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História Meant to be. - Capítulo 16


Escrita por: joaanak

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 16 - Capítulo 16


(POV MARK)

Depois da consulta com o Dr. Figgins, fui à procura de Callie. Aquela angústia preenchia tudo ao meu redor e eu precisava compartilhá-la com alguém que pudesse fazer com que eu me sentisse melhor. Avistei-a no fim de um corredor, ela estava com Sofia. Ao me ver, Sofia largou sua mão e veio correndo ao meu encontro. Callie veio logo atrás. Apesar de tentar parecer contida, ela tinha uma expressão deslumbrada. Seus olhos reluziam de uma maneira exuberante.

“Você não parece muito bem.” – ela beijou meus cabelos enquanto posicionava Sofia confortavelmente em meu colo – “assim está bom?” –falou referindo-se à cadeira de rodas. Eu assenti.

“Callie, você não faz ideia...” – eu suspirei.

“Eu não faço mesmo.” – ela arregalou os olhos.

Sorri fraco para ela.

“Vamos, agora que começou, termine!” – ela riu.

“O Dr. Figgins me mostrou uma foto. Um homem. E eu o olhei e sei que o conheço, eu sei que sim, mas...” – eu parei.

“Você não sabe quem ele é.” – ela completou minha frase.

Eu concordei.

“Mark...” – ela ajoelhou-se em minha frente – “tudo isso é um processo muito longo, não tem como recuperar tudo o que perdeu de uma hora para outra, é como voltar a ser um bebê: tem que dar passinhos pequenos para no final estar dando passos maiores que suas próprias pernas!” – ela parou para analisar sua metáfora – “mas você vai conseguir. Eu sei que vai.”

Ela me lançou uma piscadela e tascou um beijo em minha bochecha. Após, ergueu-se e pôs-se atrás de minha cadeira, em segundos, começou a me empurrar pelos corredores do hospital enquanto eu conversava incessantemente com Sofia. Minha filha havia deixado de ser apenas um borrão do meu passado; eu começava a enxerga-la com maior clareza do que nunca. As memórias em relação à ela começaram a parecer tão óbvias que eu sentia que era inaceitável sequer ter esquecido algo assim. 

“Eu estou grávida, Mark.” – Callie simplesmente cuspiu as palavras sobre mim.

Eu freei a cadeira e olhei-a. Ela apresentava um olhar culpado.

“Depois do acidente, Arizona perdeu a perna e nós duas achamos que tínhamos perdido você... nós precisávamos de algo para nos apegar novamente. Nós precisávamos de algo que nos ajudasse a voltar a ser... nós.” – ela suspirou – “e então fomos à um banco de esperma... eu sei que talvez tenha sido uma decisão equivocada e que devíamos ter pensado mais à respeito. Por favor, não fique ressentido.”

Callie esperava pela minha aprovação? Ela queria que eu dissesse que estava tudo bem... e eu? Eu só queria digerir tudo aquilo. Callie estava grávida? Eu tinha certeza de que Arizona era uma boa pessoa; as vagas lembranças que esporadicamente me vinham dela eram boas... mas aquilo? Eu não me sentia preparado para dar a minha aprovação para elas terem um filho. Aquele não era o meu dever.

Olhei seu olhar ansioso e apreensivo; senti meu coração pesar.

“Se você e Arizona tem certeza de que é isso que vocês querem para a vida de vocês, eu estou aqui para apoiá-las.”

Callie nem esperou eu terminar a frase para pular em cima de mim em um abraço descomunal cheio de beijos. Sofia juntou-se a ela mesmo sem entender o significado daquilo.

Enquanto minha melhor amiga e minha filha me agarravam em meio ao hospital, no final do corredor, um semblante conhecido entrou na minha linha de visão. Rapidamente, o olhar de Lexie foi de encontro ao meu. Ela me encarava com apreensão, sem saber se devia seguir em frente, ou se devia caminhar até aonde estávamos; Lexie fez uma careta e respirou fundo, por fim, ela suspirou e começou a deslizar até onde estávamos. Por uma fração de segundos, senti meu coração acelerar.

