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História Medicine - Human


Escrita por: leonhardtprice

Notas do Autor


Música do capítulo: Human - Daughter

Avisos de gatilho do capítulo: N/A

Capítulo 7 - Human


Chapter VII – Human

 

18 de outubro de 2013

Era por volta de 4 horas da manhã quando eles voltaram para a casa de Max. A morena estava extremamente cansada, mas Vanessa sugeriu às garotas que tomassem um banho e trocassem de roupa antes de deitarem-se, como de costume sempre que Maxine voltava do hospital. Ela não se sentiria limpa o suficiente para ir dormir caso não fosse para o banho antes, de qualquer forma.

Ryan deu um beijo na testa da filha e lhe desejou boa noite antes de entrar em seu quarto, sendo seguido por Vanessa que oferecia um sorriso para Max. As garotas foram para o quarto da morena em seguida, pegando suas trocas de roupa e toalhas.

“Pode ir primeiro.” Chloe disse, sentando-se na cadeira da escrivaninha e abrindo a janela, se preparando para acender um de seus baseados para fumar enquanto esperava a outra garota. Max, contudo, não sabia se estava bem o suficiente para ficar sozinha.

“Você não pode... vir comigo?” Ela perguntou, sua voz baixa, só depois de alguns segundos se dando conta do que havia pedido, principalmente quando a outra garota tirou os olhos de seu isqueiro, voltando sua atenção para a morena. Chloe era sua melhor amiga, e não havia nada malicioso no pedido de Maxine, a garota punk também sabia disso. A morena simplesmente estava fraca demais, física e mentalmente, e podia sentir suas pernas começando a falhar a cada segundo que continuava em pé. Ela tinha certeza que poderia se deitar e dormir em menos de 10 segundos de tão esgotada que estava.

“Claro.” A garota de cabelos azuis respondeu, ficando um pouco consciente demais da situação com como a sua fala soou. “Posso sim.” Ela falou, tentando consertar seu constrangimento, deixando o isqueiro em cima da escrivaninha e guardando o seu baseado antes de pegar suas coisas e ir para o banheiro com Max.

As garotas ficaram com suas roupas íntimas, e Maxine estava tão cansada que não teve tempo algum de deixar seu cérebro ficar autoconsciente e insegura enquanto sentia a água quente caindo sobre o seu corpo. Ela se sentia confortável perto de Chloe, sempre se sentiu, independentemente até do que estava começando a sentir pela garota. Ela fechou os olhos enquanto deitava sua cabeça do ombro da garota punk. Elas estavam sentadas no box, logo abaixo do chuveiro, e Max estava aninhada no colo de Chloe.

“Chloe...” Ela começou a dizer, de forma que a outra garota ajeitou-a em seus braços para que pudesse encará-la. “Eu ‘tô com medo.” Max continuou, e nem mesmo ela sabia exatamente o que estava lhe deixando com receio. “Eu não quero... ter que contar sobre tudo.”

“Você não vai ter que fazer isso.” Chloe respondeu, sabendo que a garota se referia à ida ao hospital e ao fato de que com certeza lhe mandariam para a terapia e não resumiriam seu tratamento apenas em remédios. Max só não queria se desgastar ainda mais. Talvez simplesmente esquecer-se de tudo a ajudaria mais do que ter que regularmente sentar-se num sofá na frente de alguém e ter de relembrar tudo o que aconteceu enquanto tenta driblar perguntas e medir suas respostas. Ela já sabia o quão cansativo terapias poderiam ser, graças ao desespero exacerbado de seus pais com seu diagnóstico de Asperger quando criança. “Você não precisa contar nada que não queira.” A garota punk completou, acariciando os cabelos molhados de Maxine.

A noite foi calma (pelo menos depois de tudo o que havia acontecido) e não demorou muito para que as garotas caíssem no sono quando estavam deitadas, logo após terem saído do banho. Ainda tinha algo em específico, contudo, que impossibilitava Max de pegar no sono de fato. Ela não havia esquecido-se do email que Juliet havia lhe mandado, embora desejou ter o feito. A morena lentamente virou-se para o outro lado da cama, saindo dos braços de Chloe, para que pudesse pegar seu celular. Ela ponderou sobre o fato de que já havia passado da hora de lidar com as consequências de suas escolhas.

