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História Medicine - Hold Me Down


Escrita por: leonhardtprice

Notas do Autor


Música do capítulo: Hold Me Down - Halsey

Aviso de gatilhos do capítulo: Lembranças de experiências traumáticas, TEPT, Terror noturno

Capítulo 6 - Hold Me Down


Chapter VI – Hold Me Down

 

17 de outubro de 2013

Os últimos dias não haviam sido fáceis para Max, foram cansativos na verdade. Um fato curioso, visto que a garota havia passado a maior parte do tempo em casa, deitada ou assistindo algo com Chloe, tendo saído apenas uma vez para ir ao shopping com ela a fim de comprar algumas roupas novas para a garota punk. Estar em lugares públicos havia começado a causar uma ansiedade à Maxine que ela não conhecia antes de tudo o que aconteceu, ou que pelo menos nunca havia sido tão forte. A morena sentia como se andasse com uma grande seta vermelha e brilhante apontando para ela, sem contar os momentos em que quase começava a ter ataques de pânico ao ver qualquer homem moreno e de óculos que lembrasse Jefferson.

Maxine ainda não conseguia segurar sua vontade interna de procurar por quaisquer informações sobre Arcadia Bay, acabando por ceder ao impulso. Entre listas com nomes de corpos identificados, se sentia de certa forma aliviada por não encontrar nomes familiares – por mais que houvesse um nome em específico que a garota ansiava por encontrar ali. Era um sentimento novo para ela, desejar tanto a morte de alguém; e ela quase se sentia culpada por isso. Quase.

Max obviamente não conseguiu evitar seus pais por muito tempo, mas eles provavelmente tomaram consciência do quão invasivos estavam começando a ser – mesmo que acidentalmente –, fato percebido pela morena ao não ter levado uma enxurrada de perguntas sobre o tornado ou até mesmo sobre Mark Jefferson, principalmente no meio do silêncio na mesa de jantar nos últimos dias – local especialmente propício para conversas e assuntos que poderiam a deixar desconfortável.

A comunicação entre eles, contudo, se restringiu à Vanessa procurando puxar assunto com a filha e conversando um pouco com Chloe logo após perceber que não tiraria muitas palavras de Maxine. Ela perguntou sobre como as coisas estavam com Joyce, se ela havia continuado a trabalhar no Two Whales durante todos aqueles anos, e coisas do tipo, além de chegar a falar sobre o fato de Chloe não estar dormindo no quarto de visitas. A garota de cabelos azuis até tentou encontrar uma explicação plausível para aquele momento, mas Max respondeu antes mesmo que a garota pudesse começar a falar algo, dizendo com o menor número de palavras possíveis sobre como estava tendo alguns problemas para dormir, e que não gostaria de ficar sozinha.

Max sabia que Chloe também não estava em plenas condições de ficar confortável ao manter uma conversa por muito tempo, mas não deixou de perceber que a garota punk ainda se esforçou durante suas conversas com Vanessa nos jantares, não apenas por conta da mulher sempre ter sido muito amigável com ela da mesma forma que Joyce era com Maxine, mas também pelo fato de que em algum momento teria que explicar – isso se ela não percebesse antes – que não pretendia voltar para Arcadia Bay. Claro, Joyce já havia mencionado em uma das mensagens trocadas com Chloe nos últimos dias que procuraria mandar uma pequena quantia da conta poupança para a garota por mês, e parte disso com certeza iria para as despesas da casa de Max, mas já havia passado pela mente da garota de cabelos azuis a necessidade de arrumar algum emprego em breve (“em breve” sendo equivalente à “em algum momento futuro desconhecido, depois que pelo menos uma parte dos efeitos – mentais e físicos – dessa merda toda passar”).

Era por volta de sete da noite, e as garotas estavam sentadas à mesa, Vanessa terminando de organizar os pratos e as panelas de arroz e de estrogonofe, enquanto Ryan pegava os talheres e copos. Max deixou que Chloe se servisse primeiro, sabendo que aquela era a comida favorita da garota punk, e servindo a si mesma logo em seguida, não se dando ao trabalho de colocar muita comida no prato. Ela gostava de praticamente qualquer coisa que sua mãe cozinhava, mas simplesmente não conseguia comer muito ultimamente, por mais que não estivesse tendo tantos problemas com pesadelos nas últimas noites.

