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História Memoriam - I - Mágoa


Escrita por: gaehyunt

Notas do Autor


Essa fanfic foi baseada em uma ideia que eu tive enquanto olhava novela (pois é dhksjadh). Ela vai ser divida em três capítulos, pelo menos é o que pretendo.
É a primeira fanfic postada sem ser por desafio, aceito criticas como se aceitasse pizza, mandem ver. Tentei revisar o máximo que consegui, mesmo assim podem haver erros, se notarem algum digam que eu corrijo.
Boa leitura ♥

Capítulo 1 - I - Mágoa


Quase um ano completo e todo aquele sentimento ainda estava ali, intacto; talvez um pouco empoeirado devido à falta de uso, mas ainda assim, continuava inteiro. As lembranças boas ajudavam a mantê-lo ativo, mas não tanto quanto a possibilidade de que um dia, como um vulcão, ele entraria em erupção novamente. A esperança o preservava vivo, e sempre seria assim. Mesmo que Chanyeol tentasse esquecer, algo dentro de si constantemente o lembraria que talvez, por mais improvável que fosse, Baekhyun o perdoaria. E isso o fazia levantar todos os dias, o mantinha de pé. A chance, mesmo que remota de que pudesse mais uma vez ver aquele sorriso direcionado apenas para si, fazia seu coração bater a cada dia. Por isso, todas as terças ele se direcionava a floricultura, com o objetivo de ver aquele garoto que desde os quinze anos o fazia perder a cabeça.

Mas naquela manhã as coisas seriam diferentes. Faria sua última tentativa, sua última chance. Mesmo amando muito Baekhyun, Chanyeol se sentia cansado. Receber tantas recusas, ser observado com magoa, aquilo o machucava e depois de quase um ano, achava que já tinha sofrido o suficiente. 

O clima gélido em seu quarto o fez se arrepender de não ter fechado a janela na noite anterior. Isso dificultava o ato simples de levantar-se da própria cama. Inspirou demoradamente, tomando a dose de coragem necessária. Levantou-se praticamente em câmera lenta, sentindo todos os efeitos daquele inverno que parecia destinado a congelar todas as almas vivas. Fechou a janela do cômodo e não demorou mais do que vinte minutos para se aprontar e encarar mais um dia. 

Saiu do prédio onde morava rodeado de casacos. Passou na cafeteria logo ao lado e pediu uma dose de alguma bebida quente. Sorriu quando a atendente lhe entregou uma caneca de cappuccino, a bebida favorita dele. E mais uma vez, foi inevitável não pensar naquele sorriso. Sentiu o próprio coração aquecer um pouco com a expectativa de que o veria daqui alguns minutos. Quem sabe fosse hoje, talvez hoje Baekhyun o perdoasse por algo de que ele nem se lembrava de ter feito, mas do qual arrependia amargamente. Chamou por um taxi e seguiu em direção aquela floricultura que durante anos lhe serviu de lar.

***

Parado ali em frente, todas as memorias pareciam mais vivas. Eram tantas e todas rodeadas de nostalgia. Adentrou sem pressa, com o copo do cappuccino em mãos, ouvindo o sininho costumeiro ao passar pela porta.

— Seja bem-vindo! No que posso... — a frase foi interrompida, enquanto Chanyeol ouvia em alto e bom som aquela voz melodiosa que o enlouquecia. Ele estava ali, atrás do balcão. Seu rosto demonstrava todo seu desagrado em vê-lo. Mesmo que não tanto quanto antes, todo aquele desprezo nos olhos de Baekhyun o machucava. — O que é que você quer, Park?

Park. Era assim que era chamado por ele durante aquele quase um ano, e mesmo depois de todo aquele tempo, ainda doía ouvi-lo dizer seu nome com tanta magoa. 

— Flores, Baek. Margaridas, as mais bonitas que tiver, por favor. — Como em todas as vezes que ia ali, fazia o mesmo pedido. Ouvia Baekhyun resmungar que não o chamasse de Baek enquanto o observava arrumar as flores que havia pedido. Nada diferente de todas as vezes que estivera ali depois do ocorrido.