“ENC: Atualizações sobre Blackwell

 

Juliet Watson <[email protected]>

para mim

17 de out

 

Oi, Max.

Espero que você esteja bem. Estou te encaminhando o que tenho mandado para os alunos de Blackwell por meio dos emails fornecidos pelo jornal do colégio. Por favor, dê notícias suas se puder. Sei que todos nós estamos sentindo muito por tudo o que aconteceu, e saber que você está bem significaria muito para mim.

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De: Juliet Watson – Blackwell Totem [mailto:[email protected]]

Enviada em: quarta-feira, 16 de outubro de 2013 17:02

Para: ‘Max Caulfield’

Assunto: Atualizações sobre Blackwell

 

Segue a lista atualizada sobre a situação de alguns dos estudantes de Blackwell. O jornal do colégio, Blackwell Totem, sente muito por tudo o que aconteceu com nossa cidade, nossa escola, e principalmente, com nossos colegas. Mandamos também os nossos mais sinceros pêsames para todas as famílias e amigos sofrendo com a perda e desaparecimento de pessoas muito queridas por conta da tragédia que acometeu Arcadia Bay. Continuaremos a atualizar a lista conforme novas informações forem disponibilizadas.

Sobreviventes confirmados

- Brooke Scott

- Daniel DaCosta

- Juliet Watson

- Logan Robertson

- Stella Hill

- Samuel Taylor (zelador)

 

Mortes confirmadas

- Alyssa Anderson

- Courtney Wagner

- Evan Harris

- Hayden Jones

- Justin Williams

- Zachary Riggins

 

Desaparecidos/Sem informações

- Diretor Ray Wells

- Kate Beverly Marsh

- Luke Parker

- Maxine Caulfield

- Nathan Joshua Prescott

- Taylor Christensen

- Victoria Maribeth Chase

- Warren Dancel Graham

 

Em estado grave

- Dana Ward

- Michelle Grant (professora de ciências e matemática)

 

No próximo mês (dia e local ainda a serem decididos), será feito um encontro em homenagem às vítimas dessa tragédia. Atualizaremos todos com novas informações sobre a lista e a reunião em questão.”

Nenhuma suposição de Maxine sobre o quão difícil aquele momento seria poderia ser comparado ao que realmente foi e ao impacto psicológico daquilo tudo nela. Só em Blackwell, o número de pessoas mortas, desaparecidas ou a ponto de morrer nem se comparava ao pequeno número de pessoas que haviam sobrevivido. Sobrevivido, claro, após perder sua escola, seus amigos, e para algumas pessoas, suas casas. Sem mencionar o fato de que ela sabia muito bem que Nathan já não estava mais simplesmente desaparecido; e saber de coisas que outras pessoas não sabiam estava começando a consternar a garota ainda mais.

Apenas aquilo já era o suficiente para fazer com que Max sentisse como se um pesado pedaço de ferro fosse colocado em suas costas – em cima de todo o peso que já estava lá. Ela não se deixou esquecer, por nem um segundo, do fato de que Arcadia Bay inteira havia sido destruída, e o número de mortes poderia ter ultrapassado, quem sabe, cem vezes o número de mortes e desaparecimentos da lista de estudantes e funcionários de Blackwell.

A morena se sentia como uma bomba explodindo constantemente, machucando todos ao seu redor e deixando traços de destruição e mágoa por onde passava. Ela tentou então afastar qualquer pensamento de sua cabeça pelo menos naquela noite, deixando o seu celular de lado e voltando a deitar sua cabeça no ombro de Chloe, fechando os olhos e esperando que o sono lhe puxasse daquela realidade – e que não a levasse para mais um pesadelo.

Max só não sabia, contudo, que ela não era a única tentando driblar o sentimento de culpa naquela noite.

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9 de novembro de 2013

Três semanas depois, as coisas não estavam tão diferentes. Alguns dias passavam mais rapidamente, outros eram demorados. Por mais irônico que fosse, a noção inconsciente de tempo de Max já estava completamente distorcida, de forma que ela não confiava mais em sua própria mente quando o assunto era o passar do tempo. Era mais simples – e necessário – para a garota lembrar-se das datas a cada dia que passava e se atentar aos horários.

