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História Measuring Time - Capítulo Único


Escrita por: SuzumeSan

Notas do Autor


EAI GALERINHAAAAA (σ≧▽≦)σ
Eu, como romântica incurável assumida, não consigo me conter diante de universos alternativos sobre almas gêmeas, então esses dias, quando tava procurando umas prompts no tumblr e encontrei essa lá no meio, soube na hora que precisava escrever algo sobre ela. Aí TCHARAN, foi assim que vcs acabaram perdidos aqui (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧
Eu particularmente shipo Jenlisa né, mas como essa one é um presente pra minha mozão @BlairBRG (que inclusive escolheu o ship), abri uma exceção. Amo vc mesmo que você shippe Chelisa, mozão <3 <3 <3
É isso :3
Espero que gostem

Capítulo 1 - Capítulo Único


 12 horas, 00 minutos, 47 segundos.

 Soltei um longo suspiro, voltando a pressionar o pulso contra o peito. Só me restava meio dia, e eu ainda não fazia ideia de como agir quando a encontrasse. Desajeitada, virei na cama e olhei através da janela aberta, para as nuvens cinzentas que se precipitavam no céu. Devia passar de duas da manhã e eu ainda estava acordada.

 Coçando de ansiedade, levantei o pulso direito pela vigésima vez só naquela madrugada e arrisquei outra espiada no relógio. Onze horas, 58 minutos, 34 segundos. Com a mão esquerda, alisei o pequeno visor acoplado ao meu braço, sentindo-o pular ao mesmo passo acelerado dos meus batimentos cardíacos. Meu sangue era sua engrenagem.

 11 horas, 57 minutos, 16 segundos.

 O relógio sempre esteve lá. Antes de mim, esteve nos meus pais, e nos pais dos meus pais. Na verdade, começaram a surgir muito antes, embora eu não soubesse dizer quando ou sob quais contextos. Tudo o que eu sabia era que o visor digital mostrava dias, horas, minutos e segundos, e que contava regressivamente desde o nascimento até o primeiro encontro com sua alma gêmea.

 Em teoria, o relógio era algo lindo, romântico, um milagre, e quando os números zeravam completamente, continuar procurando pelo amor era inimaginável, chegava até a ser ultrajante – afinal, por que o fazer quando sua alma gêmea estava logo ali, na sua frente? Isso até que as exceções começaram a aparecer no mundo todo; contagens interrompidas abruptamente, almas gêmeas que não se apaixonavam, relógios zerados no meio de uma noite solitária, ou até mesmo uma contagem finalizada diante de um alguém que já possuía uma alma gêmea. Estes, tachados como quebrados ou até mesmo defeituosos, eram a prova viva de que nem mesmo um relógio mágico poderia determinar o que era amor.

 Pesarosa, grudei o nariz no meu próprio relógio. O que eu encontraria quando ele chegasse ao fim? Ele chegaria ao fim?

 Onze horas, 53 minutos, 25 segundos. Medir o tempo daquela forma me cansava, mas era tão vicioso quanto qualquer droga. Esgotada, fechei os olhos e abracei o punho direito. Era como se meu coração pudesse arrebentar meu peito a qualquer instante.

 Estava perto.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

 Um minuto, 37 segundos.

 Minhas pernas tremiam enquanto minhas mãos suavam aos montes. Nervosa, enxuguei-as no tecido da minha saia e engoli em seco; a sensação de estar prestes a encontrar minha cara metade era pesada demais, aterradora, e eu não conseguiria fazer aquilo, não conseguiria.

 Um minuto, 29 segundos.

 Percorri o olhar por toda a cafeteria, completamente ciente da baixa iluminação de teto, dos aromas misturados de café e pão, da colônia barata que o garoto ao meu lado usava. Minha perna balançava inquieta e minha cabeça, num constante e insistente movimento, continuava virando de um lado para o outro. Os rostos ao meu redor difundiam-se e embaralhavam, e apenas pelo modo como eu agia, eles sabiam.

 Em algum lugar dentro daquelas quatro paredes, alguém tinha a mesmíssima contagem regressiva no pulso. Alguém estava sob a mesma pressão que eu.

 Um minuto, seis segundos.

