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  3. 10:00

História Meia noite você vai embora - 10:00


Escrita por: PatyNinde

Capítulo 3 - 10:00



Enigma.

Ela era um enigma.

Enquanto circulava pelos corredores de Hogwarts, na cola de Malfoy, como se sua vida dependesse da aprovação do garoto loiro de nariz empinado, trocavam injúrias e insultos.

— Veja, Draco, a Sangue ruim, o Morto de fome e o Cicatriz.

Mas quando caía a noite se encontravam, perto do salgueiro lutador. Eles não sabiam o que estavam fazendo, enrolados em lençóis limpos que Rony trouxera de seu dormitório, apenas alisavam mutuamente os espaços de pele exposta.

À noite, na casa dos gritos, ela confidenciava,longe da aparência de garota nojenta, irritante e preconceituosa , que detestava Malfoy. Odiava ser destratada e pisoteada.

— Pensei que você gostasse desse tipo de cara — Rony falou num dos encontros, debochado.

Pansy virou-se de costa para ele. Não era uma garota sentimental, mas odiava que a tratassem com escárnio.

Um breve silêncio se estendeu, e entre o espaço formado, Rony afagou os cabelos e pescoço da garota.

— Ele sussurra o nome dela quando se toca — Pansy soltou a informação num desabafo, sem se virar para ver a reação do garoto ao seu lado.

— Ele quem? — Rony perguntou. O tom de voz era confuso.

— Draco

— Ela quem? — Provavelmente ele já soubesse a resposta.

— Granger. — o nome saiu dos lábios de Pansy como se fosse um pedaço de madeira em brasa.

Ronald Weasley levantou da cama, o corpo nu coberto apenas por um lençol.

Dirigiu-se até a janela e apoiou a cabeça no parapeito.

"O que estava acontecendo ali?"

Foi o pensamento cheio de culpa e confusão. Depois desse, outros vieram.

" Por quê ela estava falando sobre Hermione." "Por quê revelara algo tão íntimo e repulsivo sobre seu querido Malfoy?"

Pansy era um enigma.

xx

A esfinge dourada e majestosa na entrada da Mansão dos Parkinson era a prova cabal de que riqueza era um adjetivo pobre para categorizá-los.

Ronald Weasley não passava por ali com frequência. Mas naquelas férias encontrara uma desculpa bastante sólida e crível: "Procurar um emprego de verão."

Trabalhar não era bem uma opção, mas uma necessidade que crescia à medida em que a guerra se tornava uma realidade.

Não falara com Pansy há dois meses, e assim deveria ser. Era uma garota muito sensual, não era curvilínea, tampouco tinha seios fartos e quadris arrendondados. Possuía uma sensualidade displicente, algo que brotava de seus poros naturalmente. Era como se ela não precisasse de muito para exalar toda sua feminilidade.

Os cabelos curtos na altura do queixo eram um ato de rebeldia, visto que batia de frente com a velha concepção de que cabelos longos são mais sensuais.

No meio das férias Rony sentiu vontade de enterrar os dedos nas madeixas negras. Os fios curtos davam a sensação de constante insaciedade, pois mal enterrava seus dedos nas negras melenas e a sensação dos folículos lisos dançando entre seus dedos acabava. Deveria, então, repetir o processo, e sentir a maciez, a fluidez e o perfume que se desprendia do cabelo e impregnavam o ar.

Ele não teria notado tal fato se não estivesse tão furioso com Hermione e o Verme Krum.

Naquela semana estava fazendo desgnomizacao no jardim de uma bruxa muito rica, Sra. Battes. A mulher morava há alguns metros da Mansão Parkinson, e do quarto de hóspedes, Rony conseguia enxergar a esfinge.

A gigante esfinge.

xx

Era uma coisa de pele.

Sm dúvida Pansy Parkinson, enquanto escovava o cabelo, não teria avançado em Weasley se não estivesse carente,ou se ele não tivesse crescido tanto nos últimos três anos, adquirindo um porte levemente atlético, muito provavelmente fruto de serviços braçais que realizava com frequência, uma vez que sua extrema pobreza não lhe permitia ter um jardim livre de gnomos.
O fato de ele estar sem o traje de gala ridículo também contribuiu para que ela vislumbrasse nele a saída para o tédio e para a rejeição. O tecido grosso da camisa de algodão cru dava ao garoto uma simplicidade quase pueril.

Sob a luz do luar, as pequenas sardas que lhe tingiam o rosto inteiro,pareciam pequenas estrelas.

A pele macia, a mão rude.

Sem dúvida, era uma coisa de pele.

xx

Era sexta-feira e o suor descia em bicas pela nuca. Sra. Battes não lhe oferecera sequer um copo d'água, apenas uma sombra mediana ao pé de uma árvore no jardim.
Uma bruxa mesquinha e solitaria que duraria muito pouco e deixaria a propriedade abandonada, pois não tivera nenhum herdeiro.

Com as mãos ele alisava um pergaminho já muito suado e amassado e, vez ou outra, dirigia olhares indecisos à Mansão Parkinson.

Precisava falar com ela.

xx

— Senhorita, um jovem a espera no portão — um elfo idoso vestido com retalhos de algum tapete comunicou.

Pansy não precisou caminhar muito. De longe reconheceu a cabeleira ruiva. Calafrios percorreram seu corpo, mesmo com o calor escaldante que fazia do lado de fora.

Ele estava suado e sujo de terra.

— O que faz aqui, Weasley?

Ele não respondeu. Entregou um pedaço de pergaminho nas mãos da garota, sentindo a textura macia de sua pele. " talvez seja uma coisa de pele." Ele pensou enquanto tentava guardar cada impressão do toque suave em sua memória

Ela leu o bilhete em voz alta. Não desfez a expressão de desprezo.

"Caldeirão furado é um excelente lugar para pessoas que estão de férias escolares."

— Você acha?

— Tenho certeza.— ele confirmou com o olhar sério.

— E qual o horário mais apropriado? — Rony gostaria de agarra-la ali mesmo, para ver se desfazia a expressão de nojo que não se desprendia do rosto da garota.

— Antes da meia noite.

Pansy deixou escapar um sorriso. Ronald Weasley era mesmo um enigma.



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