Quanto à Blackwell, não foram muitas as informações novas. A maioria das pessoas continuava desaparecida, com exceção de Kate, para o alívio de Max. Os pais da garota haviam a buscado no hospital em Arcadia Bay pouco antes de o tornado acontecer, e aquilo ao menos tirava um pouco do peso das costas de Maxine, embora a morena não tenha tido oportunidade – ou psicológico – para falar com Kate ou mandar uma mensagem para a garota. Saber que ela estava bem era o suficiente naquele momento.

Tanto Chloe quanto Max não estavam tão próximas de suas respectivas famílias. A morena ainda procurava evitar conversas ou confrontos com Ryan e Vanessa, e a garota punk costumava conversar com Joyce apenas por meio de mensagens – de forma que ficou sabendo que ela e David, além de outros moradores de Arcadia, já estavam recebendo ajuda em relação a suprimentos e moradia. Chloe também não pôde deixar de lembrar-se dos antigos planos de sua mãe de se mudar da cidade, e talvez aquele seria o momento ideal para a mulher levar essa ideia à frente.

As garotas, contudo, ainda não tinham muita ideia de como seguirem após tudo o que aconteceu: se voltariam a estudar, se começariam a trabalhar; visto que Chloe não tinha nenhuma intenção de voltar para Arcadia Bay tão cedo, embora tivesse certo receio por estar morando na casa de Max. Claro, ela ajudava com as despesas, mas chegou a sugerir para a morena a possibilidade de ficar em algum hotel próximo para que não ‘atrapalhasse’ Ryan e Vanessa. Maxine, como esperado, não aprovou a ideia muito bem e insistiu para que a garota punk continuasse em sua casa. A morena sabia que Joyce faria o mesmo por ela se fosse necessário.

Todavia, aquilo trouxe certa insegurança e receio a Max sobre estar, talvez, pressionando Chloe ou indiretamente obrigando-a a ficar do seu lado. Ela já tinha dificuldades em perceber quando incomodava alguém, e por conta disso era comum que frequentemente sentisse que as pessoas não queriam realmente estar ao seu lado. Com a garota de cabelos azuis – sendo quem era e sendo a única pessoa que importava para Maxine naquele momento – não era diferente. Comunicação nunca foi o forte de Max, de qualquer forma. Ela estava tentando esforçar-se, entretanto.

“Max?” A voz da mulher sentada a sua frente interrompeu seus pensamentos, fazendo com que Maxine voltasse sua atenção a ela ao parar de focar sua visão nas cortinas do consultório. “Está tudo bem?”

“Sim.” A morena respondeu baixo, oferecendo um pequeno sorriso forçado à mulher antes de abaixar a cabeça, se distraindo ao brincar com as bordas da almofada que segurava. Max havia voltado para a terapia na semana anterior, e estava em sua segunda consulta.

“Você costuma... Se distrair muito facilmente?” A psicóloga perguntou, ajeitando seus óculos enquanto olhava para Max.

“Não sei. Meus pais costumam dizer que sim.”

“Entendo.” Ela respondeu Maxine enquanto anotava algo nos papéis que segurava antes de voltar a olhar para a garota. “E quanto aos seus pais? Você tem conseguido conversar com eles?”

“Não muito.” A garota disse, dando de ombros. “Mas não... Não é um problema pra mim.” Ela completou. De fato não era um problema para a garota, contando que ela tivesse Chloe. Claro, ainda seria ótimo se ela sentisse confiança o suficiente em seus pais se eles não a pressionassem tanto.

“Você conversa mais com sua amiga... Chloe, certo?” A psicóloga perguntou, para o que Max assentiu. ‘Amiga’, contudo, era uma palavra bem fraca naquela situação, e a mulher entenderia isso se soubesse tudo o que elas haviam passado juntas. “Ela é muito importante pra você, não?”

“Sim...” A morena respondeu, levantando sua cabeça e voltando a olhar para a psicóloga, que percebia aos poucos quais assuntos chamavam a atenção da garota.

“Bem, nossa consulta está acabando.” A mulher disse enquanto colocava seus papéis e canetas na mesa ao lado, levantando-se. “Mas na próxima sessão quero que você me conte mais sobre Chloe. Ela parece significar muito para você.” Ela concluiu, com um sorriso no rosto, para o que Max retribuiu com um pequeno sorriso de canto enquanto levantava-se.