 Jennie uma vez me disse que eu devia estar animada, não nervosa. Ainda com a perna inquieta, fui impelida a levantar por uma voz grave, vinda de lá do fundo da minha cabeça. Minhas mãos tremiam com tanta intensidade que tive que grudá-las dos lados do meu corpo, e quando o fiz, meus dedos enroscaram-se na barra da saia, nervosos.

 44 segundos.

 Olhei para a parte interna do meu punho. 30 segundos. Quatorze segundos nunca tinham voado tão rápido antes. Mastiguei meu lábio inferior nervosamente enquanto as pessoas ao meu redor sorriam encorajadoramente e me acompanhavam com o olhar, tão ansiosas para conhecer minha alma gêmea quanto eu.

 Faltavam 25 segundos. A mesma voz ressoante empurrou-me para o centro da cafeteria, e enquanto eu serpenteava entre as mesas, senti como se pudesse explodir. A cada passo dado, meu estômago parecia despencar, tão fundo quanto um balde de poço, e meus dentes cravavam-se com tanta força no meu lábio que era possível sentir o gosto metálico de sangue esparramar para dentro da minha boca a partir dos furos abertos na carne.

 O ritmo do meu coração continuava rápido, apressado, mais rápido, correndo, rápido, rápido, rápido.

 Dez segundos. Anestesiada, olhei frenética e esperançosamente ao meu redor, procurando por alguém que estivesse tão nervoso quanto eu. Alguém que estivesse indo de encontro ao próprio futuro sem qualquer senso de direção, tanto quanto eu. Mas onde estava?

 O pânico de que eu fosse uma defeituosa começava a inundar. Frustrada, envolvi o relógio com a mão esquerda, sentindo meu peito gelar; não queria ver o momento em que os números harmonizassem, mas ainda assim, espiei o visor entre os meus dedos enquanto a contagem regressiva chegava ao fim.

 Meu coração havia desistido completamente. Parei de andar, acomodando-me mais à esquerda da cafeteria, e olhei em volta, esperando. Apenas esperando. Tudo estava prestes a mudar.

 Inspirei fundo.

 0000 dias, 00 horas, 00 minutos, 00 segundos.

 O primeiro toque sobre o meu ombro foi suave feito pluma, tão leve que duvidava ser capaz de senti-lo caso meus sentidos não estivessem tão aguçados quanto estavam. O toque se repetiu, daquela vez com mais intensidade, e só então despertei-me do meu torpor. Eu não estava imaginando.

 Girei rapidamente sobre os meus pés. Meus olhos escuros imediatamente encontraram íris comuns, de um tom claro de castanho puxado para o avelã, e logo me vi admirando o formato delicado de seus olhos. Desci minha atenção para o seu nariz, demorei-me sobre seus lábios rosados, então segurei-me para não continuar descendo o olhar.

 Era uma menina. Não, não uma menina: era a pessoa mais linda que eu já tinha visto em toda minha vida. Encantada, analisei sua pele completamente livre de imperfeições, depois olhei para seus longos cabelos, cujas pontas ondulavam-se sutilmente. Eu já tinha visto diversas garotas com cabelos tingidos antes, muitas arriscando e acertando ao assumir as madeixas ruivas, mas o tom de laranja dos cabelos daquela menina... Aquela cor era única. Complementava tão, tão bem a sutileza de seus traços.

 Meus dedos formigavam com o desejo de tocá-la. Constrangida, mirei o chão, torcendo ainda mais o tecido da minha saia entre as mãos suadas. Meus ombros pareciam ter se aliviado apenas com a presença dela, e quando ela sorriu, soube que era algo recíproco.

 Rindo de canto, soltei o ar que não percebi estar segurando.

 - Olá, amor – ela exclamou entusiasmada, acenando brevemente com a mão esquerda; pude capturar o visor em seu pulso enquanto ela o movimentava, completamente zerado – Parece que somos almas gêmeas então, uh?

 Enquanto as palavras me escapavam e eu permanecia ali, apenas encarando-a de volta, a única coisa na qual eu pude pensar foi “Ainda bem que me depilei essa manhã”.


Notas Finais


Espero que tenham gostado (▰˘◡˘▰)
Ficou curtinha mas tá valendo. Amo vcsss <3


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