Depois do sonho que teve com Rachel, suas noites de sono se resumiram em sonhos relativamente angustiantes, confusos, ou simplesmente nenhum sonho, mas nada o suficiente para lhe causar o tão familiar terror noturno ou ataques de ansiedade; geralmente apenas acordaria extremamente mal psicologicamente e tentaria voltar a dormir abraçada com Chloe numa tentativa de se acalmar.

“Max, querida...” A voz de sua mãe interrompeu seus pensamentos, Maxine apenas então percebendo que estava distraída olhando para um ponto qualquer na mesa e ainda não havia nem encostado nos talheres. Ela nem precisou olhar para Vanessa para saber que aquela era uma indireta delicada para que ela tirasse o cotovelo da mesa e começasse a comer, e a garota assim o fez. Ela procurava se forçar a dar mais garfadas na comida mesmo que não estivesse com fome, facilmente se distraindo em seus pensamentos ou olhando para Chloe, que ofereceu um leve sorriso ao perceber o olhar de Max.

Todos estavam quase terminando de comer enquanto Maxine ainda estava na metade do prato. “Max, tem uma coisa sobre a qual eu e seu pai precisamos conversar com você.” Vanessa começou a dizer, depois de alguns minutos de silêncio na mesa, e ambas as garotas podiam sentir o que estava por vir. Max encarou sua mãe por alguns rápidos segundos antes de voltar sua atenção para o prato de comida enquanto apoiava sua cabeça em sua mão, seu cotovelo na mesa. Ela não conseguiu dar mais nenhuma garfada, apenas empurrava a comida de um lado para o outro no prato.

“Nós vimos hoje...” Vanessa continuou, ocasionalmente olhando para Ryan como se pedindo ajuda para escolher suas palavras. “Certas... coisas sobre o seu professor em Blackwell, Mark Jefferson.”

Max fechou o punho ao redor do garfo que segurava ao ouvir aquelas palavras, e a garota poderia jurar que entortaria o talher se continuasse o apertando com tanta força. Não apenas era desnecessário para ela que sua mãe falasse disso, mas também dispensável que mencionasse o nome de Jefferson. “Nós precisamos saber se ele... Fez algo para você... Com você.” Vanessa completou, procurando selecionar cada uma de suas palavras.

A garota morena suspirou baixo, não sabendo se seu sentimento de angústia com as memórias eram maiores do que a irritação dela no momento pela necessidade de seus pais de a lembrarem de tudo o que aconteceu, por mais que ela soubesse que eles não tinham como saber ou como evitar isso, e que não estavam sendo invasivos propositalmente. Max só precisava direcionar seus sentimentos negativos a alguém, e agora entendia aquela necessidade que Chloe também já teve.

Maxine tinha várias respostas para a fala de Vanessa, contudo, e todas elas passaram pela sua mente naquele momento. Se Jefferson havia feito algo com ela? “Ele apenas me sequestrou, me deixou em cativeiro enquanto me drogava e tirava fotos minhas, matou a pessoa mais importante para mim com um tiro na cabeça e mesmo ela estando do meu lado agora, aquela lembrança – ou seria imagem? – não sai da minha mente mais. Também posso falar do que ele fez com outras garotas, começando por ele ter manipulado uma garota quase vinte anos mais nova que ele que agora está morta e enterrada.” Foi uma das réplicas que passou pela cabeça de Max. Não foi, contudo, o que ela disse.

“Ele não precisa ter feito algo pra mim pra que eu tenha o direito de odiar ele.” Ela disse, não demorando muito para que percebesse que sua resposta havia fugido completamente do que lhe foi falado. Ela esperou que seus pais não percebessem isso.

“Max, nós temos percebido o modo como você tem agido. Você está diferente.” Ryan disse antes que Vanessa tivesse tempo de responder a filha. Naquele momento, a garota morena soltou o talher que segurava de forma que o mesmo caiu no prato fazendo um alto barulho. Ela pôde sentir o nervosismo de Chloe ao seu lado, que lhe encarava como se procurasse lhe dizer algo com o olhar. Max não tirou os olhos de seus pais, contudo.

“Entendi...” Ela começou a dizer. Para ela, era como se seus pais vissem o estado dela e reconhecessem o cansaço mental dela com aquilo tudo, porém se importassem mais com uma resposta que sanasse suas curiosidades do que com o bem estar dela. “Pra vocês não é suficiente que eu tenha passado pelo que passei.” Max continuou, sabendo que para seus pais, ‘o que passei’ deveria se resumir ao tornado. “Eu ‘tô mais estranha do que deveria por quase ser morta por um tornado. Claro que não foi só isso, é um trauma muito pequeno pra me deixar assim, não é?” Ela completou, sabendo que provavelmente não havia sido irônica daquela forma com seus pais em muito tempo. Chloe estava com a cabeça baixa, e Max pôde sentir a mão da garota em sua perna, tentando lhe acalmar.