Naquele instante em que podia olhar Baekhyun fazendo algo que gostava, entendia toda a sua dificuldade em esquece-lo. Aquele era o problema, não queria esquecer. Queria se segurar a cada momento, cada memória. Queria muito que as fotografias guardadas dos dois juntos se mexessem e se transformassem em realidade novamente. O sabor do beijo, as borboletas no estomago, os sorrisos cumplices... Queria sentir aquilo de novo, aquela sensação gostosa que era ter Baekhyun ao seu lado. Não é fácil esquecer alguém que fez parte dos melhores momentos de sua vida.

— Aqui está. — Byun entregou o buque simples para Chanyeol, que sentiu as pontas dos dedos alheios roçarem em sua mão. Provavelmente aquele tinha sido um gesto indireto e não proposital, mas isso não o impediu de sentir aqueles arrepios que se espalhavam por seu corpo. Ponderou por alguns segundos se deveria mesmo desistir, pois seu coração se apertou ao imaginar que aquele era o máximo que teria de contato com a pele dele depois que saísse da loja. Por fim, decidiu que já era hora de seguir em frente. 

Pagou o valor das flores, porem continuou parado em frente a Baekhyun, que o olhava intrigado. 

— Você quer um convite formal para se retirar? O que está esperando? — Não era preciso prestar tanta atenção para perceber que o mais baixo estava desconfortável com a presença dele ali. Seus olhos imploravam para que fosse embora, ver Chanyeol deixava a situação mais difícil do que já era. As feridas recém cicatrizadas se abriam toda vez que aquele rapaz alto aparecia em sua frente. Era doloroso, quase sufocante. Vê-lo lhe fazia recordar de memórias ótimas, mas que sempre vinham acompanhas de uma especifica que o magoou muito. Ainda estava ali, todo aquele ressentimento e tristeza, guardados depois de todo aquele tempo.

— Baek, por favor, eu... — Chanyeol tentou começar a dizer as palavras que a muito tempo estavam guardadas, mas novamente, como acontecia todas as vezes, Byun não o deixava terminar. E aquele ato de ser cortado pela metade o feriu. Feriu porque era nítido que Baek não estava disposto a perdoa-lo e que era inútil continuar se machucando.

— Não, não faça isso. Eu não quero ouvir. — Baekhyun precisou de todas as suas forças para dizer aquilo. Era mentira, ele queria ouvir. Queria que Chanyeol dissesse as palavras certas e os dois se acertassem novamente, mas não podia. Não podia porque mesmo que ainda o amasse, mesmo que doesse ter que manda-lo embora, tinha que fazer isso. Tinha que dar um basta naquilo, seguir em frente. Com o Park ele viveu os melhores momentos de sua vida, mas também o pior. Foi por causa dele que seu coração foi quebrado, era por causa dele que não conseguia confiar em ninguém como antes. E ainda tinha Kyungsoo, seu namorado que se mantinha ao seu lado mesmo sabendo de tudo aquilo. Não podia e não queria magoar aquele garoto que só o fez bem nos últimos meses. —Va embora, por favor.

— Tudo bem, Baek. Eu entendo, de verdade. Espero que tenha uma ótima vida daqui pra frente. Obrigado pelas flores. — Chanyeol deu uma última olhada no garoto a sua frente, antes de se virar em direção a saída. Seu coração implorava para que tentasse mais uma vez, mas seu lado racional dizia que aquilo seria em vão. Estava a três passos de distância da saída quando ouvir Baekhyun pronunciar.

— Chanyeol — E de novo, seu coração se chocou contra a caixa torácica. A surpresa de ouvi-lo dizer seu nome depois de tanto tempo o deixando tonto por alguns segundos. Se virou em direção a ele com os olhos brilhando, a esperança podia ser facilmente identificada ali. Não precisou falar nada – nem conseguiria – para que Baekhyun começasse o que queria dizer — Por que você vem aqui toda semana, mesmo depois de todo esse tempo? 

— Tenho medo de que você se acostume com a minha ausência — Era aquilo, foi só o que disse antes de se virar e sair daquela floricultura. Não houve um adeus, nada. Deixou uma lagrima solitária lhe escorrer pelo rosto, limpando-a rapidamente. Balançou a cabeça, afastando os pensamentos do rapaz que deixaria para trás. A esperança de que um dia estariam juntos novamente lhe implorando para que voltasse ali e dissesse que apesar de tudo, ainda o amava e que se arrependia de todo sofrimento causado. Porem continuou seus passos em direção ao trabalho. Afastaria Baekhyun de sua mente, nem que seja a força. O deixaria ser feliz, viver sua vida. 

