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História Meant to be. - Capítulo 18


Escrita por: joaanak

Notas do Autor


Espero que gostem do capítulo! :)

Capítulo 18 - Capítulo 18


(POV LEXIE)

“Meredith, ele não pode simplesmente, puft, ter se lembrado de tudo... isso é... isso é medicamente impossível!” – comecei a aumentar o tom de voz a fim de descobrir algo a mais sobre o que havia acontecido; e, apesar de meu desespero aparente e de meus protestos sensatos, Meredith mal me dava ouvidos. Ao invés disso, minha irmã encontrava-se recostada à janela do seu quarto comendo entusiasmadamente o pudim de chocolate que Amelia havia feito antes de sair de casa naquela manhã.

Ela revirou os olhos.

“Lexie, eu estou te contando o que aconteceu. Estou contando o que Arizona Robbins me contou e o que o hospital todo está falando... ele simplesmente, puft, se lembrou de tudo.” – ela deu mais uma colherada no pudim, saboreando-o – “April, você pode, por favor, confirmar que foi isso que aconteceu.”

“Foi isso que aconteceu, Lexie.” – a ruiva assentiu ligeiramente com a boca cheia de pudim de chocolate.

A noite passada havia sido intensa. Tudo começou com a chegada de April à casa de Meredith para nos informar da volta de memória repentina de Mark. Depois da notícia em si, pouco me lembro dos eventos que sucederam; apesar dos meus argumentos que visavam me levar até Mark, ambas permaneceram duras comigo e impediram minha saída daquela casa. Quando Amelia chegou, perto das duas da manhã, ouvi Meredith saindo do quarto e indo ao seu encontro. Eu mal conseguia pregar os olhos e a vontade de abordar a outra Shepherd chegava a ser embaraçosa; no entanto, April estava sentada ao meu lado na cama mexendo em seu celular, assegurando-se de que eu não sairia dali. Naquela manhã quando eu acordara, as duas já cochichavam baixinho sem tirar os olhos de mim e assim havia seguido a primeira parte daquele dia.

Enquanto eu andava impaciente de um lado para o outro, April já havia se apoderado da cama king size de Meredith alegando que seus pés doíam demais para ficar sentada e eu apenas conseguia olhava-as estupefata sem acreditar que tamanho desinteresse pela vida (e cérebro) de Mark Sloan fosse possível. Senti meu estômago revirar.

“O seu marido é neurologista, Meredith! Ele deve saber alguma coisa a mais... vamos lá, você tem que me falar tudo o que sabe.”

Ela bufou.

“Cristina está lá, Lexie. E assim que deixar o hospital, ela virá aqui para nos dar notícias. Pelo amor de Deus, se acalme garota.” – minha irmã deu outra colherada em seu pudim oferecendo-o para mim em seguida.

Eu neguei.

 

Quando Cristina finalmente chegou, eu já não aguentava mais ouvir Meredith e April tagarelando sobre suas respectivas gravidezes. Tentei focar em Cristina que encostava-se exausta no batente da porta; ela apresentava seu típico semblante neutro enquanto seus olhos tinham uma expressão triste. A morena abriu a boca para falar e calou-se. Ficou parada na porta olhando para nós três.

“Lexie... eu sinto muito.”

Senti meus batimentos cardíacos acelerarem descompassadamente. Os olhares de Meredith e April miraram no mesmo segundo em minha direção enquanto elas cobriam a boca para impedir que o horror que as invadia me afetasse.

Tudo parou de fazer sentido. Senti lágrimas começarem a se formar no canto de meus olhos e comecei a ofegar. Minha cabeça começou a girar e senti o estômago doer mais que o normal.

Foi quando Cristina começou a gargalhar descontroladamente.

“Ah me poupem, vocês três! Eu só estou brincando.”

“CRISTINA!” – Meredith berrou arrancando um travesseiro das costas de April e acertando em cheio na cara da amiga – “qual é o seu problema?” – ela gritou violenta.

Eu ainda não conseguia respirar.

“Sabe, Lexie...” – ela falou entrando no quarto e sentando-se na cama junto à April e Meredith, que lhe acertou um soco no braço – “você está muito tensa com tudo que está acontecendo, precisa rir um pouco, se desestressar, viver uma vida longe do hospital, dessa sua irmã maluca e das paranoias da Kepner... hoje a noite, nós duas vamos ao Joe’s e tomaremos um porre de tequila. Um porre daqueles que a gente saí vomitando até o cérebro e não lembra de nada no dia seguinte.” – ela piscou para mim.

Lentamente, Cristina virou a cara para Meredith e April.

“Eu até convidaria vocês duas, mas vocês estão grávidas... grávidas não são permitidas no nosso superclube das garotas. Poderia convidar você, Mer... mas Lexie precisa de um sossego de você. E Kepner?” – Cristina estremeceu.

Meredith riu.

“Eu odeio estar grávida.” – April bufou afundando a cara no travesseiro.

Nossos olhares se voltaram à ela.

“Eu tenho estrias e celulite!!! Não posso mais beber nem comer nem me estressar... Meus peitos estão caídos... e durante o sexo, Jackson nem olha meus peitos! Isso é quando tem sexo, porque com um bebê enorme na minha barriga, vocês acham que é fácil fazer sexo? NÃO TEM SEXO QUANDO SE ENGRAVIDA” – ela gritava – “ele nem sente tesão pela minha bunda e ele sempre sentia...”

