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História Meia cerveja não deixa ninguém bêbado - 1. Riddie


Escrita por: Tysky

Notas do Autor


Me sinto na necessidade de avisar que assisti ao filme uma vez só e minha memória não é lá essas coisas, então... Bem vocês entenderam.
Qualquer erro pode falar, aliás, fale! assim poderei arrumar e estará me ajudando a melhorar.
Espero que não tenha ficado ruim, espero não ofender ninguém, espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 1 - 1. Riddie


Richie estava deitado de bruços em uma cama de casal com lençóis verde pastel, nu e com os cabelos ainda molhados do recém-banho; a única iluminação presente era da porta aberta que ligava ao banheiro da suíte em que se encontrava, porta da qual vinha também o sutil som de água caindo e o vapor que deixava tudo à sua visão mais tênue e embaçado, ou talvez fosse a falta de seus óculos, que se encontravam sobre o criado-mudo localizado ao lado esquerdo da cama, não que eles fossem fazer uma grande diferença com suas lentes esbranquiçadas pelo, já citado, vapor que saia do banheiro.

Tozier encontrava-se completamente imerso em pensamentos, coisas simplórias como, por exemplo, o achado que havia sido aquele apartamento: um quarto, um banheiro, uma suíte, uma sala não muito grande que cabia um sofá de dois lugares (muito confortável por sinal) de frente para uma televisão também não muito grande e nem tão pequena, uma cozinha com espaço para uma mesa de quatro lugares e uma pequena lavanderia. No quarto andar de um prédio sem elevador, longe do principal centro comercial da cidade, o que não era ruim, fazia do lugar mais calmo sem o barulho de gente e carro a toda hora, e tudo isso a um aluguel que cabia no orçamento de dois universitários e seus trabalhos de meio período. Estava tão distraído que não percebeu quando o barulho da água parou, nem os passos em sua direção, contudo o autor dos passos percebeu sua desatenção, prosseguindo lenta e silenciosamente, aproveitando-se da situação e do pescoço alheio, desprotegido, tentador, aproximou-se o cheirando logo abaixo da orelha, causando um leve estremecer, e em seguida depositando um beijo singelo no local.

— Que medo, você estava pensando, Richie?

O mais velho virou para olhar o pequeno borrão falante em pé ao seu lado, torceu o nariz ao comentário, segurou em seu pulso e o puxou para a cama, junto de si. Encarou onde supostamente estariam seus olhos.

— Acha que é culpa de quem, Eds? Você demorou tanto nesse maldito banho que eu já estava começando a acha que você tinha derretido e escorrido pela porcaria do ralo — disse sorrindo de lado. Havia virado um costume, suas pequenas falsas discussões.

— Então estava com saudades? — devolveu tão rápido quanto pode.

Poderia ter protestar o apelido de longa data, mas já tinha desistido disso há muitos anos, e nem sequer desgostava, não que fosse admitir; não que ele não negaria achar vergonhoso quando o mais alto o usava em publico. Eddie deu-se alguns minutos para admirar os olhos despidos das grossas lentes a sua frente, só não se demorou mais por causa da mão que lhe acertara a bochecha, não foi um ato agressivo, mas nem de longe foi delicado. Ela, a mão, passeava levemente por seu rosto, passando os dedos pelos seus olhos, agora fechados, e então fazendo o comprimento do nariz, até enfim, chegar ao que buscava, desenhando os lábios levemente carnudos e segurando em seu queixo.

— Você não faz ideia — respondeu baixo, sussurrado, como um segredo que não deveria ser dito, como se houvesse muitas pessoas no quarto que não deveriam ouvi-lo.

Aproximou-se do menor, que permanecia de olhos fechados, roubando-lhe desajeitadamente um beijo e outro e mais um, sua mão do queixo foi para baixo da camiseta branca que provavelmente era sua, visto o quão grande ficava no outro. Já estava praticamente em cima do Kaspbrak quando foi interrompido.

— Preciso que você use seus óculos e me beije apropriadamente, onde eles estão? — Tinha a entonação de uma pergunta, mas Richard sabia que era um requerimento, já haviam discutido sobre como ele não via porra nenhuma sem as lentes de vidro. Então ele esticou-se por cima do menor, tateou o criado-mudo até que encontrou o que procurava e voltou a sua posição anterior acrescentado:

— Eles estão embaçados graças ao seu banho — disse com um sorriso maroto, estendendo os óculos em um pedido mudo para que Edward os limpasse, o que ele fez com o maior prazer e assim que terminou, delicadamente, os colocou no rosto de Tozier, sorrindo de volta. Um sorriso leve e doce.

