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História Memento Mori - "A primeira aprendiz de Lilith"


Escrita por: ForsakenBoy

Notas do Autor


Olá olá pessoas!
Primeiramente: PERDÃO POR SUMIR!
Juro que continuarei postando por aqui, afinal essa é a minha história favorita.
Bem, como é um capítulo mais para dizer "não vou dropar", espero que entendam o porque d'ele ser mais curto.
Enfim, boa leitura!

Capítulo 13 - "A primeira aprendiz de Lilith"


- Então a senhorita diz que reapareceu nesse mundo, e que você era a empregada de uma bruxa num lugar chamado “Lugar Nenhum”? – O delegado pergunta para Noite, que assente com a cabeça.

O velho delegado bigodudo suspira e sai da sala.

- A garota tá biruta. – Ele diz à um dos policiais.

Noite encara a sala branca e o vidro escuro. Ela já havia visto esse lugar nos filmes e, agora que estava ali, odiava a sensação.

Todos pronunciavam um nome estranho para a garota. Soava mais como um ruído, e por alguma razão todos a chamavam daquela maneira. Desde que voltara para seu mundo de origem ela começara a se perguntar se tudo o que vivera fora um tipo de sonho ou algo parecido.

A porta da sala branca novamente se abre, e então uma mulher alta, de curtos cabelos ruivos senta-se à frente de Noite.

- Olá, Noite. – A mulher diz, sorrindo. – Eu sou a Dra. Jordana, mas você pode me chamar de Dana.

Noite encara a mulher, porém logo volta a encarar seus próprios pés.

- Sei que o que está passando é difícil, mas eu preciso que você conte mais uma vez o que aconteceu com você, tudo bem? – Dra. Jordana diz.

Noite sente uma raiva enorme dentro de si, mas consegue contê-la. Após um longo suspiro a garota abre a boca novamente.

- Sei que meu nome não é Noite. – Ela diz. – E também sei que vocês acham que eu sou maluca ou algo assim. Entendo completamente, afinal, quem vai acreditar que uma garota foi aprendiz de uma bruxa não é mesmo?

- Não estou aqui para julgá-la, muito pelo contrário. – Diz a Dra. – Estou aqui para apoiá-la.

- Então tudo bem, Dana. – Noite diz. – Vou te contar do início de tudo até agora.
Tudo começou na noite em que eu, minha irmã e minha mãe nos preparávamos para sair pra uma festa de debutante. Não adianta perguntar de quem, porque isso já nem me importa mais.
Alguém bateu à porta naquela noite, e minha foi atender pensando ser o nosso motorista. Eu estava indo direto pra cozinha quando vi alguém cortando o pescoço da minha mãe com algo tão afiado quanto o orgulho.

- Afiado como o orgulho? – Dra. Jordana pergunta, interrompendo a garota.

- Você não acha o orgulho tão afiado quanto uma espada, doutora? – Noite pergunta.

Silêncio. A Dra. faz algumas anotações num pequeno caderno.

- Foi quando a minha mãe caiu bem no carpete da entrada da casa, sangrando muito, e muito rápido. Á primeira coisa que pensei foi em pegar a minha irmã e correr, e foi exatamente o que eu fiz. Foi quando acabamos presas num beco sem saída na rua de trás da nossa casa. Aquela sombra, a sombra de um homem alto, apareceu bem ali e agarrou a minha irmã.
E então, calor. Depois do calor veio o escuro e depois do escuro veio a terra seca e o ar úmido.
Perambulei por uma floresta por quase um dia inteiro. Encontrei uma pequena bolsa de couro com um lápis e um caderno surrado. Não havia ninguém por perto então eu o peguei. Carrego a bolsa comigo desde então. Foi quando a chuva começou a cair, forte e rude. Fiz abrigo numa cabana caindo aos pedaços no meio da floresta. Foi ali que conheci Talita, uma garota fantasma que morreu queimada por pensarem que ela era a reencarnação da besta. De primeiro momento fui atacada por ela, mas logo nos tornamos companheiras. Conheci Lili, uma velha um tanto quanto estranha, mas um pouco simpática, que me deu abrigo e comida, assim ficando em débito com ela. Perdi o meu nome, e o recuperaria somente após cumprir tarefas que a velha Lili me propunha. Noite. Essa sou eu agora. Não importa quantas vezes vocês digam o meu antigo nome, eu não consigo ouvi-lo ou mesmo lê-lo. Passei por maus bocados, conheci Tyler, um porco-espinho que fala, Timor que é um homem com a cabeça separada do corpo e Dia, um garoto da minha idade que também estava em débito com outra bruxa ou algo do tipo.
Acabamos encontrando um devedor que por acaso queria nos matar, conseguimos vencê-lo, mas ele logo sumiu e, quando voltou, não conseguimos lutar devidamente, pois fomos pegos de surpresa. Acabei sendo jogada precipício abaixo e então, de repente, apareci na minha cama, em casa.

