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História Meia Noite - •Capítulo 1 - Pesadelos


Escrita por: Hidden_Past

Capítulo 2 - •Capítulo 1 - Pesadelos


  Pesadelos. Essa nunca foi a minha palavra favorita, sempre que mencionavam essa palavra perto de mim eu estremecia por dentro. Quando era criança, meus pesadelos eram somente as vezes e eu sempre sonhava com criaturas estranhas na qual tentavam me matar das mais diversas formas, mas antes que o fizessem eu acordava soando frio. Recentemente, esses sonhos bizarros estão sendo mais frequentes, mas dessa vez, não são todas as vezes que eu consigo acordar antes de me matarem. A sensação de morrer no sonho se parece muito com a da vida real. Como eu sei disso? Eu tive que encarar um pós morte depois de ter acordado com um dos meus pulmões destruído, isso foi aos meus sete anos de idade, tiveram que fazer uma cirurgia. Eu acabei morrendo. Depois dos esforços árduos dos médicos eu voltei a vida, o que eles consideraram um milagre pois as chances da cirurgia dar certo eram dois por cento, e com isso tenho um pulmão de outra pessoa até os dias atuais, mas tive que fazer tratamento psiquiátrico logo em seguida por um ano e meio. Minha irmã ao saber do que havia acontecido comigo entrou em desespero, ela começou a falar coisas sem sentido e inclusive falou que havia visto que eu iria morrer, enquanto dormia. O seu sonho me deixou um pouco perturbado, mas o que mais me perturbou foi o meu próprio... Hoje é o meu primeiro dia depois das férias, eu não estou nem um pouco animado para ir para lá, não há razões para eu ir a escola, todos me odeiam, e eles sempre fazem questão de deixar isso bem claro. Eu sou o saco de pancada dos idiotas daquela escola, eles sempre vem atrás de mim e me humilham das piores formas possíveis, até hoje me controlei o máximo possível para não quebrar a cara deles, senão tivesse sido um pedido da minha mãe para que eu não me metesse em encrenca eu já teria sido expulso. - Léo! - Gritou minha "mãe" no andar debaixo. Ela não é minha mãe biológica, eu sou meio que adotado, minha vida não é uma coisa que as pessoas possam desejar, eu nunca desejaria o que aconteceu comigo a alguém, tudo que eu sofri não é algo que alguém poderia conseguir aguentar por muito tempo. No ano passado foi quando as coisas começaram a melhorar, essa família nos ama, a mim e a minha irmã Ágata. - Sim? - Respondi me levantando da cama e indo para a escadaria da nossa grande casa de madeira. - Venha tomar café, não vai querer se atrasar no seu primeiro dia de aula, vai? - Na verdade seria melhor se eu nem fosse... - Sussurrei para mim mesmo e depois respondi a pergunta dela. - Não! Já estou indo! Voltei para meu quarto e despi minha camisa olhando atentamente para o espelho e todas as minhas cicatrizes. O que impressionou meus pais biológicos quando meu pulmão foi destruído não foi porque foi de repente enquanto minha saúde estava ótima. Foi pelo ferimento, quando me encontraram gritando no quarto ficaram assustados com o buraco enorme em meu peito, a garra dele havia perfurado meu peito e destruído meu pulmão deixando uma bela cicatriz no meu peito, só para me lembrar sempre do que acontecerá. Despi o resto das minhas roupas e coloquei o uniforme preto e vermelho do colégio. Este vai ser o meu sexto ano naquela escola e vou entrar no terceiro ano, tradução, ano que vem não vou mais ver ninguém daquela escola, isso é a única coisa que me anima em dias como esse, primeiros dias de aula nunca são bons. Peguei minha mochila que estava ao lado da cama e desci a escadaria encontrando minha irmã Ágata e Karen sentadas a mesa tomando café conversando animadamente, sentei-me na mesa e enchi a minha xicara com café. Dei um longo gole e notei que Ágata me olhava fixamente. - O que foi? - Perguntei pousando a xícara na mesa. - Está nervoso