História Melhores amigos ou algo a mais? - Gosto de estar com ele ou é a ressaca?

Eu cheguei na casa de Vitor, que era um apartamento bem grande, o que me fez pensar que ele era rico. A casa dele em si não era nem tão grande nem tão pequena, mas era bem decorada, e muito bonita. Eu estava em um quarto com duas camas: uma que eu dormi, e outra que aparentemente Vitor tinha dormido. O que me deixou um pouco assustada. Vitor não estava no quarto, sua cama estava bagunçada, o que me fazia pensar que ele já tinha acordado, ou...

Vitor entrou no quarto.

- A gente... você sabe... tran... – E antes que eu pudesse terminar a frase ele respondeu.

- Não, infelizmente. – Ele riu e eu joguei meu travesseiro na cara dele. – Saaaa!! – Ele disse, uma expressão que agora estavam usando muito, como uma abreviação para ‘’sacanagem’’.

- Idiota. – Ri.

- Aliás, você já se viu no espelho? – Ele riu.

Bufei e me levantei para ir até um espelho grande que tinha atrás da porta do quarto de Vitor.

- Meu Deus, minha maquiagem tá toda borrada... – Ri. – Vou lavar meu rosto.

- Boa! Aproveita e penteia o cabelo também. – Ele disse, irônico.

- Vai se foder!

Lavei meu rosto e consegui tirar boa parte da maquiagem. Infelizmente homens não possuíam demaquilante.

Foi quando comecei a sentir uma tontura seguida de dor de cabeça e náuseas. Mas ignorei. Penteei meu cabelo.

- Costa, me empresta uma roupa ai, a minha tá com um cheiro de bebida forte. – Pedi.

- Tranquilo. – Ele pegou uma blusa branca que ficou bem larga em mim, e uma calça de moletom dele, que eu dei um jeito de não ficar tão largo em mim.

Sai do banheiro e tenho quase certeza que Vitor me olhou de um jeito diferente, não sei explicar, mas olhou. Ficou uns trinta segundos me olhando e fiquei meio sem jeito, mas logo ele disfarçou e voltou a arrumar a bancada do quarto dele, que estava toda desarrumada, com massinha (devido a um trabalho de Ciências que a professora passou), livros de Percy Jackson, entre outros.

- Caramba, eu tô com muita dor de cabeça. – Reclamei.

- Quem mandou você beber uma garrafa de vodka inteira sozinha? Agora se fodeu. – Ele respondeu, irritado.

Eu deitei na cama de novo.

- Eu lembro de ter visto você estava conversando com uma menina na social. Quem era? – Perguntei, curiosa.

- Uma amiga. Ela estava me ajudando com uma coisa que aconteceu comigo e com a minha ex-peguete. – Ele respondeu, agora não tão feliz.

- Ah, é sobre aquilo que você não quis me contar, e ficou bolado comigo por quase uma semana inteira, e que eu ainda não sei o que eu fiz ou o que aconteceu?

- É sim.

- Quer dizer que ela sabe e eu não sei. – Bufei. – Ótima maneira de começar uma amizade, eu diria. – Disse irônica.

- Eu só não queria te meter nisso e sabia que você insistiria se eu não te desse um fora ou brigasse com você. Sei lá, eu sei que é estranho, mas falar de garotas que eu já fiquei, ou meninas que já gostei ou gosto com você é muito estranho para mim. Não sei porque mas não parece certo. Desculpa. – Ele disse tentando se explicar, e parecia confuso.

Vitor chegou mais perto e sentou-se na cama onde eu antes eu estava deitada, mas agora resolvi me sentar. Mesmo com o fato que ia doer minha cabeça pra caralho.

Ele pegou em minhas mãos e olhou para elas enquanto dizia:

- Ela não aceitou o pedido. – Parecia ter dificuldades em continuar falando, então eu fiz um sinal de silêncio colocando meu dedo na boca dele.

Agora a gente se encarava. Vitor parecia triste só em tocar no assunto.

Eu o abracei forte.

- Me escuta. Você não precisa se sentir inseguro ou desconfortável para me contar qualquer coisa. É claro que também nunca vou te obrigar a me dizer nada. Mas não quero que fique guardando coisas que vão te deixar para baixo. Eu não gosto de te ver assim. Só confia em mim, para tudo.

- Eu confio. – Ele disse, seguro do que estava falando.

- Que bom. – Então eu o soltei, dando um beijo em sua bochecha.

A gente sorriu e começamos a conversar sobre outras coisas. Falamos sobre as viagens que ele tinha feito, as viagens que eu tinha feito e até combinamos de marcar algum dia para ele conhecer o meu prédio depois. Foi bom estar com ele, ficar zoando e rindo. Falei sobre os meus exs-namorados, falei sobre minha péssima sorte com garotos e tudo mais.

Depois eu fui para casa, com a roupa dele mesmo, mas antes eu quis dar uma passada na casa de Laura para ela me emprestar uma roupa dela e minha mãe não ficar me enchendo o saco o dia inteiro.

Laura me emprestou uma roupa dela, conversamos sobre o que tinha acontecido na casa de Vitor, mas no final ela entendeu que éramos apenas amigos, porque depois de eu ter ido para casa de Vitor, Laura jurava que a gente estava se pegando ou coisa assim. Ela também me contou que estava ficando com Luiz, mas não era nada sério.

Cheguei em casa umas oito horas, então tomei um banho e fiquei descansando um pouco na cama antes do jantar.