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História Memórias - Nobody's perfect


Escrita por: LadyNara

Capítulo 8 - Nobody's perfect


Residência Yamanaka, 22 de Novembro - 06h15min.

Acordei com as carícias de Sai em minhas pernas. O perfume discreto que ele usa deixando – me levemente enjoada.

- Bom dia querida. - ele beijou-me o rosto. – Sente-se melhor?  - com as devidas recomendações de Sakura, ele não quis conversar sobre o que aconteceu ontem e quando deitou para dormir já era bem tarde.

- Bom dia. - ele me deu um selinho seguido de um sorriso. - Estou sim.

- Eu não quis assustar você. – ele deu um sorriso tímido. - Eu só pensei que... Talvez estivesse na hora. - Eu havia entendido tudo errado.

- Eu...

- Está tudo bem Ino. - ele puxou – me para um abraço. - Eu sempre vou esperar até você estar pronta.  – eu me senti bem ao mesmo tempo em que me sentia culpada.

Culpada, pois sonhei com Gaara na noite anterior; sonhei que fazíamos amor numa praia deserta.  Não consegui evitar pensar nele depois do nosso encontro ontem. Ele continua charmoso com aquele ar de mistério e muito bonito. Céus, como é bonito. Conversamos por um bom tempo e relembramos o começo de nossa amizade. Ele ainda me faz rir, mesmo numa situação como essa.

Eu quase pude sentir seus olhos tentando me desvendar, aquele sorriso de canto que parecia querer me devorar, aquelas mãos firmes; e todas as vezes que ele se mostrava inquieto, desviando os olhos de mim, escondendo uma tristeza enorme em lembranças felizes.

Apertei meus braços em volta de Sai. Aquele sonho, com Gaara, tinha ficado para trás há muito tempo. Era Sai quem estava ali. Era com Sai que eu estava.

Hospital de Konoha, 22 de Novembro - 07h30min.

- Shikamaru. - Ele estava conversando com uma enfermeira quando eu cheguei e não quis interromper. Quando ela saiu, eu o chamei. – Obrigada por ter me ajudado ontem.

- Não precisa agradecer. - ele me estendeu um copo de café. - Acabei de pegar, aceita?

- Ah não, obrigada. – estava sem fome. - Alguma novidade? - ele negou. - Você passou a noite aqui outra vez, devia ir dormir um pouco primeiro.

- Eu vou descansar um pouco, mais tarde.

- O que aconteceu na casa de vocês ontem? – parecia que um furacão passou por lá.

- Eu estava seguindo um conselho de Naruto. – ele riu um pouco sem graça.

- Que tipo de conselho?

- Pôr para fora o que está aqui. - ele apontou para o próprio peito. - Eu voltarei pela tarde Tenten. – Gaara tinha me avisado sobre uma reunião, na ligação de ontem à noite, mas eu não sabia que Shikamaru também ia. - Estou indo à casa de minha mãe, ela ainda não sabe. - explicou.

- Ah... Entendo.

- Até mais. - assenti e ele saiu. Sentei na cadeira fria destinada aos visitantes. Uma ou duas mesas estavam dispostas pela sala grande, com revistas em cima, como se alguém quisesse ler.

Aquela sala era o cenário perfeito para o desespero. Paredes e móveis brancos. Varias pessoas sozinhas, cada uma com sua própria dor. Algumas horas se passaram enquanto estava ali, observei pessoas chegarem e saírem. Umas choravam compulsivamente, outras pareciam sem vida.

- Tenten. - a voz de Neji preencheu o lugar tirando – me de meus devaneios. Olhei–o surpresa; ele tinha olheiras e sua expressão era cansada.

- Você está péssimo. - comentei e voltei minha atenção às pessoas que passavam pelo corredor. Queria evitar uma conversa no momento.

- A culpa é sua. - o olhei com o cenho franzido. - Eu passei a noite dentro do carro em frente a sua casa. - é claro que ele tinha feito isso. - Você saiu daqui correndo, não quis dizer o que aconteceu e simplesmente desapareceu.

- Eu não tenho que dizer onde estava. - reclamei. – Além do que, não tinha motivo para você estar tão preocupado.

- Como assim não tinha motivo? - irritante isso que ele era. Fala que ficou preocupado, mas a pose de indiferença e superioridade ainda está lá, gritando que agi como uma criança.

- E que motivo era?  - Eu levantei e fui até onde ele estava. Com certeza achava que eu iria brigar com Hinata.

- É melhor nós conversarmos lá fora. - ele encarou a enfermeira na entrada da sala. Eu havia me exaltado e chamado atenção.

- Tudo bem. - o acompanhei até o estacionamento do hospital. – O que você realmente quer Neji? - ele abriu a boca para me responder, contudo nenhum som saiu de seus lábios. – Nem mesmo você sabe?

- Eu sei o que eu quero. - Ele se aproximou de mim. - O que aconteceu ontem?

- Esqueça o que aconteceu ontem. – supliquei; eu queria esquecer e finalmente virar a página. - Não importa realmente. - se eu repetisse isso todos os dias, se tornaria verdade.

- Eu não quero esquecer o que aconteceu, não agora que finalmente percebi. – Ele segurou uma das minhas mãos e olhou em meus olhos.

- Não faz isso Neji. - fechei meus olhos e respirei fundo.

- Tenten. – seu tom de voz era baixo, quase cauteloso. - Olhe para mim. – quando eu o olhei ele continuou. – Eu estou apaixonado por você. – quando eu pensei que não teria como me machucar mais.