para o seu primeiro dia de aula? - Ela perguntou um pouco cabisbaixa, porque ao contrário de Karen, Ágata sabe do meu "problema" na escola, ela estuda em outra escola por isso não tenho nunca ninguém para conversar, não que isso faça diferença, a escola vai ser de qualquer forma sempre entediante. - O mesmo de sempre Ágata, e você? - Ela pousou a xícara na mesa também e olhou de relance para a janela observando o clima escuro e nublado que estava hoje. Na verdade, sol é uma coisa bem rara de se aparecer por aqui em Nova York, ainda não sei o porque. - Estou bem. - Respondeu finalmente voltando seu olhar para mim. - Ah, bom dia Karen. - Disse enquanto Karen pegava as nossas xícaras e colocava na pia. - Bom dia Léo. Vocês já vão indo? - Perguntou quando nos levantamos e fomos em direção da garagem. - Sim, não queremos chegar atrasados. - Ágata respondeu enquanto eu abria a porta da garagem. - Entendo, Boa aula filhos! - Boa aula mãe. - Respondemos em uníssono entrando no carro. Eu tenho dezoito anos e minha irmã dezessete, então com ajuda dos nossos pais adotivos eu consegui fazer o teste da carteira de motorista e passei. No dia do meu aniversário eles me deram um carro, eu fiquei muito surpreso com aquilo, afinal, esse foi um dos melhores presentes que já recebi na vida. Dei ignição no Volkswagen e saímos dali indo em direção da escola de Ágata, ela estava meio inquieta desde que saímos de casa e isso me deixava um tanto preocupado. - Léo. Você quer realmente ir para a escola? - Ela perguntou com a voz rouca. - Na verdade eu nunca quero, mas não tenho outra opção, tenho? - Respondi um pouco seco, mas não era a minha intenção. - Você não deveria deixar que eles te tratassem daquele jeito Léo... Cada vez que você vem pra casa os seus hematomas parecem que ficam piores que os anteriores. - Ela sussurrou brincando com a gola da blusa. - Eu prometi para a mamãe lembra? Que não me meteria em encrenca. - Mas você não acha que está levando isso muito a sério? Assim você pode acabar morrendo! - Você sabe que eu não me importaria de morrer, não sabe? Na verdade, morrer seria a solução para os meus problemas. - Falei calmamente e logo recebi um tapa no rosto, Ágata tinha um bom tapa porque estava começando a sentir minha bochecha ficar quente. - Como você pode dizer isso pra mim Léo?! Não finja que você é o único que entende como se sente, eu estava lá Léo lembra? Eu sofri o mesmo que você sofreu. - Ágata disse se segurando para não chorar. - Então você já teve uma experiência pós morte, suponho? - Parei o carro em frente a sua escola e ela saiu do carro estressada batendo a porta do carro com força. - Droga... preciso lembrar de me desculpar com ela depois. A pior sensação que tenho todo dia é a sensação de dirigir em direção da minha escola, isso agora começou a ser inevitável, é uma sensação horrível como se estivesse indo novamente para a morte, e isso é o que mais me assusta, uma experiência pós morte é algo extremamente tenebroso, a partir daquele dia eu comecei a temer a morte todo dia e para dormir eu tenho que tomar um remédio forte que me deixa sonolento, mas com isso parei de ter os pesadelos, as vezes. O estacionamento da minha escola é realmente enorme, apesar de terem poucos carros ali, deve ser porque acabamos de voltar de férias e alguns ainda devem estar viajando, mas avistei ao longe o carro que me deixava nervoso, o carro do cara que mais me odeia na escola, o motivo é algo que ainda tento entender. Estacionei o meu carro e fui para o Pátio Central da escola, ele estava mais vazio do que o normal mas mesmo assim os idiotas vieram, eles sempre vêm, e, por algum motivo assim que cheguei na sala todos olharam para mim, literalmente, ignorei os olhares e me sentei ao lado da janela onde sempre costumo me sentar, mas neste momento a única coisa que eu quero é ir para casa