“Não foi isso que quisemos dizer...” Vanessa começou a falar, sua testa franzida, sendo interrompida por Ryan.

“Maxine.” Seu pai a repreendeu, o que foi percebido pela garota morena pelo uso de seu nome inteiro, que todos sabiam que ela odiava. Ela levantou-se bruscamente, virando as costas enquanto Chloe ia atrás dela. “Não vire as costas pra mim e pra sua mãe, Maxine!” Ryan continuou a falar, seu tom de voz aumentando dessa vez.

“Eu só quero ir embora desse lugar! Eu não aguento mais!” Foi tudo o que Max conseguiu gritar no meio de algumas lágrimas enquanto continuava andando rápido em direção ao seu quarto, sendo logo seguida pela garota de cabelos azuis.

“Max!” A garota punk disse atrás dela, logo após a porta do quarto de Max ser fechada. A morena chutou algumas almofadas que estavam no chão, percebendo que seu celular vibrava em cima de sua cama. Ela pegou o aparelho, o desbloqueando, e pôde perceber seu coração apertando e sua ansiedade aumentando ao ver que o remetente era Juliet. Maxine não sabia se estava preparada para aquilo, muito menos naquele momento, e simplesmente jogou o celular de volta na cama, com mais força do que pretendia. “Max, você precisa ficar calma.” Chloe disse, percebendo o quão ofegante a morena estava depois de tudo o que havia acontecido.

“Você vai ficar do lado deles também?!” Max falou, não percebendo o quão alto seu tom de voz acabou saindo.

“Não.” Foi tudo o que Chloe disse seguido de um suspiro, não se dando o trabalho de argumentar com Max naquele momento. O que ela menos precisava era discutir com a morena, então simplesmente deixou-a quieta em seus próprios pensamentos enquanto pegava um de seus baseados, abrindo a janela e se inclinando na mesma para que a fumaça saísse do quarto.

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18 de outubro de 2013

Maxine acordou aos poucos, mal se lembrando de quando havia pegado no sono. Estava pouco consciente, mas o suficiente para perceber que o quarto estava escuro – visto que provavelmente ainda era madrugada – e que podia ouvir a respiração de Chloe, dormindo ao seu lado.

Começou a perceber a diferença no ambiente, contudo, quando tentou virar-se na cama. Qualquer força por mais que colossal que Max fizesse não era o suficiente para que ela conseguisse mover nem mesmo um músculo de seu corpo. A garota conseguia perceber que não havia nada que a prendesse – ela estava completamente livre, porém seu corpo simplesmente não obedecia aos seus comandos. Seu coração começou a palpitar de nervosismo, e era como se seu cérebro se paralisasse juntamente com seu corpo, principalmente quando ela ouviu uma risada baixa no canto do quarto. Max conseguia apenas mover seu olhar, seu sangue fervendo de raiva e ansiedade enquanto o homem se aproximava e agachava-se no chão ao seu lado da cama.

Sua angústia apenas aumentou ao perceber que sua voz simplesmente não saía de sua boca. Era como se estivesse presa em um vácuo e apenas poucas doses de oxigênio estivessem disponíveis a ela, de forma que mal conseguia respirar enquanto tentava falar qualquer coisa ou pedir ajuda. A garota moveu sua mão para acordar Chloe em uma tentativa falha, e Mark aparentemente percebeu isso enquanto checava a pulsação de Max no pescoço da morena, lhe oferecendo um sorriso de canto.

“Ela não pode te ajudar.” Ele disse, sua voz baixa, enquanto tirava a mão do pescoço de Maxine para arrumar a franja bagunçada da garota. Ela tentava respirar, e a fala do homem deixou-a mais aflita e preocupada do que já estava antes por sentir o ar se esvaindo de seus pulmões. “Mas não se preocupe, Max. Ela não sentiu nada.” Mark completou, ainda com um sarcástico sorriso de canto, a garota só então percebendo a seringa que se encontrava em cima de sua escrivaninha.

Max acabou por se desesperar ainda mais, procurando forças para se mover enquanto sua mente funcionava por meio de instintos que ela nem sabia que tinha enquanto todos os pensamentos possíveis passavam pela sua cabeça. Ela mal conseguia se mexer, quem diria usar seus poderes. Será que ela ainda tinha poderes para usar, na verdade? E se Chloe morresse mais uma vez por sua causa? Ela não conseguiria viver com isso.

