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História Memórias - Gostava Tanto De Você


Escrita por: LadyNara

Notas do Autor


Essa fic é para o desafio de aniversário proposto no grupo ShikaTema Br no Facebook.
Ela também está postada no Nyah!

Capítulo 1 - Gostava Tanto De Você


Hospital de Konoha, 20 de novembro – 14h35min AM.
- Shikamaru? – Gaara me chamou e eu levantei a cabeça para fita-lo. Ficamos algum tempo em silêncio até que ele continuou a falar. – Desde que horas está aqui? Você parece cansado.
Direcionei meus olhos para o relógio em meu pulso; há quanto tempo eu estava aqui mesmo?
- Doze talvez treze horas. – dei um palpite e o ouvir suspirar. – Quando chegou de Suna?
Gaara era governador da cidade vizinha e por isso somente agora pode estar aqui.
- Há poucos minutos. – ele sentou-se ao meu lado. - Você já pode ir até ela?
- Não. - E eu havia quase implorado por isso. - Onde está Kankurou? - Eu não queria realmente saber, mas me surpreendeu a rapidez com que ambos chegaram aqui.
- Ele voltou para Suna. Eu acho melhor um de nós tem que estar lá.
Isso porque Kankurou era o braço direito do irmão; tomei folego para lhe explicar a situação, entretanto ele se adiantou. 
- Kankurou já me explicou tudo. – sua voz era tranquila.
- Certo. – assenti e voltei a baixar minha cabeça.
- Quero dizer, quase tudo. – ele voltou a falar. 
Eu sabia que em algum momento teria que explicar tudo o que tinha acontecido àquela noite para ele, porém não estava preparado para o que aconteceria depois. 
- Ele falou que bateu em você... – talvez ele esperasse que eu explicasse o porquê disso, no entanto eu apenas confirmei silenciosamente e ele continuou a me fitar questionador.
A verdade é que Kankurou tinha perdido o controle de suas emoções e consequentemente de suas atitudes, após receber a noticia e confirma-la por si próprio, e como resultado eu havia escutado inúmeros xingamentos, ameaças e levado um soco – sem reagir, pois eu merecia tudo aquilo. Era provável que Gaara esperasse por isso.
- Foi minha culpa. – respondi depois de um longo tempo em silêncio.
- A que se refere? – Gaara era um homem muito inteligente, todavia minha confissão o tinha pegado desprevenido; e apesar de seus olhos demonstrarem surpresa, sua voz permanecia calma, seus punhos já fechados tremiam levemente, revelando toda a emoção contida.
- A tudo. Kankurou me bateu por que eu merecia. – suspirei. – O acidente... – respirei fundo para conter as lágrimas que já ameaçavam cair. – Indiretamente foi minha culpa.
Gaara desviou os olhos e apertou ainda mais os punhos, ele continuava tentando não perder o controle de suas emoções, mas isso não tardaria a acontecer. Eu apenas esperei a reação dele.
- Eu não acredito que você realmente tenha culpa. – ele murmurou ainda sem olhar para mim. 
Eu me surpreendi com as palavras dele, contudo não consegui ficar feliz. Nada tiraria aquela culpa de minhas costas.
- Nós estávamos brigando. – recomecei a falar baixo, olhando para minhas mãos – ainda podia vê-las sujas de sangue.
- Brigando? – ele olhou para mim. – Eu não sabia que isso havia acontecido. – eu apenas assenti mais uma vez e ele deixou que eu continuasse.
- Eu não pude fazer nada para evitar...  Impedir que acontecesse, apenas assisti a tudo.
- Isso ainda não faz de você o culpado. – ele tocou meu ombro levemente. – Eu não sei o que aconteceu, mas sei que...
- Não, você não sabe. – eu o interrompi. – Se soubesse essa conversa seria diferente. – o vi franzir o cenho.
- Talvez fosse melhor se você fosse para casa descansar.
- Não. – disse decidido. – É melhor que você vá, acabou de chegar de uma longa viagem.
Ele me olhou como se eu tivesse dito algo imperdoável e suspirou longamente. O vi passar as mãos pelo rosto, num gesto cansado e finalmente ele assentiu.
- Estarei aqui em algumas horas. – naquelas palavras estava subentendido que logo mais eu iria para casa, pensei em protestar, no entanto seu tom não deixou espaços para discussões.
- Tudo bem. 
Passaram-se duas horas até que um dos médicos se aproximou de mim, a expressão dele quando olhava para mim era de pena.
- Você pode ir vê-la, finalmente. – ele comentou quase comovido com minha melancolia. – Lembre-se é apenas por alguns minutos. Ela ainda não está totalmente estável. 
Eu levantei devagar e me dirigi pelos corredores do hospital como um zumbi, sem vida, quase que automaticamente até onde ela estava.
Abri a porta lentamente e a fitei. O desespero, a culpa, o medo preencheram meu coração e eu não pude conter as lágrimas desta vez, eu jamais me perdoaria se algo acontecesse a ela.
Era a primeira vez que eu a via desde que chegamos ao hospital. As várias marcas do acidente perfeitamente visíveis, ela respirava com ajuda de aparelhos e não havia acordado ainda.
Não sabíamos se ela acordaria ainda. 