Quanto mais ela se aproximava, mas eu conseguia distingui-la. Ela estava pálida e seus olhos brilhavam. Lexie podia quase assemelhar-se à um ser divino. Ela exalava pureza até em seu estágio mais frágil.

No momento em que Sofia colocou os olhos nela, seu entusiasmo foi de uma magnitude que eu jamais vira. Num segundo, ela levantou-se do meu colo e pulou na direção de Lexie que rapidamente se esticou para impedir que minha filha caísse no chão.

“Lessie!” – ela abraçou-a fechando os olhos.

“Sofia...” – Lexie retribuiu o abraço com ternura.

Callie e eu observávamos a cena calados e maravilhados. No momento em que se soltaram, Sofia aconchegou-se nos braços de Lexie e começou a morder seus próprios dedos; nós três a observamos.

“Vocês dois parecem felizes.” – ela sorriu cortando o silêncio entre nós.

“E estamos...” – foi Callie quem respondeu por nós dois, expressando um sorriso alegre.

Lexie nos olhou curiosa.

“Callie está grávida.” – eu falei quebrando o silêncio enquanto sentia um olhar ferino de Callie vindo em minha direção.

“Mark!” – ela me cutucou.

Lexie ficou boquiaberta arregalando os olhos.

“Isso é... isso é... maravilhoso! Antes de tudo acontecer, você e Arizona comentaram a possibilidade...” – em tentativas frustradas ela procurava palavras – “Callie... eu... eu estou muito feliz por vocês.”

 

Depois de alguns minutos, Callie inventou uma desculpa esfarrapada a fim de deixar Lexie e eu a sós. Ambos ficamos acanhados com a situação, porém, tampouco Callie se foi, Lexie se ofereceu para ir comigo até o meu quarto. Procurávamos assuntos superficiais para conversar. Vez e outra eu via um sorriso formar-se no canto de sua boca enquanto ela falava e a pegava olhando disfarçadamente para mim com o rabo do olho.

Durante o tempo que parávamos seja para conversar com algum conhecido ou apenas para admirar o dia através das janelas do hospital, ela discretamente apertava seus próprios dedos, como se fosse um vício antigo; algo para esconder o nervosismo e a ansiedade. Eu tentava absorver cada pequeno detalhe dela, cada uma de suas manias, a fim de usar posteriormente nas sessões que eu teria com o Dr. Figgins. Quem sabe de que maneira aquilo poderia me ajudar?

Ao chegarmos no quarto, Lexie parecia cansada ao mesmo tempo em que continuava plena. Num momento de idiotice, tentei me exibir para ela ao sair da minha cadeira e caminhar até a cama, no entanto, minhas pernas começaram a oscilar e eu conseguia ouvir claramente a voz de Callie em minha cabeça soltando um irônico “eu te avisei”; sim, ela havia me avisado que eu devia ter seguido com a fisioterapia para ter forças nas pernas depois de tanto tempo deitado, mas eu estava tão acomodado e acostumado com minha cadeira de rodas que mal lhe dei ouvidos. Em minha cabeça, eu conseguiria andar no momento em que eu quisesse. Eu quase podia ouvir sua gargalhada em minha cabeça.

Respirei.

Agarrei o metal da cama e vi Lexie se aproximar rapidamente de aonde eu estava segurando meu braço. Ficamos há poucos centímetros um do outro. Eu conseguia sentir sua respiração colidir contra a minha pele quente.

Lentamente, virei minha cabeça em sua direção e encontrei os seus olhos me encarando prontamente. Sem querer, me peguei olhando no fundo seus olhos.

Olhos negros como o céu numa noite sem estrelas.

Aqueles olhos que eu já vira incontáveis vezes, aqueles olhos que me perseguiram em tantos sonhos, aqueles olhos que eu secretamente desejei durante anos.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo e, se gostaram, deixem seu comentário, favorite a história ou recomende pros amigos! Logo posto mais s2


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