Chanyeol não notou, mas Baekhyun sentiu seu coração balançar com aquela frase dita a poucos instantes. Mesmo que negasse, aquilo funcionava. Nem por um dia, Baek acostumou-se com a ausência dele. Aguardava ansioso as terças para que pudesse vê-lo de novo. Era errado, o fazia mal, mas não podia evitar. Respirou fundo, tentando fazer com que as lagrimas acumuladas em seus olhos não escorressem por suas bochechas. Sentia-se estranho, como se aquela fosse a última vez que o veria. Seus instintos diziam para que o chamasse de volta e tivessem uma conversa decente. 

Bateu a mão no balcão, com força, irritado. Tinha raiva de Chanyeol por não facilitar as coisas e ainda mais raiva de si por ainda não conseguir olha-lo sem se sentir sem chão. O Park ainda conseguia o desestabilizar apenas com sua presença e isso era injusto. Injusto porque ele o havia traído da pior forma possível, quebrado sua confiança e seu coração e ainda se achava no direito de pedir desculpas. Baekhyun estava cansado de sentir-se daquele jeito por alguém que não merecia nenhum tipo de emoção vinda de si. Toda vez que o encontrava era assim, seus sentimentos conflituosos submergiam e banhavam sua mente o deixando tonto. E como uma luz no fim do túnel, Kyungsoo apareceu em sua frente, seu sorriso sendo como um remédio capaz de curar as piores dores.

— Baek, você está bem? — Aquele sorriso nos lábios de Kyungsoo desapareceu assim que notou os olhos úmidos do namorado.

O Byun não o respondeu de imediato, apenas saiu de trás do balcão e abraçou Kyungsoo com todas as suas forças. Era engraçado como se sentia seguro nos braços dele e de como seus sentimentos se acalmavam repentinamente. 

Kyungsoo era seu porto-seguro, alguém para quem sempre correria quando se sentisse sozinho ou triste. Quando suas emoções se tornavam confusas, o Do parecia disposto a organiza-las. Ele o deixava mais leve, a alegria e tranquilidade tomavam conta de si quando estava com ele. Porém, mesmo sentindo-se seguro, aquilo não bastava. Não era suficiente para que o amasse como deveria. Tinha sim um sentimento existindo ali, mas era gratidão. Gratidão por ele nunca o abandonar, por estar ao seu lado mesmo sabendo que amava outro. Por lhe mostrar a luz quando tudo parecia ser feito de escuridão. 

— Ele apareceu de novo, não foi? — Sem desfazer o abraço, D.O perguntou baixo, próximo ao ouvido do namorado. Como resposta, obteve apenas um “sim” em tom baixo. Mesmo se não tivesse tido retorno, era evidente que Chanyeol passara por ali. Somente ele era capaz de deixar Baekhyun tão sensível assim. Involuntariamente, bufou em desagrado. 

Baekhyun sentiu-se mal por ver o desconforto do namorado. O compreendia e não podia julgar, mas era inevitável. Tentava o máximo que conseguia esconder suas emoções em relação a Chanyeol, porem as vezes era quase impossível. Kyungsoo deveria se sentir horrível vendo o próprio namorado sofrendo por outro, amando outro. Ainda mais alguém que o machucara, enquanto ele estava ali, disposto a amar cada pedacinho dele.

Sentindo-se mais leve, Baek relembrou-se do tempo em que conheceu Kyungsoo. De quando começou a ver uma possibilidade para reerguer sua vida.

Fazia três semanas que vira Chanyeol com aquela garota e desde então, sua vida estava de cabeça para baixo. Sem emprego e sem o homem que amava, não via caminhos para onde correr. O que faria sem o Park? Sua presença era fundamental para que sua vida corresse bem e agora estava ali, sem ele. 

Baekhyun notou suas vistas se embaçarem devido as lagrimas que logo escorreriam por seus olhos. Temendo ter que chorar em frente a pessoas desconhecidas, tratou de pagar a conta do café onde estava e saiu ligeiro do estabelecimento. 

Saiu pelas ruas de Seul lembrando-se dos momentos bons que vivera com Chanyeol. Como tudo aquilo havia se transformado em apenas memorias dolorosas do dia para noite? Como era possível que aquele rapaz que conhecia desde a adolescência o tivesse traído daquela forma?