Caminhei lentamente até ela e parei ao lado da cama em que ela estava e segurei sua mão acariciando- a com cuidado para não mexer nos tubos que a ligava aos aparelhos, me martirizando por ter deixado que tudo aquilo acontecesse.
- Como foi que tudo isso aconteceu? – perguntei baixo. É claro que eu lembrava perfeitamente como havia acontecido.
Residência dos Nara, 19 de Novembro - 20h45min.
Eu trabalho com o governador de Konoha, sou como seu conselheiro, seu braço direito. É um trabalho cansativo e desgastante que eu preferia não ter que fazer, porém também é recompensador e me deixa orgulhoso e satisfeito, sem falar que trabalho com alguns de meus melhores amigos.
Um dos problemas é que quase sempre tenho que levar trabalho para casa, e hoje era um desses dias. Entrei em casa e tudo estava silencioso. Fui diretamente para as escadas e depois para meu quarto.
Pude ouvir minha esposa cantarolando uma musica qualquer no banheiro da suíte, mas acho que ela não me ouviu ou não se importou com a minha chegada. Já estávamos atrasados de qualquer forma.
- Teremos que cancelar o jantar de hoje. – falei desinteressado jogando meu terno em cima da cama, quanto mais cedo começasse o trabalho mais cedo o terminaria.
- O quê? – a ouvir perguntar baixo.  – Por qual razão? 
- Terei que trabalhar. – tirei a gravata e em seguida os sapatos.  Como ela continuava em silêncio sai do quarto rumando ao escritório.
- Você prometeu. – ouvi sua voz no corredor, mas não olhei para trás, apenas continuei andando sabendo que ela me seguia.
- Desculpe. – entrei no escritório sendo seguido por ela.
- Só isso? – ela perguntou irritada. 
- O que quer que eu diga? – perguntei sem dar atenção a ela e sentando-me a mesa.
- Qualquer coisa, apenas fale. – ela comentou cruzando os braços.
- Não posso atrasar esses documentos, você deveria entender. - Eu me referia ao fato dela trabalhar como uma espécie de embaixadora.
- Eu fui alguma coisa para você? – ela perguntou com a voz embargada. – Em algum momento eu representei mais do que uma solução óbvia para você?
- Do que está falando? – franzi o cenho, aquele assunto em si incomodava-me imensamente.
- De tudo isso que é o nosso casamento. – ela cuspiu as palavras, deixando claro seu desgosto.
- Você quer mesmo discutir isso agora? – perguntei sem fita-la e continuei fingindo que estava dando atenção ao que estava fazendo.
- Ao menos olhe para mim, droga! – seu tom de voz agora era alterado. 
- Para quê? – eu também me alterei; passei as mãos nervosamente por meus cabelos e finalmente a olhei. – Eu não quero discutir com você. 
 Arrependi-me de ter olhado para ela no mesmo momento; ela já estava pronta para sairmos e eu nem ao menos tinha lhe dado uma explicação concreta para desmarcar.
- Não quer discutir comigo? – ela repetiu irônica. – Você não quer mais nada comigo há muito tempo. – a magoa ‘escondida’ naquela frase era evidente.
Apenas suspirei, deixando-a sem resposta. Ela deixou que o próprio corpo relaxasse e desviou os olhos dos meus. 
- Isso não é verdade. – falei levantando-me na intenção de ir até ela. Não era típico da personalidade dela fugir.  
- Você chegou a me amar? – a pergunta veio sem rodeios, à voz dela embargada novamente, os olhos marejados... E eu não consegui responder. 
O contato visual entre nós durou pouco tempo, pois meu celular tocou. Ela olhou de mim para o aparelho e depois suspirou acenando negativamente com a cabeça, visivelmente decepcionada. 
- Eu preciso atender. – eu falei baixo e ela virou-se para sair do local, entretanto deteve-se na porta e olhou para mim.
- Eu estou indo embora. – ela falou decidida, não era um aviso era um adeus. – E eu não vou mais voltar, nunca mais. 
Imediatamente eu voltei meus olhos para ela, tinha certeza que a minha expressão era de surpresa. Ela notou que eu estava sem reação, deu um sorriso fraco e saiu. Fiquei olhando para a porta do escritório esperando que ela voltasse; rezando para não ter entendido corretamente, mas ela não voltou. 
Despertei de meu transe quando pela janela, pude vê-la saindo. Larguei o celular em cima da mesa e corri atrás dela. Estava quase a alcançando, então gritei seu nome, uma, duas, três vezes... Depois tudo tinha acontecido muito rápido.
Ela parou e virou-se dirigindo seu olhar para mim, uma única lágrima percorria seu rosto. Eu dei um passo em sua direção e ela recuou dois passos para trás; nós ouvimos uma buzina e ambos olhamos na direção que o som vinha, três segundos depois o corpo dela estava voando por sobre o carro.
O motorista fugiu.
Ela estava inconsciente e perdendo muito sangue.
Eu chamei uma ambulância.
Eles a levaram para a emergência.
Ela teve uma lesão na cabeça e os médicos disseram que seu estado era grave.
Ela quase não resistiu, porém, os médicos conseguiram salva-la.
Teríamos que esperar 72 horas para saber se ela ficaria bem.

 



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