— Agora trate de fazer o que te pedi — ordenou ainda sorrindo.

— O que era mesmo que você queria? Repete para mim. — Queria que o mais novo repetisse o pedido, amava brincar com ele, pelo simples fato de saber que na maior parte do tempo Kaspbrak era acanhado e tímido para esse tipo de coisa, eram raros os momentos de coragem para pedidos e Richie fazia questão de provoca-los.

— Você me escutou da primeira vez — tentou enquanto passava os braços em volta do pescoço do mais velho. Para o seu infortúnio sua tentativa falha.

— Não, eu não me lembro. Diga o que você queria. — Foi aproximando-se até chegar ao ouvido do menor.

— Vamos, fale — sussurrou, recebendo um meio gemido em resposta, com certeza estava se divertindo, mas não aguentaria muito mais tempo longe daquela boca. E quase como se suas preces tivessem sido ouvidas, o próximo som a preencher seus ouvidos foi da voz mais melodiosa que ele já escutou na vida.

— Me beija logo, seu idiota. — A fala carregada de desejo, foi atendida prontamente, em um beijo necessitado por ambas as partes, mas sempre que se beijavam era necessitado, sempre parecia a primeira vez, com aquelas borboletas irritantes na barriga e as correntes elétricas que passavam por seus corpos causando arrepios.

No entanto a primeira vez foi quase acidental, há um bom tempo atrás, antes mesmo de saírem de Derry; era 1993, ultimo ano do colegial, verão, a alguns dias do aniversario de 17 anos de Eddie, uma idade ótima, onde você pode tudo, mas não pode nada; você pode dirigir, mas não pode chegar perto do carro; você pode beber, mas não pode chegar cheirando álcool em casa; você pode parar de tomar seus remédios falsos, mas não pode sair de casa.

Naquele dia os otários restantes estavam reunidos no fliperama. A ideia era ir até a pedreira, entretanto a natureza tinha outros planos para o dia, mal se encontraram o tempo fechou e tão rápido quanto escureceu começou uma chuva torrencial, o abrigo mais próximo foi o fliperama, infelizmente, não perto o suficiente para não chegarem já ensopados nele. Combinaram de esperar a chuva pelo menos diminuir, ficar juntos, dias chuvosos não eram bons para Bill, na verdade para nenhum deles, não chegava a ser um trauma, era mais para uma sensação ruim e más lembranças. Estar perto dos amigos amenizava os efeitos.

Não tardou a chuva diminuiu virando uma fina garoa, mas continuou escuro e com uma leve brisa, Mike foi o primeiro a se despedir, teria de voltar para a fazenda por uma estrada barrenta e não seria nada fácil, Stan estava incomodado com as roupas molhadas e foi embora junto de Bill, pela conveniência de morarem perto. Sobrando Richie e Eddie, nenhum dos dois queria realmente ir para casa, mesmo assim Tozier se ofereceu para acompanhar o mais novo, eles não moravam tão perto quanto Bill e Stan, mas era na mesma direção. Foi um caminho silencioso com breves piadas e comentários sobre aleatoriedades, ambos sabiam dos problemas alheios de voltar para casa.

Richard nunca diria isso, mas sentia-se sozinho, os pais quase nunca estavam em casa e quando estavam não ligavam para o filho, o qual tentou de tudo por atenção, malcriações, beber, ir mal na escola, nada funcionou, hoje seria mais um dia sozinho e passaria o fim de semana assim. Enquanto Edward tinha um problema extremamente oposto ao seu, sua mãe estava sempre em cima demais e fofocas como: “Aparentemente filhos muito reprimidos na infância tentem a se tornarem rebeldes na adolescência” tornaram-se comuns, não que Eddie fosse rebelde, mas sua mãe reclamava disso para as amigas, sobre como agora ele discutia com ela. Claro, ela não dizia os motivos, as brigas geralmente giravam em torno do porque ele não tinha o direito de sair de casa, de nadar na pedreira, de chegar tarde, de dormir na casa dos amigos, e que ela insistia que ele não devia fazer nenhuma dessas coisas.

Quando chegaram perto da casa dos Kaspbrak, empurrando as bicicletas a favor do vento puderam ouvir Sonia gritando enquanto ia à direção do filho com um guarda-chuva:

— Eddie! Onde você esteve? Eu disse para você não sair, entre e vá tomar um banho quente. — E então voltou-se para Richie, —Isso é sua culpa e de sua péssima influência e se ele ficar doente vai ser sua culpa também.