Em questão de segundos uma força descomunal foi encontrada por Maxine, que em um estalo – talvez pela falta de oxigênio juntamente com toda a sua ansiedade – conseguiu acordar definitivamente e se mover, tendo tempo apenas de levantar-se em um instinto e ir correndo em direção ao banheiro enquanto sentia seu estômago revirar. Seu cérebro mal raciocinava sobre aquilo ter sido pesadelo uma vez que ao levantar-se não viu Jefferson no quarto além de que ele não a impediu de correr.

Era como se seu corpo estivesse agindo simplesmente por puro impulso, e Max não conseguia pensar em nada enquanto se inclinava no vaso sanitário, vomitando. Segundos depois ela pôde escutar passos rápidos em direção ao banheiro, sua visão escura e turva e seu corpo fraco, ainda que aliviada ao ouvir a voz da outra garota.

“Max?!” Chloe disse, desesperada para pensar em algo que poderia ser feito naquela situação. Ela segurou a morena, tirando a franja dos olhos da mesma, enquanto se esticava numa tentativa de pegar uma das toalhas de rosto na pia, abrindo a torneira para molhá-la. A garota punk esperou alguns minutos antes de pegar a toalha já molhada colocando-a na nuca de Maxine após desligar a torneira, logo em seguida procurando um elástico de cabelo em uma das gavetas no armário do banheiro e prendendo os curtos cabelos da morena, que ainda passava mal.

O barulho de tudo aquilo foi o suficiente para acordar Ryan e Vanessa, que rapidamente foram procurar as garotas e tentar entender o que estava acontecendo. Foram rápidos os segundos que se passaram em seguida, no momento em que Max sentiu uma familiar dor aguda em seu pescoço, perdendo totalmente a consciência ao desmaiar.

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A morena abria os olhos lentamente, tentando ajustar a visão embaçada por conta das luzes no teto. Levou alguns segundo para que ela percebesse que estava deitada no que ela deduziu ser uma maca após raciocinar sobre todas as luzes fortes e o ambiente majoritariamente branco. A maca estava sendo empurrada, e momentos depois Max sentiu algo pontudo penetrando a pele de seu braço, assustando-se e se movendo bruscamente por impulso, o que apenas lhe rendeu mais dor naquele local antes que ela sentisse seus sentidos se esvaindo de novo.

Já haviam se passado quase uma hora e meia desde que eles haviam chegado ao hospital, e Chloe esperava sentada em um banco na parte de fora do quarto onde Max estava, a pedido de seus pais. Ela entendia Ryan e Vanessa e como eles precisavam e queriam passar um tempo a sós com a outra garota, mas havia muitas coisas que eles não compreendiam e que talvez nunca fossem compreender. E eles não podiam forçar Maxine a contar-lhes sobre tudo pelo que passou, não deveriam pressioná-la da forma que estavam fazendo. Isso apenas rendia mais estresse à morena que já se sentia perdida e isolada o suficiente no meio de sua própria mente e no meio de tanta coisa que nenhuma garota de 18 anos deveria ser obrigada a lidar com. Talvez nem mesmo um adulto saberia passar por tudo isso.

A garota punk só queria que Ryan e Vanessa tentassem no mínimo entender aquele momento de Max. E entender, nesse caso, significava dar um passo para trás e deixá-la passar por tudo isso sem mais pressão e peso em suas costas. Significava compreender o que a morena e Chloe tinham e como aquilo não era simplesmente sobre uma amizade qualquer com a qual você se preocupa pouco ou apenas o suficiente. A garota de cabelos azuis se importava com Max da forma como se importava com sua própria vida – e provavelmente até mais. Aquilo poderia estar na lista da garota de sentimentos não necessariamente saudáveis, mas que ela não poderia simplesmente deixar de sentir.

Maxine era literalmente tudo o que ela tinha na vida dela naquele ponto, tudo com o que ela se importava. Ela nunca deixaria a morena. Mesmo que um dia Max não quisesse mais estar ao lado dela, mesmo que ela se arrependesse da escolha que fez, mesmo que todas as inseguranças de Chloe se tornassem realidade, a garota punk, mesmo que de forma distante, ainda faria tudo o que pudesse fazer por Maxine.

