sentindo, desejando, provando. Decidiu então provar o gosto, e que o Pai o perdoasse, mas ela era malignamente deliciosa, ele poderia viver apenas do gosto dela. A maciez da pele dela sob o toque de suas mãos, era incomparável, o jeito como ela tremia e suspirava por ele, ele tinha vaga consciência de que aquela pele não era realmente dela, mas até então a dele não era realmente dele.

"Clarence" Ela suspirou. Ele riu. Jamais confessaria mas adorava o apelido, porque tinha sido dado por ela, mesmo que por implicância, ele gostava de achar que ela se importava tanto com ele ao ponto não querer chama-lo como todos os outros o chamavam.

Ela agradecia mentalmente ao cara da pizza enquanto as mãos dele estavam por toda a parte, enlouquecendo-a, fazendo-a queimar por dentro, mas não do jeito que ela estava acostumada, aquele era um fogo terno como um abraço numa brisa de verão, mas também feroz e desesperado. Nada mais seria como antes, ela entendia isso agora, ali, nos braços dele, incapaz de tirar os olhos dos olhos dele, a lenda se provava verdadeira, ela era dele agora.

Ela não se sentiu mal por isso, não lutou como achou que lutaria, apenas se entregou a ele, capturando a promessa silenciosa nos olhos dele, ele também estava se entregando à ela, pra sempre. Ela sentiu um êxtase que jamais imaginou ser capaz, uma emoção profunda que quase não reconheceu, feliz, ela estava feliz, por estar nos braços dele, por ele aceita-la mesmo considerando o que ela era, feliz com o que viu nos olhos dele, amor.

No fim de tudo, Castiel simplesmente era muito bom. E, em seus braços, ela se sentiu boa, também. Ela se sentiu maravilhosa. Agora já não parecia mais estranho ou errado, era apenas certo, ela sentia que havia nascido para estar ali, para senti-lo se movimentando dentro dela, as mãos dele segurando-a forte pela cintura e pela nuca, os lábios dele nos seus e depois em seu pescoço, enquanto ela chegava ao limite, sussurrando o nome dele.