Silêncio. Noite nota que sua respiração estava mais pesada e a Doutora a encarava de maneira estranha.

- Entendo. – Diz Dana, por fim. – Espere mais um pouco aqui, logo alguém virá busca-la para leva-la à outro lugar mais confortável.

A mulher sai da sala branca.

“É algum tipo de fantasia que ela criou para evitar as memórias traumáticas que ocorreram ao ver a mãe e a irmã morrerem. As perguntas aqui são: Como ela está viva, onde ela realmente estava e quem é o assassino?” – A doutora diz ao delegado.

Noite suspira novamente e passa a mão por cima da sua marca de débito. Como estaria Dia e Tyler?

Após ficar muito tempo na sala branca, finalmente Noite é transferida para um local mais confortável: um pequeno manicômio para jovens.
As enfermeiras a conduziram até seu quarto, a doutora Jordana teve outra curta conversa com a garota e finalmente ela ficara a sós, sentada numa cama dura em um lugar que ela não deveria estar.

- Que porra que tá acontecendo Lili?! – Noite diz encarando seus pés nus.

Frio. A temperatura do lugar aparenta estar caindo cada vez mais, e muito rapidamente. Depois de certo tempo a marca de débito de Noite começa a brilhar na cor roxa e um círculo mágico aparece à sua frente. Uma imagem fraca e quase transparente de Lili se materializa.

- Lili?! – Noite diz, correndo até o círculo mágico.

O frio do lugar quase congelava os pés da garota.

- Criança, não há muito tempo. – Lili diz. – Você precisa retornar novamente à Lugar Nenhum e pagar o seu débito.

- Não sei como voltar! Eu não posso nem sair daqui. – Noite diz, enraivecendo-se.

- Você é uma aprendiz de bruxa, criança. Você sabe que pode sair desse lugar. – Lili diz.

- Pegaram minhas coisas. Minha bolsa, o grimório, tudo. – Noite diz. – E eu não consigo usar magia aqui.

- Sim, você consegue. – Lili diz. – Você acha que não consegue, mas consegue. Você é a eleita, a devedora que matou Lucífago e a primeira aprendiz de Lilith!

Silêncio.

- O pouco tempo que tenho aqui posso te dizer algo: O garoto, Dia, precisa de você. Talita começara a vagar por Lugar Nenhum, pois pensa que você morreu. Você precisa voltar e pagar o seu débito, Noite. – Lili diz.

- Voltarei o mais rápido que puder, Lili. – Noite diz, agora sentindo-se mais calma.

- Que os ventos da sorte soprem à seu favor. – Diz Lili. – Assim que estiver de volta, encontrarei contigo.

A temperatura do quarto volta ao normal e o círculo mágico desaparece. Noite senta-se à cama. Ao longe ela ouve passos.

A garota olha ao redor e vê câmeras no pequeno quarto. Um sorriso. Ela sabia que a viram conversando com o nada.

Meia dúzia de enfermeiros entram no quarto.

- Garota, você precisa dormir agora, certo? – Um enfermeiro diz, colocando a mão no ombro de Noite.

- Na verdade não, não preciso. – A garota responde.

Os enfermeiros a seguram. Noite não esboça traço algum de resistência.
Uma agulha perfura sua carne e dá às suas veias algum medicamento que a faria adormecer.
Porém não havia visão turva ou algum sinal de fraqueza. Noite continuava acordada e sã como se nada tivesse acontecido.

Os enfermeiros cochicham algo. Uma nova dose poderia fazer mal a garota.

- Eu disse que não precisava dormir, não disse? – Noite diz.

A garota sorri. Num movimento rápido ela rola para o chão, distanciando-se dos enfermeiros. A sala brilha no já conhecido tom roxo e então uma grande parede aparece separando a garota dos enfermeiros.

Grande correria e barulheira podia ser ouvida no quarto de Noite.

“Primeira aprendiz de Lilith? Não infle o meu ego!” – Noite pensa sorrindo.

Suas mãos emitem uma cor roxo-avermelhada e então um buraco se abre no chão. A garota pula para o quarto abaixo ao seu. Alguns pacientes não entendem o que está acontecendo e começam a se desesperar.

Noite corre por todo o pequeno manicômio, fechando corredores, abrindo passagens por paredes e causando total desordem no lugar.

- Parada aí! – Um homem lhe grita.

Noite vira-se.

- Parada aí! – Ele repete. – Mãos no alto, sua aberração!

As mãos do jovem segurança tremiam enquanto segurava uma arma de choque.

- Não acha rude chamar uma garota tão bonita de “aberração”? – Noite diz, caçoando.

