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História Meant to be. - Capítulo 22


Escrita por: joaanak

Notas do Autor


MEUS AMIGOS VOLTEI! Gente, pra alegria de vocês, postei o capítulo 22; pra tristeza de vocês, não sei quando sairão os próximos capítulos. Conforme falei no capítulo anterior, tá na hora de incorporar a Shonda Rhimes e dar um pouco de ação pra essa história (não me matem!!!!). Prometo que tudo tem um motivo e que no final dessa história cês vão amar, viu?

PS. Usei varias citações de Grey's nesse capítulo.

Capítulo 22 - Capítulo 22


(POV APRIL)

 Existem dias em que sentimos que algo está errado no exato instante em que abrimos os olhos. É um pressentimento difícil de explicar... uma sensação estranha que pode vir através de um incômodo na parte superior do abdome, uma dor incomum na cabeça ou até um arrepio que percorre por todo o nosso corpo. Pensei em ligar para Arizona e conversar sobre esse sentimento esquisito, mas rapidamente me lembrei que ela estava em um congresso de cirurgia fetal na Suíça. Bufei por ter que guardar esse desconforto comigo mesma.

Com relutância, esfreguei os olhos e me forcei a levantar da cama. O dia estava chuvoso; era metade de agosto. Harriet ainda dormia e achei que fosse a oportunidade perfeita para começar a preparar meu café. Havia umas três semanas que eu não falava direito com Jackson, para ser exata, desde o dia em que ele havia saído de casa. Pensando agora nos motivos que me levaram a tomar aquela decisão, concluo que foi algo extremamente ousado, e sinceramnete, movimentos ousados são aterrorizantes porque podem acabar em nada além de lágrimas e corações quebrados; no entanto, as vezes tudo o que precisamos é sair da nossa zona de conforto... ter uma nova perspectiva, e nem sempre conseguimos ver isso, porque, bem… você precisa de uma nova perspectiva para perceber isso.

Fechei os olhos e tomei um gole do meu café enquanto observava o movimento dos carros pela janela.

 

Flashback On

Harriet já havia dormido e ele estava sentado no sofá. Me aproximei lentamente e tomei lugar ao seu lado.

Respirei fundo.

“Jackson?”

Por mais que ele não quisesse admitir, nós dois sabíamos que aquilo não estava mais dando certo.

“Preciso falar com você.”

“Sim?” – ele falou sem tirar os olhos do celular.

“Eu te amo, Jackson. E é por te amar que tudo se torna tão difícil. ” – senti minhas bochechas corarem e vi meu marido respirar lentamente; no fundo ele sabia o que estava por vir – “no seu último aniversário eu desejei que você fosse imensamente e constantemente feliz, e esse desejo sempre irá prevalecer; eu quero que você seja feliz, não importa aonde ou...” – eu engasguei – “com quem. Mas eu preciso ser egoísta e pensar em mim; pensar na minha felicidade, e no momento, a minha felicidade não se encontra perto de você. Do contrário, a cada dia, eu venho perdendo pedaços de mim pelo caminho e tenho tentado... eu tenho tentado me refazer, eu só... não consigo.” – respirei fundo sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto – “eu não consigo mais, Jackson.”

“Eu sinto muito.” – choraminguei.

Ele assentiu e me abraçou.

“Você precisa ir embora.”

Flashback Off

 

Ele havia partido naquele dia sem falar uma palavra sequer. No dia seguinte, enquanto preparávamos as coisas para o chá de bebê de Callie, Meredith discretamente comentou que Jackson estava com Mark e Lexie, o que me deixava mais aliviada.

Após aquele dia, eu poderia afirmar com clareza que a atmosfera ao meu redor estava calma.

Calma demais.

No entanto, quando coisas ruins acontecem... acontecem de repente, sem aviso. Elas te atingem do nada; raramente conseguimos ver a catástrofe se aproximando. 

Mas como eu já falei, eu sabia que havia algo de errado.

 

(POV CRISTINA)

 Cheguei sonolenta no hospital; entre um bocejo e outro nem dei muita atenção para o que acontecia ao meu redor. O plantão da noite anterior havia acabado comigo; eu deveria estar dormindo, entretanto, ali estava eu.

Novamente.

No momento em que meu pager bipou há meia hora, mal tive tempo de olhar o que acontecia, pulei na primeira roupa à vista e vim para o hospital. Eu estava exausta e minha visão estava turva. Apenas quando Alex apareceu aflito em minha frente gritando palavras como “doutora”, “bebê” e “acidente grave”, foi que notei que o saguão estava um caos.

Enfermeiras correndo de um lado para o outro; médicos com um semblante apavorado e um pânico inexplicável por todos os lados.

“Teddy precisa de você.” – ele gritou e eu saí correndo.

 

(POV JACKSON)

 Me aproximei das escadas e vi Mark sentado. Aflito. Tentando conter as lágrimas de desespero que ele não conseguia mais evitar; sentei-me ao seu lado e permanecemos em silêncio. Eu sabia que quando ele se sentisse preparado para falar, ele falaria.