Os pensamentos da garota de cabelos azuis foram interrompidos quando a porta ao lado abriu-se, Vanessa lhe oferecendo um sincero, porém triste sorriso. “Ela acordou e... quer falar com você...” A mulher disse, sua voz baixa. Aquilo indicou para Chloe que provavelmente as tentativas de Vanessa e Ryan de falarem com Max falharam mais uma vez.

A garota punk levantou-se, dando um pequeno sorriso de volta para a mulher antes de entrar no quarto e fechar a porta atrás de si, logo após Ryan ter saído do local também. Apenas algumas luzes fracas das luminárias no quarto do hospital estavam acessas, de forma que o quarto não estava escuro assim como não estava completamente iluminado. A garota sentou-se na poltrona ao lado da cama, vendo a agulha no braço de Max que conectava o soro à veia da morena. Maxine percebeu que Chloe mal teve tempo de trocar suas roupas antes de irem para o hospital, vendo que a garota punk havia colocado apenas uma calça jeans e um moletom cinza que tinham comprado recentemente, por cima da blusa do pijama.

A morena lembrava-se aos poucos de tudo o que havia acontecido – da briga, dos gritos, e principalmente da forma como ela havia agido com Chloe enquanto estava nervosa. Ela não queria ser isso, estar assim. Não queria causar mais mal na vida das pessoas, na vida da garota punk principalmente.

“Me desculpa...” Max começou a dizer, sua voz um pouco baixa por se sentir fraca ainda. Antes que continuasse, ela sentiu Chloe segurar sua mão. “Eu não queria ter... falado com você daquele jeito.”

“Ei, para. Não precisa se desculpar.” A garota de cabelos azuis a interrompeu, apertando sua mão levemente. Chloe entendia o estado da outra garota, como ela estava mal, e principalmente como Maxine já teve que aguentar os momentos de estresse da garota punk, momentos em que ela simplesmente não sabia como controlar seus sentimentos infantis e injustos, além da sua grosseria. “Você já teve que aguentar muita merda minha. O que você fez não foi nada perto da minha babaquice cotidiana.” Chloe disse sorrindo levemente, tirando um pequeno riso de Max.

A morena tentou se mover para que pudesse virar-se um pouco para o lado da garota punk, mas sentiu uma dor profunda no braço em que não estava com a agulha, soltando um baixo murmúrio de dor.

“Você acabou se mexendo quando eles tentaram colocar a agulha naquele braço. Não aconteceu nada, mas vai ficar um pouco dolorido provavelmente.” Chloe explicou, arrumando e acariciando o cabelo de Max. Ela pôde ver a confusão e a dúvida nos olhos da morena em relação a tudo o que tinha acontecido com ela no hospital, começando a explicar logo em seguida.

“Eles perguntaram o que aconteceu, mas eu só falei que você tem tido alguns pesadelos, não entrei em detalhes. Falei apenas que tinham a ver com o tornado em Arcadia.” Ela disse, sabendo que havia muitas coisas que Max gostaria que ficasse apenas entre elas. “Eles acreditam que tenha sido terror noturno.” Ela completou, e Maxine pôde ver nos olhos azuis da garota que ela não estava contando algo.

“Só isso?” A morena perguntou quase que retoricamente, olhando fundo nos olhos de Chloe.

“Não.” A garota respondeu, confirmando a suposição de Max, e se ajeitando na poltrona logo em seguida. “Estão suspeitando que seja transtorno de estresse pós-traumático.”

Maxine não estava surpresa com aquilo, na verdade. Claro, ela não tinha a mínima ideia do que os sintomas realmente eram e como que ela poderia lidar com aquilo, mas ela simplesmente sabia que havia muitas coisas estranhas acontecendo dentro de sua própria cabeça, que ela se sentia diferente.

“Eu quero ir pra casa.” A morena disse, sentindo o seu corpo ficar ainda mais fraco, provavelmente de cansaço.

“Eu sei.” Chloe respondeu, trançando desenhos na mão de Max que estava segurando. “Daqui a pouco a gente vai. Eu ‘tô aqui com você. Sempre.” Ela completou, sorrindo levemente para a outra garota.

No final das contas, independentemente de como tudo fosse acontecer, ela tinha Chloe ao seu lado. E era apenas isso que importava.


Notas Finais


Demorei um pouco mais que o normal pra postar porque a escola vem me matando ultimamente e estive com alguns problemas de saúde (que já resolvi!)
Me desculpem pela demora, espero que gostem desse capítulo, e obrigada a todos que estão acompanhando a fic e me apoiando! Vocês são demais <3


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