O jovem se aproxima de Noite com a arma de choque em mãos. As mãos da garota são presas com uma pequena algema, aparentada nunca ter sido usada até aquela fatídica noite.

- Obrigada por cuidar dos problemas daqui. – Noite diz beijando a testa do rapaz num rápido movimento.

O jovem cai ao chão, sem expressão alguma. Os olhos abertos encaravam as luzes brancas ao teto.

As algemas que prendiam as mãos de Noite se desfazem em pó. Pouco tempo após isso a garota já havia pegado seus pertences de volta e saído daquele lugar no qual ela não pertencia.

A cidade estava longe daquele hospital-manicômio. A garota podia ver às luzes ao longe. O caminho asfaltado iria ser percorrido com pés nus, pois assim ela preferiu.

“Aguenta a mão Dia, eu tô chegando!” – Noite diz, começando a correr matagal à dentro.

Após algumas horas, depois de ter certeza que não seria encontrada, Noite finalmente descansa encostada à parede de uma casa já na cidade.

Ela pensava em como poderia retornar à Lugar Nenhum, pois não fazia ideia de como o fazer.

Após horas lendo o grimório, Noite resolve dormir um bocado, afinal o dia já raiava.

As pessoas que passavam perto da garota, dormindo ao chão da calçada, a ignoravam assim como faziam com todos moradores de rua. Assim que a jovem acorda ela vê alguns trocados ao lado de sua surrada bolsa de couro.

Noite ri, pega os trocados e entrega ao primeiro sem-teto que vê pelo caminho.

Após muito tempo de procura ela finalmente encontra uma casa abandonada que não estava sendo usada por drogados ou mendigos.

Noite desenha o símbolo do débito no chão sujo da casa. Ela senta-se ao centro do grande círculo, pega seu grimório e começa a recitar palavras incompreensíveis para si própria.
A garota questiona-se se aquilo realmente funcionaria, afinal ela não conhecia perfeitamente o idioma. O que estava escrito no grimório era quase que um “guia de magias para idiotas”, ou algo parecido.

Depois de recitar as palavras e nada acontecer, Noite senta-se cabisbaixa ao centro do círculo.

- Que merda! – Ela diz, batendo o grimório ao chão.

A temperatura de seu corpo sobe.

- É disso que eu tô falando porra! – Noite diz, sorrindo.

O círculo mágico começa a brilhar em vermelho-carmesim. O símbolo de seu débito ardia como os infernos. E então, como já acontecera antes, chamas dominam o lugar, mas dessa vez não a levaram instantaneamente para Lugar Nenhum.
As grandes chamas queimavam o corpo da garota, como se ela realmente estivesse numa fogueira.

“Assim que se queima uma bruxa.” – Noite pensa em meio à tanta dor.

Ela lembra-se da dor que Talita sentira quando fora queimada. Era idêntica. Era quase que a mesma. A diferença é que senti-la mais uma vez fazia com que aquilo fosse um tanto quanto familiar. Era como se ser queimada uma segunda vez não fosse tão ruim como uma primeira.

E então as chamas finalmente consomem o corpo da garota por inteiro.

- Você deixou ela cair?! – Dia gritava com Timor. – Como você pode ser tão cuzão? Sério, eu vou te matar depois que eu matar esse cara!

Dia ainda lutava contra o mesmo inimigo anterior.

O céu de Lugar Nenhum é irradiado com chamas. Labaredas de fogo que dançavam à sua própria maneira no céu.

“O fogo é imprevisível menina! Traiçoeiro feito um lobo.”

Noite reaparece em Lugar Nenhum, caindo do céu assim como Lúcifer o fizera uma vez.

- Puta. Que. Pariu. – Dia diz observado a garota caindo em queda livre. – PEGA ELA TIMOR!

O grande corpo de Timor começa a correr em direção à Noite. A garota estava à poucos metros do chão, Timor não chegaria a tempo.

Noite suspende-se no ar, à centímetros do chão. Sua marca de débito não brilhava no tom roxo, mas sim em vermelho-carmesim.

- Mas que porra tá acontecendo?! – Dia grita enquanto desviava dos ataques do outro devedor.

-  A eleita, a devedora que matou Lucífago e a primeira aprendiz de Lilith tá na área! – Noite diz, com um grande sorriso no rosto. 


Notas Finais


Gente, eu tô realmente ocupado. Fui aceito num curso de dramaturgia que eu queria muito passar então é por isso que dei uma grande sumida.
Espero mesmo que vocês me perdoem, e agradeço à todos que leem.
Bem pessoal, eu juro que arrumo os erros mais tarde (eu preciso ir dormir, sabe?).
Obrigadão por lerem até aqui, tudo de bom sempre!
See ya!


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