e ficar sem fazer nada, como sempre. O sinal tocou e todos entraram na sala, a minha antiga sala estavam quase todos aqui, exceto pelos que faltaram e os alunos novos, os único que me lembro o nome são Alana Yegar e Arthur Loren. A única razão de eu me lembrar dos nomes deles foi porque fui obrigado ano passado a fazer um trabalho de Sociologia em conjunto com eles, e no final eu tive que fazer tudo e só coloquei o nome deles no trabalho porque fiquei com pena, afinal, o professor Frank de Sociologia é alguém que dá muito medo, e inclusive ele é outro da lista dos que me odeiam, ele deve estar em segundo lugar, o primeiro sempre vai ser de Hugo Poliver. A primeira aula segundo a lista que recebi na metade das férias dizia que as três primeiras aulas seriam de Sociologia, duas de Álgebra e uma de Física, hoje o dia seria muito animador. Assim que todos estavam organizados o professor Frank entrou na sala e se sentou em sua cadeira olhando para cada um dos alunos com o seu olhar julgador parando para me olhar por mais tempo que os demais. - Bom dia alunos, meu nome é Frank e sou o professor de Sociologia, e eu espero que tenham aproveitado bem as suas férias pois agora vocês descobriram o terror do terceiro ano. - Ele deu uma longa pausa se levantando e fazendo três jogos da velha na Lousa, um em baixo do outro. - Antes de começarmos, quero deixar três coisas bem claras para vocês, essas são as regras que vocês devem seguir dentro dessa sala durante minha aula, caso não cumpram as regras eu farei de tudo para que sejam reprovados. "Mesmo que eu obedeça você vai fazer isso não vai?" - Pensei enquanto o professor que olhava para fora da janela olhou para mim fixamente. - Primeira regra, nessa aula não perco tempo com perdedores e fracassados, muito menos desinteressados, então se você não quer estar aqui, saia por aquela porta neste momento e não entre nunca mais por ela durante essa aula. - Frank escreveu na lousa suas palavras e apontou para a porta e Arthur Loren se levantou e seguiu em direção da porta e atravessou fechando-a com cuidado. - Mais alguém? - Assim que ninguém mais se levantou ele continuou. - Segunda regra, tudo que eu requisitar deve ser arrumado até a data marcada, senão você receberá um zero e uma multa. - Os alunos novos o olharam confusos quando ele falou a palavra "multa". - Como assim uma multa? - Perguntou uma menina de aparelho e cabelos castanhos. - Para os alunos novos acho melhor que escutem atentamente o que vou dizer, se você desobedece uma das regras da escola ou professor você pode receber uma multa, assim que receber a terceira multa você é expulso da escola, entenderam? - Os alunos novos assentiram e o professor começou a escrever a última regra na lousa. - Por último, a terceira regra... Se você me desafiar ou... de alguma forma me atrapalhar... você será submetido a expulsão E... receberá um presentinho meu. - A mesma garota que havia acabado de perguntar levantou a mão e o professor lhe concedeu a palavra. - Que tipo de presente? - Uma passagem para o hospital, setor necrotério. Todos ficaram em silêncio quando ele falou aquilo, inclusive eu, ele nunca havia falado assim antes conosco, mas parece que todos consideraram isso uma brincadeira de mau gosto dele, mas eu não ficaria surpreso se ele fizesse isso. - Bom, vamos começar a aula. - Ele apagou as regras da lousa e começou a escrever a matéria desse bimestre, budismo. Budismo é um assunto até que bem legal, seria mais legal senão fosse explicado pelo professor Frank, ele não é um professor muito social com os alunos e está sempre sério. Já estamos na segunda aula e já fiz muitas anotações sobre o assunto, daqui uma hora seria o intervalo e depois teriam as três últimas aulas... Meu peito começou a doer intensamente quando coloquei um ponto no final em uma das anotações, a dor está muito