- Não diz isso. - meus olhos já estavam cheios de lágrimas. – Não agora.

- Tenten – eu o afastei.

- Não, Neji. – todas as vezes que eu desejei que isso acontecesse, enquanto ele brincava com outras mulheres por sofrer pela felicidade de Hinata se tornaram combustível para minha fúria. – Você gosta de ter alguém a sua disposição, para ouvir você dizer que nunca vai esquecer. - eu já estava chorando. - Essa pessoa era eu, mas eu cansei.

Ele tinha a expressão surpresa, porém seus olhos transmitiam um misto de entendimento e tristeza. Seria assim que acabaríamos afinal. Eu perdia ali meu melhor amigo.

- Eu estava errado Tenten. – ele não tentou se aproximar apenas queria me convencer. - Todo esse tempo eu não quis ver o que estava bem a minha frente. - uma escolha erada de palavras. - Quando você saiu daqui ontem eu fiquei desesperado...

- Eu estava sempre do teu lado, no entanto você só via Hinata. - ele arregalou os olhos; eu não aguentava mais. - Eu esperei esse momento por dois anos Neji.

- Então, porque me rejeitas? - ele apertava os punhos na tentativa de se manter no lugar.

- É tarde demais. - Eu enxuguei as lágrimas que ainda caíam. - Eu cansei dos seus segredos, de tentar curar suas cicatrizes enquanto as minhas sangravam. Eu percebi que não quero ser o escape de ninguém.

- Você não entendeu Tenten...

- Você é que não entendeu Neji. - Eu o interrompi outra vez. – Eu não quero ficar com alguém que mente para mim... E além do mais, eu estou tentando com outra pessoa.

- Tenten. – Shizune, que era uma médica do hospital vinha correndo até nós enquanto chamava meu nome. Céus... Tinha acontecido algo com Temari.

Centro de Konoha, 22 de Novembro - 11h46min.

Finalmente a reunião havia acabado. Apesar de ser algo necessário, eu não estava bem para aquele tipo de coisa. Ao menos, ser amigo do governador daqui tornou tudo mais fácil de resolver. Agora eu o acompanhava pelo centro da cidade, atrás de um lugar mais calmo para almoçar. Ele estava animado como sempre, era incrível como ele não se deixava abater.

- Chegamos. - ele anunciou estacionando o carro em frente a um restaurante simples. – Esse ainda é o melhor lugar da cidade, acredite.

Fazia mais de dois anos que eu não vinha a esse lugar, até acreditei já estar fechado. Entramos no estabelecimento e minha fome acabou instantaneamente ao ver quem mais estava lá.

- Que surpresa. Como vai Naruto, Gaara. - o tom cínico dele nunca mudava. – Sentem – se. – eu iria recusar seu convite, contudo Naruto sentou.

- Não sabíamos que estaria aqui, Sai. - eu o respondi e imitei Naruto.

- Trabalho aqui perto. - ele disse simplesmente. - Como vai Temari, alguma melhora?

- Não. Mas, esperamos que ela tenha uma reação logo. - às 72 horas estavam quase acabando. - Como vai Ino?

- Ela está ótima. - ele deu um sorriso. - Não poderíamos estar mais felizes. - aquele desgraçado estava falando aquilo só para me irritar. - Vou contar – lhes uma coisa. - ele fez uma pausa dramática. - Ela ainda não sabe que eu sei, contudo eu descobri ontem.

- O que você descobriu? – Naruto perguntou.

- Ino está grávida. - ele olhou para mim e sorriu novamente. - Ela está esperando Temari se recuperar para contar a todos.

Naruto olhou de mim para Sai com o cenho franzido. Ele não sabia sobre minha relação com Ino e Sai também não, ainda assim, a atmosfera ao nosso redor não era das melhores. Minhas mãos estavam coçando para dar um soco nele e as memórias de minha conversa com Sakura ontem voltaram.

Hospital de Konoha, 21 de Novembro - 19h00min.

- Falou com Ino hoje? - Sakura perguntou, pela expressão dela, era óbvio que eu não teria escapatória.

- Não a vi. - Shikamaru que já estava saindo para ver Temari voltou para falar com Sakura.

- Eu estava perguntando ao Gaara. - Ela o interrompeu lógico. Fiquei paralisado enquanto eles trocavam um olhar que dizia ‘ele não escapa’. - Vá logo. - ela disse e ele saiu deixando-nos sozinhos. – E então, como foi com ela?

- Quanto tempo você ainda tem? – eu podia enrolar e não responder. Ela olhou o relógio outra vez.

- O suficiente. E então? - porque não me surpreende que ela saiba? Quem mais sabe?

- Somos amigos. - dei de ombros. - Ela lembra o quanto somos amigos e próximos. Apenas.

- Ela não lhe falou mais nada? – aquele tom de curiosidade. - Sobre o que conversaram?

- O que eu deveria saber?  - fui direto e ela suspirou vencida.

- Gaara, eu realmente acreditei que vocês ficariam juntos. - Ela sentou e eu a acompanhei. - A Ino...

- O que foi? O que aconteceu Sakura? 

- Ela está grávida. - o chão se abriu sob meus pés. Grávida. Ela ia ter um filho do Sai. - De nove semanas. - meu coração falhou uma batida.

- Nove semanas? – Eu olhei – a e ela confirmou. - Isso significa que...

- Pode ser seu. - Ela completou a frase. - Quando ela sofreu o acidente ainda era muito cedo para desconfiarmos. - Ela explicou. - Eu achei que você devia saber.


Notas Finais


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