" Meu nome é Jason, e preciso chegar logo em casa, pois é entrando lá que tudo volta ao normal! "
O ruim desse caminho é que para chegar até em casa, tínhamos que passar pelo centro aonde é lotado de pessoas, mas como ainda é de manhã ( acho ), então pode ser que não esteje tão cheio como no horário de almoço.
Os passos longos indicam nossa pressa, e por mais que pareça discreta, as poucas pessoas começam a nos reparar. Não as julgo por causa disso, quem não repararia em 2 pessoas sujas, manchadas de sangue e ainda machucadas? Se bem que é meio desconfortante ter esse tipo de atenção. Então seguimos o caminho torcendo para que nada aconteça de errado.
- Estou preocupada... - desabafa Down, olhando para todos aqueles rostos confusos.
- É só não encarar, nós já vamos chegar - não que minha casa fosse perto do centro, mas tinha de dizer algo para deixá-la mais aliviada.
Após passar pelo centro, Dawn começou a reclamar que estava demorando. Eu dizia " calma, calma, já vamos chegar ", mesmo não sendo tão longe, ir à pé do labirinto até minha casa era bem cansativo. Eu entendia não só ela, como várias outras pessoas do labirinto, por já ter vivido o que eles estavam passando.
Chegando na minha casa, percebo que ela está com uma aparência triste. Estava animado por tudo o que tinha acontecido, então eu pensei até em uma possível reforma. A vida nova tinha acabado de começar!
Lembro que a primeira vez que vim do labirinto para cá, não foi a melhor, e esse era o motivo da casa estar assim. Estava do mesmo jeito que da última vez, bagunçada e até meio sombria, mesmo sendo uma pequena e simples casa.
- Estou com fome e imagino que você também, não é? - pergunto a Dawn, e logo depois recebo sua resposta afirmativa com um aceno.
Mas infelizmente não tinha nada na geladeira e no armário também. Lembrei que iria fazer compras naquela segunda. Rapidamente lembro também do machucado de Dawn ao olhar para aquele rosto que demonstrava dor, então subo as escadas dizendo a ela que já volto.
Peguei um kit de primeiros socorros e voltei na direção de Dawn ( relembrando do que havia aprendido em medicina nos programas de TV ). Depois de cuidar da perna dela, liguei o noticiário para ver se estavam falando de Thomas ou algo relacionado, mas nada.
- Você vai ligar para a polícia? - pergunta Down percebendo minha curiosidade.
- Vou esperar... - respondo eu após suspirar.
Ela então sugere um banho. Aprovando a idéia, lhe dou uma toalha e umas roupas minhas, mostro-lhe o caminho para o banheiro e por fim aviso:
- Vou comprar algo para comermos enquanto você toma banho, tudo bem?
Ela acena com a cabeça novamente e depois desvia o olhar. É estranho, uma hora Dawn conversa normalmente, e outra parece tentar fugir de tudo. Talvez a morte de seu irmão deva estar martelando em sua cabeça hora sim, hora não.
Entendendo seu ponto de vista, saio de casa com rumo à padaria. Compro alguns pães e manteiga com o dinheiro que ainda tinha na carteira que guardava na gaveta do quarto, porém ainda cercado por aqueles olhares. E na volta, começo a perceber o que tinha feito...
Droga, eu acabei de deixar uma garota que perdeu seu irmão, sozinha em casa? Nesse momento me vem tudo a cabeça ( todas as formas de suicídio que Dawn poderia cometer ), enquanto corro para chegar em casa rápido.
Um grande alívio surge, Down estava em perfeitas condições. Confiando mais nela e sabendo que a comida a deixaria bem ocupada, vou tranquilamente tomar um banho.
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