Meredith calou-a passando sua mão sobre sua boca.

“Cale a boca, Kepner.” – Cristina gritou – “ou eu vou precisar uma lavagem cerebral.”

“Somos duas.” – eu concordei.

“Eu faço sexo com Derek normalmente.” – Meredith falou pensativa.

Nós três rimos enquanto April permaneceu melancólica.

“Aliás, Mark pediu de você.” – Cristina falou enquanto roubava o pudim de chocolate das mãos de April – “ele falou algo sobre você ter olhos bonitos...”

“E você disse o que?” – pedi esperançosa.

“Que ele precisava de óculos.”

“Cristina!” – eu gritei furiosa.

Ela saiu do quarto rindo e comendo o pudim de April, que passou o resto da tarde lamentando-se sobre aquele ter sido o melhor pudim que ela já havia comido na vida.

 

A resiliência é a capacidade de um indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas sem entrar em surto psicológico, dando condições para enfrentar e superar adversidades. Eu havia lido aquele termo num dicionário alguns anos antes e, por algum momento, no dia hoje, essa palavra ficava martelando insistentemente em minha cabeça.

Resiliência, Lexie. Seja resiliente. 

Quando Meredith e April finalmente me deixaram ir para o hospital, já era noite. No caminho até lá, eu tive a chance de parar e repensar tudo que havia acontecido até o momento; não apenas naquele dia, mas nos últimos meses. Meu namorado havia sofrido um acidente de avião, entrou em coma; saiu do coma depois de cinco meses e não sabia quem eu era; eu havia pirado, virado anêmica e meio depressiva. Meu namorado recuperou a memória. Basicamente, eu podia definir tudo o que acontecia em minha vida numa equação: para cada duas notícias ruins, eu ganhava uma notícia boa. Era inevitável que uma lágrima não se formasse no canto de meu olho e, naquele momento, eu apenas ansiava para deixar para trás tudo aquilo que me atormentava nos últimos meses.

 

Ao chegar no hospital, notei de cara que o movimento ia ficando cada vez mais tácito; mal se ouviam as enfermeiras fazendo fofoca em quartos adjacentes ao que eu fazia visita aos pacientes. Tudo parecia silencioso demais.

Caminhei por várias horas na tentativa de ocupar minha mente com algo que não fosse Mark Sloan. Quando finalmente parei por alguns minutos no saguão, uma gargalhada deliciosa ecoou pelos corredores aproximando-se esporadicamente de aonde eu me encontrava. Passos pesados vinham cada vez mais rápido à minha direção e então, a silhueta da pequena Sofia apareceu há poucos metros de mim demonstrando um sorriso de orelha à orelha.

“Lessie!” – ela correu até aonde eu estava me envolvendo num abraço caloroso e tascando um beijo em minha bochecha.

“Calma aí, Sofia.” – a voz de Mark irrompeu em minha direção me fazendo estremecer. Não sei se era o fato de agora ele lembrar de tudo ou era aquele olhar que ele me lançou quando havia saído do meu quarto na última vez em que nos vimos, mas, ao vê-lo, todos os pelos em meu braços enrijeceram.

Mark delicadamente aproximou-se de aonde eu e Sofia nos encontrávamos e acariciou o cabelo da filha.

“Sofia gosta de você, Lex.” – eu arrepiei ao ouvi-lo me chamar de Lex.

Assenti com um sorriso.

“Eu... eu gosto dela também.” – gaguejei sem saber como havia conseguido encontrar voz.

Ele balançou a cabeça e apoiou-se no corrimão que havia perto. Permanecemos quietos enquanto observávamos Sofia correr em círculos e cair ininterruptamente divertindo-se consigo mesma. Mark abriu a boca pronto para falar algo e parou.

E então respirou.

“Eu lembrei, Lex.” – ele se interrompeu – “eu lembrei de tudo.”

Mark abaixou os olhos, envergonhado.

“Você não tem culpa...” – eu sussurrei.

“Eu sei... mas eu não estive aqui quando você precisou de mim, Lexie.” – ele suportava um olhar vago e fixo para a parte de baixo do hospital. – “você esteve aqui o tempo todo para mim e quando você mais precisou, eu não estava. Eu nunca vou me perdoar por isso.”

Vi seus olhos marejarem e senti um aperto em meu peito e uma vontade incessável de tê-lo em meus braços. Me contive e delicadamente, pousei minhas mãos sobre seu rosto, acariciando-o.

“Está tudo bem, Mark Sloan. Vai ficar tudo bem.”

 

Cerca de meia hora depois, quando ele e Sofia haviam ido embora, eu me sentia atipicamente leve. Não me sentia estremecida ou ressentida com Mark do jeito que achei que iria ficar, do contrário, pela primeira vez em meses, eu senti que a equação em que minha vida encontrava-se envolvida, estava finalmente virando ao meu favor.


Notas Finais


Se gostaram, deixem suas opiniões/críticas/comentários e divulguem a fanfic.
Logo posto mais.
Beiju. <3


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