—Mãe, Richie não tem culpa de nada.— Antes que pudesse dizer mais alguma coisa já estava sendo puxado pela Sra. Kaspbrak para dentro de casa.

— Se quiser fala algo, fale depois de tomar um banho. — E tudo o que pode fazer foi olhar para Tozier como um pedido de desculpas mudo, este por sua vez observou toda a cena e quando esta terminou olhou para cima, deu um longo suspiro e rumou lentamente para sua casa.

Após um banho quente Eddie trancou-se no quarto, e depois de um tempo meditando arrumou algumas mudas de roupa dentro de uma bolsa; respirou fundo, abriu a porta, andou pelo corredor em direção à escada, desceu e parou na sala. Virou em direção à sua mãe que parecia espantada com a situação inusitada.

— Você disse que eu poderia falar depois do banho — disse, sustentando um duro olhar —, eu estou saindo.

— E onde você pensa que vai? — Arregalou os olhos, na intenção de parecer ameaçadora ou simplesmente não estivesse acreditando no que ouvira.

— Vou dormir fora. — Sua mãe fez menção de que iria falar, porém foi impedida por seu filho abrindo a porta. — Sabe, você não precisa ser tão grossa com meus amigos, nenhum deles gosta da senhora de qualquer jeito, eu estou começando a não gostar também — disse e saiu, da varanda pode ver que continuava um fraco chuvisco, quase imperceptível.

— Eu quero uma noite, preciso pensar. Longe de você, mãe — concluiu fechando a porta atrás de si. Não escutou nada além do “clic” da fechadura, constatando que ou sua mãe entendera o que ele dissera, ou ela ainda não tinha terminado de processar a informação, qualquer uma que fosse ele não esperaria para descobrir.

Kaspbrak montou em sua bicicleta não sabendo exatamente para onde iria, não tinha falado com ninguém sobre dormir fora e já estava começando a ficar tarde, provavelmente por volta às 18h20min, e antes de perceber estava parado em frente à casa dos Tozier, Richie que estava na varanda o estava olhando.

— O que você esta fazendo fora da torre, princesa? — O maior gritou, fazendo um gesto para que entrasse. Eddie obedeceu, aproximou-se e sentou-se ao seu lado, agora ambos fitando a chuva, até o mais novo quebrar o silêncio.

— Eu meio que fugi de casa — disse ainda olhando a água que caia —, me desculpe pela minha mãe mais cedo. — Agora virando para olhar o de óculos, este que já o observava.

— Vou ter que começar a acreditar nos boatos de que você agora é um rebelde? — Tirou sarro, logo completando — Não se preocupe, já estou acostumado às pessoas não gostarem de mim, inclusive sua mãe gorda, e você não tem culpa de nada — terminou desviando o olhar.

— Isso não é verdade, têm pessoas que gostam de você, eu gosto de você — disse sem pensar, corando assim que percebeu o duplo sentido da própria fala, espiou o mais velho de canto de olho, o vendo segurar a risada do erro cometido.

— Então você gosta de mim — falou sorrindo e levantando as sobrancelhas duas vezes, fazendo com que Eddie ficasse mais vermelho ainda. Esticou e encostou-se à parede com os braços atrás da cabeça, se divertindo com a reação do outro que tentava formular uma frase. — Estou só brincando. —o silencio prevaleceu por alguns minutos, até Tozier o quebrar novamente, — Você já bebeu, Eds?

— Não me chame assim — protestou, — Não, nunca bebi e não, não vou beber com você. — foi enfático em sua decisão, não que Richie fosse desistir tão facilmente, até porque o mais novo era fácil de convencer.

— Vamos, divide uma cerveja comigo, meia cerveja não deixa ninguém bêbado — disse fazendo cara de cachorro perdido, — Não acredito que vai fazer 17 anos sem nunca nem ter segurado uma bebida na mão. — Acrescentou.

O menor fez um murmúrio com a boca enquanto pensava na proposta, — Tá — falou por fim, — Mas só meia. — Era palpável a euforia do Tozier.

— Ninguém vai acreditar quando eu disser que batizei o Edward Kaspbrak — disse levantando e fazendo pose, estendeu uma mão para ajudar o menor a se levantar, que foi aceita rapidamente. Entraram na casa e rumaram a cozinha, Richard abriu a geladeira e a vasculhou, achando as cervejas, escondidas bem no fundo, pegou uma, fechou a geladeira e abriu a latinha, colocando-a em cima da mesa.