intensa... "Que dor... é essa?! Meu peito não para de doer." Pensei puxando um pouco a gola e olhando para o ponto onde doía; a cicatriz de quando meu pulmão foi destruído era o lugar que doía. Minha visão começou a ficar turva e olhei para a janela que mostrava o campus e reparei uma coisa estranha... uma coisa horripilante. Havia uma figura negra olhando fixamente para mim... Não sei se isso poderia ser considerado olhar, a figura não possui olhos, no lugar havia profundas fendas. No lugar das mãos haviam três garras compridas e pontudas, ela inclinou a cabeça ainda olhando para mim e senti a dor aumentar cada vez mais me deixando com falta de ar e me fazendo soar frio, foi quando ela levantou uma das mãos/garras e me mostrou algo que quase me fez vomitar. Em sua mão/garra havia sangue, muito sangue e preso em um das garras havia algo pulsante que me fazia ficar desesperado e com medo. Era um pulmão totalmente dilacerado, o meu pulmão. Ela desapareceu do campus e surgiu na minha frente me observando cautelosamente com suas fendas no lugar dos olhos, suas garras que não estavam sujas de sangue encostaram na minha camisa bem em cima do meu pulmão que não havia sido destruído. - Não... consigo... me mexer... - Minha voz saiu fraca e a criatura puxou o braço para trás em um movimento que com certeza destruiria meu pulmão... Eu... vou morrer... - Léo Hartrust! - Gritou o professor Frank olhando para mim enquanto eu voltava meu olhar do campus para ele soando frio. - S-Sim professor? - Respondi tentando acalmar a minha respiração da alucinação que acabei de ter. - Está prestando atenção na aula? - Estou. - Respondi baixinho enquanto todos olhavam para mim. - Pois não parecia, será que devo lembrar-lhe das regras? - Frank perguntou em um tom superior como se eu fosse um rato de laboratório e ele o cientista maluco que me usaria de cobaia em um experimento. - Não precisa senhor. - Você está merecendo muito uma multa, mas como ainda é o primeiro dia não posso fazer isso, mas se eu pega-lo distraído novamente durante a minha aula... - Não acontecerá novamente professor... - Assim espero... agora vão para o intervalo e vejo vocês na quarta. - Depois que ele terminou sua frase o sinal para o intervalo tocou e eu fiquei mais confuso ainda enquanto ia para a lanchonete. "Por quanto tempo eu fiquei alucinado?" Com certeza deveria ter sido por muito tempo para ir da segunda aula para o intervalo. Eu perdi anotações valiosas da matéria, mas eu posso arrumar isso depois. O que mais me incomodou foi a alucinação que tive, ela foi tão real... Eu não tinha uma dessas a muito tempo, desde que comecei a usar aqueles remédios para dormir. Eu devo parar de me preocupar com isso, agora que percebi, eu estou morrendo de fome. Fui em direção da lanchonete e comprei um sanduíche e um refrigerante em lata. Me sentei em uma mesa sozinho e comecei a comer o meu "almoço" enquanto via o lugar um pouco vazio, eu deveria ser o único aluno sozinho ali, mas tanto faz, não é como se eu precisasse de alguém, sempre que precisava de alguém essa pessoa nunca estava lá, nunca fui bom em fazer amigos e eu francamente não dou a mínima para isso, na verdade, eu não sei o que significa amigos e amizade. Me desfiz da embalagem e da lata e fui ao banheiro, logo começaria a quarta aula e não queria me atrasar. Entrei no banheiro e fui logo em direção de um boxe, fiz as minhas necessidades e dei descarga. Os outros boxers estavam ocupados quando sai do meu eu fui em direção da pia lavar as mãos e o rosto porque a minha aparência não estava uma das melhores. Enchi minhas mãos com água e enterrei meu rosto nas mesma sentindo uma sensação estranha ao redor, quando levantei o rosto vi que o espelho estava coberto de vapor, achei aquilo estranho, passei uma das mãos no vapor e me virei rapidamente ao ver minha imagem e a de uma