História Meia-noite - A tristeza me consome

-olá, sou katarina. Acho que essa é a frase que não falo há tanto tempo, conhecer pessoas novas e ter amigos deixou de ser um prazer e passou a ser uma obrigação, e advinha, obrigações não são minha prioridade. Confesso que dormir está ficando cada vez mais complicado, sentir que estou sendo esquecida  e excluída por todos, e que a única forma de fujir dessa angústia é sentindo dor, me ocupando com coisas banais e fúteis que não vão me levar a nada. Pronto diário, escrevi o que sinto mesmo sabendo que não vai funcionar e que isso é apenas uma experiência em sima de mim, uma ratinha de laboratório que todos sonham em ver feliz e de bem com a vida, mas essa não sou eu. Até amanhã. De sua querida katarina.

Katarina,deitada no chão ao lado de sua cama fechou o caderno com listras verticais em amarelo, branco e rosa e o olhou fixamente, imaginando se o que escrevera era mesmo possível, ser feliz, era o que ela queria, mas algo a impedia mesmo sem saber ao certo o que a impedia resolveu se convencer de que isso não passava de um mísero sonho que nunca seria realizado até mesmo hoje, seu aniversário de 15 anos, passara em branco,  que para ela era só mais um dia que vivera contra a sua vontade. Depois de um tempo encarando o caderno, katarina levantou e o colocou na cama e o travesseiro por sima, se deu conta que já eram quase meia-noite e precisava dormir, pois teria aula no outro dia, então foi até o banheiro do seu quarto escovou os dentes, penteou os seus longos fios cantanhos, vestiu um pijama e voltou para o quarto, onde apagou a luz e deitou em sua grande cama.

Depois de uns minutos, katarina dormiu.E ao acordar , ainda de noite levantou-se e ficou de pé no centro do quarto escuro, quando ouviu um ruido que mais parecia arranhões sendo provocados por imenças garras no piso de madeira, então instintivamente olhou para o chão e seguiu em direção a porta, até que lhe veio uma sensação estranha como se alguém estivesse atrás dela, ela parou, respirou fundo e virousse com uma incrível rapidez. Mas não era nada, respirou fundo novamente e voltou pra cama, até que algo a impedio, os gritos de sua avó, sua querida avó que a acolhera quando sua mãe a abandonou. Katarina correu para o quarto de sua avó e viu que ela se contorcia de dor, imediatamente ligou para emergência,porém mal conseguia falar de tanto que chorava e soluçava.