A garota agora esperava do lado de fora do consultório e refletia sobre quanto tempo levaria para a psicóloga entender que não conseguiria tirar muitas palavras de Maxine a não ser que a distraísse com algo. Aparentemente, ludoterapia era um método ‘infantil’, mas o único que funcionaria com a morena, talvez até o único que funcionaria com a maioria das pessoas que não conseguiam se concentrar em terapias. Estar sentada na frente de alguém e ter que conscientemente buscar informações dentro de sua própria mente enquanto estava raciocinando até demais, sem nada para lhe distrair, era cansativo. Extremamente cansativo.

Maxine não poderia contar muitas coisas, de qualquer forma, e por isso ela estava começando a se acostumar ainda mais com omitir certas informações. Se contasse tudo, ou acabariam lhe dando mais remédios ou ela acabaria em uma clínica psiquiátrica; das duas uma. Seus remédios, inclusive, não eram tão fortes assim, e Max realmente não sabia se sentia-se feliz ou preocupada com isso. Em certos momentos, não se sentir dopada poderia ser uma maldição ou uma benção, e na maior parte do tempo que tinha de interagir com qualquer um que não fosse Chloe, a morena tinha de admitir que gostaria de estar inconsciente.

Seus pensamentos forram interrompidos quando ela ouviu o barulho familiar da caminhonete da garota punk sendo estacionada perto dela, e Max podia ouvir uma música – que ela supôs ser de Amanda Palmer – tocando no rádio. Ela entrou no automóvel, colocando sua bolsa perto de seus pés enquanto fechava a porta. Chloe sorriu para a morena, que retribuiu com um leve – porém sincero – sorriso, e Maxine pôde ver no rosto da garota de cabelos azuis a típica expressão da garota quando tinha alguma ideia ou algum plano.

“Quer ir tomar um sorvete?” A garota punk perguntou, confirmando a suposição de Max. “E quando voltarmos pra sua casa a gente pode assistir a primeira temporada de Orange is the New Black. Ouvi dizer que é muito boa e ‘tô querendo assistir já faz um tempo.”

“Ótima ideia.” Maxine respondeu com um sorriso enquanto se aproximava para cumprimentar Chloe, dando um beijo na bochecha da garota. Ela pôde jurar que viu a garota punk corar por um segundo.

Elas pararam no McDonald’s mais próximo e a morena escolheu uma casquinha de baunilha, sabendo que não aguentaria comer muita coisa – ao contrário de Chloe, que decidiu logo por um McFlurry de Kit Kat. As garotas chegaram em casa pouco tempo depois, e Max decidiu tomar um banho enquanto Chloe fumava um de seus baseados do lado de fora da casa, antes de irem para a sala de estar.

Enquanto a água caía em seu corpo, a morena podia sentir algo diferente em si, como se estivesse prestes a perder a consciência. Aquilo não era de todo incomum, sendo que as frequentes dores de cabeça facilmente faziam-na se sentir confusa. Mas daquela vez, era como se sua cabeça pesasse mais e toda luz do ambiente aumentasse dez vezes mais em seu campo de visão enquanto sentia seu estômago revirar.

A garota só conseguiu perceber que estava de fato passando mal após o banho, no momento em que começou a ficar desorientada, suas pernas bambas enquanto ia em direção ao sofá para sentar-se ao lado de Chloe. A garota punk percebeu isso, levantando-se rapidamente para segurar a morena antes que ela caísse no chão.

Os minutos seguintes consistiram em Maxine se esforçando para levantar uma de suas mãos, levando-a ao seu rosto para limpar o sangue que ela sentia escorrer de seu nariz em quantidades maiores do que estava acostumada, enquanto Chloe dizia algo que era incompreensível para Max, como se todas as palavras ficassem confusas dentro de seu cérebro. Logo em seguida, ela pôde sentir a garota punk fazendo força para levantá-la e ajudá-la a andar em direção à porta, levando-a até a caminhonete.

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Chloe andava inquieta pelo corredor do hospital, tentando controlar sua irritação com os funcionários. Ela já havia feito de tudo para tentar saber o estado de Max, mas aparentemente salvá-la e levá-la até o hospital não era o suficiente para as enfermeiras deixarem ela ao menos saber se Maxine estava bem ou sequer consciente. A garota de cabelos azuis já havia tentado de todos os recursos possíveis, dizendo até mesmo ser casada com a morena numa tentativa falha de conseguir vê-la. Tudo que foi dito a ela, contudo, consistiu em perguntas e mais perguntas sobre os sintomas de Max, se ela havia sofrido ou não alguma lesão antes de desmaiar, se havia vomitado, entre outras.