— Hey, você esqueceu seu livro lá na cafeteria. — Sentiu uma mão lhe tocar a parte de trás do braço e virou-se surpreso. — Está tudo bem? — O estranho o questionara assim que notou a cara de choro do outro. Baekhyun se sentiu envergonhado e tentando disfarçar, respondeu:

— Um cisco caiu no meu olho, não é nada. Obrigado pelo livro, estava distraído e não havia percebido. — Tentou seguir seu caminho, mas novamente aquele rapaz puxara seu braço. 

— Cisco? Essa é a melhor desculpa que conseguiu pensar? Você claramente estava chorando e se tem uma coisa que eu aprendi é que desabafar sempre melhora a situação, ainda mais com um estranho — Baek viu o estranho lhe sorrir simpático e estranhamente sentiu que deveria confiar nele. — Vem, vamos caminhar um pouco e você me conta o motivo do seu choro, tudo bem? 

O Byun estava um pouco surpreso com as atitudes daquele garoto. Mesmo assim, concordou em caminhar com ele. Lhe faria bem desabafar, precisava daquilo.

— A propósito, me chamo Do Kyungsoo. — O estranho se apresentou a ele e Baek sentiu que aquele rapaz o faria um bem imenso.

No fim das contas, Baekhyun estava certo. Depois daquilo Do nunca mais saiu de seu lado. No início foi apenas um bom amigo que estava disposto a ouvir todas as suas lamurias. Com o tempo, Kyungsoo passou a desenvolver sentimentos mais profundos por ele. Baek sempre deixou claro que não estava disposto a nenhum relacionamento no momento, porem depois de alguns meses, decidiu que era hora de tentar envolver-se com outra pessoa. Deixou claro que não o amava do mesmo jeito, mas que faria um esforço para recompensar e quem sabe retribuir o seu amor.

E ali estavam, quase quatro meses de namoro. Uma relação que tinha tudo para dar certo, a personalidade animada de Baek e o fato de que Kyungsoo era mais calmo os faziam complementares. As brigas eram escassas devido a paciência que D.O tinha com o garoto. Ele entrou naquilo sabendo que o Byun amava e estava machucado por causa de outro cara e estava disposto a esperar o tempo que fosse para que seu amor fosse retribuído. Mas em vezes como aquela, em que Baekhyun parecia não progredir na missão de esquecer Chanyeol, sentia que estava à beira de desistir do garoto. Era difícil lidar com as feridas do namorado quando o próprio lhe estava causando alguns hematomas.

— Baek — Kyungsoo soltou-se do abraço e olhou nos olhos do namorado — Eu preciso ir agora, só passei pra dar um oi. Mais tarde eu passo na sua casa, tudo bem? — Depositando um beijo na testa dele, deixou a floricultura com passos calmos, mesmo que sua mente estivesse confusa demais para se quer pensar em uma desculpa. 

A verdade era que tinha tirado a manhã de folga para ajudar Baek e passar um tempo ao seu lado, mas ao chegar a floricultura e vê-lo tão abalado por causa de Chanyeol o machucou muito, se sentia cansado de ter que carregar o peso das magoas de dele.  Mesmo que fosse egoísta, pois deveria ajudar o namorado, sentia que precisava de um tempo para si. Saiu do estabelecimento e discou o número de Jongin, alguém que nunca o deixaria se sentir daquele jeito.

E novamente, Baekhyun foi deixado sozinho naquela manhã. Respirou fundo, decidindo que estava cansado de chorar. Park Chanyeol não merecia suas lágrimas. 

Fechou os olhos, sentindo todo o sofrimento machucando seu peito. Aquela seria a última vez que se deixaria abalar. 

Ouviu o sininho indicando que alguém entrara no estabelecimento. Com seu melhor sorriso, deu as boas-vindas para o cliente. Não somente isso, sorriu para um futuro onde Chanyeol não o machucaria, um futuro onde Kyungsoo o fazia sorrir a todo instante. Ali estava, bem à sua frente, seu destino. Não sofreria mais, não mesmo.


Notas Finais


Bom, chegaram até aqui? Aeeeeeho. No próximo capitulo terão os porquês de tanta magoa. Se bem que esta bem obvio. Mas todas as suas duvidas serão respondidas, prometo. Vou tentar não demorar para atualizar.


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