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História Memórias - A lojinha


Escrita por: Leoway27

Notas do Autor


*-*

Capítulo 1 - A lojinha


Clara

    Poderia ser só mais um dia comum, as nuvens estavam cobrindo o céu como de costume e dando a ele um ar de morte a cidade, estava dirigindo o carro da sua mãe sem que ela soubesse porque foi necessário (Clara realmente não dirigiria aquele carro brega e com cheiro de naftalina se não fosse altamente necessário), ela o havia comprado há uns anos e era conhecida por ser a única do quarteirão (talvez da cidade e possivelmente do planeta) a ter um carro rosa purpurina.
     Dirigir até o outro lado da cidade para achar uma loja de conveniência aberta naquele feriado de sete de setembro, todos estavam em suas casas comemorando com suas famílias e ela estava enfiada em um carro rosa purpurina. Na sua cabeça quase conseguia sentir o cheiro da comida na mesa daquelas casas... "comida, comida, comida, comida, é só nisso que você consegue pensar?"  Diria seu caro amigo Frederick se estivesse aqui, MAS NÃO ESTÁ, preferiu lhe abandonar e ficar com seu joguinho de videogame. Tudo bem que ele não sabia que eu iria ter que rodar a cidade pra comprar a droga de um remédio, mas mesmo assim, aquele nerd não devia ter deixado a bela garota sozinha no dia da independência, ele sabe que sempre que Clara fica sozinha faz algo que vai se arrepender depois, mas mesmo assim à deixou.
       
       Fazia quase duas horas ela que estava naquele carro (seu peito já começava a arder e sentia que estava ficando sem ar) quando finalmente avistou uma loja no final da rua. Acelerei o carro e bati de leve no carro que estava estacionado na frente quando fui estacionar. Com toda a certeza teria que correr para o dono não chegar ao seu carro antes que eu já tivesse ido embora.

       Entrou e logo após notou em um garoto de cabelos negros alguns anos mais velho que falava algo com o vendedor da loja, ele virou seu rosto para Clara que abaixou a cabeça e correu para o departamento de remédios (não dá para pensar em flertar quando seu peito está queimando em chamas). Demorou um pouco a achar mais finalmente encontrou o remédio em meio a tantos outros (o alívio do seu peito em uma caixinha), correu ao caixa e acabou batendo de cara com o garoto que estava no caixa. Seus remédios e as compras dele voaram de encontro ao chão, assim como eles dois. Para a sua infelicidade a caixinha dos remédio se abriu e todas as cápsulas voaram para todos os lados da loja de conveniência. Seu peito continuava ardendo e cada vez mais sentia que eu ia desmaiar a qualquer momento. Olhei para o garoto que estava com cara de quem me odiaria pelo resto da vida.

   —Garota você é cega ou é doida mesmo? Não me viu?

Continuei imóvel olhando para seus olhos castanhos, afinal a dor do meu peito me impedia de falar.

   —Garota você é surda ou somente se faz de doida mesmo?

Eu realmente queria falar algo mais a única coisa que consegui fazer foi pegar a cápsula mais próxima colocar na boca, correr até pegar outra caixa e dar o fora daquela loja.
Felizmente o dono do carro ainda não havia chegado.

Sonny

Acendeu o quinto cigarro do dia e agora a dúvida era, o que incomodava mais, o cheiro forte do cigarro, ou o cheiro de óleo velho do del Rey 73 que ele dirigia. A placa escondida entre as algarobas na beira da estrada anunciava que estava chegando perto de Juazeiro. Foi quando percebeu que o carro estava quase sem gasolina e era sete de setembro, a maior parte dos postos ficavam fechados nesses feriados. Mas por sorte, o primeiro posto pelo qual passou, estava aberto, porém, não tinha nenhum frentista. Sonny pegou sua carteira e foi até a lojinha de conveniências. Tinha um sino na porta, ele notou quando a abriu, assim como o balconista que lhe encarou fixamente.

–boa tarde—disse Sonny ainda distante do balcão.

—boa— respondeu o homem com evidente sotaque diferente — você é daqui?

—é...— não tinha obrigação alguma de responder, mas mão não haveria de fazer—não, eu sou de Guarulhos, mas costumo viajar muito. Bem meu carro tá meio que precisando de gasolina...

O sino tocou, alertando que mais alguém tinha entrado, Sonny olhou para trás, era só uma garota (uma bela garota por sinal), branca de cabelos pretos e uma blusa folgada que dizia “não use drogas” e tinha o desenho de um celular. Ela passou correndo para a seção de remédios, então ele se voltou para o vendedor, que olhava para a menina.

—bem, nas bombas não tem como você pegar a gasolina, por que hoje elas foram fechadas, mas eu tenho dez litros guardados aqui.

—ta bem, então vou pegar umas coisas aqui e depois é vou querer uns cinco litros de gasolina.

Sonny pegou o cesto e foi jogando nele o que seria útil, como pasta de dentes, sabonetes, macarrão instantâneo, cigarros e já ia voltar para o balcão pra pagar tudo quando alguém bate de frente com ele, derrubando tudo por todo lugar. Era aquela garota bonitinha, que agora parecia bem perturbada, olhando para as cápsulas de remédio que havia se espalhado pelo setor.

—Garota você é cega ou é doida mesmo? Não me viu?

Ela ficou me olhando estática e isso era bastante irritante.

—Garota você é surda ou somente se faz de doida mesmo?—depois percebeu que era uma pergunta meio estúpida, porque se ela fosse surda, não escutaria ele de nenhuma forma.

Ela simplesmente é um comprimido na boca e saiu, Sonny ficou estressado e deixou as compras lá mesmo, menos os cigarros, esses ele levou e pegou a garrafa com gasolina.

Quando chegou no seu carro, notou que a parte de trás estava amassada e ficou se perguntando se era um amassado novo ou que já estava lá. De toda forma pôs o combustível no tanque e segui rumo ao centro da cidade, onde ficaria alojado por tempo indeterminado.


Notas Finais


;-;


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