figura coberta de pura energia sombria logo atrás. Não sei se posso considerar isso sorte ou azar. Quando me virei vi que não havia uma figura sombria, e sim Hugo Poliver e dois amigos deles, todos com a cara de idiotas de sempre. - Olá Léo, curtiu as férias? - Olhei para ele e respondi da forma mais fria possível. - Não é da sua conta. - Falei indo em direção da porta mas um dos amigos dele surgiu na minha frente e me empurrou com força contra a parede fazendo eu bater minha coluna que agora estava doendo muito. - Me responda direito seu merda, com quem você acha que está falando?! - Ele deu um soco em meu estômago e me ajoelhei no chão colocando as mãos sobre o estômago, mas uma parte do meu corpo que doía pra lista. - Com um idiota. - Com isso ele me levantou pela gola e me deu um soco no rosto me fazendo cair no chão. - Seu monte de lixo! Você não passa de um órfão exibido que nem deveria ter nascido! Me diz, qual é a sensação de viver sabendo que seus pais morreram por sua causa? - Ele perguntou me puxando pelo cabelo nos deixando com os rostos bem próximos. - Se eu sou um lixo... você não passa de uma bosta ambulante que não serve para nada. - Falei cuspindo no rosto dele e vendo a expressão assassina que se formou em seu rosto. Ele me jogou no chão e chutou o meu estômago me fazendo cuspir um pouco de sangue, ele chutou mais duas vezes e o sinal para a quarta aula tocou. - Não se preocupe Léo, você vai pagar por ter cuspido na minha cara, você não vai nem se reconhecer depois que eu acabar com você! - Ele chutou mais uma vez o meu estômago e saiu do banheiro acompanhado por seus amigos. Me levantei e limpei meu rosto vendo meu rosto ficar um pouco roxo onde recebi o soco, limpei o sangue que escorria da minha boca e fui em direção de minha sala. Se eu não tivesse prometido para a minha mãe que não me meteria em encrenca eu teria dado uma surra neles a muito tempo atrás. Fui para a minha sala e me sentei no meu lugar, a professora Ilda chegou uns minutos depois com batatas fritas nas mãos e desculpou-se pela demora oferecendo batatas a todos, mas ninguém aceitou, o que a deixou aliviada. A matéria que eu sempre me dou bem é Álgebra, não só por essa matéria ser fácil para mim, mas porque a professora gosta de mim por prestar atenção nas aulas dela. Depois das suas duas aulas veio a última aula, a de Física. Ao contrário de Ilda e Frank, o professor Banner é uma pessoa muito sociável e legal, ele faz a matéria ser bem mais legal do que seria com outro professor, apesar de que a matéria em si já é complicada. Eu já estou cansado por alguma razão, e para a minha sorte, o sinal da saída tocou, mas não antes do professor passar uma atividade bem complicada para casa, vou precisar pedir ajuda para Ágata, ela é a que entende de Física. Guardei meu material e fui embora da sala, o chato das aulas é que cada uma dura duas horas e como tem seis aulas ficamos treze horas inteiras dentro da escola, das nove da manhã as sete da noite, deveria ter uma lei contra isso. Fui para o estacionamento e vi que o meu carro era o único ali, estava bem escuro, muito escuro, sorte que tinha várias lâmpadas em volta. As lâmpadas começaram a ficar estranhas e começaram a piscar freneticamente, acelerei o passo e entrei no carro o ligando e saindo dali, assim que sai dali entrei nas ruas e fui em direção da escola de Ágata buscá-la. O trânsito estava ótimo para a minha sorte e consegui chegar a tempo na escola dela, ela estava conversando com umas amigas e assim que viu o meu carro veio em minha direção e entrou no carro com uma cara de mau humor. "Quase me esqueci" - Desculpa por mais cedo... - Não foi nada, quero esquecer aquela conversa, como foi a escola? - Ela se animou um pouco enquanto saíamos do terreno da escola e entrávamos no trânsito. - O mesmo de sempre... - Aonde eles te bateram? - Ela