— Você primeiro, m’lady — falou recebendo um olhar reprovador. Eddie estava um pouco tenso, muitas regras quebradas em uma só noite. Ele pegou a latinha e aproximou lentamente os lábios da abertura, respirou fundo e tomou um gole generoso, fazendo uma careta logo em seguida.

— Eca, isso é horrível — constatou se encolhendo, Richie pegou a latinha de sua mão bebendo dela.

— É, eu sei. — Entornou a latinha novamente, — Mas você se acostuma. — O menor franziu o nariz e estendeu a mão, não muito satisfeito com o comentário anterior, tomou mais um gole, estremeceu. — E então... Quer falar sobre o que aconteceu entre você e a baleia da sua mãe? — perguntou pegando a lata de volta.

— Nada de mais — disse, recebendo a bebida, estava mentindo e era visível —, talvez você esteja certo e eu esteja virando um rebelde. — Tentou imitar o sorriso de lado do Tozier e virou a lata mais uma vez. — Mas isso não faz dessa coisa menos ruim — completou, estremecendo de novo. O maior não o forçaria a falar se não quisesse, então tratou de mudar de assunto, qualquer coisa sobre escola e seus amigos. Mais algumas idas e vindas da lata e ela acabou na mão de Eddie.

— A! Acabou — disse rindo, com as bochechas um pouco vermelhar —, acho que sou fraco para essa coisa de beber — constatou com um sorriso bobo. Estavam de frente, Edward sentado com as pernas para o lado da cadeira e com o cotovelo apoiado na mesa, enquanto Tozier estava sentado virado para o encosto, inclinando ela levemente na direção do outro.

Foi nesse momento que Richie admitiu para si mesmo estar apaixonado pelo sorrido do mais novo, e talvez ele também seja fraco para bebida ou essa seja uma boa desculpa por ele ter se inclinado mais e beijado o menor. Foi um beijo sem malícia, até porque tinha quase certeza ser o seu primeiro.

O mais velho se afastou lentamente olhando Eddie nos olhos, ele estava sem expressão, paralisado, então ele piscou os olhos, que até aquele momento estavam abertos e espantados, e piscou novamente os apertando, encarou o maior, o qual já começava a montar uma desculpa como “Acho que sou mais fraco pra bebida do que pensava” ou algo parecido, quando foi surpreendido por um beijo do mais novo.

Quando se separaram se encararam, ambos corados e mesmo que nenhum dos dois pudesse negar que estavam no mínimo um pouco alterados, o sentimento era nítido, não precisava ser dito, mas foi do mesmo jeito ou quase.

— Eu gosto de você também — Tozier disse.

— Você esta simplesmente admitindo que eu gosto de você? — Riu da própria pergunta, — É, talvez eu goste de você — falou desviando os olhos.

— Ei, você... — Fez uma pausa pensando se devia realmente perguntar, — Você quer dormir aqui?

— Achei que teria que pedir, eu estava mesmo precisando de um lugar para ficar. — falou se levantando para chegar mais perto de Richie.


Notas Finais


Isto é porque ando precisando de Riddie e os escritores não estão suprindo essa necessidade, por esta razão acabei tendo de escrever, e acho toda essa situação um pouco absurda, pois como Imp de "A Garota Submersa" (que se alguém me perguntar, eu direi: é um ótimo livro e recomendo porque ele faz as pessoas pensar sobre coisas que geralmente elas não querem pensar, mesmo eu ainda estando em algum lugar no meio do segundo capítulo) eu não me considero uma escritora.
Eu comecei a escrever isso hoje de madrugada, sábado (11/11) o que quer dizer:
1 - Eu não devia estar acordada
2 - Se estivesse, deveria no minimo estar estudando para o ENEM, que vai ser amanhã e eu não estou mentalmente preparada para uma prova de matemática.
E eu estou com fome, simplesmente fome, não importa se estou comendo, se acabei de comer, ou se deveria estar com fome de verdade, minha mãe diz que é ansiedade, mas se fosse eu deveria estar com fome há muitos anos, porque eu sou ansiosa há muitos anos, não que ela perceba meus problemas, gente grande nunca percebe o que é importante.

Espero ter ficado dentro dos personagem, acho muito difícil escrever o palavrões, o que faz parecer que eu não falo, o que é uma puta de uma mentira, mas no texto é diferente. Não sei explicar.
E bem, espero que não tenha ficado forçado o "loser club" aparecer porque eu realmente queria pelo menos mencionar eles.
Acho que é só isso.
Comentem, talvez eu demore para responder, mas isso não faz deles menos especiais.
Obrigado/Desculpa por ler! Aceite o que lhe convir.


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