Minutos depois a garota punk pôde ver Ryan saindo do elevador no andar em que ela estava, logo percebendo a presença da garota e indo em direção à ela.

“Chloe? O que aconteceu?” Ele perguntava apreensivo, mal dando tempo para que ela respondesse antes de andar rapidamente até o balcão hospitalar, tentando falar com alguma das funcionárias ou enfermeiras que passavam por ali. “Por favor, alguém pode me falar o que aconteceu com a minha filha?!” Ele falou, seu tom de voz já alto naquele momento.

Chloe esfregou seu próprio rosto, preocupada e cruzando os braços logo em seguida enquanto tentava se acalmar para no mínimo poder escutar e entender o que uma das mulheres no balcão dizia a Ryan após ele passar as informações necessárias. A mulher saiu do balcão por alguns minutos, e no meio tempo o homem checava seu celular, tentando falar com Vanessa, que provavelmente estava presa no trânsito.

Pouco tempo depois a funcionária voltou acompanhada de um neurologista que Chloe supôs ser o médico que estava cuidando de Max.

“Boa noite, eu sou o doutor Walsh.” O homem disse, sério, enquanto cumprimentava Ryan. “Você é o pai de Maxine Caulfield, certo?” Ele perguntava – provavelmente retoricamente – enquanto checava os papéis que segurava. “E você é...”

“Chloe Price.” A garota punk respondeu, seus braços cruzados. ‘A garota que foi ignorada por todo mundo nessa porcaria’ ela não pôde deixar de completar mentalmente.

“Ela é a amiga de Max.” Ryan completou, e a garota pôde sentir os olhos da enfermeira lhe encarando, como se ela tivesse sido pega em sua mentira. Tecnicamente havia sido, mas a mulher não acreditou nela de qualquer forma.

“Bem... Maxine está estável.” O médico começou a dizer, ajeitando seus óculos. ‘Estável’ era a palavra que preocupava Chloe: existia uma grande diferença entre ‘bem’ e ‘estável’. “Minha suspeita é de que ela... Tenha sofrido uma concussão cerebral.” Ele completou, e a garota punk pôde sentir seu coração apertar enquanto ela sentia suas mãos começarem a tremer e seus olhos arderem, percebendo que Ryan passava as duas mãos em seu próprio rosto demonstrando preocupação.

“Ela vai ficar bem? O que aconteceu com ela?” Chloe perguntava inquieta, tentando não soar tão rude no meio de tanto nervosismo.

“Mantenham a calma, eu explicarei tudo sobre a situação de Maxine. Nós não termos certeza de como a concussão foi causada já que não existem sinais externos de pancada ou lesão, entretanto...” O médico continuava a dizer, enquanto mexia nos papéis em sua mão. “Todos os exames indicam isso. A ressonância magnética mostrou uma lesão no lobo occipital, o que pode ser conectado à vinda de Maxine ao hospital no mês passado uma vez que pode ser a causa das alucinações, porém ainda é estranho visto que ela passou semanas aparentemente bem fisicamente.”

Chloe apenas ficava mais e mais apreensiva a cada palavra dita pelo médico. “Muitas vezes pacientes com concussões cerebrais demoram alguns dias para apresentar os primeiros sintomas, mas não é comum um intervalo de três semanas, como no caso de Maxine. Ainda há mais alguns exames a serem feitos, então precisarei ir agora, mas voltarei com mais informações em breve.” O neurologista terminou de falar, oferecendo um leve sorriso a Ryan antes de virar as costas, voltando para a sala de exames.

Demorou alguns minutos para que Vanessa chegasse ao hospital, e Chloe não passou muito tempo perto da mulher e de Ryan, preferindo ficar sozinha no banheiro na maior parte do tempo. Ela sabia que aquela seria mais uma das longas noites.


Notas Finais


Lutando contra a bateria do notebook pra postar esse capítulo agora hahah.
Desculpem a demora, e desculpem o drama e a tristeza do capítulo, mas a vida é injusta. Mas continuem a ler, eu sei que vocês querem mais momentos felizes (e pricefield) e prometo que isso não vai faltar.
Espero que gostem <3 Muito obrigada a todo mundo que tá acompanhando a fic e comentando, isso significa muito pra mim.


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