perguntou olhando para o meu corpo como se fosse encontrar um braço ou perna engessado. - No estômago e no rosto. - Ela olhou para o meu rosto e viu o arroxeado de onde levei o soco. - Nossa Léo! Esta horrível! - Ela disse colocando as mãos no meu machucado e eu afastei o rosto do seu toque. - Não toca! É recente e está doendo, quando chegarmos em casa eu coloco gelo. - Eu vou ver algo para tirar esse hematoma horrível. E o seu estômago? - Não está doendo mais... - Fiquei refletindo se deveria ou não contar das alucinações... - Léo? - Ela me chamou preocupada. - Sim. - Respondi estacionando o carro na garagem. - Mais alguma coisa para me contar? - Olhei no fundo dos seus olhos e decidi o melhor a se fazer. - Não, nada. Entramos em casa e eu fui logo para o meu quarto me deitando sobre a cama e olhando para o teto. Minha visão começou a ficar embaçada e eu logo dormi sentindo que deveria ter feito alguma coisa antes de dormir. - Onde... eu estou? - Perguntei vendo o quarto escuro iluminado por tochas onde estou. As chamas mudaram de laranja para púrpuras e depois havia mudado de lugar, estava agora em um corredor escuro feito de tijolos cinzas, de um lado havia uma porta prateada e do outro... Um deles?! Assim que vi aquelas garras assustadoras comecei a correr em direção da porta enquanto a criatura corria desengonçada porém velozmente na minha direção, não havia percebido antes, mas, quando eu encolhi? Não... espera... eu voltei a ter sete anos? Porque será que eu estou com uma sensação de que isso já aconteceu antes? Assim que cheguei a porta a chutei e entrei no quarto trancando a porta com força na hora que a criatura chegou na mesma. O quarto em que eu estava parecia ser um calabouço coberto de lamparinas, olhei assustado para todos os lados e vi que havia um vulto olhando para mim com a cabeça inclinada levemente para a direita, sua silhueta era a mesma da criatura que estava me seguindo. Assim que pisquei a criatura estava mais perto e seu corpo estava um pouco mais inclinado para esquerda. Outra piscada e a criatura agora estava a poucos metros de distância. "Espera... isso me é familiar... até o medo e essa sensação medonha são familiares." Dei uma nova piscada e agora a criatura estava muito perto de mim, eu tentei movimentar meu corpo mais senti como se todas as partículas do meu corpo tivessem sido congeladas, o medo e angústia se apoderaram cada vez mais do meu corpo enquanto eu dava uma nova piscada e a criatura estava a um metro de distância. "Espera..." Eu olhei para o meu peito que estava nu que nem havia notado e vi que não havia nenhuma cicatriz no peito e senti o desespero se apoderar da minha alma. "Esse sonho... essa sensação... Eu já vivi esse sonho... " uma nova piscada e a criatura agora estava em minha frente. "Esse sonho é o sonho de quando... " Uma nova piscada e a criatura penetra suas garras em meu peito arrancando meu pulmão, senti como se mil facas tivessem perfurado meu peito e senti sangue escorrer pela minha boca incontrolavelmente, minha visão começou a escurecer e a dor começou a ficar pior e senti a sensação de ir para a morte. "Esse é o sonho de quando... Eu perdi o meu pulmão direito". Me levantei com força da cama arfando e suando frio, coloquei a mão no meu peito e vi que nada tinha acontecido naquele momento, puxei a camisa para cima e vi a cicatriz me aliviando, Ágata abriu a porta do meu quarto com força e sentou do meu lado. - LÉO, VOCÊ ESTA BEM?! - Ela gritou ao meu ouvido me fazendo ficar assustado. - Estou... calma, só foi um pesadelo. - Não é por isso, eu tive um sonho a pouco. - Que tipo de sonho? - Léo, você nunca deve ficar acordado a meia noite, NUNCA, entendeu? - Ela disse com uma cara muito preocupada e nervosa. - Porque? - Porque é quando... eles podem te matar. 



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