Mark era como um pai para mim. Talvez um irmão mais velho. Não é à toa que quando April pediu a separação, ele foi a primeira pessoa a quem recorri, mesmo que eu já tenha namorado Lexie. O carinho que eu sentia por ele era inexplicável e vê-lo nessa situação me deixava devastado.

“Foi um caminhão.” – ele finalmente falou – “ela bateu contra um caminhão.”

Ele pigarreou.

“Era noite de plantão; devia estar exausta... cansada... e dormiu... dormiu por alguns segundos e perdeu o controle do carro, foi para a outra pista. Acertou em cheio.” – Mark fez uma pausa – “falaram que não sobrou nada do carro. Outros três carros se envolveram no acidente. Nove pessoas gravemente feridas... porque ela dormiu.” – ele falou essa última frase com raiva enquanto socava o parapeito da escada.

“Ela ainda está viva, não está?” – eu falei tentando reacender sua esperança – “e Teddy, Yang, Amelia, Hunt, Richard e Bailey estão na cirurgia com ela. Você não deve perder as esperanças.”

Ele forçou um sorriso.

“O bebê... ele não... não...” – sua voz foi sumindo.

“Eu soube. Sinto muito, Mark.”

Ele enxugou uma lágrima tímida que escorri pelo seu rosto.

“Eu também.”

 

(POV CRISTINA)

 Dentro do centro cirúrgico, o tempo perde o significado. No meio de suturas e de salvar vidas vinte minutos facilmente se tornam vinte horas.

Dentro do centro cirúrgico, cirurgiões fazem o tempo voar.

O monitor cardíaco estava normal. Com o rabo do olho eu buscava observar cada um que estava naquele lugar e pude perceber que a maioria estava tão aflito quanto eu;

Apesar de ninguém admitir, todos estávamos morrendo de medo; as gravidades dos ferimentos eram absurdas e por mais que eu tentasse me manter positiva... bem...

Uma hora se passou.

Duas horas.

Três horas.

Seis horas... ops. Sangramento incontrolável. Acidose. Hipotermia. Existe uma coisa que nós cirurgiões chamamos de “tempestade perfeita”, é uma expressão que se refere à quando tudo que pode dar errado, dá errado. E sinceramente? Naquele momento, nós estávamos no momento de uma tempestade das grandes.

Você para.

Você se afasta.

Você deixa o corpo descansar e vê se pode achar uma solução para o caos que está acontecendo.

Uma vez que o caos diminui, temos que voltar. Olhar outra vez. Temos que nos perguntar: esse corpo pode ser consertado? Se o trabalho foi feito certo, ele pode. Nós paramos o sangramento. Controlamos os danos. Nós fazemos o corpo ficar inteiro novamente, mas não importa o quão forte tentamos, temos que perceber que simplesmente não pode ser consertado.

Respiramos fundo. Todos nós.

O monitor cardíaco parou.

Senti meu coração parar também.

Não consigo lembrar com clareza do que aconteceu em seguida; vozes exaltadas, horror, todos gritando ao mesmo tempo. Perdi a cabeça e me encolhi num canto do centro cirúrgico junto à Bailey. Ficamos observando Richard e Hunt tentar, em vão, trazê-la de volta.

Foram intermináveis trinta e cinco minutos de tentativas frustradas.

Cirurgiões lutam. Nós lutamos contra a morte. É o nosso negócio. Mas eventualmente, não temos como evitar o inevitável.

Nós podemos vencer a batalha, mas nós nunca ganharemos a guerra. O truque é cair lutando. E se você cair, todos caem juntos.

 

(POV MARK)

Tem uma coisa que dizemos quando um paciente morre; nós falamos para a família do paciente: “Sinto muito pela sua perda”. É uma frase vazia. Ela nos deixa ter empatia sem nos forçar a nos sentir devastados. Nos protege de sentir dor. Dizemos isso na esperança que ofereça algo; algum tipo de conforto ou algum tipo de paz. Algo bom. Algum pedacinho da beleza no meio de um lugar escuro.

Quanto a dor? A dor chega de todas as formas possíveis. Nós só temos que sobreviver a ela; esperar que ela vá embora sozinha, esperar que a ferida que a causou, cure. Não há soluções, tampouco respostas fáceis. Você só respira fundo e espera que essa dor vá diminuindo. Nos anestesiamos, sobrevivemos a ela, a abraçamos, ou a ignoramos.

 

Quando Richard Weber saiu do centro cirúrgico juntamente à Hunt e Amelia, eu soube que algo estava muito errado. Eles tinham aquele olhar; o mesmo olhar que eu já exibira inúmeras vezes anteriormente quando ia falar com a família de um paciente.  

Sinto muito pela sua perda.

Pude prever as palavras antes mesmo delas saírem de suas bocas.

Em alguns dias, o mundo parece estar todo do avesso. E então de alguma maneira… improvável e quando você menos espera… as coisas começam a se endireitar novamente.

“Mark!” – um grito irrompeu pelo saguão do hospital. Todos nós olhamos para a porta principal a fim de ver Lexie correndo em nossa direção – “eu vim assim que soube. Como ela está?” – ela perguntou olhando assustada para todos nós – “como está Callie?”

Todos permanecemos quietos.

O silêncio falou por si só. 


Notas Finais


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