- Lodo, Lodo...
Tomas repetia enquanto mexia no meu braço devagar, me fazendo despertar bem lentamente
- hum?
- Está com frio?
- Um pouco, porque?
- Você estava tremendo -explicou coçando a nuca-, então achei melhor te acordar e perguntar... encontreia -ele retirou uma outra manta da bolsa bolsa- toma
- Quantas mantas tem na sua casa?
- Na verdade são quase todas da minha irmã, tomei a liberdade de pegar algumas emprestadas
- Bem vindo ao tráfico de cobertas fofinhas
Nós rimos
- Falando da minha irmã, ela voltou de viagem para ficar por umas semanas como "férias"
- Da Nova Zelândia?
- Sim! Mas você aprendeu mesmo, hein?
- É que o meu professor tem muita boa vontade!
- E eu conheço esse sujeito?
- ai seu bobo! -ri e logo em seguida comecei a admirar o céu- Já viu que estamos aqui praticamente a madrugada inteira?
- É?
- uhum, o dia vai amanhecer logo logo
- Então é melhor irmos, não?
Já estávamos a uma hora na estrada de volta para nossas casas e Tomas mudava a estação de rádio a cada minuto, sem contar que a interferência era horrível!
- Daqui a pouco a gente vai chegar e você ainda não achou uma estação que te agrade
- Tá brava?
- Não, só não consigo pensar direito com essa mudança irritante de rádio
- Calma emburradinha -sorri sem graça-, já chegamos na cidade! Aliás, eu estava pensando... não quer tomar café com a gente?
- a gente?
- Sim. Eu, você e a minha irmã
- Proposta tentadora...
Tomas já tinha me dito que ele a irmã sempre se deram super bem, mas não mantinham muito o contato quando ela se mudou para a Nova Zelândia para estudar, mas Tomas sempre sorria falando da irmã... eu gostava muito de ouvir sobre essa convivência que eles tinham, mesmo eu não a conhecendo ainda e, pelo visto, ela também não me conhecia.
- Aceita o convite ou não?
- Aceito, mas com uma condição... por favor olha pra estrada!
- Relaxa co-piloto!
- Não era essa -ri-, assim não vale!
O caminho até a casa dele foi assim: mudança de rádio, risadas e piadas
- Oi Vicky
- Mas finalmente! Achei que não voltaria tão cedo. Essa deve ser a Lodovica, né?
- Sim, prazer!
- O prazer é meu, ouvi falar muito de você. Vem gente, entrem logo!
Vicky era divertida, além disso me tratava super bem e parecia que íamos ser grandes parceiras.
A partir dali os dias foram passando muito depressa, Tomas continuava me ajudando quando tínhamos tempo para nos encontrar e acabávamos matando a saudade um do outro também. Resumindo: quando podíamos nos juntar, passávamos bastante tempo por perto
- Infelizmente não vou conseguir sair daqui, tenho muitas coisas para arrumar... mas vamos fazer assim, porque não passa aqui mais tarde? Assim podíamos jantar todos juntos
- Vou ver, que horas mais ou menos?
Chegaram as 20:30h e eu estava com problemas pessoais com o forno, já que ele não queria desligar, quando a campainha tocou
- Eu atendo querida -meu pai avisou na sala-
Demorou um belo de um senhor tempo para conseguir desligar o forno, espero que minha torta de frango não tenha queimado.
Fui para a a porta e o clima estava bem estranho, sem contar que Tomas estava mais branco do que o normal
- Oi meu amor! -o abracei- Que cara é essa? Parece que viu uma assombração
- Oi... não, não é nada
Meus pais já estavam na sala aos sussurros, não conseguia ouvir nada praticamente. Estava prestas a me juntar a eles quando Tomas me impediu e cochichou também
- Depois eu tenho que falar com você
- É importante?
- Um pouco, mas pode esperar
- Não, que isso? pode falar!
- Pode ser lá fora?
- Prefere assim? -ele concordou- ok, vem...
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